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2. EnquadramentoTeórico

No documento I Seminário IDN Jovem (páginas 145-157)

O tema do presente trabalho teve em conta a importância que o mar tem para Por- tugal, ampliada face ao seu posicionamento geoestratégico, cuja análise terá sempre de ser feita a partir da localização marítima nacional, pela qual pode o país, no futuro, tal como fez no passado, projetar a sua “marca distintiva no panorama internacional servindo de ponte entre três continentes – Europa, África e América” (Cunha, 2004).

O “Mar Português” afigura-se como um ativo carregado de potencialidades com importância crítica nos pontos de vista estratégico, diplomático, económico, cultural e securitário, que, por acarretar tais particularidades, carece de proteção que só será plena- mente concretizável através de uma ação ampla e multissetorial, que contemple o recurso a uma estratégia de segurança que vise a defesa do território nacional (continental, insular e oceânico), bem como dos espaços de interesse que o País identifica no exterior, algo fundamental e que não pode ser esquecido numa era em que o processo globalizante assume forte afirmação.

No aspeto securitário, a posição nacional tem grande importância estratégica para o País, mas também para as principais alianças de que Portugal faz parte, como a União Europeia (UE), a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Do ponto de vista económico destacam-se os recursos marinhos existentes nas águas nacionais, cuja quantidade expectavelmente aumentará após o possível alargamento da plataforma continental portuguesa, decisão que se aguarda de forma esperançosa, mas também a pertinente localização que vários portos nacionais, com especial destaque para Sines, oferecem à navegação marítima internacional, principalmente se ponderarmos possíveis novas rotas de navegação que se anteveem com o alargamento do canal do Panamá1, a abertura do canal da Nicarágua2 e o degelo do Ártico. Por tais razões, pode o

porto do litoral alentejano ser um terminal de ligações marítimas, com pretensões de penetração comercial na Península Ibérica, mas também na costa atlântica de África e ao centro e norte da Europa.

De forma a alcançar tais desideratos, nos campos da segurança e economia, a ação diplomática será fundamental e, nessa vertente, Portugal pode recorrer à sua experiência secular de contacto com outros povos para, como membro da UE, servir de conector entre este bloco e parceiros de outras regiões, função que ganha importância num perío- do como o atual, em que se assiste a uma espécie de “choque de civilizações”, acirrado pela grave crise de imigração que afeta o velho continente. Tal atitude poderá fazer vin-

1 O canal do Panamá, recentemente alargado depois da empreitada que durou nove anos, foi inaugurado a 26 de junho de 2016. Com as suas novas dimensões, prevê-se que a capacidade deste canal possa ser ampliada em mais do que duas vezes, podendo agora receber navios com capacidade até cerca de 13.000 contentores. Ver http://www.wsj.com/articles/the-panama-canal-expands-1466378348.

2 Com abertura à navegação prevista para 2020, o canal da Nicarágua será resultado de um grande investi- mento financeiro oriundo de capitais chineses, devendo passar a ser o maior canal interoceânico do mundo, uma vez que a obra terá 278 km de comprimento e afigurar-se-á como mais um atalho entre o Pacífico e o Atlântico.

gar, principalmente em fóruns como a Organização das Nações Unidas (ONU), a posi- ção do país em negociações com peso na agenda internacional, onde se incluem aspetos referentes aos assuntos dos oceanos e do direito marítimo, o que poderá conferir condi- ções para o estabelecimento de alianças e acordos, com outros Estados vocacionados para a vertente marítima, com os quais se poderá assumir o estabelecimento de parcerias, de âmbito bi ou multilateral.

Tendo em conta o quadro apresentado, o mar destaca-se de entre os demais recursos estratégicos do país, acarretando uma enorme importância para o futuro do mesmo. Contudo, e como já referimos antes, tamanha riqueza estratégica terá de ser protegida e potenciada, o que enfatiza a necessidade do surgimento de um sistema de informações marítimas, que pode juntar esforços e experiências de diferentes agências e serviços, hipoteticamente até de alguns privados, mas que deve estar sob alçada estatal, de forma a apoiar o uso e as decisões relativas ao “Mar Português”.

