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5. InfluênciaseIngerênciasExternas

No documento I Seminário IDN Jovem (páginas 38-45)

“A única grande resposta é que não há uma grande resposta”

William Easterly

 5.1OImpactodaVizinhança

No que concerne ao Corno de África, todos os Estados se viram mais ou menos envolvidos no conflito somali mas naturalmente que o nível das ingerências foi variável. Atentemos ao contributo de Joaquín Moreno (2011, pp. 158-160) para testemunhar essas

nuances.

A Etiópia está entre os mais ativos participantes devido a três grandes razões: as reivindicações do pansomalismo referentes à região etíope de forte minoria somali, Oga- den; os receios do estabelecimento na Somália de um regime extremista islâmico que possa fazer alastrar a fanatização e a insegurança à Etiópia; e o contínuo fluxo de refugia- dos somalis que acorre ao país. O executivo de Adis Abeba tem sido, assim, um dos maiores apoiantes do Governo Federal de Transição, das iniciativas de reconciliação e do patrocínio de milícias que combatam o Al-Shabaab (Moreno, 2011, p. 158).

Falando da Eritreia, a posição é absolutamente contrária. Apesar do conflito que opôs os eritreus aos etíopes ter cessado em 2000, este país vê na Somália uma forma de lutar contra a Etiópia de forma indireta. Por isso, na Eritreia o apoio é prestado ao Al- Shabaab e não ao Governo Federal de Transição, o que é irónico, atendendo a que os próprios líderes eritreus se vêm a braços com disputas internas contra os jihadistas locais (Moreno, 2011, p. 159).

Quanto ao Djibuti, a sua intervenção tem-se pautado pela mediação e compromisso para com a reconciliação somali, veja-se que o “Processo de Arta” que tomou lugar nesta cidade djibutiana viria a originar o Governo Nacional de Transição. Atente-se, contudo, que o pansomalismo também contempla territórios do Djibuti (Moreno, 2011, p. 159).

Outro dos atores locais é o Quénia, que conta com um interminável número de refu- giados somalis, o que é um desafio para um país que é também alvo das reivindicações de pansomalismo. As ações quenianas têm-se socorrido bastante das organizações internacio- nais, nomeadamente da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento. Não tendo o destaque que seria expectável atendendo às expetativas em torno de uma potência regional, é um firme apoiante do Governo Federal de Transição (Moreno, 2011, p. 159).

Finalizamos com dois atores que se encontram em posições mais dúbias. De um lado o Iémen, que desempenha um papel pouco relevante, ganhando mais importância no que respeita ao tráfico de armas – para o Al-Shabaab, para as forças governativas ou qualquer outra milícia; registe-se, ainda, o tráfico de seres humanos da Somália que fornece redes mafiosas iemenitas. Do outro lado temos o Sudão que, apesar de ser liderado sob os desígnios da sharia, ainda mediou encontros entre o governo somali e o Al-Shabaab

em 2006, tendo, no entanto, uma importância menor em toda a equação (Moreno, 2011, p. 160).

 5.2.OImpactodaMobilizaçãoGlobal

A Somália permanece nos dias de hoje como um dos países do mundo mais neces- sitados de ajuda externa. O território enfrenta uma das secas mais rigorosas dos últimos 50 anos, mais de 2,8 milhões de pessoas precisam de apoio alimentar, e são já mais de 1,4 milhões os deslocados internos. Enquanto isso, o Al-Shabaab continua bastante reni- tente em permitir que toda a extensão de apoios previstos para a desesperada comuni- dade seja distribuída, sendo este um dos maiores obstáculos enfrentados pelos agentes das organizações humanitárias (Terra, 2011).

Elencando brevemente algumas das principais intervenções começamos pela Afri- can Union Mission in Somalia (AMISOM), uma operação de paz lançada pela União Africana (apoiada pela ONU) para auxiliar o “governo” e as populações somalis. Desta- cam-se os seus esforços de apoio à implementação e sustentação – quer ao nível de infraestruturas, quer ao nível da proteção – do Governo Federal de Transição bem como o empenho nos diálogos de reconciliação nacional (Saraiva e Joana, 2011, p. 91).

Passemos agora à Operação Atalanta da União Europeia que constituiu a mais rele- vante resposta às solicitações do Conselho de Segurança da ONU de apoio à segurança marítima nas costas da Somália. Entre os seus mais fundamentais objetivos temos: a proteção dos navios da ajuda humanitária e da AMISOM; prevenir e punir a pirataria, bem como proteger os navios vulneráveis; e vigiar as pescas nas águas somalis (Moreno, 2011, p. 157).

