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Este ebó é indicado para pessoas que estejam com problemas de saúde ou de ordem financeira.

No documento O Verdadeiro Jogo de Buzios Jeje-Nago (páginas 75-80)

Ifá havia esquecido suas roupas em Ifé e não conseguia encontra-las, porque não havia luz. Sentindo-se por demais inquieto, consultou seu Kpoli, surgindo Irosun .

O Fogo, para vir ao mundo, utilizou-se do mesmo signo, mas foi impedido pela Chuva. O Bokono que consultava para o Fogo, chamava-se Bedezo (O Grande Fogo).

O Odu ordenou que fosse oferecido por Ifá, dezessete insetos diversos, um cabrito e um carneiro. Fogo recusou-se, sob a alegação de que um simples pedaço de pano o protegeria melhor de Chuva, que um cabrito e um carneiro.

Zõfloñeñe, o Vaga-lume, consultando por causa da Chuva que apagava o seu fogo, encontrou o mesmo signo. Toda vez que a Chuva apagava o seu fogo, Zofloñeñe ficava sem ter o que comer, pois era seu fogo que clareava sua caça.

O advinho prescreveu o mesmo sacrifício: um carneiro e um cabrito. Como o Vaga-lume não dispunha de meios para fazer o ebó, suplicou a Ifá: “Eu nada tenho, não sei ao menos onde poderei encontrar estas coisas...”.

Naquela noite Zofloñeñe se encontrava na beira do rio, quando surgiu Legba que vinha pegar água. Como estivesse muito escuro, Legba murmurou: “Onde poderei encontrar um pouco de luz para poder colocar minha cabaça na água?”. E direcionando-se aos insetos: Vocês têm luz?”. Ouvindo aquilo, Zofloñeñe gritou. “Eu tenho luz!”. Legba respondeu: “Empresta-me tua luz para que eu encontre água e te darei os componentes para o teu sacrifício!”.

Zofloñeñe imediatamente forneceu luz a Legba e, depois de recolhida a água, acompanhou-o até sua casa, onde ficou com ele.

Na manhã seguinte, Legba entregou-lhe um carneiro e um cabrito, para que pudesse oferecer em sacrifício.

Enquanto isso, Ifá reunia os dezessete insetos exigidos para o seu sacrifício e dentre eles estava o Vaga- lume, que de sua parte, já havia feito o ebó.

Depois disto, Ifá ordenou a Zofloñeñe, que se dirigisse a Ifé e utilizando sua luminosidade, trouxésse a quinta folha que encontrasse. Não poderia ser a primeira, nem a segunda, nem a terceira ou a quarta folha, mas somente a quinta folha encontrada. “Tu colherás a quinta folha que encontrares e a trarás para mim!” A quinta folha encontrada pelo Vaga-lume era um ewe Kpaklesi (Ologun xéxé), que recolheu e levou para Ifa.

No caminho de volta, a Chuva caiu com muita intensidade, mas desta vez não conseguiu apagar o fogo do Vaga-lume. Ifá, muito grato, não hesitou em recompensar regiamente o inseto, pelo valioso serviço prestado.

Naquela época, o rei Metolõfin possuía uma filha muito bela, que rejeitava tantos quantos se apresentassem como candidatos a desposa-la.

Fogo e Zofloñeñe, conduzidos por Ifá, apresentaram-se como candidatos a mão da princesa e disseram ao rei: “Nós viemos nos apresentar pra que sua filha escolha um de nós como esposo. “A princesa encantada com o brilho e as cores de Fogo, não hesitou em escolhe-lo recusando assim, as pretensões do Vaga-lume. Diante disto, Metolofin ordenou que os candidatos voltassem dali a nove dias, para que se realizasse o casamento e todos os súditos foram convidados para comparecerem e presentearem os nubentes. Ao saber da novidade, Elegbara perguntou: “Agbo afa kan te ko si?” “(Qual dos dois candidatos não ofereceu o sacrifício?)”. E lhes reponderam que o Grande Fogo não havia feito o ebó. “Como pretende então, desposar a filha do rei Metolofin? Jamais permitirei que isto aconteça!”. E enviou uma mensagem ao orun: “A mulher que xévioso pretende tomar como esposa aqui na Terra, está prestes a casar-se com Fogo”.

