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APESAR DO FORTE GOLPE (1960 – 1965)

3.5 Obras de Urbanização

3.5.2 Estradas-parque

Ao ser publicado pela primeira vez, em anexo ao Decreto n. 9 de 30/6/1960, o Plano Rodoviário do Distrito Federal já contava com grande parte do sistema de estradas parque previsto lançado no território, ao menos em condição de implantação básica. Aprovado quatro anos mais tarde72, foi associado aos objetivos de “integração,

circulação e aproveitamento das riquezas” locais e das regiões limítrofes, articulando estradas regionais e federais localizadas em seu território, de modo a promover interligações ao Plano Rodoviário Nacional e aos planos locais dos Estados de Goiás e Minas Gerais.

O Plano se apoiou em estradas parque (título inspirado nas park-ways americanas) para carrear a maior densidade de tráfego entre as áreas urbanas e para articular a região interna aos limites da EPCT. Tomando a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA) como espinha dorsal da trama, previu uma série de rodovias cruzando, de margem a margem, todo o território interno à Bacia do Paranoá (delimitado fisicamente pela EPCT). Inicialmente foram previstas treze rodovias denominadas em referência às localidades ou sub-bacias por elas atendidas:

Estrada Parque Contorno – EPCT – O traçado desta estrada limita a bacia do rio Paranoá até a barragem situada à montante da cachoeira do mesmo nome, circunscrevendo desta forma a bacia sanitária de Brasilia. Extensão aproximada: 140 km.

Estrada Parque Dom Bosco – EPDB – Iniciando na Estrada Parque Indústria e Abastecimento, abaixo da barra do Vicente Pires com o Riacho Fundo, segue por esta, atravessa o ribeirão do Gama, os córregos Mata Gado, Cabeça de Veado, Cnajerana, Rasgado e termina nas proximidades da barragem do Paranoá e Estrada Dom Bosco. Tem uma extensão de aproximadamente de 24 km.

Estrada Parque Indústria e Abastecimento – EPIA. – Esta estrada é constituída pelo prolongamento da BR-7 (Rodovia Brasilia – Belo Horizonte); partindo das cabeceiras do ribeirão do Gama, no cruzamento da Estrada Parque Contorno com a BR-7, atravessa o Riacho Fundo e o córrego Guará, aproxima-se da estação ferroviária, fletindo-se após para o leste, onde atravessa os ribeirões Bananal e Torto, para terminar no trevo de interligação da Estrada Parque Contorno com a BR-18 (Brasília – Fortaleza). Extensão aproximada: 32 km.

Estrada Parque Paranoá – EPPR - Saindo da Estrada Parque Contorno, junto à barragem do Paranoá, margeia o ribeirão do Torto, na zona norte, passando pelo Retiro ou Barra Alta, cruza o ribeirão do Torto e termina no prolongamento da Estrada Parque Península. Extensão aproximada: 18 km.

Estrada Parque Vicente Pires – EPVP - Partindo do cruzamento da rodovia Brasília – Anápolis, com a Estrada Parque Contorno, desce pelo vale do Vicente Pires; atravessa a ferrovia, próxima ao Núcleo Bandeirante e termina na Estrada Parque Indústria e Abastecimento. Constitui o prolongamento da rodovia Brasília – Anápolis. Extensão aproximada: 12 km.

Estrada Parque Taguatinga – EPTG - Tem seu inicio na Estrada Parque Contorno, confrontando com a cidade-satélite de Taguatinga; atravessa os córregos Samambaia e Vicente Pires, a estrada de ferro, em passagem superior, e termina na Estrada Parque Indústria e Abastecimento. Extensão aproximada: 12 km.

Estrada Parque do Torto – EPTT - Saindo das cabeceiras do ribeiro das Pedras, a partir da Estrada Parque Contorno, ganha o divisor da bacia do Torto com a do Bananal, descendo pelo mesmo até o trevo de ligação da Estrada Parque Contorno com o prolongamento do Eixo Rodoviário Norte. Extensão aproximada: 26 km.

Estrada Parque Península – EPPN - Saindo do prolongamento do Eixo Rodoviário Norte, segue pela península até a extremidade leste da mesma. Extensão aproximada: 10 km.

Estrada Parque Santa Maria – EPSM - Saindo da Estrada Parque Contorno, nas cabeceiras do ribeirão das Pedras, segue pelo divisor do ribeirão Bananal com o córrego Santa Maria até a Estrada Parque do Torto, nas proximidades da confluência do córrego Milho Cozido com o Santa Maria. Extensão aproximada: 12 km.

Estrada Parque Acampamento – EPAC - Saindo da Estrada Parque Contorno no entroncamento com a Estrada Parque Santa Maria, nas cabeceiras do ribeirão das Pedras, segue pelo divisor do Vicente Pires com o Bananal, corta as vertentes do córrego do Acampamento e liga-se à Estrada Parque Indústria e Abastecimento, em local próximo à estação ferroviária. Extensão aproximada: 14 km.

Estrada Parque do Valo – EPVL - Das cabeceiras do Córrego do Valo desce pela vertente direita do mesmo, entronca-se na Estrada Parque Taguatinga, próximo à passagem superior sobre a ferrovia. Extensão aproximada: 6 km

Estrada Parque Vereda Grande – EPVG – Saindo da Estrada Parque Contorno, das cabeceiras do córrego Vereda da Cruz, liga-se à Estrada Parque Vicente Pires, próximo às nascentes do Vereda Grande. Extensão aproximada: 3 km.

Estrada Parque Ipê – EPIP – Saindo da Estrada Parque Contorno, próximo às cabeceiras do ribeirão Alagado, desce para a bacia do Gama, entroncando-se na Estrada Parque Indústria e Abastecimento, nas proximidades da ex-residencia presidencial. Extensão aproximada: 4 km.

Antes de 1960, ao menos dez das treze estradas-parque projetadas já estavam consolidadas com base em projeto do Departamento de Estudos e Projetos (DEP) da Novacap. Eram elas: EPCT, EPDB (uma das primeiras, lançada para dar acesso à Cachoeira do Paranoá), EPTG, EPAC, EPNB, EPTT, EPPN, EPPR, EPIA (esta última aproveitando traçados de estradas antigas) e EPIP (conhecida também como Estrada Parque Gama). Do conjunto previsto, estavam por construir apenas as estradas do Valo, Vicente Pires e Santa Maria. Nos cinco anos seguintes, as obras em rodovias em Brasília se restringiram à consolidação de leitos já criados ou à pavimentação de estradas abertas no período anterior, caso da ligação com a Barragem do Paranoá e da ampliação do leito da Estrada Parque de Taguatinga (EPTG). No mais, as ações em rodovias se restringiram a obras de arte em articulações do sistema implantado até 21 de abril de 1960, tendo sido significativas apenas as intervenções em pontes, trevos e viadutos como aqueles construídos nos cruzamentos entre o Eixo Monumental e a Estrada do Bosque, e no trevo da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA). Entre 1960 e 1965 não se registrou abertura de nenhuma artéria nova.