• Nenhum resultado encontrado

Espaço Urbano e o Idoso: O lazer na 3ª Idade

No documento A cidade e o idoso (páginas 157-200)

5 A CIDADE PARA O IDOSO: PROJETO E DIMENSIONAMENTO

5.5 A CIDADE PARA O IDOSO: LAZER

5.5.9 Espaço Urbano e o Idoso: O lazer na 3ª Idade

Este trabalho abordará a prática do lazer pelos idosos enfocando 5 tipos de espaços públicos onde, segundo observações diretas e grande parte da bibliografia consultada, pessoas com mais de 60 anos de idade utilizam com mais frequência.

1. Parques Urbanos. 2. Passeios Públicos. 3. Praças.

4. Praias.

5.5.9.1 Parques Urbanos

A Bibliografia que aborda as áreas verdes nas cidades é muito vasta. O Colégio de Arquitetos de Madrid, Espanha, recomenda 10% da área urbana de um município, para ser destinada a áreas verdes. A Organização das Nações Unidas, 10m²/per capita. A Legislação Urbanística brasileira estabelece nas normas a respeito do parcelamento do uso-do-solo, que 15% deste parcelamento deve ser destinado para áreas verdes. Kevin Linch 1 ha de parque para recreação infantil para cada 2.000 habitantes a distâncias não superiores a um quilômetro.

Ferrari (1977, p.621) recomenda 12,14 HA, com um raio de influência de 8km. 1 ha serve até 5.000 habitantes. Um parque urbano deve atender de 50.000 a 100.000 habitantes. O Departamento de Planejamento Urbano de Los Angeles, EUA, determina para Unidades Residenciais e Unidades de Vizinhança, 1m²/habitante. Para Zonas Setoriais, 8 a 9m² por habitante.

Muitos urbanistas recomendam, atualmente, a subdivisão das áreas de parques urbanos em pequenas áreas, de até 1 HA, espalhadas pela cidade (MASCARÓ, 1987, p.182). A vantagem é muito clara, as distâncias a percorrer para utilizar essas áreas, principalmente para idosos, são menores, dispensa o uso de transportes e o uso fica mais frequente, atendendo ao conceito de uso diário de Dumazidier, conforme a frequência do uso. A frequência semanal ou quinzenal ficaria para os grandes parques urbanos, do tipo Central Park, NY (420 ha), Hyde Park, Londres (250 ha), Parque do Flamengo, Rio de Janeiro (120 ha), Parque do Ibirapuera, São Paulo (158 ha), ou o Bois de Boulogne, Paris (846 ha).

Os defensores da ideia de fracionamento de uma grande área verde em pequenas áreas espalhadas pela cidade devem informar que este fracionamento encarece muito o custo da infraestrutura urbana. Ou seja, um parque central é mais econômico do que várias pequenas áreas, com o mesmo somatório de área, espalhadas pela cidade. Cada espaço verde, via de regra, está circundado de ruas habitadas, e, portanto, com redes de infraestrutura (água, eletricidade, esgoto etc.) utilizadas de um só lado rua. A figura a seguir (Figura 40) mostra os dois exemplos e uma estimativa de custos, supondo-se que, nas duas situações, as áreas representam 10% da área total da cidade hipotética. No primeiro caso, o parque é central e, no segundo caso, o parque é subdividido em 6 áreas distintas.

Figura 40 - Tipos de parcelamento urbano para Parques

Fonte: Ronald Lima de Góis (2012). *Baseado em proposta de Juan Mascaró.

O planejador terá que relacionar o custo benefício entre as duas soluções, abordando, no caso dos idosos, questões como acessibilidade, frequência do uso, segurança, custo com transportes, entre outros aspectos, para tomar uma decisão.

Em geral divide-se um Parque Urbano nos seguintes setores:

1. 50% Para atividades de lazer ativo. (Área para show, camping, lagos, piquenique, piscinas, play grounds, quadras, quiosques, salão de danças etc.). 2. 25% Para áreas de Bosques e Reserva Florestal (exclusivamente).

3. 15% Para pistas de ciclismo e caminhadas de pedestres.

