• Nenhum resultado encontrado

ENSAIOS REGIONAIS AVANÇADOS DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO DE CICLO PRECOCE NO

No documento Resumos, conferências. (páginas 124-127)

ESTADO DO RIO DE JANEIRO (2002/2003 a 2004/2005)

SILVINO AMORIM NETO1, WANDER EUSTÁQUIO DE BASTOS ANDRADE1, VÁLBER RIBEIRO DA SILVA2

INTRODUÇÃO: Desde a década de 1980, a região das Baixadas Litorâneas vem surgindo como nova fronteira agrícola para o Estado do Rio de Janeiro, onde o arroz já é cultivado

Cultivares Acama IF Tipo GT PMG

e/ou AP mento¹ (dias)² RE de (%) ID³ (g)

linhagens GI GQ grão CNAi 9018 93 1 105 56 13 LF 84 1 26 CNAi 8569 96 1 106 57 13 LF 90 1 26 Metica 1 100 1 105 58 12 LF 84 1 26 Epagri 109 101 1 108 61 9 LF 91 1 28 Inca 100 1 105 52 17 LF 86 1 31 BR Irga 409 101 1 95 55 12 LF 91 1 28 Média 98 - 104 56 13 - 88 - 27

¹ Avaliação em notas de 1 a 9, sendo a nota 1 sem acamamento. ² Dias após a emergência.

³ Avaliação em notas de 1 a 9, sendo a nota 1 sem incidência de doença. AP – Altura de planta; IF – Início de floração.

RE – Rendimento de engenho; GI – grãos inteiros. GQ – grãos quebrados; GT – Grãos translúcidos. ID – Incidência de doenças; PMG – peso de mil grãos.

Quadro 2. Características agronômicas altura de planta (cm), acamamento, início de floração,

rendimento de engenho (% de grãos inteiros e quebrados), tipo de grão, percentual de grãos translúcidos, incidência de doenças e peso de mil grãos (g) das linhagens CNAi 9018, CNAi 8569 e cultivares de arroz irrigado testemunhas no período de 2002 a 2005, nos ensaios de ciclo médio, nos municípios de Campos e Macaé, RJ.

1 Pesquisador, Pesagro-Rio/EEC,

Av. Francisco Lamego, 134. Guarus. 28080-000, Campos dos Goytacazes, RJ. Fone (22) 2723-2105. silvino@censanet.com.br. 2 Técnico Agrícola, Pesagro- Rio/EEC.

em sistema empresarial. A exemplo de outras regiões tradicionais fluminenses de cultivo de arroz, a área ocupada com a cultura tem decaído nos últimos anos devido,

principalmente, às oscilações observadas no preço final dos grãos. Apesar desta

tendência, alguns grandes produtores ainda exploram a cultura, em sistema de rotação de cultivo. Assim, no verão as áreas são utilizadas em sua maioria pela cultura do arroz irrigado por inundação e o feijão e o milho têm se constituído alternativa para o uso intensivo destas áreas no inverno. Considerando-se o sistema de exploração em uso, seria de interesse para os produtores da região a identificação de materiais mais

