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HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO PERDIDO E SUA RELAÇÃO COM A FRAGILIDADE

SANGI, I. M.*, FONTAN, I. C. I.; CARVALHO, A. H. O.

Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Ibatiba. *igor.sangi98@hotmail.com

1. INTRODUÇÃO

A unidade de manejo ambiental conhecida por bacia hidrográfica apresenta características in- trínsecas (relevo, tipo de solo, geologia, etc) que definem sua fragilidade natural (GONÇALVES et al., 2011).

Considerando que a bacia hidrográfica é uma área definida topograficamente, drenada por um curso de água ou um sistema conectado de cur- sos de água, tal que toda vazão efluente seja descarregada por uma única saída (TUCCI, 2009), o conhecimento da distribuição das clas- ses de declividade é imprescindível para a conservação de seus recursos edáficos e hídricos (FERREIRA et al., 2012).

O objetivo deste trabalho foi determinar as clas- ses de declividade da Bacia Hidrográfica do Córrego Perdido (Ibatiba/ES) e relacioná-las ao potencial de fragilidade natural da bacia.

2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A área contemplada no presente estudo foi a ba- cia hidrográfica do Córrego Perdido localizada no município de Ibatiba, região do Caparaó no estado do Espírito Santo.

A delimitação dos divisores de água da bacia hi- drográfica do córrego Perdido foi executada em ambiente de SIG, utilizando o software ArcGIS 10.0 ArcMap®, desenvolvido pela Environmen- tal Systems Research Institute (ESRI). Utilizou- se um Modelo Digital de Elevação (MDE) dis- ponibilizado pela missão espacial Shuttle Radar Topography Mission (SRTM), desenvolvida pela National Aeronautics and Space Administration (NASA) e National Geospatial-Intelligence Agency (NGA) no ano 2000, e adquirido gratui- tamente através do endereço eletrônico http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br (MIRAN- DA, 2005).

Além das imagens de radar SRTM, foram utili- zados arquivos vetoriais, como a malha do

estado do Espírito Santo e seus municípios, dis- ponibilizados gratuitamente no PORTAL GEOBASES, através do endereço eletrônico http://www.geobases.es.gov.br/portal/.

Para a classificação da declividade da bacia fo- ram utilizados seis intervalos distintos, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classifica- ção de Solos (EMBRAPA, 2009) (Tabela 1). Tabela 1: Classificação das declividades do

relevo

Declividade (%) Discriminação

0 – 3 Relevo Plano 3 – 8 Relevo Suave Ondulado 8 – 20 Relevo Ondulado 20 – 45 Relevo Forte Ondulado 45 – 75 Relevo Montanhoso

> 75 Relevo Escarpado Fonte: EMBRAPA, 2009.

As classes de declividade foram relacionadas às classes de fragilidade de acordo com proposta de Gonçalves et al. (2011) (Tabela 2).

Tabela 2: relação entre classes de declividade e

classes de fragilidade

Classes de declividade (%)

Classes de fragilidade

até 2 Muito baixa de 2 a 4 Baixa de 4 a 6 Média de 6 a 12 Média forte de 12 a 20 Alta de 20 a 30 Muito alta acima de 30 Extremamente alta Fonte: Adaptado de Gonçalves et al. (2011).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A bacia hidrográfica do Córrego Perdido abran- ge uma área de 30,18km² e perímetro de 28,98km. De acordo com a classificação de de- clividade proposta pela EMBRAPA (2009) verificou-se o predomínio do relevo forte ondu- lado na bacia estudada (declividades entre 20 e 45%), que ocupou 47,38% de sua área total, cor- respondendo a 14,74 km² (Tabela 3).

Tabela 3: Distribuição das classes de

declividade da Bacia Hidrográfica do Córrego Perdido, Ibatiba – ES.

Declividade -% Discriminação Área Km2 Área % 0 - 3 Relevo Plano 5,31 17,08 3 - 8 Relevo Suave Ondulado 0,59 1,91 8 - 20 Relevo Ondulado 3,26 10,49 20 - 45 Relevo Forte Ondulado 14,74 47,38 45 - 75 Relevo Montanhoso 6,28 20,19 > 75 Relevo Escarpado 0,92 2,95

A declividade é considerada um importante fator de limitação ao uso agrícola (MOREIRA e VA- LERIANO, 2013). No entanto, apesar da bacia do Córrego Perdido ser caracterizada pela pre- sença de áreas de relevo forte ondulado, montanhoso e até escarpado, na prática isto não representou qualquer limitação de uso, sendo ve- rificada em visitas in loco a utilização intensiva das áreas para criação de bovinos e cafeicultura, sem contudo, serem notadas práticas efetivas de conservação de solo e água.

Ao relacionar as declividades da bacia do Córre- go Perdido com a fragilidade ambiental, observamos que 21,94 km2 (70,52% de sua área total) são classificados como sendo de fragilida- de muito alta a extremamente alta, por apresentarem declividades superiores a 20%. Neste contexto, vale salientar que as superfícies de maior declividade nas bacias hidrográficas devem ser conservadas, especialmente pela ma- nutenção da cobertura vegetal, visto que são consideradas áreas com elevado potencial de de- gradação ambiental.

4. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS

Observou-se que 21,94 km2 da bacia hidrográfi- ca do Córrego Perdido, que representam 70,52% de sua área total, são classificados como sendo de fragilidade muito alta a extremamente alta, por apresentarem declividades superiores a 20%. Esses resultados indicam a fragilidade ambiental desta bacia, e evidenciam a necessidade de ado- ção das mais variadas técnicas de conservação de solo e água, a fim de garantir a sustentabilida- de desses ambientes.

5. BIBLIOGRAFIA

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de So- los (Rio de Janeiro, RJ). Sistema brasileiro de

classificação de solos. – RJ: EMBRAPA-SPI,

2009. XXVI, 412p, ISBN 85-85864-04-4. FERREIRA, R. G., et al. Caracterização mor- fométrica da Sub - Bacia do Ribeirão Panquin- has, ES. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v.8, n.15; p. 2247-2256. 2012.

GONÇALVES, G.G.G., et al. Determinação da fragilidade ambiental de bacias hidrográficas.

Floresta, Curitiba, PR, v.41, n.4, p.797-808.

2011.

MIRANDA, E. E. de.; (Coord.). Brasil em Rele- vo. Campinas – SP: Embrapa Monitoramento

por Satélite, 2005. Disponível em:

<http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br> Acesso em: 04 agosto 2012.

MOREIRA, E. P.; VALERIANO, M.M. Relação entre diferentes usos e coberturas da terra e de- clividade do terreno: implicações em conser- vação do solo. Anais… XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE

TUCCI, C. E. M. (Org.). Hidrologia: ciência e

aplicação. 4. ed. 1ª reimp. - Porto Alegre: Edito-

ra da UFRGS/ABRH, 2009. 943 p.

AGRADECIMENTOS

Ao Ifes – Campus Ibatiba pela bolsa de iniciação científica concedida. Ao MEC e MAPA, por meio do CNPq, pelo apoio financeiro ao Núcleo de Es- tudos em Agroecologia e Produção Orgânica.

ESTUDO DA VIABILIDADE DE INSTALAÇÃO DE ESTAÇÕES

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