4. 05% Para Usos Institucionais ( Auditório, biblioteca, estufa, museus, restaurante). 5. 05% Para Usos Administrativos. (Diretoria, Garagens, Posto de Saúde, Posto

Policial, oficinas, sanitários públicos,

Ainda divide-se um Parque Urbano Central, quanto aos equipamentos: 1. Administração (com maquete física do parque).

2. Áreas de Alongamentos.

3. Áreas com água (pequenos lagos, fontes, córregos etc.). 4. Biblioteca.

5. Cômoro. (elevação adjacente aos lagos). 6. Churrasqueiras.

7. Sanitários Públicos. (M) e (F).

8. Espetáculos e manifestações Públicas. 9. Estufa.

10. Piquenique.

11. Piscinas (Hidroterapia para idosos e Piscinão para usuários em geral). 12. Pistas de Caminhadas e Pistas de Ciclismo. (Bicicletário) (Trenzinho). 13. Pista de Skate.

14. Playgrounds. Aeromodelismo e Modelismo naval. 15. Posto Policial e Posto de Saúde.

16. Quadras de jogos. (Volley-Ball, Bocha, Tênis, Futsal etc). 17. Quiosques.

18. Restaurante. (Sala de Danças) (Casa de Chá). 19. Salas de Jogos ou Sala de Danças.

Quanto aos tipos de Parques Urbanos, esta análise se fundamentará, entre outros, apoiada, principalmente no trabalho de Macedo e Sakata (2003), pela objetividade e pertinência dos aspectos registrados. Os tipos de parques são: Ecléticos, Modernos e Contemporâneos.

 Parques Ecléticos.

Os parques urbanos planejados segundo os parâmetros ecléticos apresentam as seguintes características:

1. À semelhança dos parques europeus, possuem uma configuração formal estruturados por grandes maciços arbóreos, extensos relvados e lagos artificiais, ou naturais, sinuosos.

2. São espaços de lazer contemplativo estruturado para a prática do footing ou passeios, no qual, além de contemplar a paisagem, a aristocracia do século XIX, utilizava para ver e se visto. Destinava-se também para passeios de barco, festejos locais e apresentação de música.

3. É concebido com uma rede de caminhos que se cruzam, criando nós de circulação e alamedas. Este traçado pode ser de forma orgânica ou geométrica obedecendo eixos de circulação que acentuam pontos focais, segundo o modelo francês de composição.

4. O traçado desses caminhos conduz a pontos focais de interesse, cria recantos sinuosos que abrigam elementos pitorescos como quiosques, grutas, roseirais,

pérgulas, ilhas, monumentos, coretos, chafarizes, fontes luminosas, estátuas e templos. Esses espaços são muitas vezes temáticos (chineses, franceses etc.). 5. São comuns viveiros de plantas viveiros de aves e pequenos zoológicos, bem

como animais soltos como cotias, patos e pavões.

6. A presença da água está em fontes, chafarizes, lagoas e espelhos d’água, sinuosos ou geométricos.

7. O uso da vegetação, (forrações, massas arbustivas e arbórea) é bastante elaborado com espécies exóticas, principalmente europeias, e nativas compondo cenários bucólicos.

8. Essas imagens mostram claramente, em seus traçados, a dubiedade formal clássico-romântica do projeto eclético do parque brasileiro.

São exemplos deste tipo de parque o Jardim Botânico, A Quinta da Boa Vista (Figuras 41 e 42), o Campo de Santana no Rio de Janeiro e o Campo de São Bento em Niterói. O Parque do Ipiranga, o Parque da Luz em São Paulo, o Parque Reneé Gianetti em Belo Horizonte e o Parque Rodrigues Alves em Belém-PA.

A partir dos anos 40 do século XX, este modo de projetar vai se modificando em função das mudanças que ocorrem, então, na sociedade. Os parques ecléticos tornam-se obsoletos, perante as novas necessidades de lazer da sociedade, que passa a demandar equipamentos como playgrounds, quadras esportivas, lanchonetes etc. Muitos parques passam por reformas, mas conservam seu caráter e se mantêm como locais vivos e atraentes como pontos de referência nos centros urbanos. O modelo eclético perdura como referência projetual a ponto de alguns de seus elementos característicos poderem ser vistos até nas linhas projetuais posteriores, a moderna e a contemporânea. Muitos deles chegaram aos nossos dias bastante íntegros do ponto de vista formal, embora em outros casos tenham sofrido mutilações para a introdução de edifícios, equipamentos culturais e recreativos.

