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4.5.1 INSTITUTO BRA SILEIRO DE DEFESA DO CONSUM IDOR (IDEC)

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) define-se a si próprio como;

“uma associação de consumidores, fundada em 1987, sem fins lucrativos e sem qualquer vínculo com empresas, governos ou partidos políticos. Sua missão é defender exclusivamente o consumidor, inclusive representando-o na Justiça -em causas coletivas movidas pela entidade para resguardar seus direitos nas relações de consumo- e o orientando para que saiba como fazer valer o Código de Defesa do Consumidor, quando tenha problemas de consumo ” http;/www.uol.com.br/idec/oque.htm

O instituto ocupa-se da avaliação de produtos e dá informação aos consumidores mediante a sua revista Consumidor S.A. As principais áreas das que se ocupa têm a ver com a saúde alimentar, a etiquetagem dos produtos, sobretudo alimentos, e a telefonia tanto celular quanto fixa, fiscalizando as empresas do ramo.

Saúde A lim entar

Neste âmbito a sua atuação concentrou-se nos transgênicos. Uma ampla campanha que consistiu tanto na avaliação de produtos quanto na informação sobre os próprios transgênicos e as suas incógnitas;

“Testamos 31 produtos e encontramos ingredientes geneticamente modificados em 9 deles. Apesar de todas as pressões das empresas e do governo, a Justiça confirmou nossa vitória judicial e manteve proibidas as autorizações para o cultivo e a comercialização de alimentos

transgênicos no país. ” http://www.uol.com.br/idec/consumidorsa/dez0004.htm

O IDEC critica a falta de transparência do processo, já que ela acompanha a situação desde 1996. A população desconhece totalmente o assunto, e o govemo age com uma total falta de responsabilidade social. Não existem os organismos adequados para controlar, regular e estudar as conseqüências que, em um prazo curto, pode acarretar o uso de alimentos geneticamente modificados. No existem regras adequadas sobre segurança alimentar, rotulagem e comercialização, mas foram concedidos pareceres favoráveis ao

plantio e comercialização em larga escala,

http :/www.uol. com.br/idec/campanhas/biotecnonovo. htm Reivindicações

Devem se respeitar os direitos de informação e escolha do consumidor. O govemo em junho de 99 anunciou que ia criar uma norma para a rotulagem dos alimentos transgênicos. Não passou-se disso, mas o IDEC continua a pedir que a etiquetagem dos produtos modificados geneticamente seja clara e ampla, porém:

“Há uma grande resistência de setores governamentais, apoiados pela empresas de biotecnologia, para que se limite ao máximo esta exigência, escondendo informação relevante sobre a origem, natureza, qualidade e riscos dos produtos, o que se configurará em um flagrante desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor”

http:/^^'^^'w.uol.com.b^/idec^ampanhas/biotecno_novo.htm

Da mesma maneira, devem-se cumprir as exigências de maior transparência, no processo de regulamentação e autorização de experimentos, plantio ou comercialização desses produtos no pais.

Critica-se a importação de milho e a comercialização da soja transgênicos, sem dispor dos dados científicos que garantam a segurança para o consumidor e para o meio ambiente. http://www.uol.com.br/idec/consumidorsa/dez0004.htm

O IDEC deseja também que o setor empresarial posicione-se:

“Em suma, há a disposição das associações de consumidores de agir contra todas as medidas que desrespeitarem os direitos dos consumidores nesse processo, não estando descartados nem mesmo o boicote aos produtos e às empresas -ou as ações no âmbito judicial” http;/www.uol.com.br/idec/campanhas/biotecno_novo.htm

A rgentina

Na Argentina, o plantio e a produção de alimentos transgênicos encontra-se liberado há anos sem a devida etiquetagem, pelo qual é impossível saber quais alimentos os contêm e quais não. Por isso o IDEC pede que não sejam consumidos produtos nem da Argentina

nem dos Estados Unidos que contiverem soja, milho, tomate, batata e canola. http;/www.uol.com.br/idec/campanhas/biotecno_folder.htm

Serviços públicos

Na área reclama-se da privatização maciça e das conseqüências derivadas. A água e a eletricidade são cada vez mais inacessíveis aos consumidores de baixa renda. http;//www.uol.com.br/idec/consumidorsa/dez0004.htm

4.6 CONCLUSÕES

A dificuldade encontrada na hora de localizar os próprios movimentos, assim como, as declarações dos seus representantes (dos movimentos de mulher, terceiro setor, gays e lésbicas e consumidores), já tinham refletido o pouco interesse que o Mercosul desperta entre estes setores da sociedade civil, justamente o contrário do que possuem os empresários. Os sindicatos acompanhariam o processo, longe, sem unidade, sem força, quase sem voz e sem voto, impelidos pelas imensas conseqüências que introdução das medidas reclamadas pelos empresariados e propostas pelos governos, teriam no âmbito do trabalho. Nesse sentido concordamos com Mello quando diz;

“A participação da sociedade civil no Mercosul está centrada em critérios relacionados ao mundo do trabalho. Com exceção de umas poucas organizações sociais e de consumidores, a participação nas instâncias do Mercosul está restrita às representações de empresários e de

trabalhadores” (Mello 2000).

Da mesma forma que no resto do trabalho não se pode falar de fraqueza da sociedade civil, mas sim da hegemonia de uma parte dela, do empresariado, o qual possui quase todos os meios para impor as suas escolhas. No entanto, e sempre salientando a fortaleça do empresariado, este não deve ser entendido como um bloco monolítico, e sim como um conjunto de interesses semelhantes, capazes de ultrapassar as duas diferenças, ou pelo menos afastá-las em muitos pontos. As discordâncias derivam da distancias que existem entre o capital financeiro, o grande capital industrial, o médio, etc. De qualquer maneira o que aqui foi salientado foi a hegemonia do grande capital industrial e financeiro na sociedade civil, sendo como eles gostam senão os mais esclarecidos, sim os mais poderosos e influentes.

Outro aspecto de necessária reflexão e o fato de existir um empresariado nacional e 134

outro de caráter multinacional, cujos interesses muitas vezes são opostos. Não obstante, tal estudo fica fora das possibilidades de este trabalho, aqui apenas foi lembrada panoramicamente;

“O Brasil não será mais do que um dos elos da grande corrente que envolve o universo e mantém ligados todos os povos numa única estrutura que tem por centro diretor os grupos controladores do capital financeiro internacional. Tais grupos são esse punhado de grandes trustes que imperam nos diferentes setores da economia contemporânea, estendem também para o Brasil seus tentáculos absorventes. O que não exclui naturalmente as fricções e choques entre eles; choques que tomam um caráter nacional porque, embora internacionais por essência, apelam nas lutas que têm de sustentar para o poder político de uma ou outra nação soberana que se põe a seu serviço. Identificam-se assim com nações e nacionalidades; arvoram uma bandeira, mas efetivamente seu caráter é internacional, e esta bandeira não é mais que a fachada atrás da qual se abrigam” (Prado Jr 1995:277-78).