Ao receber a mensagem, xévioso encolerizado, rasgou os céus com seus raios, clareando a Terra, para que pudesse ver quem era o atrevido chamado Fogo, que pretendia desposar sua amada. Foi somente a partir deste dia que os raios puderam ser vistos aqui da Terra.

Em seguida, o Vodun preparou-se para descer à Terra. Todo o céu tornou-se negro. Fogo, cheio de pavor perguntava: “Como posso ir ao encontro de minha noiva, se não para de chover?”. E procurou seu Bokono, para saber o que fazer. Na consulta, Ifa cobrou o sacrifício que havia sido determinado e que Fogo negligenciara. “Se é por isso!”. Disse Fogo, “...vou faze-lo imediatamente”. Primeiro vou pegar minha noiva e farei o sacrifício logo em seguida.”

No dia das núpcias, Ifa foi o primeiro a chegar ao palácio, em seguida, chegou xévioso acompanhado de Legbara.

Fogo, chegando ao local, colocou-se de lado e tocando seu tambor cantava: “Ajuba Gegezõ...”. E tudo brilhava a sua passagem e as folhas, mesmo as menores, dançavam ao som de seu tantã.

xévioso, desejando estragar a festa trovejou: “Búuu!”, e a Chuva caiu com tanta intensidade, que Fogo se extinguiu. xévioso, penetrando no palácio, queixou-se por ter Fogo como rival.

Zofloñeñe, aproveitando-se da confusão, penetrou também no palácio, fazendo com que sua luz iluminasse o ambiente, enquanto cantava:

“Afete naun! Able ñaun! Afete naun! Able ñaun!”

(Meu fogo é branco mas pode ficar vermelho subitamente)!

Metolofin defendendo-se: “Foi minha filha quem quis desposar Fogo. Para evitar qualquer demanda, fica decidido que nenhum de vocês a terá como esposa. A partir de agora, sempre que qualquer um se habilite a tirar uma jovem da casa de seus pais para com ela se casar, se neste momento a Chuva começar a cair, o casamento não deverá ser realizado.”

xévioso, muito aborrecido com a decisão do rei, sentenciou: “Foi por causa de Fogo que eu perdi esta bela mulher! Sendo assim, eu o controlarei sempre e serei seu chefe e senhor!”

É por isto, que sempre que chove num dia de casamento, a cerimônia dever ser adiada para outra data. Zõ si, ñañe Zõ mon non si, Loso Jime!

(Todo fogo se apaga, mas o do Vaga-lume jamais se apagará, Irosun ”).

Ebó: um carneiro e um cabrito, brasas, uma jarra com água, um vaga-lume vivo. Sacrificam-se os bichos a Elegbara, apagam-se as brasas derramando sobre elas a água da jarra e solta-se o vaga-lume com vida. A saudação descrita no final do Itan, deve ser repetida três vezes no momento em que o vaga-lume é posto em liberdade. Este ebó se aplica para pessoas envolvidas em qualquer tipo de disputa, principalmente aquelas relacionadas a conquista de um amor proibido.

(5)

Certo dia, Sol, Lua, Fogo e Kese o Papagaio-de-Cauda-Vermelha, resolveram disputar entre si, o poder sobre a Terra.

Kese, tratou logo de consultar Ifá, para saber de que forma poderia resolver a disputa a seu favor. Durante a consulta, o Odu Irosun apareceu, prescrevendo um sacrifico composto de Igbi, etu e ekodide.

Oferecido o ebó, uma chuva torrencial abateu-se sobre a Terra, apagando o Fogo. Por muitos dias e noites, as nuvens cobriram os céus, impedindo que o Sol durante o dia e a Lua durante a noite, pudessem ser vistos pelos habitantes da Terra. Aproveitando-se da ausência de seus adversários, Kese, que apesar de muito molhado não perdeu o vermelho de sua cauda, estabeleceu definitivamente seu reino sobre a Terra, saindo vitorioso da disputa.

