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77 Instituído pelo decreto nº 1.473/70.

4.3 Assentamentos urbanos

4.4.2 Sistema viário urbano e de penetração

O ritmo das obras rodoviárias foi retomado em 1967, no entanto foram pouco expressivas nas áreas urbanas. Nesses domínios, destaca-se apenas a construção da primeira ponte ligando o Setor de Clubes Esportivos Sul e a Península Sul (Lago Sul) na altura da QI 3/9 - localização na qual um vão de 350 metros entre as margens possibilitou aterros laterais que reduziram a distância em 100 metros. Além desta, a Prefeitura convidou Oscar Niemeyer para desenvolver projeto da segunda ponte sobre o lago, que ficou pronto no mesmo ano e teve as obras iniciadas de imediato, mas levou longos anos até sua total conclusão.

Inseridas em programas de incremento de áreas rurais da Capital, foram intensificados os trabalhos de abertura ou manutenção de estradas de penetração a partir de 1967. Dentre elas, foram pavimentadas as rodovias de acesso ao Setor de Indústria Básica “FERCAL” e implantados novos trajetos, caso das DF 6 e DF 9A. No ano seguinte, mais acessos a núcleos de produção foram abertos ou melhorados. As primeiras nos Núcleos do Rio Preto e de Tabatinga e, seguindo-se a elas, foram implantadas as DF 2A, DF 07 e os acessos da DF 09 ao Vale da Garapa e da DF 03 à rodovia de Padre Bernardo.

Entre 1969 e 1970, foram feitas várias locações novas, dentre elas, trecho inicial da DF 013 e a implantação básica da estrada de Brazlândia para Vendinha e da DF 005. No mesmo período,foi complementada a implantação da DF 008, DF 007 e da DF 020 (ligação com Fortaleza) e compostos novos trechos da Brasília-Unaí e da DF 2A no quadrante oeste. Além disso, foi concluído o projeto rodoviário da DF 021, entre BR 020 e divisa sul, e da DF 10, entre a DF 13 e a divisa leste.

FIG. 22 – Zona Central Sul do Plano Piloto 1969

MANCHA URBANA 1975

Transcorria mais de uma década sem que nenhum assentamento totalmente desligado de áreas urbanas já consolidadas tivesse sido criado em território da Capital. A ocupação prevendo interstício de função rural entre o centro urbano e os limites de novas urbes, que orientou a modelagem inicial dispersa e de tecido descontínuo, não havia sido reproduzida nos assentamentos mais recentes. A urbanística vigente havia adotado o crescimento por meio de áreas contíguas, padrão de expansão aplicável dentro ou fora dos limites estabelecidos para a cidade central. Ocorreu assim no caso do Guará I (1967), do Guará II (1969) e da Ceilândia (1970), criadas em sítio avizinhado a tecido urbano já consolidado, e o esquema de ocupação foi observado também nas expansões das cidades-satélites e núcleos mais antigos.

O Guará nasceu vinculado ao centro urbano da Capital. Foi concebido inicialmente como uma expansão de um bairro industrial anexo ao Plano Piloto, o Setor Residencial Indústria e Abastecimento, que logo foi acrescido do Guará II, também sem interstícios. Localizados nas proximidades do cruzamento entre EPIA e EPTG, lançaram a primeira estrada-parque interna ao anel sanitário no papel de condutora oficial da ocupação, fato surpreendente considerando tratar-se da locação de uma cidade-satélite e do status original atribuído a essas auto-estradas. A implantação desse assentamento principiou também a ocupação do eixo de crescimento que se mostrou mais promissor no processo de expansão da Capital, com extremos em Taguatinga e Plano Piloto.

Em termos de modelagem de expansão, o caso de Ceilândia foi similar, pois o assentamento ocupou tecido contíguo à Taguatinga. Entretanto, a representante maior da rigorosa política de remoções foi locada às margens da BR-070, e não pelos contornos da EPIA ou da EPCT. Um relevante testemunho de que a preocupação em proteger a cidade central de interferência social inoportuna não havia se esgotado. Pelo contrário, posicionando Ceilândia um pouco além dos limites de Taguatinga, ainda mais afastada do centro urbano, garantia-se menor risco.

Além da expansão representada pelo Guará e pela Ceilândia, a mancha urbana de Brasília cresceu consideravelmente também como resultado das expansões promovidas pela SHIS nas urbes preexistentes. A região do Núcleo Bandeirante cresceu significativamente a partir de 1965. Taguatinga, somente no ano de 1969, foi estendida por mais 16 km2, ano em que Planaltina também ganhou sua primeira

expansão oficial. Além destes, no período foram acrescentados novos loteamentos à Brazlândia, Sobradinho e Gama, fazendo com que esses dois últimos núcleos atingissem a ocupação máxima estabelecida em seus planos urbanísticos originais.

Embora ampliados, todos os núcleos localizados fora da Bacia do Paranoá se mantiveram ilhados com relação ao centro urbano. Taguatinga, a mais expandida, aproximou-se um pouco mais da ocupação central, cujo interstício foi relativamente diminuído com inclusão do Guará às margens da EPTG. Ceilândia, ocupando território à a nordeste - antes destinado às atividades do Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC) - não contribuiu para a compactação do eixo Taguatinga – Plano Piloto. Com a consolidação do Setor de Indústria e Abastecimento, a inserção de Guará I e II e a expansão do Núcleo Bandeirante, houve uma relevante expansão da cidade na direção oeste, aproximando consideravelmente a área urbana do plano piloto das margens da EPCT.

O crescimento do conjunto integrado ao centro urbano permaneceu mais voltado para sul, por onde o Setor de Mansões Park Way, com seus terrenos fartos, avançou por grandes extensões territoriais, contornando a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA). A ocupação do Lago Sul se espraiou pelas bordas da Estrada Parque Dom Bosco (EPDB), alcançando a leste as margens da EPCT. Mas também a consolidação do setor norte do Plano Piloto mostrou avanços consideráveis, com especial contribuição das grandes áreas leste e oeste já bastante consolidadas.

Por fim, cabe ressaltar o crescimento considerável de dois assentamentos populares iniciados em fase anterior. A ocupação próxima ao aterro sanitário, mais tarde nomeada de Vila Estrutural, e a do Varjão, localizada na península dono Lago Norte, que ambas já apresentavam contornos bem definidos em 1975.

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