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Etapa A: mapeamento, descrição e análise dos programas de formação de

Frente à proposta apresentada de desenho do estudo, consideramos essencial que seja conhecido o universo de programas de formação de treinadores(as) de GPT que acontece atualmente em diferentes localidades. Como afirmado por Franchi (2014, p. 18):

um exemplo básico de incoerência entre as peças-chave de uma investigação que se considera qualitativa é uma parca descrição do contexto em que o evento pesquisado ocorre, bem como dos sujeitos nele envolvidos. Não se pode ter uma visão do todo do fenômeno se esse não é cuidadosa e detalhadamente descrito, de maneira a especificar as condições em que o evento ocorreu.

Assim, optamos por um estudo abrangente, de coleta completa (FLICK, 2009), que pudesse oferecer um quadro do atual oferecimento de programas de formação de treinadores(as) de GPT nos diferentes países. Dessa forma, a grande potencialidade do estudo está em apresentar dados inéditos cientificamente, envolvendo um contexto mundial e, inclusive, para as próprias FNG e FIG, o que nos permite iniciar uma discussão que pode trazer benefícios para as discussões sobre a formação de treinadores(as), dessa prática específica e de diferentes modalidades ginásticas.

➢ Participantes

Foi convidado a participar desta etapa todo o universo composto pelas FNG afiliadas à FIG. Por ser este um dado flutuante, em razão do descredenciamento, novo credenciamento e inativação de inscrições de FNG na FIG por motivos diversos, foi necessário estabelecer uma data para o estabelecimento dos participantes da pesquisa. Na data em questão, no dia 18 de janeiro de 2016, foram apontadas 138 FNG. Realizamos tal contato por endereço eletrônico, e-mail, por essa ser uma via de acesso fácil a todos os países do mundo e permitir a transmissão de informações em diferentes idiomas. Além disso, o mesmo é disponibilizado no site oficial da FIG.

O diretório das FNG era, à época dessa etapa da pesquisa, apresentado no site oficial da FIG com um pequeno perfil de cada instituição, incluindo endereço,

nome dos(as) presidente(a) e secretário(a) geral, telefone de contato, e-mail e site oficial, caso houvesse. Um exemplo pode ser verificado na Figura 2.

Figura 2 – Exemplo dos dados das FNG no Diretório da FIG.

Fonte: FIG (2016)

Nos casos em que este endereço de e-mail se apresentou inválido, constatado pelo retorno automático da mensagem de convite, e mesmo pela ausência de respostas aos convites enviados, outras possibilidades de contato foram buscadas. Inicialmente, houve a tentativa de comunicação a partir de páginas oficiais das FNG na rede social Facebook. Para os contatos que não obtiveram resposta, realizamos a requisição de e-mails às Uniões Continentais e, ainda, à pesquisadores(as) ou gestores(as) parceiros(as) do GPG, possibilidade essa que foi a mais eficaz na obtenção de respostas. Assim, pudemos contatar 131 das 138 FNG e foi realizado um primeiro convite de participação.

Os convites de participação foram encaminhados, especialmente, aos(às) gestores(as) relacionados aos programas de formação das FNG, aos Comitês de GPT, seguidos de secretários(as) gerais e presidentes(as), nessa ordem de preferência, embora tenham sido aceitas outras respostas. Uma cópia do convite de participação pode ser observada no Apêndice A.

Este contato constituiu-se de um convite formal para participação na pesquisa, nos idiomas Inglês, Francês, Espanhol e Português, seguidos de links para o instrumento de pesquisa nos mesmos idiomas. Esses arquivos foram traduzidos por uma empresa profissional. Como forma de estabelecer um contato direto e proporcionar aos(às) convidados(as) diferentes possibilidades de esclarecimento de dúvidas ou comentários, foram disponibilizados nossos diferentes endereços eletrônicos, contatos de redes sociais (Whatsapp e Facebook) e endereço da plataforma científica ResearchGate.

