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2.2.1 (Des)centralidade das redações: entre o estável e a flexibilidade líquida

PRIMEIRA FASE Tele-analógica (entre

3.2 Estudos e pesquisas sobre o uso de tecnologias móveis no jornalismo

Após as definições teórico-conceituais acerca do jornalismo móvel, empreendemos uma ampla revisão de estudos e pesquisas teóricas e empíricas sobre a utilização de tecnologias móveis no jornalismo, de forma a identificarmos a pertinência e o engajamento da prática móvel de produção em diversas etapas do processo. Nas pesquisas na área de comunicação, as abordagens têm sido escassas no tocante ao tema, sendo que a maioria dos trabalhos científicos é voltada para a caracterização do consumo de notícias em dispositivos móveis. Quando nos aprofundamos nesse levantamento para a perspectiva de produção, verificamos que o jornalismo móvel tem sido de forma mais significativa enfocado em investigações dentro da interação homem-computador por Fagrel (2000), Forsberg (2001), Jokela Väätaja e Koponen (2009), enquadrando o jornalismo numa perspectiva de experiências com o dispositivo envolvido na prática jornalística que afeta a rotina e a relação com o artefato.

No campo da comunicação temos mais recentemente pesquisadores como Lopez (2009), Azambuja (2010), Mabweazara (2011), Silva (2010), Pellanda (2010) que exploram o terreno. Para situar o estado da arte relataremos alguns trabalhos no horizonte de nossa abordagem do objeto, visando recuperar resultados que possam mais à frente ser confrontados de forma a avançarmos na questão da produção jornalística e os aspectos afetados com as mais diferentes tecnologias móveis incorporadas à rotina de jornalistas de diferentes meios de atuação. Ao mesmo tempo, defendemos a necessidade de um maior aporte de trabalhos no

campo da comunicação e em interface com áreas interdisciplinares para exploração do fenômeno.

Para tanto, começamos com Lopez (2009), que em tese intitulada “Radiojornalismo Hipermidiático”, relata o uso do celular por parte dos repórteres das emissoras brasileiras all

news Band e CBN para transmissão ao vivo, mas também para registro de imagens e vídeos

que são disponibilizados nos sites das emissoras de forma complementar ampliando a função midiática do veículo, redefinindo, em parte, o papel e função dos jornalistas neste meio.

Os telefones celulares podem ser considerados, atualmente, uma ferramenta de trabalho fundamental para o radiojornalista. Ele pode ser utilizado para transmissões ao vivo, muitas vezes com qualidade de áudio superior aos telefones fixos e com a vantagem de possibilitarem a mobilidade. Ao jornalista multimídia, ou que procura utilizar os potenciais do site de uma emissora de rádio, por exemplo, o aparelho de telefone celular tem ainda a utilidade de captar vídeos, fotos, conectar-se à internet para envio imediato de textos e arquivos, entre outras funcionalidades (LOPEZ, 2009, p.30).

Para a pesquisadora, esse uso traz repercussões para as rotinas produtivas à medida que o profissional incorpora funções além da tradicionalmente utilizada com o aparelho no radiojornalismo como a de entrar ao vivo e extrapola para comunicação mediada pelo dispositivo nas interações entre repórter e equipe da redação e um pensamento mais hipermidiático em gerar além de áudio, também vídeos e fotos como são os casos constituintes do corpus de análise da pesquisa da autora.

Azambuja (2010), em estudo de caso para dissertação sobre o jornalismo 3G no portal

ClicRBS de Porto Alegre, acompanhou a rotina dos repórteres que usam um kit de jornalismo

móvel composto por um modem 3G, notebook Dell e câmera de vídeo Sony, cujo formato se aproxima da noção de "jornalismo de mochila". Com estas ferramentas os repórteres realizaram transmissão ao vivo, postaram conteúdos e disponibilizam fotos, áudios e vídeos no referido portal, sendo que, em 2009, o Grupo adotou o celular Nokia N95, aplicativo Qik para as atividades. Para a pesquisadora, essa praxis mexe com os valores/notícia e reconfigura o processo de produção como já alertávamos anteriormente (SILVA, 2008):

A presença in loco, com o profissional trabalhando desde a apuração, edição e publicação da notícia, passa a refletir sobre alguns dos valores/notícia. Com uma maior flexibilidade no exercício do jornalismo, coberturas de eventos que antes não estavam nos critérios do ClicRBS agora recebem outros valores/notícia, caso do incêndio na Vila Chocolatão [em Porto Alegre]" (AZAMBUJA, 2010, p.132).

