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ENTREVISTAS A AGENTES/ ATORES POLÍTICOS ENVOLVIDOS NAS CAMPANHAS

Entrevista A NOME: Sem Identidade

LOCAL: Sem Local DATA: 3 de junho de 2019

1- Qual a importância que atribui às sondagens enquanto instrumento de comunicação política? As sondagens são sempre importantes. São importantes a dois níveis: primeiro para a opinião pública, porque apesar de as sondagens inquirirem um número restrito de pessoas, têm de ser representativas da totalidade do universo que é potencialmente votante. São um barómetro quer para a sociedade, quer para os candidatos. Por isso são importantes e quando se realizam há sempre uma expectativa muito grande por parte de quem se candidata, de quais são os resultados. Eu considero que são muito importantes, desde que bem feitas. Nós em Portugal temos de facto boas empresas de sondagens.

2- Considera útil a publicação e divulgação de sondagens eleitorais nos meios de comunicação ou entende que deveriam ser utilizadas apenas como ferramentas dos bastidores políticos?

Sim, sem dúvida. Porque se não forem publicadas nos meios de comunicação tenderão a ficar apenas no conhecimento de quem se candidata e portanto o resto da população ficará na incógnita relativamente aos resultados dessas mesmas sondagens. Claro que também tem ou pode ter um efeito negativo e o efeito negativo é por exemplo as pessoas pensarem que um determinado candidato já tem uma determinada percentagem de potenciais votantes e já não vale a pena eu ir votar. Ou então posso fazer um voto útil, que é vou votar mais em não sei quem para o fazer subir e dar aqui um… balancear um pouco. Pode ter aqui também este efeito negativo, mas nós nunca conseguimos saber qual é a dimensão deste efeito negativo.

3- As sondagens que não são publicadas existem sempre? Quem as faz? Há fugas de informação para a os media e/ou opinião pública?

Todos os candidatos fizeram isso. Todos os candidatos fazem isso. Aliás a estrutura de campanha faz isso, uma sondagem pelo menos que não é do domínio público e que fazem para aferir internamente, que eventuais estratégias podem fazer face aos resultados dessas sondagens. De todo o meu conhecimento, não só destas presidenciais, mesmo em legislativas isso acontece.

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3.1 – Acha que pode haver fuga de informação para os media das sondagens que se fazem não publicadas?

Não. Isso é respeitado. Do conhecimento que eu tenho sim.

4- Considera que as sondagens publicadas não assumem necessariamente um papel positivo no quadro da comunicação política, na medida em que se podem, por exemplo, em alguns contextos/momentos revelar inúteis e/ou prejudiciais?

Eu acho que têm um papel positivo. O problema é que as pessoas face a um determinado resultado podem achar que o seu voto já não é assim tão significativo. Mas é apenas uma suposição, porque não temos dados concretos sobre isso.

4.1- Qual foi a importância das sondagens na campanha do Professor Sampaio da Nóvoa? O grau de importância é aquele que deriva exatamente dos resultados menos positivos, ajustar a estratégia da campanha, procurando novas formas de ação política, porque independentemente do resultado ser mais ou menos positivo, o objetivo é sempre melhorar o desempenho a nível da campanha. Mas quando se vê que pode ser menos confortável, procura- se fazer esse ajustamento no sentido de ver onde se está a falhar, quais são as áreas que eventualmente possam estar a ser mais frágeis, do ponto de vista da campanha, para se tentar exatamente desenvolver estratégias que consigam melhorar esses resultados.

4.2- Podemos dizer que as sondagens são importantes porque ajudam a definir estratégias de campanha?

As campanhas têm sempre uma estratégia definida a priori. Depois vão ajustando essa estratégia em função exatamente dos resultados das sondagens e também do tomar o pulso da população quando se faz uma campanha de proximidade com as pessoas. No caso da campanha do Professor Sampaio da Nóvoa foi uma campanha de enorme proximidade. Também se ia aferindo esse pulsar do próprio desenvolvimento da campanha através do feedback que se ia tendo da população com quem se ia contactando.

