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ESPAÇOS LIVRES DA CIDADE

No documento Ebook Design novos horizontes (páginas 49-53)

propondo um novo estudo ergonômico para o Design Inclusivo no conceito do Desenho Universal. Apresentando novas soluções para melhoria dos projetos de mobiliários urbanos, adequando a todos os tipos de usuários. Nos atuais parques e praças públicas, observa- -se que quase não se aplica este conceito e muitas vezes, ocorre de forma segregada, seja pela falta de estrutura dos espaços e da mobi- lidade, que acabam gerando barreiras, dificultando o acesso e uso das pessoas com deficiências.

ESPAÇOS LIVRES DA CIDADE

Muitas vezes podemos recuperar um ambiente urbano, buscando uma melhor qualidade de vida e ambiental, sem serem necessárias grandes modificações neste espaço. Quantas vezes nem mesmo per-

dido. Se apenas déssemos uma maior valorização e revitalização no existente, já seria possível obter-se alguns resultados.

Basta observarmos com maior atenção para descobrir uma série de coisas a nossa volta. Alguns marcos importantes na paisagem, prédios com suas fachadas expressivas, edifícios históricos e ruas. É possível perceber variados ambientes, nos quais a leitura da pai- sagem é feita de formas diferentes pelas pessoas. O ambiente é vivenciado da mesma maneira por indivíduos diferentes. E assim, cada um pode observar a cidade obtendo impressões variadas do mesmo espaço.

Os mobiliários e equipamentos urbanos são elementos inte- grantes neste conjunto, muitas vezes ajudando no sentido de ordenar e valorizar estes espaços. Tornam-se referências e ao mesmo tempo dão identidade ao local. O uso de equipamentos coletivos vem sendo cada vez mais necessário em decorrência dos espaços reduzidos que se dispõem seus habitantes. A cidade é constituída de cor, de escala, estilo e natureza, dando-lhe personalidade própria e particularidades de traçado. O homem em todos os momentos busca a identidade com o local em que se encontra, tornando-o propício à sua sobrevivência.

No processo de leitura destes espaços livres as áreas verdes, muitas vezes compõem o espaço urbano, dando uma maior qualidade de vida à cidade. Enriquecem muito a paisagem, tornando-se um com- ponente integrante da vida urbana.

O homem é totalmente móvel dentro de uma cidade no qual neces- sita de várias atividades sejam elas: recreativas, sociais ou comerciais. Os espaços livres são previstos para estas atividades. Porém neces- sitam de componentes que direcionem os fluxos das pessoas em determinados grupos de uso. Estes componentes variam desde uma simples árvore que dê abrigo ou sombra, até um mercado completo que atraia o usuário.

Os jardins, praças e os parques públicos, tornam elementos fun- damentais na vida urbana. Com a tendência das cidades modernas transformarem-se em “monstruosos labirintos de casas e ruas” decor- rentes do grande crescimento demográfico e consequentemente um maior adensamento das regiões. Os parques comunitários vêm adqui- rindo cada vez mais importância. Pois as pessoas vivem em modernos edifícios verticalizados de habitação, não possuindo um mínimo pedaço de terra, onde possam refugiar-se da agitação urbana. Os espaços e equipamentos urbanos por sua vez procuram garantir várias opções de uso, considerando-se periodicidade, a potencialidade do

gradativos que variam do micro ao macro ambiente sendo ele: “O passar, o olhar, o estar”. Equipamentos tais como: de esportes e recre- ação, áreas de estar e de descanso, enriquecendo o uso do local. O permanecer e praticar alguma atividade. Seja ela: lazer, descansar, meditar, ler ou simplesmente admirar o entorno e os elementos da pai- sagem, em proporção e escala compatíveis com o ser humano. Estes espaços podem causar algumas impressões e relações de aconchego ou distância, grandiosidade ou pequenez, agradabilidade ou não, devendo ser adequados às dimensões e usos das pessoas. O sucesso do projeto está relacionado e acontece quando se atende aos desejos e necessidades do usuário em relação aos equipamentos e locais des- tinados às atividades. Segundo Benedito Abbud: “Lugar é todo aquele espaço agradável que convida ao encontro das pessoas ou ao nosso próprio encontro”.

Segundo Marghani et. al (2010), “todo mobiliário urbano passa a diferenciar e valorizar o espaço público, definindo padrões de quali- dade nas cidades e os identificando”.