Os convites foram enviados, em média, três vezes para cada FNG, entre os meses de setembro de 2016 e janeiro de 2017. O envio ocorreu pelo e-mail pessoal da pesquisadora e também por um endereço de e-mail criado para essa pesquisa,

hospedado no provedor da FEF-Unicamp, em uma tentativa de atingir o maior número de pessoas. Esse endereço criado foi researchgym@fef.unicamp.br.

Após período de tempo considerado por nós como suficiente para as respostas, que se estendeu de 07 de setembro de 2016, data do primeiro contato com as FNG, até 08 de Março de 2017, houve 44 respostas positivas à participação na pesquisa. Esse número consiste em 32% da amostra inicial da pesquisa (131 FNG) e mais duas FNG que participaram por indicação das Uniões Continentais, ou seja, que não estavam na lista disponibilizada pela FIG. Apesar de serem, portanto, externas à amostra inicialmente pensada para a pesquisa, consideramos importante a análise dos dados de tais FNG, uma vez que optamos pela coleta completa (FLICK, 2009), que caracteriza-se por uma escolha dos participantes de forma a que todos possam ser integrados no estudo. Logo, o único critério de inclusão na pesquisa foi a instituição ser uma FNG representante de um país ou nação ou grupo administrativo. Alguns exemplos são: Ilhas Canárias, administrada oficialmente pela Espanha, mas que possui FNG própria; Aruba, que é parte oficial da Holanda; Ilhas Cayman, parte do Reino Unido; e Kosovo, que não é uma região administrativa mundialmente reconhecida, assim como a Palestina, mas que possuem FNG próprias. A FNG britânica (British Gymnastics), por sua vez, representa mais de um país (Inglaterra, País de Gales e Escócia).

A relação das FNG participantes e a distribuição dessas por continente pode ser observada no Quadro 1.

Quadro 1 – Participação das FNG na Etapa A, organizadas por continente. Continente Número de FNG participantes/ número total de FNG por continente

Relação das FNG participantes

Porcentagem da participação por continente (%) Porcentagem de cada continente no total de participações (%) África 8/20

África do Sul, Algeria, Benin, Cabo Verde, Líbia, Maurício, Moçambique

e Namíbia.

40 18,1

América 10/27

Argentina, Aruba1, Barbados, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Ilhas Cayman, Paraguai, Trindade e

Tobago e Venezuela.

37 22

Ásia 6/37

Bangladesh, Catar, Cingapura, Hong Kong, República da Coreia e

Mongólia.

16,2 13,6

Europa 19/52

Alemanha, Andorra, Áustria, Azerbaijão, Dinamarca, Eslováquia,

Estônia, Finlândia, Grã-Canária1, Grã-Bretanha, Irlanda, Islândia,

Itália, Kosovo, Luxemburgo, Mônaco, Noruega, Portugal e

Suécia.

36,5 43,1

Oceania 1/2 Austrália 50 2,2

Legenda: 1- Países incluídos por indicação das uniões continentais de Ginástica.

O continente com maior número de respostas na pesquisa foi a Europa, com quase metade das respostas obtidas, embora a maior representação seja dos continentes africano e americano, que tiveram 40% e 37% de suas FNG respondendo ao questionário. A Oceania, que possuía apenas duas FNG afiliadas à FIG no momento dessa etapa da pesquisa e um número maior de países, não pode ser considerada uma representação do continente. Atribuímos a pequena participação dos países asiáticos à falta de retorno da União Asiática de Ginástica ao nosso pedido de auxílio de divulgação para o desenvolvimento da pesquisa e possivelmente às dificuldades de comunicação com os idiomas nativos.

Das 131 FNG contatadas, 52 são provenientes da Europa, 37 da Ásia, 27 da América, 20 da África e duas da Oceania. Essa distribuição demonstra o nível de organização das FNG em cada continente: a alta incidência de órgãos europeus reflete que neste continente estão as FNG mais consolidadas e com administrações mais eficientes, que podem ser consideradas mais profissionais, por terem maior número de pessoas empregadas e estas serem, muitas vezes, especializadas, e logo

mais cargos e departamentos, segmentando as demandas e ações realizadas (SOARES; BORTOLETO; SCHIAVON, 2016). Uma relação que pode ser feita para fins ilustrativos é a comparação do número de países de cada continente com o número de FNG afiliadas à FIG (Tabela 1).

