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ENTRADA DOS DADOS

No documento SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA (páginas 193-200)

Classificação Zoológica Filo: Chordata

ENTRADA DOS DADOS

Nessa planilha o usuário deverá inserir os dados, no formato de dupla entrada (tratamentos x blocos), pode ser copiado e colado de outro arquivo Excel, ou até mesmo digitado. Somente os campos em branco poderão ser alterados. Os demais campos estão bloqueados e indisponíveis para edição como medida de segurança da programação. O arquivo disponibilizado já possui um arquivo de dados com um exemplo para facilitar o entendimento, os quais podem ser substituídos pelos dados a serem analisados.

UE - INDEPENDÊNCIA

Essa planilha possui a função específica de identificar o número da parcela em que cada tratamento se encontra em cada bloco. Para tanto, deve ser inserido o número da unidade experimental que corresponde a matriz tratamento x bloco, de uma maneira que exista um caminhamento lógico de deslocamento entre as parcelas experimentais no campo. O leitor pode compreender melhor como devem ser informados estes valores ao comparar os valores originais nesta planilha com os da Figura 1.

Se o usuário não possuir o croqui experimental ou não realizar a inserção dos dados nessa planilha, os resultados de aleatoriedade devem ser desconsiderados. Nessa planilha também estão disponíveis somente as células marcadas com a coloração branca, as demais células não estão disponíveis para a edição.

RESULTADOS

Essa planilha apresenta de forma sintética os resultados para cada um das pressuposições testadas. Essa planilha não pode ser editada diretamente no arquivo somente leitura (pressupostos.xls), para sua edição essa tabela deve ser copiada e colada em outro editor de texto.

Existem ainda quatro planilhas que estão ocultas (não aditividade, normalidade, homogeneidade e aleatoriedade). Essas servem para os procedimentos de cálculos e testar cada uma das pressuposições, alimentando a planilha “resultados”.

O arquivo tipo leitura “Pressupostos.xls” está disponível gratuitamente para a utilização, desde que citada a fonte em http://pessoal.utfpr.edu.br/martin/.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados do experimento adotado na aplicação da verificação dos pressupostos podem ser submetidos à análise de variância e testes de hipóteses. Verificou-se que o modelo é aditivo, os erros tem distribuição de probabilidade normal, são independentes (aleatórios) e as variâncias são homogêneas entre os tratamentos.

Lembrando sempre que, existem situações em que as falhas nos pressupostos podem ser identificadas até sem a aplicação dos testes. Pode-se citar alguns casos: a) Quando a média é proporcional a variância de cada tratamento, verificado graficamente – caso solucionado com a transformação logarítmica para a estabilização das variâncias; b) Quando tem-se dados de contagem, nas unidades experimentais, de valores muito pequenos e alguns muito grandes, tipo evento raro ou de distribuição Poisson – caso em que usa-se a transformação raiz quadrada para normalizar os dados; c) Quando tem-se dados de percentagem, ajustado a distribuição binomial – usa-se a distribuição arco seno para normalizar os dados.

Tabela 11 - Conclusões a respeito dos testes de hipóteses para as pressuposições do modelo matemático do delineamento blocos ao acaso.

Não aditividade Modelo matemático aditivo

Normalidade Erros com distribuição normal

Homogeneidade de variâncias Variâncias homogêneas

Aleatoriedade Erros não aleatórios

O uso de uma transformação, como a logarítmica, pode ser a solução para os casos: a) falta de aditividade no modelo; b) média proporcional à variância.

Para a falta de aleatoriedade não há solução aparente, tipo transformação dos dados ou o uso dos testes não paramétricos. Deve-se verificar a causa do evento, como a falha no planejamento do posicionamento dos blocos no campo. Dessa forma, o presente aplicativo auxilia e agiliza o processo de verificação dos pressupostos do modelo matemático do delineamento blocos ao acaso.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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TUKEY, J. W. One degree of freedon for non-additivity. Biometrics. n.5, p.232-242, 1949.

Sistemas de Produção Agropecuária - Ano 2008

água virtual (Allan, 1994, 1998; 2003). Sendo assim, a concepção de água virtual se apóia em um argumento relativamente simples, muito embora exista uma grande complexidade para sua aferição empírica. Os cálculos envolvidos nas estimativas do volume de comercialização da água virtual, no entanto, são complexos. Para estimar estes valores, devem-se considerar a água envolvida em toda a cadeia de produção, assim como, as características específicas de cada região produtora, além das características ambientais e tecnológicas (Carmo et al., 2007).