4.3- Tem ideia dos índices das sondagens que mereceram maior atenção por parte da campanha de Sampaio da Nóvoa?

Não tanto do ponto de vista das sondagens, mas mais do ponto de vista do contacto com as pessoas, que é o ver-se o que era uma primeira volta pelo país e uma segunda volta pelo país. O Professor Sampaio da Nóvoa era uma pessoa extremamente conhecida no meio académico, porque teve um papel relevantíssimo e incontornável nas universidades e nomeadamente como Reitor da Universidade de Lisboa, mas era desconhecido, digamos assim,

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da globalidade da população, por comparação com o principal candidato, digamos assim, que era o Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Porque ele tinha anos e anos de “campanha” no meio de comunicação social com mais impacto, que é a televisão, como comentador político. Portanto, já tinha toda uma campanha feita de longos anos. Apesar de o percurso na vida política anterior não ter sido bem sucedido. É através do comentário político que ele chega à população e com estratégias de cativar, de criar uma relação empática com o telespetador, nomeadamente através da criação de determinadas expressões, determinadas ofertas às pessoas que o entrevistavam. Era o leitão da bairrada, as bolachinhas… O cuidar, a afetividade que chegava depois ao espetador. Marcelo é inteligente e sabia que o seu comentário político era importante para a classe média e média alta, que era quem percebia melhor o conteúdo desse comentário político. Mas depois havia outro tipo de intervenções e outro tipo de palavras, outro tipo de discurso, outro tipo de mensagens que ele passava e que eram para captar a generalidade da população, englobando aqui as pessoas que tendo um baixo nível de formação académica não conseguiam perceber a mensagem política, mas conseguiam perceber as outras mensagens. O que fez com que praticamente não precisasse de fazer campanha. Fez uma campanha isolada a comer os pastéis de nata nas pastelarias e com os beijinhos na rua, porque ele já tinha toda a campanha feita no principal meio de comunicação social, que é aquele que entra todos os dias na vida das pessoas.

5- Na sua opinião, os eleitores confiam mais nas previsões das sondagens eleitorais, publicadas nos meios de comunicação, ou nas previsões/expectativas do discurso/ narrativa dos candidatos?

Eu acho que as pessoas pensam que uma coisa é coincidente com a outra. 5.1- Mesmo quando um candidato procura relativizar uma sondagem?

Mesmo assim, porque o relativizar da sondagem também é uma mensagem que é percebida por uma parte da população, mas não é percebida por outra parte da população. Eu acho que as pessoas entendem que os resultados das sondagens são os resultados da prestação do candidato, naquele momento.

5.2- No fundo, ficam ao mesmo nível da balança, aquilo que é a sondagem e aquilo que é o discurso do candidato?

Na minha perspetiva, a perceção que as pessoas têm é essa. Embora as perceções depois acabam por fazer com que as pessoas tenham uma atuação em conformidade com elas. Porque as pessoas pensam que as perceções são perceções que se confundem com a realidade. As perceções não são a realidade, mas tornam-se a realidade quando as pessoas agem em conformidade com essas perceções, porque se concretizam.

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6- Entende as sondagens como instrumento medidor da opinião pública ou como arma de influência dessa opinião? Ou, no seu ponto de vista, as sondagens eleitorais acumulam essas duas características?

As duas coisas.

7- Considera as sondagens eleitorais publicadas, enquanto instrumento, determinantes na definição dos resultados eleitorais?

Não é a questão de elas serem determinantes. É se elas espelham uma determinada realidade, e se espelham quer dizer que são verdadeiras, e como eu disse de facto nós temos tido até agora resultados que são muito próximos das sondagens que são realizadas, na medida em que espelham esses resultados. As sondagens não são determinantes, mas influenciam. Sendo bem feitas, sendo o espelho daquilo que é a realidade, do que as pessoas pensam, então influenciam.

7.1- Há outros fatores que serão mais determinantes que as sondagens?