produtivos e de ciclo precoce, que favoreçam a colheita mais cedo e a liberação das áreas para outros cultivos.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram conduzidos ensaios na Fazenda Angra, região Norte Fluminense, e na Fazenda Ilha da Saudade, região das Baixadas Litorâneas, nos anos agrícolas de 2002/2003 e 2003/2004 (Campos dos Goytacazes e Macaé) e no ano agrícola de 2004/2005 (Campos dos Goytacazes). Empregou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. Nos ensaios conduzidos em 2002/2003 foram testadas 24 cultivares e/ou linhagens no ensaio de Campos dos Goytacazes e 20 em Macaé, no ensaio de 2003/2004 21 cultivares e/ou linhagens em Campos dos Goytacazes e 18 em Macaé e, no ensaio 2004/2005, 19 cultivares e/ou linhagens em Campos dos Goytacazes. Foram introduzidas apenas cultivares e/ou linhagens de ciclo precoce, com florescimento entre 90 e 100 dias. As cultivares Inca e Epagri 109, já recomendadas, foram consideradas como testemunhas e utilizadas em alguns dos ensaios conduzidos, para se ter uma referência de produtividade de grãos, já que são materiais de ciclo médio. Como testemunhas de ciclo precoce foram utilizadas as cultivares Pesagro 104 e BR Irga 409. A área total da parcela foi de 10,8 metros quadrados, constituídas por seis linhas de seis metros de comprimento, espaçadas de 0,30 metros. Como área útil, foram consideradas as quatro fileiras centrais, eliminando- se duas fileiras laterais e 0,50 metros nas extremidades, como bordadura, perfazendo área de seis metros quadrados. As semeaduras foram sempre realizadas no período de novembro – dezembro de cada ano agrícola, em solo seco, na densidade de 100 sementes por metro linear de sulco. Quando necessário, o controle de invasoras foi realizado manualmente. Não foram necessárias aplicações de agrotóxicos, seja para pragas e/ou doenças. A adubação de base foi a preconizada pela análise de solo, e o nitrogênio, quando necessário, foi parcelado em 1/3 por ocasião da semeadura e 2/3 na diferenciação do primórdio floral. Foram analisados por ocasião da colheita, o rendimento de grãos em kg ha-1 corrigido a 13% de base úmida, para todos ensaios. Para os materiais que se destacaram, juntamente com as testemunhas estaduais de produção (Inca) e testemunhas estaduais para qualidade de grãos (Pesagro 104 e BR Irga 409), foram avaliados ainda a altura de plantas (cm), acamamento, época de início de floração (dias), rendimento de engenho (percentual de grãos translúcidos e de grãos quebrados), tipo de grãos, percentual de grãos translúcidos, incidência de doenças e peso de mil grãos (g).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No Quadro 1 poderão ser observados os rendimentos de grãos. Em termos de média, a amplitude de variação entre as produtividades foi de 2.748 kg de grãos ha-1 (cultivar Formosinho) a 5.451 kg de grãos ha-1 (linhagem SCS

BRS 111). Ou seja, considerando-se a linhagem mais produtiva, obteve-se diferença de 98,4% na produtividade, em relação a menos produtiva. Considerando-se as

testemunhas regionais BR Irga 409 (4.389 kg de grãos ha-1) e a Epagri 109 (5.261 kg

de grãos ha-1), Inca (4.983 kg de grãos ha-1) e Pesagro 104 (4.381 kg de grãos ha-1) o

ganho em produtividade foi da ordem de 24,2%, 3,6%, 9,4% e 24,4%,

respectivamente. Deve-se destacar, entretanto, que as cultivares testemunhas Epagri 109 e Inca são de ciclo médio, sendo introduzidas no ensaio como referencial para

produtividade. Portanto, alguns dos genótipos introduzidos, apesar de mais precoces, tiveram o mesmo potencial produtivo. Em relação às testemunhas Pesagro 104 e BR irga 409, de ciclo precoce, os ganhos foram significativos, da ordem de 24%. A média geral

126

II Congresso Brasileiro da Cadeia Produtiva do Arroz/VIII Reunião Nacional de Pesquisa do Arroz - Renapa

dos genótipos foi de 4.127 kg de grãos ha-1 considerando-se todos os ensaios

conduzidos, estando 14,6% acima da média estadual atual, de 3.600 kg de grãos ha-1.

As linhagens CNAi 8860, CNAi 8870, CNAi 9838, BRS Pelotas, SCS BR 111, BRA 01424 e BRA 01419 se destacaram também em termos de qualidade de grãos,

conforme poderá ser observado no Quadro 2. Verifica-se que em todas as características avaliadas as linhagens selecionadas tiveram excelente resultados, aliando produtividade e precocidade. A altura de planta foi inferior a um metro, característica de interesse para a região das Baixadas Litorâneas, devido aos fortes ventos predominantes, não sendo observado acamamento. A época de floração foi bem próximo ao da testemunha estadual BR Irga 409, um dos materiais recomendados para o Estado do Rio de Janeiro e

reconhecidamente precoce.