Ebó: Uma galinha da Angola, um Igbi, quatro penas de ekodidé, mel, dendê, efun e ataré. Sacrifica-se a galinha da Angola a Exú, de acordo com o rito normal, cobre-se com mel, dendê, oti e grãos de ataré. Puxa-se o Igbi, deixando sua água escorrer sobre o ebó, cobre-se com bastante pó de efun e despacha-se num lugar alto, enfeitando com as quatro penas vermelhas. Este sacrifício deve ser feito em noite de lua nova ou em qualquer lua, desde que o céu esteja encoberto de nuvens. É recomendado para pessoas envolvidas em disputas com adversários poderosos, contando com pouca chances de sair vitoriosa.

(6)

Macaco encontrava-se em sérias dificuldades, resolvendo por isto, consultar seu Oluwo. Na consulta, o advinho encontrou Irosun , que prescreveu um sacrifício de edie funfun, adie dudu, etú, Igbi, epo pupa, obé e um braseiro cheio de brasas vivas, onde deverão ser depositadas, depois do sacrifício dos animais, bogbo ata pupa.

Quando o Macaco estava colocando as pimentas no braseiro, desprendeu-se uma fumaça que penetrando em seus olhos, provocou-se grande irritação, seguida de um forte lacrimejamento.

O herdeiro do trono, que neste exato momento passava pelo local, ao ver o Macaco banhado de lagrimas, penalizado quis saber o motivo de tanto choro.

Astucioso, o Macaco descreveu sua desdita, exagerando bastante em suas necessidades.

O nobre príncipe, condoído com a triste história, ordenou que os guardas conduzissem o Macaco até o palácio, onde passou a residir, cercado de muito conforto e fartura.

Ebó: Uma galinha branca, uma galinha preta, uma galinha d’Angola, um Igbi, uma faca

virgem, dendê, mel, aguardente, um braseiro, carvão e uma boa quantidade de pimentas

vermelhas. Acende-se o braseiro, cuidando-se que as brasas fiquem bem vivas, proceda-se o

sacrifício dos bichos, utilizando-se para isto a faca nova, tempera-se normalmente com os

demais ingredientes, colocam-se as pimentas vermelhas sobre as brasas acesas defumando-se,

com a fumaça desprendida, o cliente. Despacha-se no lugar determinado pelo jogo. Este ebó,

deve ser aplicado para pessoas que estejam passando por vexames ocasionados por falta de

recursos financeiros, ou em Osogbo ofo ou aje, quando o Opole for Irosun .

(7)

Certa mulher, que possuía um pequeno negócio em que fornecia mingau de acaça e de inhame, estava passando por sérias dificuldades e por isto, foi orientada, por seu advinho a oferecer um ebó com galos, pombos, acaça e inhame assado.

Feito o ebó, encontrava-se a mulher em seu pequeno negócio quando chegou o Balogun do pais, acompanhado de toda a sua tropa de guerreiros. Os homens, que regressavam de uma campanha, estavam famintos e embora não possuíssem dinheiro, foram servidos pela mulher, que confiando na palavra do General, serviu-lhes toda a comida de que dispunha, tendo mesmo que pegar emprestado com seus vizinhos, para poder atender a todos os soldados.

Sete dias depois, o General retornou ao mercado e dividiu com a mulher o produto do saque obtido em sua campanha, o que representava uma fortuna capaz de assegurar a bondosa comerciante, uma vida de muito conforto.

Quando procurou seus vizinhos para pagar-lhes o que devia, estes se negaram a receber, alegando que não lhes devia nada, uma pessoa que vivia sob a proteção de um guerreiro tão poderoso como Balogun.

Ebó: Dois galos, dois pombos, quatorze acaças, um inhame. Sacrifica-se um galo a Exú,

com tudo o que lhe cabe por direito, acrescentando a tudo, sete acaças. Isto feito, sacrifica-se

o outro galo e os pombos a Ogun, deixando-se o eje correr sobre a ferramenta e um pouco

sobre o mingau de inhame pilado que já deve estar num alguidar à parte. Arruma-se o galo da

maneira usual, sobre o mingau, e enfeita-se com sete acaças.

Devendo-se indagar onde será despachado. todos os ingredientes, são passados no corpo do

No documento O Verdadeiro Jogo de Buzios Jeje-Nago (páginas 75-80)

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