Por fim, interessa ver o papel dos Estados Unidos da América. Desde logo as ligações do Al-Shabaab à Al-Qaeda motivam o combate a esta ramificação do jihadismo na Somá- lia, de tal forma que o líder da organização foi morto em 2008 num ataque aéreo protago- nizado por americanos (Duarte, 2015, p. 224). À parte disso, os EUA têm apoiado com fundos e apoio logístico o governo somali (Saraiva e Joana, 2011, pp. 93-94). O apoio dos Estados Unidos da América quer ao governo, quer à AMISOM foi reforçado sobretudo a partir de 2010, na sequência do atentado do Al-Shabaab em Kampala, a capital do Uganda, o primeiro além-fronteiras por parte deste organismo (Duarte, 2015, p. 225).

 5.3.AjudaDesajustada

Apesar do esforço e dos investimentos – que já ascenderam a mais de 8 biliões de dólares – realizados na Somália, cada vez mais vozes se juntam ao coro de críticas às ajudas prestadas e da forma como estas foram prestadas. Seth Kaplan (2010, p. 89) diz

mesmo que muitas das culpas deste profundo pesadelo humanitário poderão ser atribuí- das à comunidade internacional.

Entre os grandes erros que são mencionados destacam-se as sucessivas tentativas externas de impor a criação de um Estado ao estilo ocidental com um governo central num processo do topo para a base, o que demonstra o desconhecimento da realidade sociopolítica somali (Menkhaus, 2007, p. 101). Boa parte dos falhanços da ajuda externa têm que ver com o facto de a população não reconhecer como legítimo um governo formal que lhe é forçado e que entra em choque com as suas formas tradicionais de orga- nização política informais – que para si são até mais significativas – numa sociedade que é naturalmente fluída e profundamente descentralizada (Kaplan, 2010, p. 94).

A solução, segundo Morten Bøås (2013, p. 67), terá necessariamente de passar por uma junção da ajuda humanitária e política de apoio ao desenvolvimento externas em articulação com o mosaico de ordens políticas híbridas existentes no terreno de destino do auxílio.

6. Conclusão

O conflito somali, como já vimos, advém de uma grande combinação de razões. Por

isso mesmo são também vários os atores responsáveis pela manutenção de um status quo

de miséria que perdura no país.

Nesse sentido, o repórter Andrew Harding (BBC Brasil, 2011) menciona alguns dos agentes responsáveis pela continuidade do caos: o Al-Shabaab, pelos bloqueios e com- bate às ações humanitárias; o Governo Federal de Transição, símbolo do fracasso da construção de um Estado formal quase sem poder; os Estados Unidos da América, que receiam estar a ajudar as milícias islâmicas que dominam o território, paralisando por isso vários programas de ajuda; o Quénia, que se tem mantido demasiadamente passivo para com a crise somali; as mudanças climáticas, que ditam a persistência de uma seca arrasa- dora e o crescimento populacional descontrolado, que aumenta proporcionalmente as necessidades de apoio humanitário.

Entretanto, a Somália permanece um Estado frágil que se vai tornando, cada vez mais, num porto seguro para a entrada do jihadismo – que, assim, vai reforçando a sua dimensão global – em África, quer como base de operações, quer como centro de treino. Ora, nesse sentido, aumentam as perceções que se têm dos países que padecem de problemas deste género como sendo ameaças à segurança internacional (Duarte, 2015, p. 227).

Fechamos com uma reflexão de Morten Bøås (2013, p. 57) que considera que a cate- gorização entre Estados funcionais ou falhados é redutora, errónea e anistórica, pois cada Estado moderno é o resultado dum progresso contínuo e da culminação de elementos sociais, económicos, políticos através de processos históricos únicos e individuais. Tudo isto parece dissociável quando se aplicam estes epítetos. Ou seja, aqueles que se tornaram grandes talvez um dia tenham sido mais frágeis.

Por fim, impõe-se sublinhar o arguto raciocínio de Seth Kaplan (2010, p. 95) de que se a comunidade internacional quiser realmente fazer algo de bom pelos somalis, pois então que deixe de julgar que a mesma solução serve para todos. É tempo de soluções à

medida das necessidades de cada território, de cada população. Até porque os somalis já pagaram bem caro pelos nossos erros, já sofreram demasiado.

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