• Nenhum resultado encontrado

Inclusão: compreensão, análise e abrangência

No documento Ebook Design novos horizontes (páginas 61-77)

INTRODUÇÃO

Inclusão - ato ou efeito de incluir. Uma palavra simples com um significado aparentemente simples, mas que tornou-se extrema- mente complexo quando deixou de ser uma necessidade para ser um direito do cidadão. Necessidades podem ou não serem sanadas, mas o direito é inerente ao cidadão e está sob a proteção da lei, que deve ser cumprida. Assim, professores se viram frente a uma nova situação com a lei de inclusão, acuados ou mesmo revoltados ao ter que acatar alunos com necessidades especiais; donos de estabeleci- mentos, que operavam como bem lhe convinham, foram obrigados a grandes reformas para atender a lei de acessibilidade (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 e Lei nº 10.098); escritórios foram convidados a substituir mobiliários; prefeituras tiveram que rever sistema de trans- porte e a acessibilidade de vias urbanas; pessoas denunciadas por pre- conceito. Dessa forma, o que deveria ser natural, um direito básico do cidadão portador de deficiência, virou um inconveniente. O mundo que foi construído para as pessoas “normais” agora deveria também abrigar pessoas “diferentes”, que invadiram a realidade. Agora, é a vez dos “normais” brigarem por um espaço na sociedade que julgavam ser naturalmente deles.

Segundo ROSA, 2013, as informações mais antigas que se têm sobre pessoas com alguma deficiência datam a idade media, em um período de muitas perseguições e maldades contra aqueles que nas- ciam nessa condição. Na Grécia Antiga dessa época, o ideal de per- feição humana de homens e mulheres era à imagem e semelhança dos deuses, deusas e guerreiros – corpos esculpidos, fortes e gozando de plena saúde física, mental e intelectual. Quem não se enquadrava não fazia parte da sociedade e vivia em situação de abandono, clausura e torturas que podiam culminar em morte.

Em Roma, o direito à vida era garantido por lei apenas para crianças perfeitas. Se ao nascer apresentassem algum tipo de deficiência o pai deveria sacrificá-la (SILVA, 1986).

Algumas tribos (SILVA, 1986) enterravam a criança indesejada logo ao nascer, junto com a placenta. Outros abandonavam ao frio, asfixiavam, queimavam, afogavam. Tudo por medo do desconhecido – acreditavam que as crianças portadoras de deficiência traziam consigo espíritos malignos.

Com o passar do tempo, as sociedades evoluíram e o que se conhece são vestígios históricos que indicam que algumas pessoas portadoras de deficiência chegaram a viver em sociedade: relatos apontam que o Egito chegou a ser conhecido como terra dos cegos em função de uma infecção nos olhos que cegou muitas pessoas (SILVA, 1986); leis gregas amparavam pessoas que não podiam se sustentar, incluindo aí soldados mutilados e pessoas portadoras de deficiência; obras de arte egípcias retrataram pessoas portadoras de deficiência (MULLER, 1999). No século XV foi a vez da inquisição aniquilar na fogueira pessoas portadoras de deficiência física e mental, ditos como loucos (WALBER, 2004).

No século XVI, essas pessoas foram consideradas retardadas possuídas pelo demônio (SILVA, 1986). E foi neste mesmo século que finalmente a deficiência foi reconhecida como uma patologia que necessitava de cuidados médicos. O conhecimento médico a respeito desenvolveu-se e houve a conscientização política e social sobre as pessoas portadoras de deficiência. Médicos e educadores enfren- taram o preconceito e defenderam os direitos de alfabetização da pessoa excluída.

As conquistas desse século foram minadas no século XIX quando se institucionalizou o cuidado e a educação das pessoas portadoras de deficiência. Estas voltaram a condição de não pertencentes à sociedade. Foi a partir deste século que o Brasil conheceu a inclusão,

públicas e privadas (WALBER, 2004) e em 1975 foi aprovada a Decla- ração dos Direitos das Pessoas Deficientes; em 1989 a Lei de n. 7.853 (PRES. DA REPÚBLICA, 1989) passou a garantir pleno desenvolvi- mento da pessoa com necessidades especiais por meio da educação e outras leis vieram para garantir que nenhuma criança em condição especial fosse vítima de negligência.