3. OMar:umDesígnioHistóricoporCumprir

Se tivermos em conta a história nacional, compreendemos que o mar, desde que nos aventurámos na demanda que, em 1415, nos levou a Ceuta e que serviu para iniciar uma venturosa giesta que nos impeliu à descoberta de novas e distantes terras em várias zonas do globo, passou a ser um dos vetores condutores da estratégia nacional. Esta toada durou até ao culminar do Estado Novo, período político em que a manutenção de um império ultramarino pluricontinental era desígnio político maior, o que destacava a importância deste recurso. Contudo, desde a alteração política imposta em abril de 1974, primeiro e, posteriormente, com a adesão à Comunidade Económica Europeia (CEE), o mar foi remetido para um plano inferior no quadro das importantes opções políticas e económicas, o que ainda no presente faz surgir, tantas vezes, uma ideia de que ao abor- darmos o mar estamos a incorrer numa ação revisionista, sendo essa uma das grandes razões para que o mesmo vá sendo esquecido (Cunha, 2011).

Todavia, embora mais no domínio da oralidade do que no espetro prático, o mar tem voltado à tona do discurso governativo, o que demonstra a sua preponderância, sendo, a par da língua, um dos mais importantes ativos à disposição de um país que se projeta sobre um oceano, no qual tem uma posição estratégica virada para a sua vertente sul mas com fortes laços no seu lado norte (Cunha, 2011). Portugal, que se prolonga no Atlântico através da sua componente arquipelágica, dispõe da maior região marítima da UE, o que faz do “Mar Português” um dos mais vastos do mundo, proporção ampliada se conside- rarmos os seus limites fronteiriços, que se estendem até distâncias próximas de outros atores de língua portuguesa, situados em espaços onde muitos dos interesses da política externa nacional residem (Pacheco, 2014).

Perante tal realidade, parece-nos premente a colocação em prática dos mecanismos potenciadores de novas investidas sobre o mar, para que possam ser alcançados os obje- tivos já traçados e todos os que poderão vir a ser definidos, aliando os interesses políticos e económicos a uma geografia que teima em salgar o desígnio de Portugal. Muito se tem falado, mas menos do que isso feito e talvez seja altura de aproveitar a “conjugação da

atualmente renovada importância conferida ao tema dos oceanos, com uma nova legisla- tura, e um novo quadro comunitário de apoio”, que “levam-nos à oportunidade de iniciar um novo ciclo na questão do mar” (Cunha, 2016, p. 92).

Para tal e como a estratégia diretiva do Estado deve ser entendida e corroborada pelos seus constituintes, importa reforçar a discussão e referência ao tema, para que o desígnio histórico se possa perpetuar no futuro e não se perca nas páginas que nos con- tam um glorioso passado.

4. AsInformaçõesnaProteção/Projeçãodo“MarPortuguês”

Na configuração da Nação Portuguesa o mar teve um papel fundamental, sendo vetor preponderante para a consolidação da nacionalidade e incentivo da projeção uni- versal de Portugal, que serviu de mote ao processo conhecido como globalização (Page, 2008). Contudo, por motivos inerentes a profundas alterações ao nível da política interna nacional, o País que mais de cinco séculos depois voltou a ficar geograficamente confi- nado às suas fronteiras europeias e, desde 1974 – com a alteração de regime – virou costas ao mar, alinhou agulhas para uma estratégia orientada para o continente de onde mais de 500 anos antes partiu para descobrir parte do mundo.

A política externa portuguesa, desde a entrada na era democrática, orientou-se para uma, quase exclusiva, estratégia europeísta, primariamente com a intenção de cumprir os desideratos necessários para a adesão à CEE e, depois, para alcançar os objetivos delinea- dos pela escolha da vertente político-estratégica continental, que previa um alinhamento com Bruxelas e demais integrantes de uma união, que se veio alargando até à sua atual dimensão.

