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PARTICIPAÇÃO E INTERATIVIDADE

No documento Ebook Design novos horizontes (páginas 198-200)

Entende-se a interação como toda aquela resposta e troca de mensagens entre dois ou mais emissores, que expressam uma lin- guagem interpretativa, identificando canais de comunicação tanto verbal, visual, tátil, auditiva, etc. Ter uma resposta frente a um estímulo que gere uma provocação ou um convite é parte do começo da intera- tividade. Por exemplo, responder a uma pergunta, escutar os acordes de uma música e sentir as vibrações que convidam ao movimento corporal acompanhando o ritmo. Também devemos ter em conta que existem diferentes níveis de interação, que dependem de fatores contextuais, temporais e ambientais, assim como das características físicas e psíquicas dos participantes.

No campo do Interaction Design, Moggridge (2010) discorre sobre a conexão existente entre pessoas através dos produtos que utilizam. Além de ser uma disciplina, como parte dos caminhos da interdiscipli- naridade: a industrial, o design comunicacional, os fatores humanos e a interação homem-computador. A maioria das vezes são invisíveis as funções, estão por trás da cena, entre sistemas operacionais, por exemplo, Windows e Mac as experiências percebidas são diferentes, então os comportamentos são o que determinam a interatividade, além da aparência.

Quem fortalece essa opinião é a professora de design Evenson (2010), que explica a função do design de produto e design de serviço, pois a transmídia pode abarcar ambos os sistemas.

Quando o design é de produto, muitas vezes o foco está sobre a inte- ração entre a pessoa e o artefato. Bons designers de produtos consi- deram mais o contexto incluso no seu design. Pelo lado do design de serviço, os designers têm que criar recursos que conectem pessoas com pessoas, pessoas com máquinas e máquinas com máquinas. Deve se considerar o ambiente, o canal, o ponto de contato. (...) Os elementos e recursos que os designers precisam para criar o meio da interação devem trabalhar com todos os níveis e ao mesmo tempo facilitar as conexões que são profundamente pessoais, abrir a partici- pação e troca (EVENSON, 2010).

A implementação de todas essas ferramentas que fornecem a linguagem contemporânea trasmídia, possibilita novas experiências mais aprofundadas e participativas, que gerem redes colaborativas na difusão desses conhecimentos, o que incentiva a participação e a inte- ração social criativa, mediante conteúdos audiovisuais e ambientes tangíveis de imersão, com temáticas lúdicas e cognitivas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Seguramente explorar alternativas para a disseminação do conhe- cimento, será uma das tarefas de interesse contínuo, não só na área do design, mas em todas que têm um impacto sobre o comporta- mento da sociedade, de modo que, nosso trabalho como profissionais e acadêmicos é manter o cruzamento da informação interdisciplinar e transdisciplinar. Dentro do mundo do design está se reconfigurando a temática da inovação como uma atividade que deve ser prioritária, devido às mudanças contemporâneas nas culturas, formas de con- sumo, modos de pensar e formas de viver. Assim, as novas tecnologias e a informação são o poder no século presente, em que as gerações estão colaborando e consumindo, ao mesmo tempo em que se exige ter conhecimento do que está acontecendo em nosso contexto local e global, pois estamos conectados por modos diversos, significando que, o que estamos produzindo hoje pode ter um impacto negativo se não contamos com a suficiente informação.

Devido ao anterior, se expressa à importância para traçar uma série de estratégias na utilização da linguagem transmídia, que permitam explorar posturas e soluções inovadoras de criação e participação para projetos nascidos do design e, desse modo, incentivar o indivíduo a refletir sobre as relações e comportamentos existentes entre pessoas e as mídias contemporâneas.

As ferramentas já estão sobre a mesa e depende dos desig- ners desenvolver projetos que as integrem, com possibilidades de expansão para ambientes projetuais complexos e sistemáticos, tendo a capacidade de ser abrangente em diferentes formatos, além de atender um maior número de usuários diversos, chegando até à inclusão social. A transmídia aplicada a produtos do design conse- guirá chegar aos setores sociais das faixas etárias mais jovens, até aos idosos que incluem elementos, produtos ou serviços do design nas suas vidas.

(análogas e digitais) em relação ao orçamento do projeto. Em termos econômicos, o desenvolvimento da produção de conteúdos líquidos será conforme as estratégias, prazos e ferramentas; o que significa que podemos selecionar plataformas mais rápidas, ou mais econômicas, segundo seja o caso. Assim, a produção de maior material de infor- mação será proporcional o investimento, porém, a estrutura continuará crescendo, devido ao fato de que sempre podemos deixar pontos de conexão para incorporar sequências dentro da mesma produção.

Devemos observar às “possibilidades disponíveis”, assim como entender as “possibilidades necessárias” para o enriquecimento pro- jetual dos produtos que envolvem o design, já que novos processos chegarão a interatuar com a solução de problemas, mas se come- çarmos por evitar erros futuros através do pensamento criativo e reco- nhecermos o valor das mídias e a tecnologia como potencializadores do conhecimento, nós teremos uma maior vantagem como comuni- dade latino-americana.

REFERÊNCIAS

ARNHEIM, R. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. São Paulo: Pioneira Tomson, 2005. pp. 67-68.

BONSIEPE, G. Design, Cultura e Sociedade. Design e Democracia: Identi- dade, Contraidentidade do design. São Paulo: Blucher, 2011. p. 23-24. BOLTER, J. Writing Space: Computers hipertexto and the remediation of print. London: Lawrence Erlbaum Associates Publishers, 2001.

EVENSON, S. Designing for interaction, creating innovative, aplications

and Devices. What is an interaction design?. Edit: New Riders: USA, 2010,

p. 26.

GOTISOLO, J, Contracorrientes. Barcelona: Montesinos, 1985. p. 168. GOSCIOLA, V. Narrativas transmedia entre teorias y prácticas. Narrativa transmidia: conceituação e origens. Barcelona: UOC, 2014. p. 10.

LEONARD, M. B. Renewing our Identity. London: Demos, 1997. p. 10. LANDOW, G. Hipertexto 3.0, Teoria crítica y nuevos médios en la era de la globalización, Paidos Iberica: Barcelona - Buenos Aires- México, 2009. p. 276.

No documento Ebook Design novos horizontes (páginas 198-200)