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Capítulo 7. Desenvolvimento ao “sabor” do turismo? O caso Serra da Estrela

7.1 Breve caracterização das entidades consultadas

7.1.1 Entidades Entrevistadas

No capítulo 5 referimos os critérios na base da selecção das entidades a entrevistar na nossa pesquisa. A partir de tal definição foram contactadas 14 organizações e todas aceitaram conceder- nos a entrevista solicitada. Para além da Região de Turismo da Serra da Estrela, foram entrevistados representantes de 7 Associações de Desenvolvimento local e 6 entidades gestoras de certificações de origem (Associações de Produtores e Cooperativas). Na tabela seguinte procedemos à sua breve caracterização, a partir de elementos fornecidos durante a própria entrevista136, ou a partir de dados documentais consultados.

Designação/ Fundação Objectivos Território

RTSE – Região de Turismo da Serra da Estrela

(1957)

“a) Valorização turística da região; b) Aproveitamento equilibrado das potencialidades turísticas da respectiva área e valorização das riquezas artísticas, arqueológicas, históricas, etnográficas, gastronómicas, culturais, naturais, paisagísticas, termais e demais equipamentos turísticos ou elementos de manifesto interesse para o turismo (…)”137

Oliveira do Hospital, Fornos de Algodres, Gouveia, Seia, Almeida, Celorico da Beira, Guarda, Manteigas, Pinhel, Trancoso, Penamacor, Belmonte e Covilhã. ADRUSE – Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela (1991)

Associação de desenvolvimento local que surgiu com o objectivo de implementar o programa Leader, focando-se em áreas como o turismo e os produtos regionais sem certificação de origem (já que esses são apoiados por outras entidades).

Gouveia, Seia Fornos, Celorico, Manteigas e Guarda. ADERES – Associação de Desenvolvimento Rural Estrela Sul (1994)

Associação de desenvolvimento local que pretende captar fundos estruturais englobados nos diversos programas europeus através do programa Leader, bem como outros programas, nos quais podem envolver parceiros privados, a fim de desenvolver as extremidades rurais.

Parte dos Concelhos da Covilhã e Fundão.

ADRACES – Associação para o desenvolvimento da Raia Centro – Sul

(1991)

Associação de desenvolvimento regional que desenvolve várias actividades, umas têm a ver com a gestão pura e dura dos sistemas de incentivos aos quais concorre, seja iniciativas comunitárias, seja do

Castelo Branco, Idanha- a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão.

136 As transcrições directas das entrevistas foram colocadas em itálico.

Designação/ Fundação Objectivos Território

governo outras actividades que vão desde a formação profissional, à animação permanente dos territórios. Pró-Raia – Associação de

Desenvolvimento

Integrado da Raia Centro Norte

(1993)

Associação de desenvolvimento local que trabalha com o programa Leader, focando-se em áreas como o turismo e os produtos regionais sem certificação de origem (apesar de terem sido os primeiros na região a tratar dos dossiers dos produtos de qualidade, que posteriormente transmitiram às entidades competentes).

Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda e Sabugal.

Rude – Associação de Desenvolvimento Rural (1991)

Associação de desenvolvimento local que trabalha com o programa Leader, actuando em áreas como turismo e, essencialmente, os produtos locais, em especial junto de pequenos produtores.

A maior parte das

freguesias dos concelhos da Covilhã e Fundão e Belmonte na totalidade. ADIBER – Associação de Desenvolvimento

Integrado da Beira Serra (1994)

Associação de desenvolvimento local que trabalha com o programa Leader, actuando em áreas como o apoio aos produtos locais. Visam a dinamização de projectos de desenvolvimento local e de qualificação de recursos humanos.

Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua. Raia Histórica – Associação de Desenvolvimento do Nordeste da Beira (1996)

Associação de desenvolvimento local que trabalha com o programa Leader, focando-se em áreas como o turismo e pequenos projectos ligados aos produtos locais.

Intervenção directa ao nível do programa Leader nos Concelhos de Meda, Trancoso, Figueira, Almeida e Pinhel.

Estrelacoop – Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela

(1991)

A cooperativa tinha como objectivo inicial a promoção e comercialização dos produtos da Serra da Estrela, quer o borrego, o queijo e o requeijão. Mas de momento não está a comercializar, apenas dá apoio técnico aos produtores. Fazem a gestão da denominação de origem protegida do Borrego, do Queijo e do Requeijão.

Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo e Seia; Algumas

freguesias dos concelhos de: Aguiar da

Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tondela, Trancoso e Viseu. APABI – Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (1999)

Associação que visa a dinamização do sector olivícola e a gestão da denominação de origem protegida.

Distritos de Castelo Branco, Guarda e Concelho de Mação. Cooperativa dos Fruticultores da Cova da Beira (1966)

A cooperativa tem por objectivos a promoção, armazenamento e comercialização dos seus produtos, apoio técnico e um local de venda de material e equipamentos para os associados, proporciona ainda formação. São a entidade gestora dos IGP.

Covilhã, Belmonte e Fundão.

Designação/ Fundação Objectivos Território Frutas e Legumes da Beira

Alta, ACE (1993)

empresas que faz a gestão e a promoção da Beira Alta como Indicação Geográfica Protegida e a gestão e promoção da Maça Bravo de Esmolfe, como Denominação de Origem Protegida.

Distrito da Guarda e 3 concelhos do Distrito de Coimbra: Tábua, Arganil e Oliveira do Hospital. Bandarra – Cooperativa

Agrícola do Concelho de Trancoso

(Início anos oitenta)

É uma cooperativa que visa apoiar os agricultores da região em quatro vertentes: a animal através de apoio veterinário e OPP, que faz o saneamento animal; o apoio administrativo em candidaturas a fundos públicos e em contactos com

entidades públicas; o aprovisionamento, com uma loja de

venda de factores de produção agrícolas; e uma vertente comercial de venda dos produtos agrícolas com a marca da cooperativa. É ainda a entidade gestora do DOP.

Essencialmente Trancoso e Meda e freguesias limítrofes. Associação de Produtores de Queijo do Distrito de Castelo Branco (1988)

A associação faz a gestão e a manutenção das denominações de origem. Em termos de gestão, preocupa-se fundamentalmente com a promoção do produto e aspectos regulamentares e burocráticos.

Distrito de Castelo Branco.

Tabela 5 – Caracterização das entidades entrevistadas

Todas as entidades entrevistadas apresentam fins não lucrativos, estando todas elas, de algum modo, relacionadas com o desenvolvimento local, seja de forma mais abrangente, como as ADL, ou mais restrita, apenas ligada a uma fileira de produto, como as associações de produtores e cooperativas. Na maioria das entidades constatámos uma forte relação ao sector do turismo, que no caso da RTSE é uma ligação é exclusiva. De algum modo, todas as entidades se relacionam com os PAR, mesmo na RTSE, através da inclusão de alguns PAR como componente promocional da região.