Embora, nunca deixando de ter em atenção a opção europeia, fulcral, uma vez que o País se localiza no “velho continente” e nele encontra fortes aliados e as suas raízes, outros aspetos foram ganhando relevância nas linhas que têm orientado a política externa nacional. “De facto, a integração europeia, a ligação transatlântica, a cooperação com os países de língua portuguesa e o elo com as comunidades portuguesas no estrangeiro desenham o quadrilátero que envolve a sua orientação fundamental” (Silva, 2016, p. 2).

Assim, e face às alterações decorrentes das metamorfoses que têm sido impressas à cena internacional, aquela que parecia uma opção quase exclusiva tem-se mostrado limi- tativa, na ótica do desenvolvimento do país, sendo o maior obstáculo imposto ao tecido empresarial lusitano, que enfrenta dificuldades originadas pela concorrência proveniente do processo de globalização atual e do alargamento europeu, que faz com que Portugal, com um nível de competitividade reduzido, possa encontrar na revalorização do vetor marítimo a opção mais viável para estabelecer um necessário conceito estratégico nacio- nal (Moreira, 2015), potenciando os recursos marítimos, nas suas várias vertentes, como forma de incremento da economia e sua projeção internacional, devendo-se ficar, assim, mais próximo de atingir os três últimos pontos do quadrângulo supracitado (Carvalho, 1995).

Pelas razões supramencionadas afigura-se de extrema importância a criação de meca- nismos para proteção de um vetor fulcral para os interesses nacionais, que pela sua rele-

vância poderá, com intervenção de parceiros públicos e privados, acontecer através da ativação de um sistema de informações com recurso a fontes abertas (open sources intelli- gence) especializado na vertente marítima e nas atividades que na mesma ocorrem.

Sendo os espaços marítimos dos Estados um dos mais relevantes fatores potencia- dores do seu poder, com tendência a aumentar à medida que estes se expandem (através dos processos de extensão das plataformas continentais), surgem como uma das mais utilizadas medidas para a formulação de análises geopolíticas. No que respeita a Portugal isso ainda se torna mais visível, por ser este um dos países com maior território marítimo sob sua alçada, com especial relevo para a sua ZEE e plataforma continental (Pacheco, 2014).

Com um manancial de poder tão amplo, e num período em que o país parece ter despertado para as suas potencialidades marítimas, Portugal pode enveredar na senda da elaboração de uma estratégia nacional para o mar, aparentemente de mais fácil definição do que um conceito estratégico nacional, que se atrasa. Esta toada, surgida num “movi- mento que teve um arranque fortemente impulsionado pela Exposição Universal de 1998 (…)” realizada sob o tema “Os Oceanos: Um Património para o Futuro” (Graça, 2008) e que tendo dado um importante contributo para o desenho da estratégia marítima da UE, é fundamental para que os atores políticos, decisores e técnicos se sirvam da mesma base de trabalho, em termos de dimensão e avaliação do potencial marítimo nacional.

De maneira a proteger aquele que consideramos como um dos mais valiosos ativos estratégicos que Portugal possui, entendemos por necessária uma estratégia que possa recorrer a determinadas ferramentas, métodos e oportunidades, de forma a potenciar o uso do mar ao dispor do país, podendo assim constituir-se um sistema de informações marítimas, que sirva para esboçar dados de apoio verosímeis, importantes para a tomada de decisão ao nível superior (Ribeiro, 2007).

