• Nenhum resultado encontrado

TER... QUANT ALICAÇÃO DA PESQUISA

1º recebido o TV Escola (1996 a 2001) 224 65 escolas TV Escola Analógica

2º trocado o sinal do TV Escolas (2005) 65 12 escolas TV Escola Digital

3º Ensino Fundamental 35 84 professores de Matemática

4º Laboratório de Informática 197 35 Escolas com 3º e 4º Ciclos

5º recebido o DVD Escola (2008 a 2010) 224 35 Escolas com 3º e 4º Ciclos

Enviamos às trinta e cinco escolas da RMER documentos: carta de apresentação da pesquisa e o apêndice I. Este documento visava identificar os sujeitos de nossa pesquisa, localizando e percebendo a qualificação funcional dos mesmos e ainda, perguntando sobre sua prática com o uso de vídeos, ainda sobre seu conhecimento em relação aos produtos do programa TV Escola.

O documento esteve inicialmente em meio eletrônico, onde os professores poderiam responder online. A ideia era facilitar o acesso dos professores a esse instrumento, considerando que todas as escolas apresentavam as características pertinentes a esta pesquisa, já descrita anteriormente. A estratégia foi reforçada com apresentação da proposta de pesquisa a um grupo de professores de Matemática que realizavam uma formação continuada no Centro de Formação Paulo Freire, uma atividade de exploração de softwares de Matemática aplicada pelos professores multiplicadores e em parceria com a Gerência do 3º e 4º Ciclo. Além de telefonemas, e-mails e conversas que mantivemos com os dirigentes das escolas, no intuito de que os professores respondessem ao solicitado.

Solicitamos para tanto, o apoio e da disponibilização da Diretoria Geral de Tecnologia na Educação e Cidadania e da Diretoria de Formação de Professores, através de documento da UFPE. Segundo os dados fornecidos pela Gerência de 3º e 4º Ciclo havia 84 professores de Matemática na RMER em 2009/2010, conforme quadro 5, lotados em 35 escolas com oferta do 3º e 4º Ciclo. A Gerência de Infraestrutura e Suporte Técnico – GIST indicava que neste período havia instalado 183 laboratórios de informática nas Escolas Municipais do Recife.

Durante três meses mantivemos contatos com as escolas no intuito de reforçar a participação dos professores de Matemática na pesquisa, que neste ínterim contava com apenas oito participações. Uma das falas obtidas em contato com a dirigente e professores de Matemática das escolas pesquisadas que nos chamou a atenção:

“acho melhor você vir aqui, pois o professor se recusa a responder o questionário na internet, você não pode mandar nada impresso não?” (DIRIGENTE Y, 2010)

“eu tenho dificuldades em ver meus e-mails, no papel é melhor

que me respondo e entrego logo.” (PROFESSOR R, 2010)

”tenho dificuldades em mexer o notebook, sem o mouse.” (PROFESSORA A, 2010)

Diante deste fato resolvemos encaminhar às escolas duas cartas, sendo uma destinada a direção da escola e outra aos professores de Matemática juntamente com o apêndice I e envelopes, para que pudéssemos resgatar posteriormente. Durante esta nova abordagem, chegamos ao quantitativo de 20 professores de Matemática que haviam respondido ao apêndice I, o que corresponde a 23,8% dos docentes de Matemática da RMER. Contamos aqui com a valiosa colaboração das supervisoras do programa Escola Aberta que gentilmente nos ajudaram no sentido de fazer chegar às escolas os documentos, já versados.

O apêndice I nos permitiu a primeira análise do sistema em que estão e são inseridos os professores de Matemática da RMER, a partir das respostas encontradas neste instrumento fizemos nossas primeiras observações referentes a esta pesquisa. É pertinente destacar a dificuldade no processo de coleta de informações, tendo em vista que os professores não eram obrigados a responder à pesquisa, no entanto, ficaram registrados nossos insistentes apelos para o consubstanciamento do presente documento.

Desta forma, considerando que o MEC/SEED propõe que estados e municípios organizem formas de motivar as escolas a estabelecer seus próprios acervos de vídeo, e que recentemente foi enviado às unidades de ensino, como já falamos anteriormente, o projeto DVD Escola (2008 a 2010) com o intuito de ampliar as possibilidades da universalização do acesso aos vídeos.

Um comentário interessante foi o fato dos professores conhecerem o material gratuito por intermédio de vendedores autônomos que visitavam outra rede de ensino:

“Eu trabalhava numa escola particular e um vendedor me fornecia os lançamentos para serem usados em sala de aula” (PROFESSORA A, 2010)

Diante de várias opções para o acesso aos vídeos do TV Escola, buscamos identificar por quais outros meios, além do acervo da

videoteca/auditoeca, os professores de Matemática tinham acesso aos vídeos do TV Escola. Sendo essa uma das questões que poderia negar a hipótese do não uso dos vídeos de Matemática.

Quando levantamos nossa hipótese baseamo-nos nas considerações propostas por Moran (1995), conforme quadros 1 e 2, além das questões relativas à infraestrutura para o uso do vídeo como instrumento meio da ação pedagógica como propõe Ferrés (1996), ou seja, não seria usar o vídeo e pronto, mas deveria existir um processo de instrumentalização como propõe Rabardel (1995), pois através do processo de gênese instrumental o sujeito transforma um artefato em instrumento, sendo que o instrumento, como visto no capítulo 2, é a integração de duas entidades distintas o artefato e os esquemas de utilização ou os esquemas de utilização sociais. Foi com este sentido, no processo de gênese que estabelecemos o uso do vídeo como instrumento de mediação do conhecimento matemático.

Além disso, de fato poderíamos optar por analisar o uso do vídeo do Telecurso 2000, o que nos foi inicialmente sugestionado, mas tendo em vista a gratuidade, a política pública, a proposta político pedagógica e os investimentos na escola pública de qualidade, postulados presentes no Programa TV Escola, optamos manter nossa posição, com foco em programas de acesso gratuito, disponíveis em diversos formatos de compressão digital e que fosse de relativo conhecimento dos professores das escolas públicas.

Procuramos identificar como o TV Escola é compreendido nas escolas, por meio de observações dos demais profissionais que a compõe a RMER. Para tanto, analisamos documentos das escolas, realizamos entrevistas, gravadas, em áudio e vídeo e aplicamos questionários, com o intuito de saber como ocorria a dinâmica em que se inseriam os sujeitos de nossa pesquisa, as professoras de Matemática.

As duas escolas estão localizadas em duas Regiões Político Administrativas – RPA, diferentes. A escola “A” situada na RPA 3, no Oeste do Recife e a escola “B” ao Norte do Recife RPA 2. As duas escolas possuem características semelhantes, com uma boa estrutura e espaço amplo, bem como ótimo acesso urbano. No quadro 12, buscamos fazer uma comparação dos espaços que compõe ambas as escolas:

QUADRO 12- COMPOSIÇÃO DAS ESCOLAS “A” E “B”