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ESTUDO DA VIABILIDADE DE INSTALAÇÃO DE ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS NA REGIÃO DO CAPARAÓ

SILVA, W. M.*, VENDRAMINI, J. C. G., OLIVEIRA, J. P. B.

Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Ibatiba.*welington.moreira2014@hotmail.com

1. INTRODUÇÃO

Localizada na região Sul do Espírito Santo, a re- gião do Caparaó é composta por onze pequenos municípios. Devido as lindas paisagens forma- das por cachoeiras, matas com trilhas e uma vegetação preservada esta é uma das regiões mais visitadas do Espírito Santo. Esta é uma re- gião cujo a economia é baseada principalmente no setor agropecuário e prestação de serviços. No entanto, são poucas as fontes de dados mete- orológicos na região, sendo quase todos gerados através de interpolação de regiões vizinhas. De acordo com o INMET as estações mais próximas estão localizadas na Cidade de Alegre e Santa Tereza. Segundo Oliveira (2009), o inte- rior do país conta com pouco mais de 20% das estações e postos, que estão distribuídos de for- ma irregular por sobre o território e que ainda não conta com uma coleta sistemática dos dados. Na maioria dos casos, estas estações estão insta- ladas em regiões litorâneas, causando assim uma deficiência de dados precisos para as regiões do interior, visto que os eventos de precipitação não seguem um padrão e são irregulares, podendo haver grandes diferenças de cidade para cidade, ou até mesmo entre regiões de uma mesma cida- de.

Portanto, com uma informação meteorológica mais precisa, os produtores podem realizar técni- cas e/ou utilizar novas tecnologias para a melhoria da produção e da produtividade, além de auxiliar em tomadas de decisões que necessi- tem desses dados para a obtenção de um resultado mais satisfatório.

O objetivo desde trabalho é então buscar e defi- nir possíveis locais de instalação de estações meteorológicas na Região do Caparaó do Espíri- to Santo.

2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Para conseguir realizar este objetivo, buscou-se através do INCAPER informações sobre as esta- ções meteorológicas já presentes na região

estudada, com isso pôde-se determinar os locais de cada uma das estações já instaladas. Pesqui- sou-se também sobre o método de interpolação utilizado para a confecção dos mapas disponí- veis no site do INCAPER, que é o método do inverso do quadrado da distância. Tendo já dis- poníveis essas dados, foram analisados mapas do relevo da região do Caparaó visando encontrar os locais mais apropriados para a instalação de novas estações meteorológicas.

Para procura e escolha dos possíveis locais de instalação, foram confeccionados mapas no Arc- Map com as atuais estações meteorológicas existentes delimitando raios de cobertura com tamanhos específicos, variando de 5KM até 50KM para cada estação. Para a determinação dos novos locais definiu-se pontos fora do raio de atuação das estações já existentes. Além da escolha de locais próximos a áreas que tenham civilização para facilitar e simplificar a forma de envio das informações coletadas das estações e também facilitar a proteção dos equipamentos. Outro fator levado em consideração foi a decli- vidade do local, que deveria ser Plano (0 – 3% de declividade) ou Suave-Ondulado (3 – 8% de declividade), segundo a classificação de declivi- dade da EMBRAPA (EMBRAPA, 2006). Locais fora dessas especificações foram descartados.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As imagens a seguir mostram os locais escolhidos que são compatíveis com instalações de novas es- tações meteorológicas levando em consideração as estações antigas. Na cor vermelha, são as esta- ções já instaladas. E de Azul são os possíveis locais para se instalar uma estação. Lembrando que foram escolhidos pontos em áreas com civili- zação para facilitar a instalação e com declividade de no máximo 8% de declividade.

É possível observar pela imagem da Figura 1 que existem 21 possíveis locais de instalação para novas estações meteorológicas. Mas mesmo assim, com atuação de um raio tão pequeno não é possível cobrir totalmente a área da região se consideradas as regras de limitação utilizadas nesse trabalho.

Na figura 2, tem-se agora estações utilizando um raio de 10 km de cobertura. Assim é possível praticamente cobrir toda a região desejada. Fo- ram marcados 16 locais possíveis de instalação. E é importante destacar que alguns desses locais se sobrepõem, então não há necessidade de ins- talação de estações igual ao número de locais sugeridos.

Fig. 1: Estações com raio de 5 km. (Fonte:

Próprio autor) Fig. 2: Estações com raio de 10 km.(Fonte: Próprio autor)

Fig. 3: Estações com raio de 15 km. (Fonte:

Com um raio de 15 km como mostra a figura 3, há uma redução da necessidade de estações com escolha de 8 possíveis locais.

Com raio de 20 km, como já é esperado, há uma redução do número de possíveis locais para es- colha, na figura 4, tem-se apenas dois locais para instalação.

Com raio de 25 km e 30 km, o número de locais para instalação cai para apenas um local.

A partir de 30 km não há necessidade de instalar novas estações.

Porém os eventos climáticos, inclusive eventos de precipitação não são distribuídos de forma igual em uma região, e como são poucas as esta- ções instaladas em uma região extensa, a interpolação desses dados podem gerar resulta- dos diferentes ao resultado observado na realidade. Segundo Pinto (2001), com dados cli- matológicos reais de estações meteorológicas automáticas as aplicações são muitas como; se- rem utilizados para elaboração de balanço hídrico climático e da escolha da cultura, a fim de delimitar zonas agroclimáticas para a implan- tação de espécies agrícolas e florestais. E quanto menor o raio de atuação de cada estação, mais precisão tem-se nos dados climatológicos, pois é necessário um número maior de estações para cobrir toda a área.

4. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS

A partir deste trabalho é possível concluir que para raios de ação de uma estação que seja supe- rior a 30 km não há a necessidade de implantação de novas estações. Porém, como ci- tado acima, é importante que se possa fazer instalações de novas estações para que os resul- tados possam representar de forma mais precisa os eventos de precipitação, auxiliando em toma- das de decisões com mais certeza por parte de agricultores da região ou de qualquer outro que necessite dessas informações para a tomada de qualquer decisão.

5. BIBLIOGRAFIA

OLIVEIRA, A. G.; A importância dos dados

das variáveis climáticas nas pesquisas em geografia: um estudo de caso empregando a precipitação pluviométrica, Revista Caminhos

de Geografia, v.10, n.32 dez. 2009.

Fig. 5: Estações com raio de 30 km. (Fonte:

Próprio autor)

Fig. 4: Estações com raio de 20 km. (Fonte:

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE SOLOS. Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos. 2 ed, Brasília: Embrapa

Produção de Informação; Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos, 2006.

PINTO, Hilton S. Zoneamento de riscos

climáticos para a cafeicultura do estado de

São Paulo. Revista Brasileira de

Agrometeorologia, Passo Fundo, v.9, n.3, (Nº Especial: Zoneamento Agrícola), p.495-500, 2001.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Ifes – Campus Ibatiba pela bol- sa financiadora do projeto.

ESTUDO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DAS ÁGUAS DO

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