Um mecanismo como o que referimos deverá constituir-se como uma unidade de produção de Open Source Intelligence (OSINT)3, no sentido de potenciar estrategicamente o

País, aumentando os índices de sucesso da securitização dos seus espaços marinhos. Este mecanismo poderá congregar esforços multissectoriais, oriundos das Forças Armadas e de Segurança, dos Serviços de Informações, mas também de outras entidades com res- ponsabilidades no mar, ou que sobre ele atuem e se debrucem, como as universidades, centros de investigação e, possivelmente, alguns representantes do tecido empresarial do país, com capacidade para investir e atuar no espaço oceânico. O controlo de um novo organismo como este deverá pertencer à esfera do Estado, alocando-se ao Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), ou mesmo ao Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), podendo funcionar junto do Centro de Informações e Segu- rança Militar (CISMIL), surgindo assim uma pertinente ocasião para que a inteligência civil e militar cooperem, num âmbito relativamente diferente do que é habitual. Alber- gando-se sobre a tutela do EMGFA, este poderá alojar-se junto do Centro de Operações

3 Conceito utilizado, maioritariamente, nos serviços de informações e que, genericamente, respeita à aplica- ção das fontes abertas da metodologia empregue na produção das informações estratégicas classificadas.

Marítimas (COMAR)4, com capacidade e ferramentas que permitam um controlo, em

tempo real, das ocorrências no espaço marítimo sob jurisdição nacional.

A ideia que explanamos deverá contemplar o conceito de Conhecimento Situacional Marítimo (CSM), que, sucintamente, visa responder à necessidade de saber o que se passa nos espaços marítimos sob alçada nacional, ou do seu interesse. Nessa ótica e recorrendo a instrumentos produzidos em Portugal, como o sistema OVERSEE5, utilizado pela

Marinha e que tem vindo a ser publicitado com êxito (algumas congéneres estrangeiras já o adquiriram e outras têm vindo a mostrar interesse nisso) o que potencia a economia nacional, fazendo com que outras marinhas passem a possuir o mesmo sistema utilizado pela Marinha Portuguesa, que será facilmente congregável, facilitando a troca de infor- mações e possíveis operações militares com esses parceiros.

O recurso ao CSM reveste-se de enormes potencialidades no que toca ao conjunto de atividades que respeitam à salvaguarda da vida humana no mar, da segurança marítima e da proteção ambiental, entre outras. Através do uso de ferramentas de CSM é possível esboçar estudos prospetivos de âmbito operacional, antecipar acidentes, melhorar a busca e a recolha de náufragos, embarcações à deriva e objetos no mar, bem como a condução de operações marítimas ou obtenção de prova de ilícitos, salvaguardando-se assim vidas humanas, protegendo-se o ambiente marinho e costeiro, evitando-se impac- tos a nível económico, social e político, usando os meios de modo racional e otimizado, poupando recursos ao erário público.

O tipo de ações que acima indicámos ganha maior pertinência se tivermos em con- sideração a real importância das mesmas para a vida das populações, cada vez mais radi- cadas em áreas costeiras e envolvidas em atividades ligadas ao mar (ONU, 2014), o que deveremos, também, percecionar para mais facilmente transportarmos o produto teórico que aqui esboçamos para o campo da aplicação útil e real. Contudo, para que o êxito desta empreitada se afigure mais próximo, surge-nos uma necessidade flagrante, que

4 O COMAR é um centro da componente operacional do sistema de forças da Marinha, que tem por missão apoiar o exercício do comando e controlo das forças e unidades navais e assegurar a coordenação com entidades exteriores à Marinha. Está co-localizado com o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa, que integra a rede do Serviço Nacional de Emergência, permitindo uma resposta rápida e especializada, a situações de emergência e socorro nas áreas de responsabilidade da Marinha. É através do COMAR que o Centro Nacional Coordenador Marítimo (CNCM) agiliza todos os procedimentos de articulação entre as entidades nacionais e internacionais, com responsabilidade de atuação nos espaços marítimos nacionais, como sejam os casos da Marinha, Autoridade Marítima Nacional, Força Aérea Portu- guesa, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Polícia Judiciária e do Gabinete Coordenador de Segurança. O COMAR possui sistemas de recolha e gestão de informação que permitem a geração de conhecimento e superioridade da informação e da decisão, que potenciam a eficácia de atuação, quer seja ela militar ou não militar e opera ininterruptamente, sendo um centro nevrálgico de comando e controlo de toda a atividade desenvolvida pela Marinha, e de coordenação com todas as entidades com responsabilidades de atuação nos espaços marítimos sob soberania, jurisdição ou responsabilidade nacional, e cuja intervenção abrange áreas muito para além das de natureza puramente militar.