Figura 41 – Parque Eclético: Jardim Botânico (Rio de Janeiro)49

Fonte: Macedo; Sakata (2003).

49 Parque caracterizado por grandes perspectivas para obtenção de efeitos estéticos, preservação ambiental,

Figura 42 – Parque Eclético: Quinta da Boa Vista (Rio de Janeiro)50

Fonte: Macedo; Sakata (2003).

 Parques Modernos.

A partir da Revolução de 30 e em decorrência da Semana de Arte Moderna de 1922, nova corrente de pensamento, de fundo nacionalista, passa a exercer um forte influência no pensamento e na vida nacional. No período, são também grandes as transformações na sociedade brasileira, entre elas um acelerado processo de urbanização onde a população passa a ocupar mais densamente os centros urbanos e desenvolver novos hábitos que se refletem no programa dos parques públicos.

A valorização das atividades recreativas ao ar livre é uma dessas mudanças que provocaram o aparecimento de equipamentos adequados à sua prática: áreas de convívio familiar equipadas para piqueniques, quadras esportivas e playgrounds. Paralelamente, ocorre a valorização das atividades culturais, gerando áreas próprias para desenvolvê-las nos parques, como anfiteatros, bibliotecas, museus, teatros, entre outros equipamentos.

50

Parque caracterizado por grandes perspectivas objetivando a valorização dos edifícios existentes, preservação ambiental, e desenho de base mista, com estruturação geométrica, mas apresentando áreas com desenho mais livre

A valorização do lazer ativo provocou profundas alterações na estrutura geral – funcional e morfológica – do parque. O movimento Moderno, influenciando diferentes áreas da cultura nacional (arquitetura, artes plásticas, literatura, música etc.), influencia também uma nova concepção estética nos parques públicos ao romper com a produção paisagística anterior representada pelo Ecletismo:

1. Possui a mesma configuração morfológica estruturada pelos elementos dos

parques ecléticos, como bosques, gramados e corpos d’água, mas sem tentar obter

a paisagem de um país europeu.

2. A linguagem formal e visual utiliza linhas despojadas, de formas mais geométricas, de desenho mais definido e limpo. Os parterres são abandonados, como também os caminhos sinuosos, os elementos românticos e pitorescos, os canteiros ajardinados e as podas topiárias.

3. A área dos parques é totalmente recortada por uma rede de caminhos, menos rebuscada e com função diversa: no parque moderno, a rede de caminhos faz a ligação entre os diferentes equipamentos de forma mais direta e é aproveitada para práticas esportivas.

4. A vegetação tropical predomina, podendo ser nativa ou exótica, organizada, com cenários bucólicos, seguindo, no entanto, uma linguagem mais naturalista tropical. 5. A água, ainda de caráter contemplativo, é desenhada em formas ortogonais, ora

curvas, mas sempre assimétricas.

6. O espaço do parque, na sua totalidade, é subdividido em áreas funcionalmente para piqueniques, lazer infantil, lazer cultural, esportes e contemplação. Em alguns casos essas atividades encontram-se concentradas em duas áreas bastante diferenciada: Lazer Ativo, onde se localizam as quadras, os playgrounds, teatros ao ar livre e pontos de apoio como lanchonetes e sanitários. A outra é voltada para o Lazer Contemplativo, normalmente ocupada por um bosque já existente e permeada por trilhas e caminhos com pontos de atração, como mesas para piqueniques e churrascos, mirante e lagos.

7. É parte integrante desses parque elementos construídos, como jardineiras, anfiteatros, arquibancadas, bancos, mesas, fontes, monumentos além de pisos e murais com desenhos altamente elaborados.