Mabweazara (2011), por sua vez, realizou um estudo de caso etnográfico em 2008 sobre as práticas e rotinas profissionais de jornalistas do impresso do conglomerado

Zimbabwear, da África, com 96 jornalistas envolvidos, durante o primeiro turno das eleições

presidenciais daquele país. Os resultados indicam que as apropriações da tecnologia móvel, mais especificamente o celular, ressignificaram o contexto e, ao mesmo tempo, pelo seu caráter pervasivo e ubíquo, foi além do trabalho com impacto sobre a vida privada dos jornalistas. A conclusão é de que a tecnologia interferiu na rotina com “[...] redefinição das práticas da produção da notícia tradicional [...]” (MABWEAZARA, 2011, p.692).90 Outro aspecto identificado pelo pesquisador refere-se à questão do imediatismo no processo de apuração durante a cobertura do período eleitoral, ou seja, o breaking news é um aspecto relevante dentro do ambiente de jornalismo móvel. Portanto, o celular altera essa condição do jornalismo, inclusive na relação com os cidadãos dentro da noção de gatewatching.

Enquanto os processos de gatekeeping tradicionais persistem e determinam que notícia é coberta nas redações, um exame mais aprofundado do uso de tecnologias sugere uma exposição ampliada dos jornalistas para a notícia e uma participação maior dos cidadãos na produção da notícia no mainstream - os jornalistas das organizações jornalísticas já não expressam ex cathedra como usualmente faziam antes da emergência da “era dos novos meios (MABWEAZARA, 2011, p.694).91

Os resultados, portanto, demonstram a penetração e alteração da tecnologia móvel no

newsmaking das redações com a ampliação da mobilidade e uma forma, inclusive, de transpor

o constrangimento do trânsito, uma variável que sempre significou um empecilho para o cumprimento do deadline. Como os dados revelam, há um nível de flexibilidade condicionado pelo uso de celulares e smartphones.

Todas as redações estudadas adaptaram sua cultura de produção da notícia à oportunidade e flexibilidade do celular por meio do emprego destas como ferramentas estratégicas para enviar matérias do campo. As redações tem assumido essa política para os repórteres com atribuições fora da cidade para sempre enviar suas matérias de lá e evitar viagens longas com as matérias até a redação. Esta estratégia tem sido vista não somente como uma forma de economizar tempo, mas igualmente como meios de reduzir os atrasos na transmissão das matérias em circunstâncias de congestionamentos no trânsito ou de quebra do veículo de

90 “[...] redefining tradicional newsmaking practices [...]” (MABWEAZARA, 2011, p.692, tradução nossa).

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While traditional gatekeeping processes persist and determine what news is covered in the newsrooms, a closer examination of the uses of the mobile phone suggests a widening exposure of journalists to news and a widening participation of citizens in mainstream newsmaking – mainstream journalists no longer speak ex

reportagem (MABWEAZARA, 2011, p.698).92

Jokela, Väätajä e Koponen (2009), dentro da perspectiva da interação homem- computador, têm desenvolvido um conjunto de estudos empíricos sobre os jornalistas móveis. Em uma pesquisa de campo conceberam um protótipo chamado de “Mobile Journalist Toolkit”, composto por um Nokia N82, teclado Bluetooth, adaptador de microfone externo, tripé de câmera e uma aplicação de software (figura 9) para verificar a influência sobre a rotina no jornalismo. As adaptações foram feitas em parceria com o Centro de Pesquisa da

Nokia para atendimento às especificidades dos jornalistas profissionais. O experimento é

similar ao adotado pela agência Reuters em 2007 em projeto de jornalismo móvel.

Figura 9 – Mobile Journalist Toolkit usado em pesquisa experimental sobre jornalismo móvel

Fonte: reprodução

Os resultados da pesquisa experimental com as observações de campo indicaram que a tecnologia móvel potencializou algumas das atividades dos jornalistas quando em comparação com as ferramentas tradicionais de trabalho, sendo que o estudo foi conduzido sobre a produção em tempo real realizada como postagens de fotos, vídeos e áudios diretamente da tecnologia sem fio dos aparelhos.

