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Naquele tempo, os macacos não sabiam trepar em árvores e por este motivo viviam assustados e inseguros, pois eram presas fácil dos outros animais.

Resolveram consultar um Babalawo e na consulta surgiu Ejioko, que lhes determinou um ebó, composto de dois preás e comidas caseiras de vários tipos.

No mesmo dia, os macacos ofereceram o sacrifício e logo começou a chover copiosamente. O rio que passava perto do local onde se encontravam, avolumou-se e transbordando, inundou toda aquela região. Apavorados, os animais corriam de um lado para outro, sendo irremediavelmente apanhados e arrastados pelas águas revoltas.

Foi então que os macacos, pela primeira vez, escalaram as árvores para não serem arrastados pelas águas e a partir deste dia, sempre que se sentem em perigo, é nos galhos mais altos dos arvoredos que encontram refúgio e segurança.

Este Itan indica que a pessoa passa por grandes dificuldades, insegurança e intranqüilidade. O ebó indicado trará ótimos resultados, com a proteção dos Ibeji.

Ebó: dois preás, arroz, feijão, farinha, etc., (comida preparada normalmente, como a que se faz para as pessoas da casa), duas velas, dois alguidares, cachaça. Os preás são sacrificados a Elegbara, no igba, as comidas são servidas nos dois alguidares e arriadas ao lado. Os preás são limpos e seus couros permanecem na casa de Exú depois que o ebó tenha sido despachado no mato.

(2)

Ha muito tempo, dois príncipes disputavam entre si, o trono de Abeokuta. O primeiro príncipe, chamado Kun, foi consultar Ifá, para saber de que forma poderia resolver favoravelmente a questão e na consulta surgiu Ejioko, que determinou que fosse oferecido um sacrifício a Exú, de um etu e vários pregos, além de todas as coisas que fazem parte dos sacrifícios oferecidos a Eshu. Kin, no entanto, afirmou para si mesmo: “Não preciso oferecer nada a Exú para que o trono de Abeokuta me seja entregue. Sou mais forte que meu concorrente e vou derrota-lo numa luta corporal, resolvendo a questão definitivamente”.

O segundo príncipe, conhecido pelo nome de Koogun, também foi se ver com Ifá, saindo na sua consulta o mesmo Odu, que lhe recomendou oferecer o mesmo ebó.

Feito o ebó, Elegbara surgiu diante de Koogun e mandou que, no dia da decisão sobre quem iria ocupar o trono, vestisse uma roupa inteiramente branca e levasse consigo uma pequena bandeira da mesma cor.

No dia da decisão, os anciãos da tribo se reuniram na praça da cidade e todo o povo também se fez presente naquele local.

Kun foi o primeiro a chegar, trazendo nas mãos suas armas de guerra, completamente despido, com o corpo untado de óleo de palma, o que fazia ressaltar sua esplêndida musculatura.

Logo em seguida chegou Koogun, trajando asho funfun e acenando para todos com uma pequena bandeira branca.

Ao ver aquilo, Kun foi acometido de fúria incontrolável, lançando-se sobre seu adversário com a intenção de terminar logo com a questão.

Os anciãos, que a tudo assistiam, ordenaram que os guardas detivessem o impetuoso Kun e que o expulsassem da cidade por não saber respeitar os sinais de paz ostentados por Koogun.

Foi assim que, tendo seguido as orientações de Ifá, Koogun pode ser coroado rei de Abeokuta.

Este Itan indica que existe luta acirrada por bens ou posições e que o consulente deve, além de oferecer o ebó determinado, proceder com muita cautela e diplomacia, evitando qualquer tipo de confronto direto. Ebó: Um etu, dois pregos de cumeeira, dendê, mel, oti, farinha crua, pano branco, efun. Prepara-se pade de mel, dendê e oti num mesmo alguidar, sacrifica-se o etu sobre Exú e coloca-se arrumado no alguidar com o pade, cobre-se tudo com pó de efun. Os pregos de cumeeira recebem eje do etu e são colocados no igba de Exú. Prepara-se uma bandeira branca, envolvendo-se o ebó em pano branco e despacha-se numa praça, com a bandeira branca espetada em cima.

(3)

Um certo casal, apesar de se amarem muito, viviam brigando por absoluta falta de compreensão.

A desarmonia superava o amor e a convivência já era insuportável, por este motivo, foram procurar o Bokono do lugar, em busca de orientação.

Feita a consulta, surgiu Ejioko, que determinou um sacrifício composto de um casal de eyele funfun, fitas de várias cores, ori da costa, igbi , etc.

Como o casal não possuísse recursos suficientes, foi preciso que a mulher preparasse muito mingau de acaça, que o marido ia vender no mercado para obter dinheiro para o material do ebó.

Oferecido o ebó, o que só foi possível pelo trabalho conjunto do casal, voltou a reinar a paz e a compreensão entre os dois, que continuaram a trabalhar da forma que fizeram para obter o dinheiro do sacrifício.

Ebó: Um casal de pombos brancos, vários pedaços de fitas de cores diversas, dois igbi, mingau de acaça, um alguidar de tamanho médio. Unta-se o alguidar com bastante ori da costa, sacrifica-se os igbi deixando o soro escorrer sobre Elegbara, coloca-se os igbi dentro do alguidar, cobre-se com o mingau de acaça,

sacrifica-se os eyele a Elegbara (eje no igba), arruma-se em cima, mel, dendê e oti, enfeita-se a gosto com as fitas coloridas, deixando-se no pé de Exú por algumas horas e depois se leva a beira de um rio.

Este ebó deve ser feito com muito carinho, para reunir casais que estão separados, ou trazer paz aqueles que vivem brigando.

(4)

Tela Oko era o nome de um príncipe que, apesar de ser um dos pretendentes ao trono de Arara, era muito pobre, sendo por este motivo, muito humilhado e desprezado pelos demais pretendentes a coroa. Para poder sobreviver, Tela Oko tinha que trabalhar na roça como qualquer lavrador humilde, apesar de sua descendência nobre.

Certo dia, foi procurar o Oluwo do local, para fazer uma consulta, durante a qual surgiu Ejioko, pedindo, para Exú, um ebó com galinhas, orogbo, um avental e uma enxada usada.

Feito o ebó, passaram-se alguns dias, até que, ao roçar perto do local onde havia oferecido o sacrifício, Tela encontrou um poço muito fundo. Imediatamente convocou os companheiros que trabalhavam nas cercanias, que o ajudaram a descer ao fundo do poço.

Ao chegar no fundo, qual foi sua alegria ao deparar com uma imensa fortuna. Voltando a superfície e indagado pelos colegas, Tela Oko, muito excitado, afirmou haver encontrado muito “owo ila” (dinheiro- quiabo). motivo pelo qual foi dado como louco por seus companheiros, que imediatamente voltaram aos seus afazeres, deixando-o sozinho.

Tela Oko amarrou a corda em sua cintura e novamente desceu ao fundo do poço, de onde voltou carregado de muitas moedas de prata, tornando-se então imensamente rico.

Este Itan determina que a pessoa que está passando por sérias dificuldades financeiras,

No documento O Verdadeiro Jogo de Buzios Jeje-Nago (páginas 50-52)

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