Atualmente, apesar das polêmicas e dos muitos passos a serem dados, a inclusão ganhou espaço e não se refere apenas a incluir indi- víduos portadores de deficiência e sim incluir pessoas em um meio ao qual não fazem parte, independente da sua escolha. Raça, credo, con- dição social e cultural, gênero, tecnologia e outros fatores de exclusão vieram se somar a deficiência aumentando a lista da população com necessidade de inclusão - uma experiência desafiadora e longa.

A literatura pouco discute a inclusão sob o ponto de vista das pessoas que não estão no grupo de indivíduos que têm a necessi- dade de inclusão para poder gozar plenamente dos seus direitos como cidadão, para as quais a inclusão é um empecilho, um fator que gera problemas muito mais que soluções. Um pensamento que tem sua raiz na falta de informação e clareza no entendimento do que é inclusão (MACIEL, 2000).

Com a democratização da informação e a facilidade com que as pessoas tomam conhecimento do que se passa no mundo, a inclusão, seja ela de qual natureza for, se tornou um assunto em pauta em diversos grupos de discussão, mídia e pesquisas acadêmicas. Mas não necessariamente está sendo compreendida para que possam se criar processos cada vez mais eficientes para este fim, ou seja, pensar inclusão como uma necessidade premente e não como um assunto da moda ou de relevância para debates que nem sempre levam a uma solução prática. E isso tem gerado muita frustração nos profissionais envolvidos no processo - falta preparo, apoio governamental, verba, metodologia e conhecimento (COSTA, 2007; MANTOAN, 2005).

Depoimentos dão uma ideia de como a inclusão é vista por indi- víduos que não têm essa necessidade em seu meio e também por aquelas que se sentem coagidas por lei a cumprir um processo sem ter conhecimento do assunto e das necessidades das pessoas passí- veis de alguma forma de inclusão:

A professora fica nervosa em ver que a aluna J não vê signifi- cado na escola e muitas vezes acha que seria melhor se a aluna estivesse em uma escola especial, desenvolvendo algo que desse prazer a ela. A professora compara a aluna como se fosse sua filha,

e diz que não gostaria que um filho seu estivesse nas condições da aluna. (SANTANA, 2009)

Em termos gerais, pode-se entender que o pensamento humano da atual geração está voltado para um mundo criado para os “normais”, assim considerados todos aqueles que não têm a necessidade de ser incluído em um universo ao qual ele não se sente parte.

A inclusão é reconhecer nossa unicidade universal e interdepen- dência. Inclusão é reconhecer que somos “um” mesmo não sendo o “mesmo”. O ato de Inclusão significa lutar contra a exclusão e todas as exclusões das doenças sociais. Dá origem ao racismo, ao sexismo, ao handicapismo etc. Luta pela inclusão também. Envolve garantir que todos os sistemas de apoio estão disponíveis para aqueles que neces- sitam de apoio, suporte. Fornecer e manter sistemas de apoio é uma responsabilidade cívica, não um favor. Nós todos nascemos “em”. A sociedade melhorará imediatamente a partir do momento que honrar esta verdade. (ASANTE, 1997 - tradução livre)

O design também vem sofrendo grande impacto, de forma posi- tiva, em função da inclusão. A necessidade e a importância de se tornar o design acessível ao maior número de pessoas, incluindo os idosos e portadores de deficiência, têm sido cada dia mais percebida. O envelhecimento da população é notório na maior parte de mundo, inclusive no Brasil, antes considerado um país de jovens. Em outra vertente vem o número de pessoas portadoras de deficiência no país, que também é grande. Dados do IBGE (2010) apontam que 24%, equi- valente a 45,6 milhões de pessoas, ou cerca de um quarto dos brasi- leiros. Segundo os especialistas, houve aumento significativo neste número devido aos avanços sociais que permitem que essas pessoas vivam com mais dignidade e respeito. Assim, podem sentir-se mais a vontade para declarar a sua condição de portador de deficiência.

