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Atividade com os estudantes do 7º ano, professora “A”. Condições de visibilidade da tela da TV horizontal aos estudantes. Fotografia 7 Fotografia 7 Fotografia 8 Atividade desenvolvida no 7º ano da Escola A, orientada pela professora “A” Fotografia 9 Fotografia 10

Fotografia 11

Fotografia 12

desenho A3 desenho A4 desenho A5

Verificamos que conforme os estudantes iam confeccionando suas atividades a concentração ia aumentando, bem como o barulho interno diminuía, isso fez com que a professora se concentrasse mais, aproveitamos o momento em que os estudantes estavam mais envolvidos no processo e perguntamos a professora se ela não poderia ter feito essa atividade com outro artefato:

“Quando eles terminam de assistir ao vídeo, eles têm uma idéia de como fazer, de como eles vão criar, o vídeo com certeza estimula, com certeza eu não faria essa atividade sem o vídeo, de jeito nenhum (...). É engraçado a gente ter a visão de que o papel quadriculado ajuda e não...muito pediram depois o papel ofício.” (PROFESSORA A, 2010)

Marcamos para assistirmos juntos aos dois processos de trabalho da professora “A”, tendo em vista que não poderíamos contar com a presença da professora “B”. No entanto, avaliamos que com a demanda de trabalho da

professora “A”, nosso encontro talvez não ocorresse da forma como esperávamos.

Face o volume de atividades desenvolvidas nos meses subseqüentes ao encontro coletivo, realizamos a oitava etapa, mas não conseguimos marcar com a professora “A” um encontro coletivo, pois passamos uma boa parte tentando conseguir um restabelecimento de comunicação com a professora “B”, mas por motivos de saúde da família, não tivemos êxito. Ao convergirmos nossos olhares sob os trabalhos da professora “A”, observamos haver algumas lacunas, as quais só poderiam ser resolvidas com a presença da professora.

Já que encontrávamo-nos na escola “A” e não pudemos realizar a atividade com a professora “A”, aproveitamos a oportunidade para conversar com a vice dirigente da escola, e perguntamos o que ela pensava sobre a dificuldade que os professores encontravam no seu cotidiano para a introdução de um novo artefato em sala de aula, no caso o vídeo. Ela relata como um desabafo o que, em sua concepção seria um fato de não utilização do vídeo.

“Eu não sei acho que a falta de estimulo do pessoal mesmo de ir a traz de uma coisa nova, de ver que aquilo ali pode mudar o cotidiano. O cotidiano é tão difícil, que ai você já... Às vezes a turma é uma turma difícil, o cotidiano do professor é difícil, por mil razões ele tem ele tem outras escolas, ele já chega de uma escola para outra na correria, então nisso, eu acho, já que é hipoteticamente, eu acho que pode ser isso mesmo uma falta de estimulo pessoal (...) o cansaço mesmo que já vem, a falta de estimulo, por ser professor. Que a gente sabe que essa profissão da gente está mais que desgastada, infelizmente está mais que desgastada. E a gente vê assim, nem professor de Matemática, nem professor de qualquer outra área. Por que você pode até dizer assim, o professor de português teria menos coisas pra ver. Teria tantas coisas para ver naqueles vídeos, mas Ciências e Matemática eu tive acesso aos vídeos enquanto professora para o nível fundamental I, e para...e eu me deliciei, mas não usei, também (...) situações de Matemática que fica até mais fácil de você elucidar e a gente diz, “eita” assim fica mais fácil de fazer. Mas eu tive acesso, eu sei que muita gente teve acesso, mas essa busca assim, para levar para sala de aula, eu não sei como se dá na cabeça de cada uma.” (VICE-DIRIGENTE “A”, 2010).