A repercussão do termo "água virtual" passou a ser mais expressiva quando o grupo liderado por Hoekstra da University of Twente (Enschede), na Holanda, e UNESCO-IHE Institute for Water Education que realizou um trabalho de identificação e quantificação dos fluxos de comércio de água virtual entre os países (Hoekstra & Hung, 2002), tornando operacional o conceito. As pesquisas sobre o comércio de água virtual utilizaram fontes de dados, que possibilitam comparações internacionais, e de caráter oficial, como aquelas ligadas à ONU (Organização das Nações Unidas), à FAO (Food and Agriculture Organization), ao Banco de Dados Estatísticos de Comércio de Commodities (COMTRADE) das Nações Unidas, e também dados do Centro Internacional de Comércio em Genebra (Carmo et al., 2007; Hoekstra e Hung, 2004; Chapagain, et al., 2005a; e Chapagain et al., 2005b).

A demanda de água virtual por produtos de origem vegetal, deve considerar parâmetros climáticos, a evapostranspiração do produto, a produtividade de cada cultura e a água utilizada no processo (Figura 1).

Figura 1 - Esquema conceitual dos passos para as estimativas de comércio internacional de água virtual. Fonte: adaptado de Hoekstra & Hung, 2002 por Carmo et al., 2007.

A Tabela 1 apresenta o volume de água virtual de alguns produtos por unidade, produtos de origem animal consomem valores mais elevados de água virtual quando comparados com os produtos de origem vegetal. No cálculo de produtos de origem animal, devem-se considerar o valor de água consumido pelo animal até a sua transformação em carnes ou demais produtos.

Tabela 1– Média global de água virtual contida em alguns produtos por unidade Produto mL Água virtual

(L) Produto g Água virtual (L) 1 copo de cerveja 250 75 1 fatia de pão 30 40

1 copo de leite 200 200 1 batata 100 70 1 xícara de café 125 140 Batata chips 200 185 1 xícara de chá 250 35 1 ovo 140 135 1 taça de vinho 125 120 1 tomate 70 15 1 copo suco maçã 200 190 1 laranja 50 50 1 copo suco laranja 200 170 1 hamburguer 150 2400 Fonte: Chapagain & Hoekstra, 2003.

ESCASSEZ DE ÁGUA

Embora mais de dois terços da superfície do globo terrestre seja coberta pela água dos mares e oceanos, a situação deste recurso em nosso planeta está longe da abundância que sugere a imagem reconfortante do "planeta água" (Vargas, 1999). Segundo dados quantitativos, produzidos por hidrólogos, 97,5% da água disponível na Terra são salgadas e 2,493% estão concentrados em geleiras ou regiões subterrâneas de difícil acesso; sobram, portanto, apenas 0,007% de água doce para o uso humano, disponível em rios, lagos e na atmosfera (Shiklomanov, 1998).

Figura 2 – Escassez hídrica no mundo (Fonte Alcamo et al., 2000)

Atualmente, mais de 1,3 bilhão de pessoas carecem de água doce no mundo, e o consumo humano de água duplica a cada 25 anos, aproximadamente. Com o crescimento acelerado da população e o desenvolvimento industrial e tecnológico, essas poucas fontes disponíveis de água doce estão comprometidas ou correndo risco. A poluição dos mananciais, o desmatamento, o assoreamento dos rios, o uso inadequado de irrigação e a impermeabilização do solo, entre tantas outras ações do homem

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moderno, são responsáveis pela morte e contaminação da água. Com base nesse cenário, a água doce adquire uma escassez progressiva e um valor cada vez maior, tornando-se um bem econômico propriamente dito (Machado, 2003).

Há uma distribuição desigual da disponibilidade hídrica entre as diversas partes do planeta (Tabela 2), além de existir também uma variação sazonal que é importante com a concentração de períodos chuvosos em alguns meses do ano. De modo geral, a região das Américas se posiciona mais confortavelmente, pois possui uma relativa abundância de água; por outro lado, as regiões do centro, sul e sudeste asiático se encontram em uma situação crítica, por apresentarem recursos mais limitados, embora estejam cada vez mais se destacando como importantes exportadores no cenário econômico internacional, sobretudo, de água virtual (Carmo et al., 2007).