Esta tipologia de parque trouxe significativas mudanças conceituais para a produção dos espaços de lazer, alterando a concepção da própria paisagem. O ideal bucólico- contemplativo persiste ainda neste período, porém novas perspectivas se abrem para um uso

mais diversificado e democrático do parque, ao ser transformado em uma área de lazer para todas as faixas etárias e sociais.

São exemplos desses parques o Parque Moinho de Vento (Porto Alegre. RS), o Bosque João Paulo II e o Parque Birigui (Curitba-PR), o Parque Ecológico do Tietê e o Ibirapuera (São Paulo-SP), O Parque do Flamengo (Rio de Janeiro-RJ), a Lagoa do Abaeté (Salvador-BA) (Figuras 43 e 44) e a Orla da Praia de Iracema (Fortaleza-CE).

Figura 43 – Parque Moderno: Parque do Flamengo (Rio de Janeiro)51

Fonte: Macedo; Sakata (2003).

Figura 44 – Parque Moderno: Lagoa do Abaeté (Salvador)52

Fonte: Macedo; Sakata (2003).

51 Parque caracterizado pela introdução de equipamentos de lazer, preservação e recomposição ambiental.

Desenho livre, seguindo a topografia da aera.

52 Parque caracterizado pela introdução de equipamentos de lazer, preservação ambiental e desenho livre,

 Parques Contemporâneos:

A década de 80 marca o início de um processo de liberdade na concepção do espaço livre urbano, consequência do questionamento cultural ocorrido nas décadas de 60 e 70, que colocou em xeque os já tradicionais princípios modernistas, seja na arquitetura, no urbanismo e no paisagismo. Antigos valores do Ecletismo são retomados, principalmente os estéticos. Mas são fundidos às novas formas de uso. Tudo é permitido. A Linha Contemporânea de parques caracteriza-se, acima de tudo, pelo experimentalismo, não definindo padrões rígidos como o Ecletismo e o Modernismo.

Do Modernismo, herda alguns valores, e introduz a ecologia como um importante instrumento de preservação na vegetação nativa no meio urbano. Outra vertente do parque contemporâneo é aquela que sofre influência de paisagistas americanos, franceses e espanhóis na forma da simetria no desenho dos canteiros, no uso da vegetação, na utilização da água em formas elaboradas e o reaparecimento dos canteiros de espécies floríferas, formando tapetes coloridos e, ao lado de outros elementos de ordem formal, resulta em espaços dotados de plasticidade inédita.

Ao lado do uso dessas formas inovadoras, no seu arcabouço formal, observa-se uma tendência de retorno ao Ecletismo, como a valorização dos espaços de contemplação e a reintrodução de elementos decorativos como pérgolas, mirantes, pontes e pórticos. Aí surgem também os parques temáticos. Os parques públicos apresentam temas que rememoram algum evento histórico ou homenageiam alguma etnia importante para a cidade. O Lazer Ativo continua valorizado com as atividades esportivas e o culto ao corpo torna indispensável a presença dos mais variados equipamentos que permitam a prática de esporte.

1. O Programa funcional é predominantemente de Lazer Ativo, embora muitos parques contemporâneos apresentem um programa mais Contemplativo. O culto ao corpo ganha importância e com ele a disponibiidade e a diversificação de equipamentos esportivos.

2. Ecossistemas naturais como mangues, antes considerados de menor dignidade, passam a ser valorizados como charcos, manguezais, áreas remanescentes de mata nativa, velhas pedreiras e aterros. A educação ambiental passa a ser realizada no espaço dos parques e a sinalização reforça a conscientização ecológica.

3. O retorno aos antigos valores se funde às novas tecnologias e tudo pode ser experimentado, cuja características mais marcantes, influenciadas pelo paisagismo de países como Espanha, EUA, França e Japão, onde grandes áreas de piso com

pouca ou controlada vegetação, aparecem ao lado de elementos escultóricos ou da arquitetura pós-moderna.

4. Os parques podem ser temáticos, destacando algum fato histórico ou alguma etnia importante para a história do local onde está implantado.

5. A vegetação segue a ideologia da preservação dos ecossistemas, acompanha a tematização dos espaços compondo cenários variados.