TABELA 1 - Representação dos continentes a partir das FNG. Continente Número de países1 Número de FNG afiliadas

à FIG2 Porcentagem de países representados na FIG2 (%) África 52 20 38, 4 América 35 27 77,1 Ásia 48 37 77 Europa 42 52 Ultrapassa 100 Oceania 14 2 14,2

Legenda: 1-Fonte: IBGE (2018). 2- Fonte: FIG (2016).

A mesma discussão é observada ao analisarmos os respondentes da pesquisa. A fim de localizar as respostas obtidas, requisitamos as informações de posição no quadro gestor da FNG e tempo de ocupação desse cargo a todos(as) os(as) respondentes. O instrumento de pesquisa foi respondido por 11 participantes ligados(as) aos Comitês de GPT, entre eles(as) presidentes(as), membros ou responsáveis diretos pela prática; sete presidentes(as) e vice-presidentes(as) das FNG; 20 membros administrativos, entre oito secretários(as) gerais, sete membros de conselho administrativo, três diretores(as) técnicos(as) nacionais e dois(duas) encarregados(as); três gerentes de Participação e três gerentes de Educação.

Podemos perceber que a diferença na organização gestora das FNG é muito grande: ao mesmo tempo que em alguns casos presidentes(as) têm acesso ao

e-mail oficial da FNG, por essa ser gerida por poucas pessoas e muitas vezes

voluntárias, outras FNG possuem diferentes cargos, mais específicos para cada função e que, portanto, demonstram que outros projetos são desenvolvidos e que maior atenção é dada a eles. Foram observados casos distintos, como por exemplo, da FNG de Ilhas Cayman, que é gerenciada por três voluntários, até a existência de categorias como gerente de Participação e gerente de Educação, que indicam posturas com relação ao desenvolvimento da GPT e a formação de treinadores(as), nos casos das FNG da Finlândia, do Canadá e de Portugal. Essa análise justifica a realização dessa pesquisa, ao passo que entendemos que fazer refletir sobre a formação de treinadores(as) pode auxiliar no desenvolvimento de programas dessa finalidade.

Por fim, outro aspecto consultado sobre os respondentes foi o tempo de ocupação nos cargos, que variou entre menos de um ano (6,8% dos respondentes), um a cinco anos (45,4%), entre cinco a dez anos (18,1%) e mais de dez anos (29,5%). A mesma relação entre o tempo de existência das FNG pode ser feita sobre o nível de organização da Ginástica nos diferentes lugares. Já a manutenção de pessoas nos cargos administrativos não pode receber análise semelhante: sabemos que existem casos em que a permanência longa de gestores(as) em presidências de FNG não justifica trabalho organizado e progressista. Assim, essa informação foi utilizada como apoio na análise das respostas, embora não tenha exercido muita influência na pesquisa.

➢ Instrumento de pesquisa

O instrumento de pesquisa dessa etapa consistiu-se em um questionário padronizado, com questões abertas e fechadas. Quando da formulação do questionário em questão, optamos pela não realização de um estudo piloto, uma vez que as respostas das FNG seriam de difícil obtenção. Assim, optamos pela validação do questionário a partir da análise de um grupo de seis pesquisadores(as) Professores(as) Doutores(as) e docentes do Ensino Superior, especialistas em formação de treinadores(as), Ginástica, GPT e Pedagogia do Esporte. As sugestões dos(as) especialistas foram avaliadas e consideradas na construção final do instrumento de pesquisa.

As questões do instrumento foram construídas com base na literatura científica das áreas de formação de treinadores(as) e Ginástica, de forma a mapear a existência e a organização de programas oferecidos para a formação de treinadores(as) de GPT pelas FNG. No entanto, fez-se necessário que outros assuntos também fossem abrangidos por nós, a fim de que o tema fosse melhor compreendido.

Inicialmente e como já citado, dados como a identificação do(a) respondente, seu cargo e o tempo de permanência no quadro gestor da FNG foram requisitados de modo a compreender o “lugar” de onde os dados partiram. Da mesma forma, uma questão sobre a estrutura organizacional da FNG, a existência de Comitês específicos para cada disciplina ginástica, foi requisitada para que houvesse uma maior compreensão do nível de organização da FNG.