92All the newsrooms studied have adapted their newsmaking culture to the expediency and flexibility of the mobile phone through deploying it as a strategic tool for filing stories from the field. The newsrooms have made it policy for reporters on out-of-town assignments to always file their stories from there and to avoid travelling long distances with stories. This was seen not only as a way of saving time but also as a means of averting possible delays in the transmission of stories that could result from traffic delays or a vehicle breakdown” (MABWEAZARA, 2011, p.698, tradução nossa).

Enquanto o dispositivo móvel não pode substituir completamente as ferramentas tradicionais, para alguns tipos de tarefas do jornalista ele proporciona maiores benefícios sobre os instrumentos de trabalho tradicionais e representam um complemento útil ao conjunto de equipamentos do jornalista (JOKELA; VÄÄTAJA; KOPONEN, 2009, p.45). 93

Tecnologias móveis como o uso de smartphone no jornalismo também têm recebido a atenção de Väätajä (2010) em um outro estudo com jornalistas e fotógrafos para a percepção de como esse dispositivo afeta a questão de experiência de uso na rotina de produção de notícia. É um trabalho também na área de interação homem-máquina. Os resultados suportados apontaram para os aspecto de que os jornalistas se identificaram mais com o trabalho com smartphones que fotógrafos. Em torno desse último grupo, o smartphone não é estimulante para suas atribuições diárias. Segundo o autor, os dados significam que os jornalistas avaliaram de uma forma mais positiva esse uso demonstrando entusiasmo com a tecnologia utilizada e novas possibilidades para sua atuação no trabalho diário. Portanto, os autores concluem que, baseado na função profissional, as percepções de potencialização do uso de smartphones muda. Em parte, esta constatação pode ser explicada em razão de que as câmeras profissionais utilizadas por fotógrafos e o conhecimento mais aprofundado desse profissional sobre o manuseio e as possibilidades que podem ser exploradas da máquina são mais decisivos na preferência em vez de um smartphone e isso explica as diferenças atribuídas em vista que no seu equipamento profissional obtém, ainda, melhores imagens, exploram mais possibilidades, inclusive através de acessórios como diferentes tipos de lentes e filtros. Entretanto, é importante ressaltarmos que os novos smartphones em HD já oferecem qualidade próximas de aparelhos profissionais.

Numa perspectiva de newsmaking e interação homem-computador, Fagrell (2000) foi um dos primeiros a analisar o potencial de dispositivos móveis na rotina produtiva em sua tese de doutorado a partir da atuação de jornalista num software chamado NewsMate (figura 10), um sistema estruturado por meio de um PDA e utilizando tecnologia sem fio de um celular para conexão. O NewsMate gerenciava o trabalho entre a redação e o estabelecimento de colaboração, entre o repórter que estava externo e a equipe da redação ou em outro ponto, tratando-se de um protótipo utilizado na rádio Sweden, em Gothenburg.

93 “While the mobile device cannot completely replace the traditional tools, for some types of journalist tasks

they provide major benefits over the traditional tools, and are thus a useful addition to the journalist's toolbox.” (JOKELA; VÄÄTAJA; KOPONEN, 2009, p.45, tradução nossa).

Figura 10 – Plataforma NewsMate para o trabalho remoto do jornalista móvel

Fonte: Fagrell (2000). (Reprodução)

Durante a pesquisa, o autor explorou um cenário externo do jornalista em campo nesta emissora de rádio e como ocorria a comunicação envolvendo o jornalista e todos os outros da equipe que interagiam de forma remota no processo de apuração e produção. O NewsMate apresentava três seções principais no menu da tela: arquivos, externo e pessoas. Através dessas telas, o jornalista se conectava para a realização das atividades, seja de envio de conteúdos ou de mensagens de comunicação, gerenciando o conhecimento de forma móvel e distribuída. Para o período, tratava-se de um experimento consistente e um dos pioneiros na exploração da condição remota e colaborativa.