6. A água permanece como um importante elemento estruturador dos espaços na forma de lagos já existentes, nascentes, fontes, jorros e bicas.

São exemplos desta tipologia de parques o Parque Cidade de Toronto (São Paulo-SP), o Parque Arruda Câmara (Rio de Janeiro-RJ), os Parques da Pedreira, Bosque do Alemão e o Jardim Botânico (Curitiba-PR), Parque da Costa Azul (Salvador-BA), Parque do Mindú (Manaus-AM) (Figuras 45 e 46) e o Parque do Parreão (Fortaleza-CE).

Figura 45 – Parque Contemporâneo: Parque da Costa Azul (Salvador)53

Fonte: Macedo; Sakata (2003).

Figura 46 – Parque Contemporâneo: Parque do Mindú (Manaus)54.

Fonte: Macedo; Sakata (2003).

Sendo assim, embora a questão do idoso seja um tema surgido e colocado em discussão no final do século XX, observa-se nos conceitos de parques, aqui analisados, uma quase completa inexistência ou preocupação com áreas e equipamentos, na estrutura desses espaços públicos, voltados para pessoas da terceira idade. As referências são generalizadas, desprovida de um conteúdo mais detalhado. A não ser que o Lazer Contemplativo seja a área destinada aos maiores de 60 anos. Entretanto, gerontólogos, geriatras e outros estudiosos do tema, são enfáticos em considerar a atividade física e a vida ao livre, em espaços abertos, como de fundamental importância para a qualidade de vida das pessoas da terceira idade.

Além do mais, só a partir de 1995, com a Lei 8.987, fixando as diretrizes para a

Acessibilidade das Pessoas com Necessidades Especiais, a posterior Lei 10.098/2000 que

regulamentou a matéria, e a instituição, em 30 de junho de 2004, da NBR 9050, o tema entrou na pauta de planejadores, administradores públicos e entidades da sociedade civil. A grande maioria, senão a totalidade dos parques, são pré-existentes à essa Legislação.

54 Parque caracterizado pela preservação da floresta existente com a introdução de poucos equipamentos

A fundamentar a questão, na época, estavam os dados do IBGE, que apontavam cerca de 24 milhões de pessoas, no Brasil, portadores de alguma deficiências. Os dados são do Censo de 2000. Hoje, já concluído o Censo de 2010, estima-se que cerca de 15% da população de 195 milhões de habitantes sejam portadores de alguma necessidade especial. Acrescente-se a este o número o fato de que 11% (21 milhões de pessoas) da população são de idosos com mais de 60 anos, fase da vida onde se apresentam vários tipos de deficiências, físicas, principalmente.

Caso seja adicionado ao convívio social dessas pessoas, outras duas, pais ou amigos, o número de pessoas envolvidas com indivíduos com dificuldade de locomoção passa a ser de mais de 130 milhões de brasileiros, ou seja, quase toda a população do país tem alguma relação direta ou indireta com pessoas de mobilidade reduzida. Os parques já existentes e os que serão criados precisam, urgentemente, incorporar à sua estrutura, equipamentos que contemplem pessoas da 3ª idade.

Outra prioridade é a criação de parque que atenda às classes menos favorecidas. Os atuais parques são distantes dos bairros periféricos e procuram atender mais uma emergente classe média e a valorização imobiliária de áreas em crise. Essa compreensão instiga uma problematização sobre diferentes concepções da noção de segregação. Seria a prioridade a locais não periféricos uma forma de segregação ou, ao contrário, tratar-se-ia simplesmente de um dos indícios de abandono e pouca prioridade do Estado. Outra questão a ser enfatizada é a questão da sustentabilidade desses parques, seja pela falta de manutenção, permanência ou de segurança pública.

Alguns equipamentos, básicos, para Parques são indicados a seguir (Desenhos 18 a 29).

Desenho 18 –Área de estar completa

Desenho 19 – Cortes da área de estar

Fonte: Ronald Lima de Góis (2012).

Desenho 20 – Área de estar simples

Desenho 21 – Piscina para idosos55.

Fonte: Ronald Lima de Góis (2012).

