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O ensino da arte é fundamental

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ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

4.3. OS SENTIDOS E SIGNIFICADOS DO ENSINO DA ARTE PARA GESTORAS E COORDENADORAS

4.3.1. O ensino da arte é fundamental

Este núcleo trata dos sentidos e significados das gestoras e coordenadoras em relação à compreensão do ensino de arte na unidade escolar que atuam. Seguem os relatos:

Gestoras:

Kleyse: ―É... o ensino da arte na escola ele é desenvolvido através da recriadora e da professora de ensino especial da sala do AEE, especificamente, porém, não quer dizer que os outros professores também não trabalhe a arte em sala de aula‖; ―Eu avalio que o ensino da arte é fundamental no processo educativo e socialização, visto que algumas crianças com deficiência desenvolve o aprendizado dela através da arte, porque às vezes ela não sabe expressar falando ou escrevendo, mas ela sabe desenhar e a gente pode está identificando através dos desenhos, através das produções, de uma dança, de uma fala, através da arte a criança acaba expressando muito o que ela tá sentindo, o que ela tá vivendo e partilha com os outras crianças‖;

Carla: ―A arte na escola deve ir além das aulas de pintura e desenho. Ela é fundamental para a integração social e aprendizagem da criança com deficiência‖.

Coordenadoras:

Helena: ―Muito bom. Aqui é ótimo. É bem proveitoso, é bem... é um... é bem inclusivo, é uma coisa que desenvolve, que ajuda, entendeu? No desenvolvimento do aprendizado da criança com deficiência‖; ―Desde a arte da professora lá da sala até as lá de

fora; balé, a música, depois que teve aqui fez um... é assim evoluiu entendeu? Foi algo que veio para como é que fala, para somar, viu!‖; ―A gente pode ver a evolução das crianças, a gente pode ver o desenvolvimento, pode ver o auxílio na disciplina, entende? Então assim, até no comportamento das crianças a gente pode ver essa mudança, na responsabilidade, né! Então a gente avalia... para mim é ótimo, tem ajudado eu avalio de uma forma ótima porque é algo realmente que tem feito o seu papel, não tem passado por passar‖.

Madalena: ―Ao trabalhar com a arte, envolvemos o aluno com deficiência em um contexto social para que ele organize suas ideias e construa a linguagem por meio de várias leituras do mundo, estimulando assim seu desenvolvimento sensorial e visual‖.

As falas apontam que o ensino da arte é relevante e fundamental no processo educativo e integração social dos/as estudantes com deficiência, auxiliando no desenvolvimento intelectual, cognitivo, envolvendo a percepção, movimento e expressão. A gestora aponta que o ensino das linguagens artísticas é desenvolvido pelo profissional do AEE e pelo recriadora. Deste modo, vale ressaltar que é o atendimento educacional especializado que realiza atendimentos no contra turno do/a estudante, em uma sala específica organizada com recursos pedagógicos diferenciados e adaptados para atender as especificidades de cada deficiência, por exemplo: o/a estudante com surdez recebe atendimento em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), o/a estudante cego recebe atendimento com recursos pelo sistema de leitura e escrita para cegos (BRAILE) e outros materiais para atividades táteis. Estes são atendimentos regulamentados pelas políticas de inclusão vigentes. Sobre a recreadora que é a professora com conhecimento em artes, que dá aulas desta disciplina, estas aulas acontecem geralmente uma vez por semana, seguindo a carga horária da escola. Esta profissional proporciona o ensino e a aprendizagem das linguagens artísticas em cada turma.

Nesse sentido, em relação às falas das coordenadoras que apontam a importância da arte na integração social dos/as estudantes com deficiência, destacamos o que diz Vigotski (1999), para ele, o sentido social da arte é de suma importância na formação humana, uma vez que a arte: ―é o social em nós, e, se o seu efeito se processa em um indivíduo isolado, isto não significa, de maneira nenhuma, que suas raízes e essência sejam individuais. É muito ingênuo interpretar o social apenas como coletivo, como existência de uma multiplicidade de pessoas‖ (p.315). Ainda: ―O social existe até onde há apenas um homem e as suas emoções pessoais. Por isto, quando arte realiza a catarse e arrasta para esse fogo purificador as comoções mais íntimas e mais vitalmente importante de uma alma individual, o seu efeito é um efeito social‖, ressalta Vigotski (1999, p.315).

Frente ao que aponta Vigotski (1999), constata-se que a arte desperta emoções e sentimentos e tem efeitos sociais, ou melhor, é social, uma vez que apreende-se que ao ter a liberdade de expressar, dançar, pintar, desenhar e partilhar suas criações aos outros, o ensino da arte marca esse lugar do social da arte para o/a estudante com deficiência, potencializando os sentimentos, emoções que contagiam a todos e todas.

Assim, as falas das gestoras e coordenadoras evidenciam que o ensino da arte é fundamental para os/as estudantes com deficiência, uma disciplina potencializadora no processo do ensino e aprendizagem e possibilita uma integração social. Nessa direção, aponta Osinski (2002), que a função do ensino da arte nas escolas é de: ―estimular cada aluno para que, identificado com suas próprias experiências, desenvolvesse ao máximo os conceitos que expressam seus sentimentos, suas emoções e sua sensibilidade estética‖ (p.96).

Nesta lógica, Os PCNs/Arte de 1997, referente à arte como objeto de conhecimento contribuem com o processo de ensino e aprendizagem da seguinte maneira:

Apenas um ensino criador, que favoreça a integração entre a aprendizagem racional e estética dos alunos, poderá contribuir para um exercício conjunto complementar da razão e do sonho, no qual conhecer é também maravilhar-se, divertir-se, brincar com o desconhecido, arriscar hipóteses ousadas, trabalhar duro, esforçar-se e alegrar-se com descobertas (BRASIL, 1997, p. 27).

Portanto, as gestoras e coordenadoras apontaram em suas falas sobre a importância de se trabalhar não somente desenho e pintura, mas também outras linguagens da arte, confirmando que ―o trabalho do professor é o de usar os meios dessas diferentes linguagens, naturais da criança, e dele próprio para alcançar outros caminhos de descobertas e de novas criações‖ (GARCIA, 2000, p. 82-83), proporcionando assim, diversas habilidades no processo educativo do/a aluno/a. Além do mais, o ensino e aprendizagem por meio da arte propicia o envolvimento dos/as estudantes, levando-os, a um processo socializador.

Deste modo, as gestoras e coordenadoras que participaram da pesquisa, destacaram que o ensino arte em suas escolas é realizado pelas recriadoras e pelas professoras do atendimento educacional especializado (AEE) e reforçam a necessidade de outros/as professores/as também ensinar arte. Elas analisaram ainda que, o ensino e aprendizagem da arte são essenciais para novas descobertas e recriações no processo educativo dos/as estudantes com ou sem deficiência.

Nessa direção, afirma Osinski (2002) sobre a importância da arte na vivência educativa e social do sujeito com deficiência da seguinte maneira:

A função da escola seria estimular cada aluno para que, identificado com suas próprias experiências, desenvolvesse ao máximo os conceitos que expressam seus sentimentos, suas emoções e sua sensibilidade estética. Numa sociedade de massa, em que as relações sensitivas do indivíduo são progressivamente suprimidas, a educação artística seria a única disciplina capaz de se concentrar no desenvolvimento de experiências sensoriais, tornando a vida mais satisfatória e significativa (p. 96).

Assim, a autora aponta que o ensino por meio da arte favorece o ensino e a aprendizagem, estimula os/as estudantes a expressarem seus sentimentos na produção artística e pode contribuir para a interação social.

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