Outro tema abordado no questionário foi a relação da FNG com o programa FIG Academy, oferecido pela FIG. Essa pergunta tinha como objetivo identificar a posição em que se coloca cada FNG na responsabilidade de oferecer programas de formação de treinadores(as) e qual a importância atribuída ao FIG Academy, o que nos proporcionou dados complementares.

Em acréscimo, questionamos a política de regulamentação da profissão de treinadores(as) de Ginástica do país/nação/localidade, uma vez que essa rege e embasa o oferecimento dos programas pelas FNG e atribui maior ou menor dedicação ao assunto. Em seguida, questões específicas sobre os programas de formação de treinadores(as) de Ginástica foram realizadas e, caso houvesse o oferecimento para GPT, outras mais particulares foram feitas.

Por fim, outra questão foi a concepção de GPT adotada pela FNG, uma vez que essa direciona (ou deveria direcionar) as políticas de formação e aponta questões importantes sobre a prática. Uma cópia do questionário pode ser observada no Apêndice B.

A distribuição por temática das questões do questionário dessa etapa pode ser observada no Quadro 2, bem como sua ordem de apresentação.

Quadro 2 – Distribuição temática abordadas no questionário da etapa A.

Temática Questões

Identificação do(a) respondente e organização da FNG 1 a 3 e 6

Importância atribuída ao programa FIG Academy 5

Regulamentação da profissão de treinadores(as) de Ginástica 7 a 8

Concepção de GPT adotada pela FNG 4

Oferecimento de programas de formação de treinadores 9 Em caso afirmativo da questão 9:

Estratégias pedagógicas A Histórico do programa B a C Financiamento D Seleção de participantes E Níveis de progressão F Objetivos G Conteúdos H a I e L Frequência J Mediadores responsáveis K Avaliação M

O questionário foi disponibilizado nos mesmos quatro idiomas do contato inicial realizado, igualmente traduzido por empresa especializada, de forma a torná-lo o mais inteligível para cada respondente. Os questionários em Espanhol e Francês

foram respondidos cinco vezes cada, em Português, quatro vezes, e em Inglês, 30 vezes. Mais uma vez retomamos que a ausência de um idioma asiático pode ser um dos motivos da baixa participação de países desse continente. Entretanto, entendemos que para que uma FNG esteja associada à FIG e participe de eventos continentais e nacionais, é essencial que ao menos um(a) gestor(a) seja fluente em Inglês ou Francês, idiomas oficiais da FIG, de forma a estabelecer comunicação. Esses idiomas foram contemplados.

O instrumento de pesquisa foi disponibilizado às FNG de duas formas: hospedado na plataforma Google Forms®, preferencialmente, e também em arquivo

Word®, para as FNG que o solicitaram. Os questionários online têm crescido em

pesquisas do mundo todo (EVANS; MATHUR; 2005; STOSZKOWSKI; COLLINS, 2016) e funcionam a partir de um link (URL) que é gerado automaticamente pela plataforma Google Forms® e que permite o acesso de todas as pessoas que o possuem (STOSZKOWSKI; COLLINS, 2016).

Assim como explicitado anteriormente, vantagens e desvantagens da utilização de um instrumento online foram verificadas. Evans e Mathur (2005) destacam aspectos que podem ser considerados e que vivenciamos na pesquisa. Especialmente sobre os questionários, destacamos como vantagens a oportunidade de participação de pessoas de diferentes localidades com a conveniência de horários e locais para participação da pesquisa. Uma vez que a variação de fusos horários é muito grande, a comunicação não simultânea de respostas foi um aspecto importante a ser considerado. A velocidade de contato com os participantes também foi ponto decisivo para a utilização do instrumento, pois assim evitamos a demora e os custos de um possível contato por Correio, o que ressalta o custo baixo de administração desse método. Por último, o fato de ser obrigatório responder as questões assinaladas permitiu que todos os questionários respondidos fossem válidos.

