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A forquilha é o instrumento do vidente e o pêndulo é o do rabdestesista Porém, apesar de sempre acreditarmos na forquilha, não ocorre o mesmo com os que utilizam o pêndulo.

No documento Astrologia e Artes Adivinhatórias (páginas 61-63)

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ão podemos aludir a essa ciência esotérica sem reforçarmos até que ponto a fronteira que separa o ra- cional do irracional, tal como o con- cebemos hoje em dia, é muito delicada. Dessa forma, se a curiosidade foi uma das principais motivações que levaram o homem a estudar cientificamente o m u n d o , a indagar a realidade até as suas raízes mais profundas, às vezes in- questionáveis, talvez as preocupações utilitárias e as aplicações práticas das pesquisas científicas foram muito de- terminantes. Q u a n d o observamos a história, temos a sensação de que, ge- ralmente, o h o m e m fez uma desco- berta por casualidade, sendo chamado posteriormente de cientista, com uma fmalidade puramente utilitária, que de- monstra engenho e uma espécie de es- pirito de iniciativa que estabeleceu o sistema que, quase sempre, reproduz o que já existe na natureza e que, uma vez estabelecido, realizado e relativa- mente confiável, o estuda cientifica- mente para melhorar os seus resulta- dos. É nessa etapa que compreende verdadeiramente como funciona, tira medidas, faz cálculos, verificações, ex- periências, em resumo, transforma- se nesse h o m e m de laboratório que hoje chamamos de cientista.

Na fronteira entre esses dois compor- tamentos, ou seja, por um lado a des- coberta espontânea, sem cálculos pre- cisos, para fins puramente utilitários e, por outro lado, o estudo científico, a observação sistemática de tal desco- berta, apareceu a rabdestesia, a qual não podemos negar que se baseia em princípios c fenômenos conhecidos, mas que dificilmente podem ser ve- rificados de maneira científica, porque

além de fatores tangíveis e que podem ser medidos, também consta de es- tranhos parâmetros.

0 QUE É A RABDESTESIA? "Rabdestesia" é um termo muito re- cente, que deriva da palavra "radies- tesia", criada no século XIX por um abade chamado Bouly para designar uma ciência que se baseava em um sis- tema e um método que permitia per- ceber e agir sobre as radiações emitidas sobre o corpo humano, em particu- lar, e todos os corpos em geral. A palavra "radiestesia" deriva do latim

radius, "raio", e do grego esthetikos, "que

tem a capacidade de sentir", e do qual derivou a palavra "estética". Dito de outra forma, literalmente, a rabdeste- sia também é a capacidade de sentir os

raios, sentido que, como vemos, se desvia consideravelmente do ponto de vista científico. De fato, não dizemos que um microscópio, por exemplo, tem a capacidade de ver micróbios. Dessa forma, a rabdestesia continua ausente cm todas as obras e dicioná- rios científicos, mesmo que encontre- mos extensos capítulos dedicados às radiações e aos raios. Não é então, uma autêntica ciência no sentido entendido na atualidade.

A FORQUILHA

Quando, como e por que o homem teve a necessidade de "sentir os raios"? Só podemos fazer suposições a res- peito. Porém, tudo indica que foi para encontrar água, uma fonte, em um lugar onde a priori parecia havê-la. A forquilha de aveleira, utilizada há milênios, ainda é empregada na atualidade para detectar poços.

Foram descobertas pinturas rupestres do Neolítico, nas cavernas localizadas no norte do Saara, sobre as quais está representado um homem com uma forquilha na mão. N o entanto, tam- bém encontramos a famosa forquilha no antigo Egito, na China e, princi- palmente, na civilização Inca. A for- quilha de aveleira, muito usada na An- tigüidade, voltou a ser usada na época das grandes descobertas, pois muitos queriam encontrar tesouros, ouro e metais preciosos com esse instru- mento. N o entanto, por razões obvias, os indivíduos que se dedicavam a de- tectar fontes e acumulações de água com a forquilha eram perseguidos im¬ pediosamente pela Inquisição e exe- cutados publicamente como as bruxas. Nessa época, para a Igreja, as bruxas obedeciam o demônio e por isso eram castigadas.

N o início do século XVII, um fiscal geral das minas do reino de Luís XIII encontrou mais de 150 jazidas, utili- zando uma forquilha de aveleira. Por outro lado, no final desse mesmo sé- culo, outro adepto à forquilha de ave- leira tornou-se famoso. O seu nome era Jacques Aymar e era conhecido por reconhecer assassinos apenas usando a sua forquilha.

Certamente, tudo isso atualmente nos pode parecer engraçado e inclusive ab- surdo, e preferimos confiar nas pega- das, chamadas provas genéticas. Até o dia em que, talvez percebamos a existência de outras provas ainda mais indestrutíveis: as que os nossos atos marcam na nossa alma. Porém, ainda não chegamos ao ponto de admitir que a alma pode ser detectada por certas ra- diações próprias e que são emanadas por todos nós.

0 PÊNDULO

A partir do final do século XIX, como já vimos, surgiu o termo "rabdestesia", ao mesmo tempo que o uso do pên- dulo se ampliava entre os que prati- cavam essa curiosa ciência. O primeiro a utilizar com freqüência o pêndulo, foi o famoso abade Bouly, que viveu

entre os séculos XIX e XX. Ele usou o pêndulo para detectar muitos sítios ar- queológicos da Idade Média e do pe- ríodo galo-romano e do final da Pri- meira Guerra Mundial, quando foi enviado pelo governo francês para ras- trear as minas e as bombas. C o m o vemos, nem a Igreja — que se opôs duramente à tais práticas durante a In- quisição —, nem as instituições — que nessa época eram menos reticentes no que se refere a esse tipo de prática, tanto que obtiveram bons resultados — desprezaram os serviços do abade Bouly.

N o entanto, apesar do movimento do pêndulo se basear cm uma lei funda- mental enunciada na época por Gali-

leu, que ninguém nega a sua exatidão, o uso que os rabdestesistas fazem, principalmente como ajuda ou suporte ao diagnóstico médico, talvez deva ser colocado em dúvida. Não estamos com isso dizendo que não possui funda- mentos, mas, considerando que não se apoia sobre nenhuma regra nem deon- tologia, basta com que alguns indiví- duos tenham esse instrumento nas mãos para acreditarem que possuem um dom sobrenatural que lhes per- mitem curar, detectar fontes, tesouros ou um corpo enterrado. Dessa forma, apesar da forquilha mágica ter dado provas das suas aptidões desde cerca de 6.000 anos, as do pêndulo continuam sem ser demonstradas.

Apesar do movimento do pêndulo se basear em uma lei fundamental, o seu emprego por alguns rabdestesistas para encontrar pessoas desaparecidas continua sendo empírico.

A piromancia

No documento Astrologia e Artes Adivinhatórias (páginas 61-63)

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