5 Sistema de informação de suporte a operações marítimas, premiado internacionalmente, que responde a um conjunto de necessidades das entidades públicas e privadas com responsabilidades no âmbito da segu- rança, salvaguarda da vida humana e proteção ambiental, dotando-as de uma maior eficácia e eficiência. Ver http://www.criticalsoftware.com/pt/products/p/oversee.

passa por consciencializar para a importância desta matéria, de modo que se legitime a oferta às autoridades, com competência nesta área, dos recursos necessários para que os Estados consigam combater as ameaças que podem advir do mar, quer surjam elas na ótica safety, isto é, causadas pelo erro humano, não intencional – como acidentes motiva-

dos por fadiga do pessoal que opera um navio, má previsão de quem o comanda ou desgaste de materiais – ou da vertente security, onde se encaixam as causas intencionais,

perpetradas individualmente ou em grupo, para causar danos a terceiros, como ações terroristas, de pirataria marítima ou sabotagem.

O sistema de informações que propomos poderá constituir-se como instrumento indispensável para a segurança e projeção marítima de Portugal, requerendo uma unidade que centralize os dados e trate da distribuição dos conteúdos produzidos, que poderão ser transmitidos através de uma rede fechada e segura, capaz de agregar informação clas- sificada e não classificada (Graça, 2008). Um sistema como este deverá trabalhar no âmbito das OSINT, permitindo a produção e posterior apresentação das informações produzidas, regularmente, de forma a potenciar e proteger os interesses das entidades integradas no projeto e, consequentemente de Portugal, o que obrigará a um investi- mento financeiro, mas também de vontades e consciências. A par desses pressupostos, será ainda necessário um enquadramento institucional – que passará por decisões da chancela política – e fazer a escolha da sua localização, que, segundo pensamos, poderá ser alocada algures nas proximidades do COMAR, conforme defendemos antes, não desvalorizando a hipótese de um centro de maior proporção, pensando na sua internacio- nalização e cruzamento com interesses e dados de parceiros internacionais, poder alocar- -se num dos arquipélagos portugueses, ou nos Açores, tentando aproveitar alguma das estruturas que a base das Lajes já possui, enquadradas em zona segura e vigiada militar- mente, ou na Madeira, “o vértice sul do famoso triângulo estratégico português” (Graça, 2008, p. 96).

A internacionalização de um projeto deste género não deverá ser posta de parte, podendo ser uma excelente forma de Portugal ganhar maior peso na esfera internacional, afirmando-se como parceiro fundamental ao nível da OTAN e um ponto avançado para a segurança marítima da UE, principalmente tendo em conta as ameaças que poderão provir da zona sul do Atlântico. Esta ideia poderá ser reforçada tendo em conta a locali-

zação da European Safety Agency (EMSA) em Lisboa e a proximidade desta com outras

agências como a FRONTEX6 e o Maritime Analysis and Operations Centre (MAOC),

que contempla o combate ao narcotráfico e também se encontra em território nacional. Ambos os organismos ficariam assim muito próximos do centro nevrálgico deste sis- tema, o que reforçaria, logicamente, a interoperabilidade entre agências.

6 FRONTEX é a designação abreviada da Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-membros da UE.

5. Por um Sistema de Inteligência Cooperativa no Atlântico

Lusófono

A contribuição de Portugal para a segurança dos espaços marítimos é fundamental para afiançar a defesa do território marítimo nacional, mas pode exteriorizar-se, e indo ao encontro dos interesses da política externa de Lisboa, ser extensível até ao âmbito da cooperação interestatal, especialmente com os países lusófonos localizados na orla atlân- tica do continente africano.

Assim, a capacitação operacional das marinhas dos aliados supracitados, pode ser um importante contributo de Portugal para a segurança do Atlântico sul. Esta poderá con-

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