Consideram-se Mobiliários Urbanos: bancos, mesas, esculturas, floreiras, vasos, totens, bebedouros, playgrounds, fontes, espelhos d’água, pontes, quiosques, gazebos, marquises, lixeiras, pérgolas, caramanchões, etc. Os mobiliários dão identidade ao espaço público, devendo atender as necessidades de cada usuário.

Segundo a ABNT - NBR 9050: 2015 é o ”Conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses elementos, como semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga”.

Consideram-se Equipamentos Urbanos: o abastecimento de água, serviços de esgoto, energia elétrica, coleta de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. Segundo a ABNT - NBR 9050: 2015 são “todos os bens públicos e privados, de utilidade pública, destinados à prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, em espaços públicos e privados”.

A ergonomia está diretamente aplicada no homem fazendo parte deste espaço e suas relações métricas baseadas na proporção har- mônica, para o projeto destes mobiliários e equipamentos urbanos. Através de estudos bibliográficos e revisões de conceitos, será pos-

urbanos e aplicá-los na proposta de pesquisa para o doutorado, con- tribuindo para o Desenvolvimento da Teoria e da Tecnologia do Design. Propondo nas etapas futuras de desenvolvimento da mesma, um estudo ergonômico para o Design Inclusivo, dentro do conceito do Desenho Universal. Proporcionando sua aplicação nos projetos de mobiliários urbanos, utilizados em praças e parques públicos de forma inclusiva. Sob a correta utilização de dados antropométricos ade- quados, a diferentes tipos de usuários, integrando as pessoas nestes espaços.

Segundo dados do Relatório Mundial da Saúde (2011), “Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo convivem com alguma forma de deficiência, dentre os quais cerca de 200 milhões experimentam dificuldades funcionais consideráveis. Nos próximos anos, a defici- ência será uma preocupação ainda maior porque sua incidência tem aumentado. Isto se deve ao envelhecimento das populações e ao risco maior de deficiência na população de mais idade, bem como ao aumento global de doenças crônicas tais como: diabetes, doenças car- diovasculares, câncer e distúrbios mentais”.

Os dados apresentados pelo relatório norteou o início da pesquisa bibliográfica, constatando que a deficiência é um dos grandes pro- blemas da população mundial do nosso século. Lugares como: China, Austrália, Japão, Singapura, Reino Unido e EUA, vêm se preparando, para em um futuro próximo, acolher sua população de forma inclusiva.

Estudos realizados em 56 países mostram que os países mais pobres são mais propensos a terem problemas de saúde, muitas vezes associados à deficiência. Os fatores são inúmeros: biológicos, por desnutrição, baixo peso, falta de água potável e saneamento básico, insegurança no trabalho e outros. As crianças correm maior risco de deficiências, assim como os idosos, pois além de todos estes fatores apresentados, tem maior exposição a riscos de acidentes e muitas vezes, punições físicas severas pelos próprios pais. Existem também as deficiências provocadas por lesões, na grande maioria em consequência de acidentes rodoviários e violência.

No Brasil segundo dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geo- grafia e Estatística - Censo Demográfico (2010), num período de 50 anos (1960-2010), ocorreu uma redução da população entre 0 a 14 anos de idade em função do controle de natalidade e índices de mor- talidade infantil. O que representava 42,7% da população brasileira, em 2010 este índice passou a 24,1%. Demonstrando assim um enve- lhecimento da população, consequentemente havendo um aumento

contexto investigado, os resultados demonstrados no último censo com relação à deficiência, contatou-se que 23,9% da população brasi- leira tem algum tipo de deficiência, o equivalente à 45.606.048 milhões de pessoas. Destas 38.473.702 milhões, estão em áreas urbanas e 7.132.347milhões em áreas rurais. A grande concentração encontra-se na região Nordeste, principalmente no estado do Rio Grande do Norte. Dos quais 7,5% são crianças entre 0 e 14 anos de idade, 24,9% pes- soas entre 15 e 64 anos e 67,7% com idade acima de 65 anos.

Foram identificados grupos de deficiências investigadas conforme pesquisas efetuadas e classificadas como: visual, motora, auditiva e mental ou intelectual.

No documento Ebook Design novos horizontes (páginas 49-53)