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No Ocidente denominamos chakras ou chacras aos 7 centros psíquicos ou vitais do corpo sutil ou corpo etéreo do homem.

No documento Astrologia e Artes Adivinhatórias (páginas 43-45)

C

hakra é uma palavra do sânscrito que significa roda, círculo, e que designa o disco solar, atributo do deus hindu Vishnu, também chamado o Ativo. A lenda conta que sua ca- pacidade de ação está em que, tal como o Sol nasce, chega ao seu zênite e se põe, Vishnu deu "Três Passos" para medir o universo. Na Índia, o sânscrito é algo equi- valente ao nosso latim. Escreve- se samskrta e pode ser traduzido por "completo, perfeito, abso- luto, imutável". É a língua mãe dos povos da Índia e foi utilizada para redigir os textos mais anti- gos de sua literatura, os Vedas, que datam dos meados do II mi- lênio a. C. Para compreender bem o sentido real dos chakras, é preciso situá-los no contexto da civilização e da cultura indianas e do hinduísmo, a religião mais antiga do mundo.

OS FUNDAMENTOS DA EXISTÊNCIA

DOS CHAKRAS A existência e utilidade dos cha- kras baseia-se em quatro princí- pios fundamentais: o karma, a

mâyâ, o nirvana e a ioga, que regem

as leis da vida.

O karma, ou ato, é a lei de causa e efeito que obriga a alma a viver, morrer e renascer indefinida- mente, segundo suas crenças na reencarnação.

A mâyâ, que significa ilusão, aparência, é o encadeamento dos ciclos perpétuos, dos aconteci- mentos, das circunstâncias, dos desejos que cegam os olhos dos homens.

O nirvana, que se traduz muitas vezes por iluminação ou êxtase, mas que literalmente significa ex- tinção, desaparecimento, é uma libertação, uma saída do ciclo de renascimentos que encadeiam a alma.

Finalmente, a ioga é um conjunto de técnicas físicas e mentais que o homem pode utilizar para che- gar a esta libertação. Esta técnica baseia-se em exercícios cujo ob- jetivo é ativar os chakras.

OS SETE CHAKRAS PRINCIPAIS

Segundo a doutrina da ioga, exis- tem 74 chakras ou pontos vitais. Embora a maioria deles se fixe em pontos ou zonas do corpo hu- mano correspondentes a deter- minados órgãos, não devem ser confundidos com estes. De fato, os chakras são centros vitais si- tuados entre o corpo sutil ou eté- reo e o invólucro carnal, e unem um ao outro. Distinguimos sete chakras principais, cada um deles com sua função específica, mas unidos uns aos outros. Sobre- põem-se ao longo do sushumnâ, o canal mais importante em cujo interior circulam as energias físi- cas e psíquicas do homem, ao longo da coluna vertebral, desde a parte inferior das costas até a parte mais alta da cabeça. As técnicas da ioga consistem pre- cisamente em despertar e ativar cada um destes chakras ou cen- tros vitais para desenvolver os po- deres físicos, obter certa felicidade e chegar finalmente ao desper- tar da consciência.

Krishna visvarupa, da escola de Mandi, princípios do século XIX, Estrutura do

O O Mûlâdhâra-Chakra, situado entre os órgãos genitais e o ânus, é conside- rado o centro das energias psíquicas e dos impulsos. É representado por uma serpente enroscada sobre si mesma ou uma flor de lótus. Está relacionado com o olfato e seu elemento é a Terra, a força da inércia da matéria. É nele que repousa a kundalini ou força da serpente, a energia principal, que o iogue (o praticante da ioga) deve des- pertar e dominar para vencer seu apego à vida terrestre e seu medo instintivo da morte. Ao fazê-lo, adquire a capacidade de levitar, o controle de sua respiração e de sua mente, e acede à clarividên- cia que lhe permitirá conhecer o passado, bem como o pre- sente e o futuro.

0 O Svâdishthâna-Cha-

kra, situado sob os órgãos ge- nitais, um pouco mais acima do

Mûlâdhâra-Chakra, relaciona-se

com os órgãos excretores c repro- dutores, bem como com o sentido do tato. Seu elemento é a Água e é repre- sentado por uma meia-lua horizontal. Ao ativar este chakra, o iogue desenvolve seus poderes psíquicos, suas intuições e consegue um domínio total de seus sen- tidos. A partir daqui, já não será vítima de sentimentos excessivos e contradi- tórios.

0 O Mânipûra-Chakra, situado na re- gião lombar, à altura do umbigo, está em relação com o fígado, o baço, o estô- mago e os rins, mas também com a visão. Seu elemento é o Fogo. É repre- sentado por um triângulo com o vértice

para baixo. Ao despertar este chakra, os iogues da Índia conseguem andar sobre brasas sem se queimarem. De fato, per- mite libertar-se da dor e da doença.

© O Anâhata-Chakra, situado na re- gião do coração, controla este órgão, mas também o sentido do tato. Seu elemento é o Ar. É simbolizado por uma estrela com seis pontas. O iogue que consegue dominar este chakra desenvolve sua ca- pacidade de amor, seu sentido de har- monia e adquire a capacidade de voar como um pássaro.

0 O Vishuddha-Chakra, situado à al- tura da garganta ou na base do pescoço, relaciona-se com o plexo laringítico c com a pele. Seu elemento sutil é o éter e seu símbolo um círculo dentro de um triângulo invertido. O iogue que se con- centra neste chakra pode alcançar a imortalidade, já que vive a partir deste momento fora do tempo, além do passa- do, presente e futuro, os quais domina.

0 O Ajnâ-Chakra está situado entre as sobrancelhas, na base da testa; no Ocidente foi chamado o "terceiro

olho" ou "terceira visão". Está em re- lação tanto com os olhos como com

a vista e a visão interior, os sonhos c a vida psíquica. Reside na cons-

ciência. É representado por um lótus de duas pétalas que con-

tém um triângulo inver-

tido, em cujo interior figura o símbolo O M da verdade e da cons- ciência absolutas. Ao dominar este chakra, o iogue consegue adquirir todos os poderes enumerados nos cinco chakras anteriores, obtidos graças ao despertar de sua consciência.

0 O Sahasrâra-Chakra, situado na parte superior do crânio, relaciona-se com as faculdades mais elevadas do es- pírito. É chamado o lótus de mil péta- las, pois shasra significa "mil" em sâns- crito. É assim que é representado, com o O M no centro. O iogue que conse- gue ativar este chakra chega a atingir uma supraconsciência, um conheci- mento absoluto, um grau de felicidade suprema que o liberta definitivamente da vida terrestre e de suas contingências materiais.

A kundalini ou o poder

No documento Astrologia e Artes Adivinhatórias (páginas 43-45)

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