Especificamente na área de inclusão social e digital, o design muito tem colaborado nesse contexto. Pensar o design para inclusão de pessoas portadoras de deficiência ou que por algum motivo alheio à sua vontade não tem acesso a internet e aos meios digitais, o design inclusivo, como é chamado, tem levado os designers a voltarem seus pensamentos para questionamentos de alto nível e formular respostas a altura. Esse “novo design” pode fazer mais do que ampliar o alcance da tecnologia convencional e da popularidade de dispositivos de apoio; pode cumprir os seus alicerces políticos e orientar para as necessi- dades mais amplas dos excluídos da sociedade.

necessidades inerentes das pessoas, particularmente dos idosos e portadores de deficiência, além de abordar o papel que o design pode assumir como facilitador nesse processo. É necessário ressaltar que inclusão e exclusão, foram tomadas como sinônimos de um mesmo fenômeno, considerando, neste contexto, a inclusão em suas mais variadas formas, e que todos os indivíduos excluídos por alguma razão da sociedade são pessoas passíveis de estarem contidas no processo. Caracterização atual do termo inclusão

O Brasil é um país de pluralidades: social, cultural, étnica, gênero. Atualmente, o país, que sempre foi de jovens começou a envelhecer e a sociedade se vê pressionada a abrir espaços para uma população mais velha, porém ávida por novas experiências. Os “diferentes” che- garam às escolas públicas e particulares por força da lei, também a escola foi palco de uma discussão acalorada sobre a inclusão ou não do termo identidade de gênero em substituição ao termo sexo. Derro- tado no Legislativo o MEC ainda tenta que sua sugestão seja acolhida pelos educadores (LIMA, 2016). O Brasil e o mundo estão aprendendo a viver com as diferenças e complexidades da inclusão e da exclusão, mas isso é um processo em lenta construção, pois a discriminação está arraigada no indivíduo.

Ao tentar entender a exclusão social dos grupos estigmatizados, tais como incapacidades mentais ou físicas ou doenças terminais ou desfigurantes, indo a fundo na psicologia, as ideias psicanalíticas do estranho (Freud, 1919) e do desprezível (Kristeva, 1982) foram invocados para sugerir que há uma ansiedade genuína e até mesmo horror quando há proximidade física que nos remete a coisas assus- tadoras que banimos da consciência para que conscientemente esses assustadores estejam fora de nós mesmos; acontecem a outras pes- soas, não a nós mesmos (SONPAR, 2015 - tradução livre).

A consideração de Sonpar apresenta um panorama de como os processos de exclusão e inclusão estão intrinsicamente ligados ao Eu do indivíduo. Quando se fala em inclusão, portanto, não se trata apenas do outro, mas do eu e de como nos protegemos para que o que está acontecendo com o outro não nos atinja. Buscamos, até por uma imposição da cultura atual, interagir e aceitar o diferente, mas nem sempre entendemos o que é esse diferente e quais as suas necessidades reais.

Com o intuito de identificar o pensamento e entendimento das pessoas em relação ao termo inclusão foi realizada uma pesquisa, por meio de questionário digital, com 100 indivíduos de diferentes áreas

do conhecimento, faixa etária, grau de instrução e gênero, sendo: 55% mulheres, 42% homens e 3% que não se identificaram; com cerca de 64% na faixa entre 26 e 45 anos; 77% possuem curso superior com- pleto ou pós-graduação e 23% possuindo segundo grau. Não houve respondentes com nível de escolaridade abaixo do segundo grau com- pleto, mesmo a pesquisa tendo sido distribuída em fóruns diversos, por e-mail e redes sociais.

A busca pela compreensão e exploração sobre o termo inclusão foi realizada por meio de questões que identificaram a presença na família de pessoas portadoras de deficiência, idosos, pessoas sem acesso a computador e internet, além da faixa etária e grau de instrução.

Inicialmente caracterizou-se que 58% dos respondentes não possuem em suas famílias pessoas que necessitam de inclusão e que este termo e seu significado é compreendido por cerca de 54% delas. Daqueles que possuem pessoas na família com necessidade de inclusão, cerca de 46% das respostas, somente 34% deles entendem seu significado. Ou seja, o entendimento do termo é melhor onde não existe dentre os familiares pessoas com neces- sitem de serem incluídas.

Dentre os 42% que responderam existir na família entes com necessidade de inclusão, a classe que sobressai é daqueles que possuem pessoas idosas, correspondendo a cerca de 71% delas, sendo que dentro desta classe somente cerca de 33% entendem e conhecem o significado correto do termo. Ou seja, cerca de 66% das famílias que possuem idosos não sabem o significado correto do termo. A Figura 1 apresenta o resultado das respostas obtidas.