Não sei se são mais determinantes, mas são determinantes exatamente por isto: quando há um contacto de proximidade com os candidatos há uma empatia com esses candidatos e há uma segunda forma de campanha, que não é a do candidato, mas é da pessoa que defende o candidato e que vai “passando” a palavra no sentido de refletir no seu discurso uma tentativa de convencimento, mesmo não consciencializada, do outro para as vantagens de votar naquele candidato

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7.2- E depois por consequência, dá-se uma rejeição no discurso em relação aos outros? Sim. Pelo menos fica implícito. Se estou a defender um não estou propriamente a rejeitar os outros, mas estou a dizer que o outro é o melhor. Nesse sentido, há aqui quase dois tipos de campanha. Temos a campanha dos candidatos e depois temos uma campanha, que é aquela que passa de boca em boca no diálogo entre aquelas pessoas de uma rede de ligações, influenciar o sentido de voto de outras pessoas, convencendo-os da importância do ideário do candidato que estão a defender e no qual pretendem votar. De facto nós nestas presidenciais de 2016 para alguém que era um desconhecido da maior parte da população, com a exceção do meio académico e pouco mais, acabar com quase o suficiente para ir a uma segunda volta, eu considero que o resultado foi histórico e isso percebeu-se muito bem na primeira e na segunda volta que Sampaio da Nóvoa fez pelo país, na adesão gradual que as pessoas iam tendo e de como numa segunda volta havia muitíssimo mais gente à volta em todas as aparições públicas e de contacto com a população. Ele tinha um discurso muito próximo. Sendo um académico e tendo um discurso erudito, conseguia ter um discurso de grande proximidade e de diálogo com as pessoas.

105 7.3- Talvez pela humildade?

Sim.

7.4- O facto de aparecer como o “cidadão presidente”?

Sim, porque aquilo foi uma campanha cidadã e foi o único candidato que apresentou um ideário de campanha.

7.5- Acha que as pessoas tiveram essa noção?

A opinião pública teve perceção disso, agora a ler o ideário não foi a população na sua globalidade, evidentemente. Aliás, mesmo que tivesse sido a população na sua globalidade a ler o ideário, há dimensões do ideário que não chegam a toda a população, porque há termos que são usados que são conceitos que têm determinados significados teóricos. Quando nós falamos de Democracia, as pessoas têm uma definição de Democracia de senso-comum, mas têm. Mas do ponto de vista do seu significado científico, do que é uma democracia, se falar de uma democracia radical as pessoas pensam em radicalismo e não pensam que uma democracia radical é aquela que vem da raiz, que brota de baixo para cima e que, portanto, significa a participação efetiva das pessoas nos processos de decisão. Há um significado que é o significado de senso-comum e há um significado que é científico e muitas vezes o descodificar disto não é fácil. Não se faz isso num ideário, porque tem que ter pontos, tem que ser breve, porque se não ninguém lê e as mensagens em política, nós sabemos, têm que ser curtas. Mas tem que ser através do discurso. Eu acho que a proximidade, o comprometimento que o Professor Sampaio da Nóvoa tinha com as pessoas, independentemente de elas serem eleitoras ou não, ele tinha sempre uma enorme proximidade em relação a eles. Havia uma genuína preocupação com as pessoas.

7.6- Sente que apesar do percurso académico do Professor Sampaio da Nóvoa ser ímpar, sendo o Professor Marcelo Rebelo de Sousa – vencedor das eleições – também um académico, a opinião pública vê mais o Professor Marcelo Rebelo de Sousa como o Professor? Ou acha que Sampaio da Nóvoa era visto como O Professor Sampaio da Nóvoa?