Tendo este depoimento da vice-dirigente da escola “A”, mostramos algumas atividades da professora “A”, numa tentativa de ver como ela perceberia o trabalho da professora com o vídeo. Ela parecia bem ligada aos

trabalhos com malha, observando que haviam dois tipos de trabalhos com malha e sem malha53

“...e a gente observa uma coisa, esse aluno que eu não vou dizer o nome, esse aluno é um aluno completamente indisciplinado, que todo mundo roda, mas vê a produção dele como ficou legal! Quer dizer, pode fazer uso para outro lado, esta entendendo o que eu quero dizer? Se ele produz...ele...é o que eu sempre digo. Bota ele pra fazer alguma coisa que ele produz, funciona (...) para mim é uma história extremamente positiva. E é aquilo que eu estava colocando, não levei o vídeo para sala de aula, não passei para os meninos o vídeo, mas usei com os meninos uma atividade com do vídeo, que eu vi no vídeo, que me facilitou, então isso é muito positivo. Então, ela levou o vídeo, eu vejo outros não levarem (...) Se você leva o vídeo ou se você leva a prática que você aprendeu no vídeo, você está saindo do quadro que isso cansa de mais” (VICE-

DIRIGENTE “A”, 2010)

É possível percebermos que neste processo de discussão quanto aos trabalhos na escola com o vídeo há por parte do corpo técnico da escola uma receptividade muito positiva, apesar do espaço inóspito a esta ação, tendo em vista a acústica, luminosidade e movimento dos estudantes. Com isso a vice- dirigente “A” alerta que falta o planejamento do professor, retomando uma discussão já posta por ela, que é a de não levar o artefato para sala de aula, mas que ele constituía numa outra perspectiva pedagógica, a da formação do professor, dessa forma ela levava as contribuições dos esquemas que havia mobilizado no processo de apropriação do objeto disposto no vídeo. Indignando-se com a falta de tempo do professor para seu necessário planejamento. Esta foi também uma visão compartilhada neste dia pela coordenadora pedagógica da escola “A” que acrescenta sua visão sobre o mesmo assunto:

“Muitas vezes é a dificuldade que o professor encontra em levar esse material para a sala de aula. Pois muitas vezes é a tomada que está que não pega, é o fio que está com problema, à arrumação da sala. E o professor que não tem tempo para

planejar a aula”. (COORDENADORA A, 2010)

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Ficamos com os trabalhos dos estudantes para scannear e devolver para professora, neste dia devolvemos os trabalhos da 8ª etapa. E a professora estava em aula numa turma que já havíamos feito observações e gravações.

Diante de nossas abordagens pretendíamos então voltar a escola e ver com a professora a continuação das atividades anteriormente programadas, no entanto, com a aproximação do final do ano letivo ficou improvável a continuidade de nossa programação. Para que não tivéssemos prejuízo total de nossas etapas focamos nossos olhares nas questões através de um questionário, o qual foi respondido pela professora “A”.

Neste documento contemplamos as etapas nove e dez de forma rápida e superficial, pois não conseguimos mais realizar as atividades com a professora “B”, que por motivos particulares teve impedimento temporal. Ambas as professoras “A” e “B”, demonstraram muita tristeza em não continuar com as atividades como programado. Como dissemos a professora “A” fez suas considerações via e-mail num questionário estruturado.

Quando perguntamos, no questionário qual foi sua expectativa quando lhes propusemos inicialmente uma atividade com vídeos, ela escreveu:

Foi à diversificação do trabalho, sair do quadro e ter um material alternativo para a sala de aula. A expectativa era de enriquecer as aulas. Era tanto que foi o primeiro momento que eu parei de fato para saber o material que a escola havia adquirido há tanto tempo, mas com a correria do dia a dia, eu não tinha parado para avaliá-lo.

Ela relata sobre sua primeira atividade com o episódio “Nas malhas da Geometria”:

Na verdade eu estava querendo ver a reação dos alunos, como eles iam reagir com a atividade do vídeo e eles ficaram atentos com a passagem do vídeo. Interagiram de uma forma positiva. Tendo em vista sua ação com um artefato “novo” em sala de aula lhe perguntamos como havia sido sua impressão, no sentido das dificuldades encontradas por ela no ambiente de trabalho. pedimos que ela enumerasse essa dificuldades. Neste item buscamos identificar quais eram os pontos de maior prioridade para a professora “A” que contribuíam para o não uso do vídeo de forma sistemática em sala de aula. Organizamos o quadro 16 conforme as questões identificadas nas entrevistas:

QUADRO 16 – JUSTIFICATIVAS AO NÃO USO TECNOLÓGICO DO VÍDEO