Figura 1. Cruzamento de dados: famílias que têm pessoas passíveis de inclusão em casa X Como as pessoas entendem o termo

Fonte:

O entendimento por faixa etária é apresentado na Figura 2. Na faixa de 26 a 45 anos, a proporção entre pessoas que tem compre- ensão do tema é praticamente igual àquelas que não. Abaixo dessa faixa a maior parte dos indivíduos tem conhecimento sobre o termo, com cerca de 54% para a faixa 26-35 e 44,7% para 36-45 anos. Nota- -se que acima dos 55 anos as pessoas têm menos compreensão sobre o tema, talvez porque, no Brasil, como cita a bibliografia, apenas em 1989 foi aprovada a primeira lei que garantia pleno desenvolvimento da pessoa com necessidades especiais. A Lei Brasileira de Inclusão - LBI, também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência, criada em 2015, entrou em vigor em janeiro de 2016 (FRANCO, 2016). Ou seja, inclusão no Brasil, como direito e como obrigação do Estado, é um assunto recente, com amplo campo para pesquisa e desen- volvimento, em diversas áreas do conhecimento. A maior parte dos estudos encontrados durante esta pesquisa referem-se a inclusão de alunos portadores de deficiência em escolas regulares do ensino público e privado e sobre a inclusão social de pessoas portadoras de deficiência. Identifica-se que quanto menor for a faixa etária, melhor o entendimento do tema, chegando a cerca de 66% na faixa dos 15 aos 25 anos.

Figura 2. Cruzamento de dados: faixa etária e compreensão do termo inclusão

Fonte:

Nota-se na Figura 3 que um grande número de sujeitos, principal- mente com curso superior e pós-graduação, possui pessoas idosas morando com a família (30%). Em oposição a este fatos, idosos não foram citados como sendo pessoas com necessidade de inclusão (Figura 1). Assim, pode-se concluir que, mesmo com elevado nível educacional, as pessoas não conhecem o significado de inclusão e quais pessoas podem se beneficiar nesse processo. Por outro lado, observa-se que aqueles que não têm em casa pessoas que sejam pas- síveis de fazer parte de projetos de inclusão são os que apresentaram mais clareza de entendimento do termo. O resultado corrobora com a afirmação de Sonpar (2015), para o qual as pessoas tendem a afastar do pensamento e, portanto, negar, fatos que consideram desprezíveis e que consideram que possam acontecer à outras pessoas, não a elas. Identifica-se na Figura 4 que o nível de instrução não torna a pessoa apta a entender e discutir com clareza o termo inclusão e seus des- dobramentos. A classe dos graduados é onde se concentra o maior número de pessoas com entendimento do termo, com cerca de 53%, seguida da classe em que as pessoas possuem somente segundo grau com cerca de 43%. Surpreendentemente a classe dos pós-gra-

deram à pesquisa dizem não saber o significado do termo inclusão, assumindo a ignorância em relação ao assunto e que a inclusão é um processo que vai integrar todas as pessoas na sociedade para que tenham acesso aos seus direitos e deveres.

Figura 3. Cruzamento de dados: grau de instrução x famílias que têm pessoas passíveis de inclusão em casa

Fonte:

Figura 4. Cruzamento de dados: grau de instrução X termo inclusão

A exploração do termo inclusão por meio de busca na internet utili- zando a ferramenta Google Trends fornece um panorama do interesse em pesquisas com o termo inclusão e suas formas.

A Figura 5 apresenta as visualizações de pesquisa com o termo inclusão a partir do ano de 2004 até janeiro de 2017. A linha vermelha, representa a pesquisa realizada em todo o mundo e tem picos em março 2004 (94%), abril 2005 (87%), setembro 2015 (94%), novembro 2016 (100%) e uma média de interesse de 66%. Observa-se que, apesar de momentos de pico máximo e mínimo, o gráfico mantém um ritmo equi- librado com leve queda entre setembro de 2006 e novembro de 2013. Na linha azul, representando o Brasil, tem-se picos em novembro 2005 (67%), maio 2006 (72%), setembro 2007 (67%), setembro 2009 (50%), novembro 2016 (46%) e uma média de interesse em 32%.

Nota-se que o Brasil apresenta um interesse muito menor pelo assunto inclusão do que o restante do mundo, atingindo o pico máximo de 72% em 2006. Esse fato pode ser atribuído ao aumento do número de pessoas portadoras de deficiência no Brasil, apontado pelo CENSO de 2000, no qual esse dado saltou de menos de 2% para 14,5%. Esse crescimento não se deu nas estatísticas pelo fato de ter aumento esse número e sim pela mudança nas ferramentas de coleta e outros fatores. Observa-se, ainda, que no Brasil a queda no interesse, que começou em junho de 2008, foi acentuada, atingindo um pico mínimo de 8%, e a reversão se deu apenas a partir de setembro de 2016, atin- gindo um novo pico em novembro do mesmo ano.