Quadro 1. Produção de grãos de cultivares e/ou linhagens de arroz irrigado que participaram de

ensaios regionais avançados de ciclo precoce, nos municípios de Campos e Macaé, RJ. Anos agrícolas 2002/2003, 2003/2004 e 2004/2005.

Cultivares e/ou 2002/2003 2003/2004 2004/2005 Média dos

linhagens Macaé Campos Campos Campos Ensaios

BRS GO - - - 6.351 6.351 BRA 70278 - - - 5.922 5.922 BRA 01322 - - 6.495 5.226 5.860 BRA 70271 - - - 5.830 5.830 BRS Alvorada - - - 5.767 5.767 BRA 01381 - - - 5.743 5.743 BRA 01305 - - 6.588 4.870 5.729 BRA 01258 - - 6.047 5.393 5.720 BRA 02706 - 5.725 5.725 CNAi 8569 5.787 3.968 7.407 - 5.720 BRA 02700 - - - 5.718 5.718 BRA 01383 - - - 5.677 5.677 BRA 02698 - - - 5.601 5.601 BRA 01330 - - - 5.522 5.522 CNAi 9018 5.251 3.900 7.392 - 5.514 BRA 02702 - - - 5.434 5.434) BRA 02665 - - - 5.593 5.390 BRA 02654 - - - 5.309 5.309 Epagri 109 3.536 5.187 6.720 5.680 5.279 Metica 1 5.157 3.641 7.012 5.034 5.211 Biguá 3.079 4.668 6.817 6.172 5.184 CNAi 9025 3.549 4.080 7.405 - 5.012 Formoso 4.464 3.270 6.652 5.081 4.866 CNAi 9090 2.818 3.626 7.630 - 4.691 Tio Taka - - - 4.685 4.685 BRA 02690 - - - 4.643 4.643 CNAi 9748 5.525 3.666 - - 4.595 CNAi 9705 5.371 3.576 - - 4.473 CNAi 9730 3.774 4.139 5.233 - 4.382 CNAi 10393 2.918 3.237 6.755 - 4.303 Jaburu 3.191 3.563 5.907 - 4.222 CNAi 9687 4.272 3.658 - - 3.965 CNAi 9778 3.361 3.846 5.042 - 3.674 CNAi 9747 3.764 3.576 - - 3.670 CICA 8 3.212 3.900 - - 3.556 CNAi 9089 3.246 3.757 - - 3.501 CNAi 9150 3.176 3.780 - - 3.478 CNAi 10390 3.160 2.950 - - 3.055 CNAi 9097 2.028 3.541 - - 2.784 Média 3.839 3.787 6.606 5.724 4.989

O rendimento de engenho também foi adequado, e todas classificadas como tipo de grão longo fino. Os grãos translúcidos (%), de interesse para comercialização no exigente mercado do Grande Rio foi excelente, superior até às testemunhas locais Pesagro 104 e BR Irga 409 (mais precoces). Em relação à testemunha de ciclo médio Inca, fica evidente o ganho em termos de ciclo, com diferenças entre nove dias e 19 dias, conforme a linhagem considerada. Esta diferença pode significar o sucesso ou insucesso das culturas em cultivo em sucessão. Outro fator favorável, é que não foram observados danos causados pela brusone e mancha parda. CONCLUSÃO: As linhagens de ciclo precoce CNAi 8860, CNAi 8870, CNAi 9838, BRS Pelotas, SCS BR 111, BRA 01424 e BRA 01419, a se confirmarem as produtividades médias obtidas em próximos ensaios, aliada à excelente qualidade de grãos, poderão se transformar em futuros lançamentos, adequando-se ao sistema produtivo em uso atual na região das Baixadas Litorâneas do Estado do Rio de Janeiro.

RESISTÊNCIA À SECA: I. AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE

No documento Resumos, conferências. (páginas 124-127)

Outline

Documentos relacionados