Do ponto de vista de quantidade, pode-se afirmar que muitos países e regiões não apresentam produção industrial e de alimentos, pois a disponibilidade de água é baixa, se a oferta de água renovável do país, for menor que 4.650 litros por pessoa/dia

3

(1.700 m /hab/ano), pode-se afirmar que esta região encontra-se na condição de "escassez hídrica". Se a disponibilidade estiver abaixo de 2.740 litros/pessoa/dia (1.000

3

m /hab/ano), ocorre "escassez crônica" de água, situação em que não há folga para uso de água em produção agrícola, pecuária e industrial, em quantidade que permita o comércio em maior escala a não ser com alta tecnologia de uso, bom manejo, reutilização e tratamento (Cristofidis, 2006), Figura 2.

Tabela 2– Disponibilidade de água nos 20 principais países – ranking mundial 1995- 1999.

Países Disponibilidade (106m3/ano) 1º. Brasil 6.950.000 2º. Rússia 4.498.000 3º. Canadá 2.901.000 4º. China 2.800.000 5º. Indonésia 2.530.000 6º. EUA 2.478.000 7º. Bangladesh 2.357.000 8º. Índia 2.085.000 9º. Venezuela 1.317.000 10º. Mammar 1.082.000 Países Disponibilidade (106m3/ano) 11º. Colômbia 1.070.000 12º. Argentina 994.000 13º. Congo 832.000 14º. N. Guiné 801.000 15º. Kuwait 758.000 16º. Líbia 600.000 17º. Cambodja 498.100 18º. Chile 468.000 19º. Japão 457.000 20º. Malásia 456.000

Fonte Hockstra & Hung (2003)

A situação geral de escassez, em termos médios e absolutos, seria realmente insustentável face ao crescimento constante das demandas urbana, agrícola e industrial se a água não fosse um recurso natural constantemente renovado através dos processos físicos do ciclo hidrológico.

A água evapora-se dos oceanos, lagos e rios, pela ação da energia solar, precipita-se na forma de chuva, neve e gelo, corre pela superfície, infiltra-se no subsolo, escoa pelos cursos d'água superficiais e pelos aqüíferos e retorna lentamente aos mares. Também é absorvida pelas plantas que a transpiram para a atmosfera (evapotranspiração), da qual torna a precipitar-se, e assim sucessivamente. Nesse ciclo permanente a água salgada se transforma em água doce, e as águas poluídas vão se autodepurando lentamente, através de processos de decantação, diluição e biodigestão

(Vargas, 1999).

Do ponto de vista da sociedade humana, o ciclo da água é um mecanismo imperfeito. A distribuição espacial das chuvas revela-se bastante desigual na superfície terrestre. Assim, boa parte das chuvas se perde nos oceanos antes de chegar aos continentes. Além disso, condições geográficas naturais ou modificadas pela ação humana (relevo, vegetação, ventos, etc.) influem na distribuição desigual das chuvas pelo espaço, produzindo áreas desérticas e semi-áridas atingidas por problemas crônicos ou sazonais de escassez em diversos países e regiões do planeta. Ainda, a temporalidade dos processos em curso não obedece aos ritmos da atividade social, especialmente com relação ao deflúvio subterrâneo, no qual a água se desloca com velocidades muito baixas, realimentando os aqüíferos mais profundos e os demais corpos d'água. É por isso que, do ponto de vista da sociedade, apenas os cursos d'água superficiais são considerados recursos hídricos "renováveis", enquanto os lagos são considerados apenas "parcialmente renováveis" e os aqüíferos como "não renováveis". Finalmente, a capacidade de autodepuração da água é lenta e limitada, não resistindo à poluição constante e localizada de determinados mananciais (Vargas, 1999).

A questão da escassez dos recursos hídricos não pode ser vista apenas em termos geofísicos e quantitativos, sendo uma questão eminentemente social relacionada também a padrões de desenvolvimento econômico (urbanização, industrialização, irrigação), de demanda e de qualidade das águas.

O déficit hídrico está relacionado também com a carência de alimentos. Em países nos quais a falta de água é um fator limitante de crescimento, percebe-se a dependência externa de produtos agrícolas, como grãos, por exemplo, que requerem alta necessidade hídrica. Portanto, o problema de escassez de água é também um problema de escassez de alimentos.

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