Fagrell (2000) conduziu um grupo focal e uma avaliação etnográfica para observar o trabalho com o NewsMate. No grupo focal foram analisados seis grupos no total de 40 jornalistas de organizações jornalísticas e de freelance em quatro emissoras de rádio, três jornais e uma emissora de tv. Enquanto que na avaliação etnográfica, a observação se concentrou na Rádio Sweden em Gothenburg durante um tempo de 50 horas abordando 10 jornalistas e acompanhando suas tarefas com o NewsMate. Alguns dos resultados do estudo revelaram que os jornalistas viram o sistema como positivo por permitir novas habilidades nas tarefas desenvolvidas.

Alguns jornalistas, entretanto, se sentiram pouco confortáveis com as canetas para escrita eletrônica no PDA para a entrada de dados considerando que caneta para o PDA ainda era lento em comparação às ferramentas tradicionais de anotações através de caneta e papel.

Por outro lado, no grupo que já usava PDA na vida pessoal essa dificuldade de operação não foi mencionada. Outro aspecto apresentado dos resultados demonstra que ainda é um gargalho para o jornalismo móvel a lentidão da rede para envio das mensagens que geravam, que demoravam em torno de um minuto. Isto reflete, de qualquer forma, a realidade das conexões no periodo da pesquisa, no início da década passada quando a tecnologia 3G ainda não havia se expandido e se concentrava apenas em alguns países asiáticos.

Figura 11 – Repórter se comunicando com redação com tecnologia do PDA

Fonte: Fagrell (2000). (Reprodução).

Forsberg (2001), em uma pesquisa similar, em sua tese “Mobile Newsmaking”, também abordou essa perspectiva a partir do conceito de newsmaking, focando nos jornalistas de notícias em reportagens realizadas no campo com tecnologias móveis. Para isto ele partiu da seguinte questão: “Como municiar repórteres com informações contextuais relevantes para suas atividades de construção da notícia quando estes estão em situações de mobilidade?” 94. Essa tese foi uma das primeiras a focar no jornalismo móvel numa perspectiva de rotinas de produção e de interação e, neste sentido, traz uma perspectiva de Gans (1979) e Tuchman (1978) sobre newsmaking para análise da produção da notícia quando estes buscavam problematizar a questão: "como as notícias são feitas?", ou seja, compreender o processo produtivo nas organizações jornalísticas e a influência da tecnologia nesse fazer. Neste ponto, Forsberg traz a noção de mudança no processo das redações com a Internet na década de 1990 e da tecnologia para prover condições para os repórteres em campo. "[…] A internet tem aperfeiçoado a tecnologia usada na redação. Isto modificou a organização da produção da

94 "How to provide reporters with contextual information relevant for news tasks in mobile situations?"

notícia e otimizou novas maneiras para enviar e receber material de notícias para os repórteres em campo" (FORSBERG, 2001, p.1).95 Neste sentido, o kit de jornalismo móvel denominado

NewsGear96 permitia essa condição exposta para os profissionais em campo.

Figura 12 – Kit de jornalista móvel NewsGear

Fonte: Forsberg (2001). (Reprodução).

Forsberg (2001) realizou uma pesquisa de campo acompanhando as atividades desenvolvidas por jornalistas na redação e no campo. O trabalho foi baseado em PDA para repórteres móveis, cujos dados coletados caracterizaram o impacto que as tecnologias móveis representariam no trabalho dos repórteres no processo de apuração através das facilidades potencializadas.

[…] A facilidade de uso de tecnologias móveis com os serviços de inovação em tecnologia da informação representará um grande impacto não somente na forma como os repórteres apuram os dados de notícia, enviando e recuperando material de notícia, mas igualmente na forma como os repórteres produzem as matérias jornalísticas. Portanto, como eles transformam diariamente as ocorrências e os acontecimentos das matérias com noticiabilidade, discutem as notícias e formulam

95 "[…] Internet has also improved the technology used in the newsroom, changed the organisation of news

production, and provided new ways to send and receive news material for reporters in the field" (FORSBERG, 2001, p.1, tradução nossa).

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O primeiro kit do NewsGear foi criado em 1998 e custava 10 mil dólares (www.newsgear.info/about#/) e trazia um laptop, uma camera portátil de vídeo de mão que gravava em MPEG e um Palm Pilot com rede de internet.

as tarefas relacionadas, considerando a pesquisa de fundo e o enquadramento das matérias (FORSBERG, 2001, p.2).97

Em outro ponto, o pesquisador traz as modalidades de mobilidade de trabalho móvel na perspectiva de Kristoffersen e Ljungberg (2000 apud Forsberg 2001) numa abordagem de encaixe com o trabalho dos jornalistas e apresenta três tipos de mobilidades do trabalho móvel: visiting, travelling e wandering.