55Piscina projetada e construída no modelo “prainha” (partindo-se de uma cota “0” -zero- até a profundidade

Desenho 22 – Salão de danças para idosos.

Desenho 23 – Anfiteatro ao ar livre.

Fonte: Ronald Lima de Góis (2012).

Desenho 24 – Mesa de jogos ao ar livre

Desenho 25 – Barras de alongamento.

Fonte: Ronald Lima de Góis (2012).

Desenho 26 – Quadra de Voley-Ball.

Desenho 27 – Rede da Quadra de Voley-Ball.

Fonte: Ronald Lima de Góis (2012).

Desenho 28 –Quadra de bocha.

Desenho 29 – Detalhes da quadra de bocha.

Fonte: Ronald Lima de Góis (2012).

5.5.9.2 Passeios Públicos

a) Passeios Comum (Calçadas).

 O Sistema Viário: Divisão e Hierarquização

Vias Arteriais: São vias interurbanas. Ligam duas cidades separadas por área rural,

podendo contorná-las ou entrar nelas. Podem também ligar dois pólos de uma área conurbada (duas cidades inicialmente separadas que, ao se expandirem, ficam unificadas). Podem ser de 3 Tipos:

1. Auto-Estradas: Tráfego direto, bloqueadas, com interseções em níveis diferentes. Acessos muito espaçados.

2. Expressas: Tráfego direto, mas as interseções podem ser no mesmo nível. Não é exigido o bloqueio, podem ter acesso às propriedades laterais mas através de vias marginais.

3. Principais: Vias Livres Comuns. As vias principais são aquelas que tem grande importância dentro da cidade e que devem conciliar a fluidez (desenvolvimento contínuo do tráfego) com o acesso às propriedades lindeiras e com o transporte coletivo. Não é importante a velocidade.

Outros tipos de Vias:

1. Coletoras: são vias de segunda grandeza, que coletam e distribuem o tráfego por bairro e alimentam as principais.

2. Locais: são as vias que dão acesso direto às áreas residenciais, comerciais e industriais.

3. Especiais: são as de usos exclusivos de ônibus, bicicletas ou pedestres.

Além de acesso aos diversos tipos de usos do solo que se apresentam ao longo de seu percurso, a rua também serve de passagem aos veículos que se destinam a outras ruas. Este último tipo de tráfego, por não ter ligação direta com a rua em que está circulando, constitui um elemento que perturba o uso do solo e seus acessos. Por sua vez, o acesso ao uso do solo (com as constantes entradas e saídas de veículos das propriedades situados nos terrenos lindeiros, mais o estacionamento permanente e as paradas para deixar passageiros) perturba o tráfego de passagem.

A hierarquização das vias visa diminuir os conflitos resultantes desta superposição. No caso de certas vias locais, a hierarquização, aliada a certas características de desenho, pode chegar a eliminar todo o tráfego de passagem.

A circulação de pedestres e veículos, vista até aqui com seus interesses diversos, de acesso ao uso do solo lindeiro de passagem, dá origem a vários conflitos, como pode ser observado. A primeira solução para reduzi-los é a mais conhecida de todas e consiste em criar

áreas de uso só de pessoas, chamadas de calçadas ou passeios, e áreas de uso predominante

de veículos (eventualmente de pessoas), chamadas faixas ou pistas de rolamento ou caixas de

rodagem.

Embora esta solução seja antiga e lógica, não dá conta de todos os conflitos ( em todas as cidades carros estacionam sobre passeios!) e o uso intensivo e sem controle do automóvel exige outras soluções como passarelas – elevadas ou subterrâneas – ligando dois lados de uma rua ou avenida.

b) Passeios Cobertos (Galerias Abertas e Fechadas)

 Galerias Abertas

São soluções muito utilizadas em países tropicais onde a presença da chuva ou, principalmente do sol, exigem a proteção do pedestre. Caracterizam-se por manter a calçada livre, mas coberta pelo corpo da edificação que, a partir do 2º piso, mantém sua testada e os outros andares no limite do terreno lindeiro. É uma solução muito utilizada no Rio de Janeiro

No documento A cidade e o idoso (páginas 157-200)