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Se houver necessidade de desvencilhar-se da pessoa que está ocasionando o problema, recolhe-se um pouco do sangue do animal sacrificado e com ele, marca-se a porta da casa da

No documento O Verdadeiro Jogo de Buzios Jeje-Nago (páginas 39-42)

pessoa em questão. Este ultimo procedimento não é recomendado, pois ira despertar a fúria

de Ogun, que se lançará contra a casa marcada ocasionando ali um grande mal, provavelmente

a morte de alguém.

(Este Itan aplica-se para as pessoas que, por mais que se esforce-se não conseguem desfrutar

do seu trabalho, não vendo seus esforços reconhecidos ou devidamente recompensados. Serve

também para aqueles que empreendem em qualquer tipo de atividade que depois de

concluída, e usurpada por terceiros).

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Okanran tentava de tudo para progredir na vida, más seus esforços de nada adiantarem, se dava um passo a frente, imediatamente dava dois para trás.

Um dia, resolveu fazer um ebó que lhe assegura-se algum tipo de poder e por intermédio do qual, pudesse garantir uma vida de fartura e conforto.

Feito o sacrifício que lhe determinara Ifá, resolveu entregar um bode, único bem que possuía, aos cuidados de Ikú, para que o criasse de meias.

Pouco tempo depois, o animal apareceu morto e Okanran resolveu exigir que Iku o indenizasse, já que o bode fora entregue a sua responsabilidade.

A Morte concordou com a exigência do Odu e perguntou-lhe o que queria por tua parte do bode morto. Astucioso, Okanran exigiu, não só a metade do valor do animal como também a metade de tudo o que ele poderia gerar durante o tempo em que poderia ainda ter vivido e, ao valor do bode, foi acrescentado o valor de toda a sua possível geração de muitas cabra e cabritos.

Diante do valor da indenização exigida, Ikú assustada, propôs ao Odu que pedisse outra coisa qualquer, que estivesse ao seu alcance, pois não tinha como satisfazer o exigido.

Astutamente, Okanran exigiu o poder de interferir na missão de Ikú sobre a terra, que se resume na obrigação de periodicamente, carregar homens e animais para os seus domínios no outro mundo.

Sem contestar, Iku delegou a Okanran este poder e deste então, podemos pedir que interfira junto a Morte, para evitar que alguém, por muito mal que esteja, venha a falecer.

Ebó: três galos, uma cabaça inteira, (mais ou menos do tamanho e forma de uma

cabeça humana), epo pupa, mel, aguardente, efun, ataré, velas, alguidar grande, pano branco,

um chocalho. Sacrificam-se os galos a Elegbara sobre a cabaça arruma-se os animais

sacrificados dentro do alguidar com a cabaça por cima, rega-se com mel, epo e oti, tempera-se

com alguns grãos de ataré, cobre-se com muito pó de efun, deixa-se algumas horas nos pés de

Exú, depois do que embrulha-se com o pano branco e se carrega para o local determinado no

jogo. O chocalho é para ser agitado sobre o ebó, enquanto se faz a saudação do Odu, deve sair

com o carrego e ser deixado ao seu lado, com velas acesas. Este Ifa é para ser feito em casos de

Osogbo Ikú, Osogbo Arun ou Ire Aikú.

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Xangô, queria ser muito poderoso e respeitado e para isto consultou Ifá. Na consulta surgiu Okanran , que determinou um sacrifício, que iria garantir ao orixás, tudo que desejava.

Feito o ebó, Todas as vezes que Xangô abria a boca para falar, sua voz saia possante como um trovão e inúmeras labaredas acompanhavam suas palavras.

Diante do poder de seu marido Oya resolveu consultar o Oráculo com a finalidade de se tornar tão poderoso quanto ele. Na consulta surgiu Okanran , que lhe determinou o mesmo ebó.

Quando Xangô descobriu que sua mulher havia adquirido um poder igual ao seu, ficou furioso e começou a maldizer Ifá por haver proporcionado tamanho poder a uma simples mulher.

Humilhada, Oiya recorreu a Olorun para que desse um paradeiro ao impasse. Olorun determinou então que a partir daquele dia, a vós de Xangô soaria como o trovão e que provocaria incêndios onde ele bem intendesse, mas para que isto pudesse acontecer, seria necessário que Oya, falasse primeiro, para que o fogo de suas palavras (os raios) provocassem o surgimento do som das palavras de Xangô (o trovão), assim como o fogo que elas produzem sobre a terra (os incêndios provocados pelos raios que se projetam sobre a terra).

E por este motivo até hoje, não se pode ouvir o ribombar do trovão sem que antes, um raio ilumine o céu. Este Ifá garante bom resultado naquilo que se pretende, por mais difícil que possa parecer principalmente se o Ebora que se apresentar para solucionar o problema, for Xangô ou Oya.

Ebó: fósforos, pólvora, dois galhos de arvore seco, um produto inflamável, algodão,

quatro galos, carneiro, e muitas pedrinhas. Com o algodão enrolados nas pontas dos galhos

secos, fazem-se dois archotes, que deverão ser embebidos no produto inflamável (álcool,

querosene, gasolina, ou qualquer outro). Os animais são sacrificados ao Ebora a quem se esteja

oferecendo o ebó, sendo que dois galos são para Elegbara. Os archotes são acesos e colocados

ao lado do ebó, Até que se apague naturalmente. (Se o Ebora, for Oya, substituir o carneiro por

cabra). Depois que os archotes se apagarem despacha-se tudo, de acordo com a orientação

apurada no jogo.

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Olorun fez o homem a sua imagem e semelhança, dando o nome de Ixéle. Como o Isele vivia muito só, pediu uma companheira a Olorun.

O Criador determinou então, que seu mais puro e belo Orixá, ajudasse Ixéle naquilo que fosse necessário. O Orixá não aceitou as determinações e revoltou-se, negando-se a obedecer as ordens de Olorun.

Aborrecido diante de tal insubordinação, Olorun ordenou-lhe que descesse a uma grande fossa, com todos os seus pecados, para que ali fosse transformado no Odu Okanran.

Ebó: morim vermelho, acarajés, akasa branco, akasa vermelho, velas, charuto, frango

branco, padê de mel, padê de dendê, padê de água, osun, nós moscada. Abre-se o frango,

coloca-se tudo dentro, despacha-se numa encruzilhada. O banho de ervas é indispensável

depois deste ebó.

No documento O Verdadeiro Jogo de Buzios Jeje-Nago (páginas 39-42)

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