Visitar é trabalhar em distintos lugares por coerente, mas limitado período, exemplo, um jornalista deixar a redação para se encontrar com pessoas no seus locais de trabalho para a realização de uma entrevista. Viajar é trabalhar enquanto se viaja num veículo tais como ônibus ou um táxi. Errante é trabalhar enquanto se está na condição de localmente móvel, ou seja, local, mobilidade física dos usuários como um jornalista caminhando distante do encontro da manhã para participar num planejamento de um projeto de encontro de uma série de matérias e depois parar por um colega para discutir o enquadramento da matéria (FORSBERG, 2001, p.9).98

Outro estudo com tecnologias móveis de caráter aplicado complementado com entrevistas e observações de campo, gestionado no Brasil através de parceria entre a PUC/RS, o MIT (Massachusetts Institute of Technology) e o grupo de comunicação RBS, é o Locast

Civic Media99 para uso da plataforma Locast baseada em sistema aberto Android e voltado para a produção de conteúdo multimídia hiperlocal com demarcação da geolocalização. O projeto teve início em 2009 em Porto Alegre (HENRIQUES, 2009) com a intenção de cobrir notícias sobre o cotidiano da cidade através do uso de smartphones. Os jornalistas do Grupo

RBS e estudantes da Famecos utilizaram o experimento como uma forma complementar aos

seus sistemas de publicação, ou seja, produção de conteúdo paralelo à matéria tradicional e gravação do making of da cobertura realizada. A pesquisa aplicada veio acompanhada de entrevistas e de observações de campo para identificar as impressões sobre o sistema (figura 13), as potencialidades e as consequências do trabalho em mobilidade de jornalistas e participantes cidadãos com os vídeos sendo publicados na íntegra sem processo de edição.

97[…] Easy to use mobile devices with innovative IT services will have great impact not only on how reporters gather news items, send and retrieve news material, but also on how reporters make news stories. That is, how they transform everyday occurrences and happenings into newsworthy stories, discuss news events and formulate news tasks, do background research and frame news stories” (FORSBERG, 2001, p.2, tradução nossa).

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Visiting is working in different places for a coherent but limited period, e.g. a journalist leaving the newsroom meeting people in their workplace to do an interview. Travelling is working while travelling in a vehicle, such as a bus or a taxi. Wandering is working while being mobile locally, i.e. local, physical mobility of users, e.g. a journalist walking away from the morning meeting to participate in a project meeting planning a series of news stories and then stop by a colleague to discuss the framing of a news story” (FORSBERG, 2001, p.9, tradução nossa).

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Figura 13 – Projeto Locast de Porto Alegre: transmissão ao vivo e geolocalização

Fonte: Locast100

Entre os resultados apontados estão que: "[…] A impressão foi de realismo, uma imagem mais próxima da cena do que a de matérias de TV.[…]" (PELLANDA, 2010, p.19). Ainda durante as entrevistas procedidas sobre o experimento, jornalistas perceberam que na realização das entrevistas com personagens, a ‘nvisibilidade’ da câmera de um aparelho celular, que permitiu que quando a captura era baseada em entrevistas os sujeitos das matérias se mostravam bem mais receptivos do que um contexto tradicional de equipamentos para TV" (PELLANDA, 2011, p.19). Os dados coletados nas entrevistas e observações apontaram em relação ao experimento que "[…] as indicações de potencialidades detectadas foram os resultados mais valiosos" (PELLANDA, 2010, p.22).

Pase (2010) acrescenta ainda que os dados revelam que o celular incorporado à rotina do jornalista trouxe um fator positivo no seu processo de apuração: as gravações de entrevistas tornam-se menos invasivas isto porque "muitas vezes, as câmeras provocam reações adversas nas pessoas em foco, que apresentam sinais de nervosismo ou intimidação pelo aparelho. O celular age de maneira menos feroz e, dado o seu uso cotidiano, não se torna tão intrusivo em alguns momentos." (PASE, 2010, p.42). Para isto, cita que o celular pode