Como desvantagens, a variação da tecnologia dominada e disponível em diferentes países foi um dos aspectos negativos da utilização de questionários online, também apontados por Evans e Mathur (2005), constatado em dois contatos. Os participantes convidados da China e do Afeganistão requisitaram o instrumento de pesquisa em formato Word®, pois seus países não permitem a utilização de plataformas Google®. No entanto, após o envio, não obtivemos mais respostas dessas localidades.

Destacamos, em acréscimo, que alguns desses fizeram complementações a suas respostas por e-mail, trazendo outros dados à pesquisa, de forma espontânea.

Como será apresentado mais detalhadamente na seção de Resultados dessa tese, os questionários foram respondidos por 44 FNG, e, dentre essas, 36 afirmaram oferecer programas de formação de treinadores(as) de Ginástica. Especificamente para a GPT, 30 FNG oferecem tais programas.

➢ Análise dos dados

Os dados dessa etapa de pesquisa foram analisados por meio de estatística simples descritiva, de modo geral, e por análise de conteúdo, especificamente a questão sobre a concepção de GPT de cada FNG.

A análise estatística simples descritiva permitiu uma análise exploratória dos dados, aqui utilizada para dar forma numérica às características qualitativas (LAKATOS; MARCONI, 2003).

A análise de conteúdo, segundo Laville e Dionne (1999, p. 24), “consiste em desmontar a estrutura e os elementos deste conteúdo para esclarecer suas diferentes características e extrair sua significação”. Para Benites e colaboradores (2016), a finalidade desta forma de análise é, portanto, alcançar uma significação profunda para a mensagem escrita, através de um conjunto de técnicas para descrever e interpretar o conteúdo ou mesmo para descobrir sua mensagem implícita.

Quadro 3 – Etapas da análise de conteúdo.

Etapa Descrição

Recorte dos conteúdos

Etapa em que os conteúdos da pesquisa são agrupados em elementos, que serão posteriormente ordenados em categorias. Esses elementos são chamados de unidades de análise. Os recortes serão realizados com base em temas.

Definição das categorias analíticas

São criadas categorias analíticas, com base em um modelo

misto.

Assim, a etapa inicia-se com o agrupamento das unidades de análise em categorias estabelecidas a priori, de forma rudimentar; em seguida, realizam-se revisões críticas dos elementos não classificados, podendo haver a criação, ampliação ou subdivisão de categorias existentes.

Categorização final das

unidades de análise Conferência final da etapa anterior.

Análise e interpretação

Análise qualitativa do conteúdo, baseada na estratégia de

construção iterativa de uma explicação, isto é, elaboração de

uma explicação lógica do fenômeno estudado, com exame das unidades de análise, as inter-relações e as categorias em que se encontram.

Fonte: Adaptado de Laville e Dionne (1999)

As categorias de análise dessa etapa da pesquisa foram construídas a partir de Modelo Misto (LAVILLE; DIONNE, 1999). Isso significa que antes do início da análise do conteúdo são estabelecidas categorias com base no conhecimento anterior da pesquisadora sobre o tema, de forma dedutiva, para colocar à prova sua hipótese inicial. Ao mesmo tempo, por considerar ser possível que os dados da pesquisa tragam novas hipóteses ao estudo, outras categorias podem ser criadas ao longo do processo, em uma perspectiva indutiva.

➢ Apresentação dos dados: a devolutiva para os participantes

Os dados dessa etapa de pesquisa constituirão um relatório a ser oferecido às FNG. Essa foi uma promessa realizada no momento do convite feito às FNG e, para nós, representa um momento muito importante da pesquisa, que é o retorno à comunidade participante, com discussões sobre os dados obtidos. Com esse relatório, esperamos mostrar às FNG as iniciativas que ocorrem e assim inspirá-las na organização de seus programas de formação de treinadores(as). Além disso, a divulgação de suas iniciativas poderá ser um incentivo para que continuem desenvolvendo programas e sirvam como uma “propaganda” de seus trabalhos.

Além do mais, com esse novo contato, buscamos prolongar as discussões sobre os programas de formação de treinadores(as) de GPT, ideia que iremos desenvolver nas Considerações Finais do estudo.