Acho. Sinto que essa imagem passou, mas passava com mais força no Marcelo Rebelo de Sousa, pelo facto de ele ser comentador da política. Esse foi o fator preponderante. Não foi a carreira política dele, com os infelizes episódios de se atirar ao Tejo e as quezílias com Paulo Portas, etc. Ele nunca conseguiu de facto, ou melhor dizendo, ele sempre foi muito infeliz do ponto de vista político, ou seja, a inteligência que ele tinha e tem, ele é uma pessoa inteligente, não se refletia numa estratégia política nos lugares que ele pretendia ocupar ou que ocupava. Por outro lado, ele era e é uma pessoa estruturalmente de direita e aqui, quer se queira quer não, dizer que entre esquerda e direita não há diferenças é uma falácia absoluta, porque há diferenças abissais. Aliás, se não houvesse esquerda e direita, como ouvimos ainda hoje em termos discursivos, porque é que se fala então em extrema direita? Para haver uma extrema

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direita tem que haver uma direita, para haver uma extrema esquerda tem que haver uma esquerda. Portanto, dizer que não há diferença entre esquerda e direita é dizer que não se pode falar em extrema esquerda ou extrema direita. Portanto este discurso é um discurso enganador que pretende exatamente passar para a opinião pública que não havendo diferença posso votar em qualquer candidato porque vão ter as mesmas medidas de aprofundamento da democracia participativa, não vão distinguir as pessoas do mercado, etc. Há diferenças substanciais. No que diz respeito ao Presidente da República, como o Presidente da República não é quem vai governar, essa dimensão fica um bocado diluída. Por outro lado, do ponto de vista discursivo não é tão marcante, porque não vai dizer “eu vou fazer”, ou “eu prometo que vou fazer isto”, ou “eu prometo que vou fazer aquilo”. O que pode dizer é “vou ser um mediador que vou procurar fazer um equilíbrio”. Embora nós tenhamos um regime semipresidencialista, que é idêntico ao de França e ao da Áustria e em termos de constituição têm as mesmas funções e, no entanto, se formos ver na prática as práticas destes três países estruturaram-se de forma completamente diferente em termos dos seus presidentes, embora do ponto de vista legal tenham as mesmas funções. Nós vemos na Áustria ninguém sabe quem é o Presidente, em Portugal há um meio termo e em França parece que é o Presidente que manda e não o Primeiro-Ministro e no entanto, do ponto de vista legal, as funções são as mesmas. Isto tem a ver com o tipo de prática que desde o início os Presidentes destes países foram tendo. Aqui em Portugal nós temos que ter um Presidente com o mesmo tipo de intervenção que tem um Presidente em França. Em França claramente o Presidente tem muito mais protagonismo e o Primeiro-Ministro está muito mais apagado. Em Portugal é exatamente o contrário e na Áustria então nem se fala. Mas acho que esta questão de o Presidente não ser quem vai decidir tem influência e as pessoas vão muito mais para essa questão: “Ah é uma pessoa conhecida, é muito afetiva, dá muitos beijinhos”; “Ah é muito não sei quê”. De facto se há coisa que nós temos completamente desleal do ponto de vista da democracia é colocar em situações idênticas candidatos que estão em posições profundamente desiguais, exatamente por terem acesso privilegiado durante anos ao principal meio de comunicação social, que é aquele que efetivamente entra diariamente na casa das pessoas. Isso tem essa influência.

8- Há alguma ideia que queira acrescentar?

Dizer que se nós tivéssemos tido o Professor Sampaio da Nóvoa teríamos tido certamente uma presidência bastante diferente, na minha perspetiva, claro, para melhor e que o Marcelo Rebelo de Sousa me surpreendeu relativamente e este relativamente tem a ver com o facto de eu considerar que o Marcelo tem um tipo de prática que muitas vezes está em concordância, aliás a maior parte das vezes, com o posicionamento governamental porque lhe interessa manter um determinado equilíbrio enquanto o PSD não tem um candidato que ele considere ser vencedor.

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NOME: Ricardo Gonçalves LOCAL: Escola D. Maria II, Braga

DATA: 7 de junho de 2019

1- Qual a importância que atribui às sondagens enquanto instrumento de comunicação política?