Os números representam o interesse de pesquisa relativo ao ponto mais alto no gráfico de uma determinada região em um dado período. Um valor de 100 é o pico de popularidade de um termo. Um valor de 50 significa que o termo teve metade da popularidade. Da mesma forma, uma pontuação de 0 significa que o termo teve menos de 1% da popularidade que o pico.

A visualização por área de inclusão (Figura 6) mostra que o termo mais em pauta no mundo é a “social inclusion”, que representa um tipo mais abrangente de inclusão (portadores de deficiência, idosos, gênero, raça entre outros). A “inclusion education” é o vigésimo tipo de inclusão pesquisado atualmente. Em pesquisa feita com os mesmos termos em bases de estudos acadêmicos (Periódicos CAPES), obteve- -se: “social inclusion” - 19.850; “inclusion education” - 894; “inclusion students” - 2.091, mostrando que a relação se mantém.

Figura 6. A) Pesquisa pelo termo inclusion (no mundo todo) e seus desdobramentos ; b) periódicos CAPES no mundo

Fonte:

Avaliação semelhante, considerando somente o Brasil (Figura 7), também mostra que a inclusão é a área de maior interesse em pesquisas na internet, sendo que inclusão de pessoas portadoras de deficiência e inclusão digital ocupam um dos últimos lugares. Iden- tificou-se, também, que assuntos como “o que é inclusão” ocupam posições de destaque, o que corrobora com a ideia de que os indi- víduos ainda não possuem conhecimento do que é inclusão e suas diversas formas, conforme demonstrado na Figura 1. Em pesquisa em base de dados acadêmicas (Periódicos CAPES), encontrou-se

os seguintes resultados: “inclusão social” - 1.416 artigos; “inclusão digital” - 381; “inclusão escolar” - 382; “inclusão de alunos” - 146.

Os resultados encontrados para o segundo e terceiro termos de pesquisa são discrepantes em relação ao gráfico abaixo, no qual o termo inclusão escolar aparece em 14º em interesse de pesquisa na internet. Outro dado importante é que se observarmos na figura 6, o termo “inclusão digital”, que aparece como um dos termos de pesquisa mais utilizados no Brasil, nem sequer aparece (digital inclu- sion) nos dados do Google Trends. Relacionando as duas realidades, inclusão social é o termo que mais aparece em pesquisas globais, ou seja, no Brasil e no resto do mundo, apontando que as pesquisas hoje se direcionam muito mais para a inclusão do indivíduo na sociedade como um todo, sem considerar nichos específicos como a educação, a tecnologia e diversas outras formas de inclusão. No Brasil, apesar do assunto “inclusão de alunos portadores de deficiências em escolas” ter ganhado grande destaque nos últimos anos, ainda há muito a se pesquisar para que se possa contribuir positivamente com esse pro- cesso. No caso dos idosos, quando se pesquisa por inclusão o termo idoso (elderly, aged, older people) não aparece como resultado rele- vante em nenhuma das pesquisas.

Figura 7. A) Pesquisa pelo termo inclusão (no Brasil) e seus desdobramentos; ; b) perió- dicos CAPES no Brasil

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa realizada mostrou que o interesse sobre inclusão de pessoas está diretamente, na sua maior parte, relacionada à inclusão social. Quando segmentado, buscando outras formas de inclusão, como a digital, alunos portadores de deficiência, pessoas portadoras de deficiência, inclusão no esporte, de gênero, dentre outras, não se encontrou uma quantidade significativa de busca, indicando que ainda é preciso muito para que se possa ter um processo menos traumático neste campo. As pessoas podem até mesmo considerar que inclusão seja uma necessidade, o que, porém, não é um consenso, como mos- trou a pesquisa.

Entretanto, mesmo vivendo em uma sociedade onde a infor- mação, por meio do avanço ao acesso à internet à toda população, tem se tornado cada vez mais democrática, mesmo entre aqueles mais carentes, nota-se que a inclusão de pessoas ainda é terreno

No documento Ebook Design novos horizontes (páginas 61-77)