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Todos nós nos encontramos sujeitos a visões e aparições São fenômenos naturais? Estamos dispostos a acreditar nelas?

No documento Astrologia e Artes Adivinhatórias (páginas 31-33)

U

ma análise atenta dos fenômenos chamados sobrenaturais, objeto dos seres que tiveram visões e aparições, nos permite constatar que, quase sem- pre, não nos encontramos diante de in- divíduos de caráter sonhador ou etéreo, totalmente distantes da reali-

dade do mundo, mas muito pelo contrário, trata-se de personalidades que possuem uma grande lucidez, realistas, bem ancorados na vida ma- terial. Também com freqüên- cia, este tipo de fenômeno manifesta-se normalmente de repente e sem nenhum sinal de aviso em indivíduos fundamentalmente cépticos ou incrédulos.

OS FENÔMENOS NATURAIS

Ao longo dos séculos, em todos os lugares e em todas as civilizações, homens e m u - lheres de todos os tempos ti- veram visões e aparições. Abundam os testemunhos a esse respeito. N o entanto, a maior parte das vezes não o revelam por medo de que seus interlocutores, mesmo seus mais íntimos, não os levem a sério.

Quase sempre, por serem os únicos que sabem o que vi- ram, julgam ter sido vítimas de uma ou várias alucinações. E, no entanto, quanto a nós, estamos convencidos de que as visões e as aparições são fenômenos correntes. Pode- ríamos até mesmo nos atre- ver a dizer que são absoluta- mente naturais, inerentes à

natureza humana que possui, sem dú- vida alguma, a faculdade de ver para aquém do que a acuidade visual permite. E evidente que aqui estamos ultrapas- sando o campo do que definimos como os limites do mundo visível e real.

Porém, o fato de não ver, já nem dize- mos a eletricidade ou os campos mag- néticos a olho nu, mas unicamente os efeitos físicos que se produzem na rea- lidade material, significa por acaso que não existem? Na verdade, tudo faz pen-

sar que os homens temos medo de ver espontanea- mente o que pressentimos ou experimentamos intuiti- vamente.

A história da humanidade, desde o princípio dos tem- pos, nas primeiras culturas, pelo menos por aquilo que sabemos hoje em dia, de- monstra que o homem sem- pre tentou ter segurança e autoconfiança, impor limi- tes para conjurar uma espé- cie de angústia ou aflição in- dizível que provoca nele a perspectiva incompreensível e comum a todos, que é a morte, ou seja, o fato de de- saparecer, de cair no esque- cimento, de já não ser nada do que somos quando esta- mos vivos, não ser nada de nada. Quer queiramos quer não, todos estamos apegados à vida, a nós mesmos, a nos- so corpo claro, mas, princi- palmente, a nossas idéias, a nossos costumes, a tudo que faz com que sejamos o que somos: um indivíduo único, original e diferente dos nos- sos semelhantes.

Joana d'Arc, chamada

a "Donzela de Orleans", não viu, mas ouviu vozes, que lhe deram a ordem de libertar a França da invasão inglesa.

Por este motivo, algo nos impede de ver para além do nosso campo visual; algo que nos faz temer nos afogar, nos per- der em uma espécie de caos original, a que todas as antigas cosmogonias fazem alusão.

É por este motivo também que as visões e as aparições não se controlam, sendo impostas a nós contra nossa vontade. E também esta a razão pela qual atri- buímos a esses fenômenos um caráter sobrenatural.

N o entanto, consideramos que não existe nada mais natural do que ver o que, normalmente, não é feito para ser distinguido pela visão. Não vemos todos os dias imagens, fotografias em que foram fixados acontecimentos, cenas, às vezes mesmo seres que conhecemos e que já não existem? O mundo em que vivemos e evoluímos todos os dias, não está também cheio de objetos, instru- mentos, estruturas, formas que, a prin- cípio, não existiam e que, por conse- guinte, não são reais mas sim o resultado de visões e da imaginação dos homens, e que tornamos realidade?

Tomemos o simples exemplo da linha reta: é uma pura ilusão, visto que na na- tureza e no universo a única linha que existe é a curva. E, no entanto, a linha reta está onipresente em nosso universo cotidiano.

COMO DISTINGUIR ESTES FENÔMENOS? Podemos ou devemos acreditar no que vemos? Só aquele que tem fé em si mesmo não o questiona nem duvida. Porém, quase sempre, tal como a vida é atualmente, a dúvida nos invade. Ora, há uma constante que se revela em todos os visionários: para ver, é preciso acreditar.

É preciso encontrar a fé em si mesmo e a fé na vida, sem as quais esta úl- tima não vale a pena ser vivida. Mas, na realidade, nenhuma doutrina, hoje em dia, ensina os indivíduos a procu- rar, a descobrir e a cultivar. Para ajudá- lo a distinguir a natureza dos fenôme- nos próprios das visões e das aparições, oferecemo-lhe uma lista deles bastante exaustiva e detalhada.

Aparição: apparitio era empregado em latim para traduzir a palavra grega epip¬ haneia, "epifania", que significa "que apa- rece", a qual vem de phanein, "fazer bri- lhar". A epifania é a manifestação do que está oculto, do que, normalmente, não se vê a olho nu.

Clarividência: do latim calare, "chamar", clamare, "clamar", e veant, "vista", sig- nifica "que tem a vista apurada, perspicaz, que vê e anuncia (no presente instante) o que vê".

Extralúcido: é um sinônimo de "vidente" e significa "brilhante, luminoso", pois vem do latim lux, "luz". Uma pessoa extralúcida ou vidente é suscetível de possuir um dom de dupla visão brilhante e luminosa. Intuição: do latim intuitio, "imagem re- fletida em um espelho", deriva de intueri, que significa "olhar atentamente, repre- sentar-se através do pensamento". Predição: do latim prae, "de antemão", e dicere, "dizer", significa "dizer ou anun- ciar de antemão".

Premonição: do latim prae, "de antemão", e monitio, "advertência, conselho", signi- fica "dar conselho ou fazer uma ad- vertência de antemão".

Presságio: do latim prae, "de antemão", e sagire, "ter olfato, sentir com agudeza", que também deu "sagaz", é uma predição realizada através dos sinais que permitem prever o futuro.

Pressentimento: do latim prae, "de an- temão", e sentire, "sentir", trata-se de um sentimento irracional que faz prever um acontecimento futuro.

Profecia: do latim propheta, "adivinho que prediz o futuro", vem de prophanai, que significa "anuncia de antemão", isto é, prae, "de antemão", e phanai, "tornar vi- sível através da palavra", que encontra- mos em "fonema" e "fonética".Todas estas palavras vêm do grego prophestes, "pro- feta ou intérprete de Deus".

Visão: trata-se de algo que normalmente não se vê a olho nu e que se impõe ao es- pírito ou à vista. Distinguimos então, entre a visão intuitiva (veja Intuição) que se impõe ao espírito, e a visão premonitória (veja Premonição), que se impõe à vista. Deus apareceu a Abraão para lhe ordenar que sacrificasse seu filho Isaac.

No momento em que ia fazer, Deus surgiu novamente para lhe pedir que substituísse seu filho por um animal.

O Além

Como compreendemos atualmente o Além? Ainda acreditamos nele?

No documento Astrologia e Artes Adivinhatórias (páginas 31-33)

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