Têm sempre alguma importância. Já influenciaram mais a opinião pública do que hoje influenciam. Ultimamente têm-se enganado até bastante, por um lado em virtude de haver um eleitorado silencioso. Eu acredito mais nas sondagens que são feitas mais sobre assuntos concretos, sobre aquilo que as pessoas pensam sobre determinado assunto naquele momento. Como aliás se viu na história do dossiê dos professores, na campanha das últimas legislativas. Havia uma pressão para que se resolvesse o problema dos professores e isso acabou por influenciar a atitude de António Costa.

As sondagens têm um problema complexo que é a abstenção. É difícil acertar quando a abstenção é maior e tem o problema da projeção sobre os resultados fixos/finais. Os resultados fixos cada vez são menores e as projeções são cada vez maiores. E essas projeções muitas vezes são abusivas, porque muita gente que não diz onde vota não quer dizer que depois seja projetado em cima dos fixos que existem. Podem às vezes ir para outro lado, podem abster-se, podem ir para outros lados. A sondagem precisa de ter impacto e de ter importância, portanto a sondagem acaba sempre por criar um facto em si. Era muito importante que as sondagens tivessem também um estudo por parte da Comissão Nacional de Eleições, onde fosse dito constantemente quais são as empresas que acertam mais e as que falham mais. Deve haver uma hierarquia de empresas, porque há muitas empresas que até podem registar as sondagens e tudo, mas aquilo são sondagens que realmente não correspondem nada à verdade e àquilo que aconteceu. Portanto aquilo que deve haver é um mercado hierarquizado de sondagens. Uma boa comunicação social faz isso, mas tem que se fazer isso com muita mais incidência. Porque as empresas de sondagens não podem ser todas iguais.

2- Considera útil a publicação e divulgação de sondagens eleitorais nos meios de comunicação ou entende que deveriam ser utilizadas apenas como ferramentas dos bastidores políticos?

Acho que devem ser divulgadas. Houve um período, durante muito tempo, em que não se podiam divulgar durante a campanha e andava-se a procurar nos jornais estrangeiros a ver se havia publicações. A sondagem ajuda também a chamar a atenção para a campanha, para o facto de haver eleições e isso é muito importante para combater a abstenção.

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3- As sondagens que não são publicadas existem sempre? Quem as faz? Há fugas de informação para a os media e/ou opinião pública?

Muitas, porque inclusive há sondagens até falsas, porque os partidos, principalmente nas autárquicas, muitos candidatos encomendam as sondagens e depois sabem qual é a verdadeira sondagem mas arranjam maneira de divulgar uma outra sondagem que lhes possa dar uma melhor posição e mais privilegiada e há outras sondagens que são mesmo só feitas interiormente sobre assuntos concretos ou até sobre o geral, mas obviamente ficando só dentro porque muitas vezes não interessa estar a publicar isso.

4- Considera que as sondagens publicadas não assumem necessariamente um papel positivo no quadro da comunicação política, na medida em que se podem, por exemplo, em alguns contextos/momentos revelar inúteis e/ou prejudiciais?

Claro que sim. As sondagens têm mais influência nas máquinas partidárias do que na população. Por exemplo nas últimas europeias o BE não disse nada de chocante durante a campanha, limitou-se a gerir o tempo para não estragar as sondagens.

4.1- Qual a importância que a candidatura de Maria de Belém atribuiu às sondagens?

O Marcelo montou uma estratégia que achou sempre que o poderia levar à vitória logo na primeira volta. Por isso é que ele inclusive foi à Festa do Avante. Precisamente para atingir, na primeira volta, os 50%+1. Acabou por ter sorte porque poderia ter que disputar uma segunda volta. Se a Maria de Belém mantivesse as sondagens que tinha, porque chegou a ter 10% e 15% nas sondagens. Na última semana houve a pressão do voto útil, porque nas presidenciais o voto útil é muito mais significativo do que nas outras eleições. A Maria de Belém podia eventualmente disputar uma segunda volta. Porque a divulgação na última semana do documento que ela assinou em que ela, em conjunto com outros deputados, defendeu a subvenção vitalícia, que