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F IGURA 2.4.1 C ONHECIMENTO E SCOLAR NA I NTERFACE H OSPITALAR

No documento DOUTORADO EM EDUCAÇÃO (CURRÍCULO) (páginas 67-72)

Aspectos do Processo de Aspectos do Processo de

F IGURA 2.4.1 C ONHECIMENTO E SCOLAR NA I NTERFACE H OSPITALAR

5 Este conteúdo, em parte, foi de apresentação no ENPEC (2005), com a professora estagiária Graciella Watanabe, objetivando a discussão do ensino de física em classe hospitalar.

Variação da coluna de líquido em cm

Equipo

Válvula

Velocidade Média da Coluna de Soro

Uma situação de ensino

Representação do aluno DAS Representação do aluno IRAV Representação da aluna AKPJN Representações diferentes no cálculo da velocidade média de um carrinho em um móbile da brinquedoteca. na resolução de exercícos pré- vestibular . na variação do espaço em função do tempo para o Movimento Uniforme.

2.4.3. Sistematização da Construção do Conhecimento

N

o GRAACC, a aula é individual, por contingência da situação preferencial de atendimento em hospital dia e/ou por opção do aluno, além disso a literatura aponta que alunos cursando o ensino básico no período de tratamento oncológico, quando podem optar, preferem estudar no hospital individualmente. Justificam essa opção pela dificuldade de envolvimento com amigos que podem vir a morrer ou ainda por sentirem-se fragilizados pelo tratamento e pela doença em si e com dificuldade em administrar as alterações emocionais, físicas, intelectuais, na presença de parceiros. (BARAKAT, L.P. ET.AL., 2003)

Quando do início da Escola Móvel, em 2000, buscou-se um espaço teórico para ancoragem da reflexão das ações da Escola Hospitalar em relação à possibilidade da aprendizagem restrita à interação entre o aluno e os professores. Partimos inicialmente da busca de um espaço comum de significados; entretanto, como em uma relação de ensino e aprendizagem o caráter comum é utópico, pois existe assimetria entre o aluno, o professor e o saber, ficamos com o paradoxo a que isso leva, ou seja: ensinar é a ação de busca do caráter comum de significados; logo, inconclusa e processual. Quanto ao viés da aprendizagem escolar, entendemos também como um processo dinâmico, inconcluso, vivido no espaço e tempo da escola, com suas restrições e recursos, em que o aluno desenvolve uma atividade reflexiva sobre seus próprios conhecimentos e, ao final desse espaço e tempo, por processos de retroações e confrontações e, em espiral, constrói novos conhecimentos que serão específicos dele.

Encontramos, no contrato didático, um espaço de ancoragem para a sistematização da natureza do ensinar e do aprender no hospital. Não é o caso de trazer aqui o percurso do contrato sócio-histórico, mas de delimitar o espaço para as análises das enunciações dos professores.

Coloca-se a priori o contrato pedagógico, para depois retornar ao contrato didático. Com inspiração nos estudos de MEIRIEU (1998), que buscam vias possíveis

de diferenciar o acesso ao saber para trabalhos de inclusão escolar, ou nos textos de SACRISTÁN(2001), nos quais este discute as crenças e as representações sociais da

ao contrato pedagógico a função de compreender as dinâmicas das interações. Nesse sentido, a escola hospitalar é um setor do hospital que juntamente com os demais profissionais estabelece relações com a possibilidade de estudar no hospital. Assim, a relação com o estudar no hospital é parte de um contrato entre os diversos setores, os alunos e os saberes. É explícito, em situações como aquelas de encaminhamento de alunos para a escola hospitalar ou ainda de orientação conjunta sobre formas de atuação em determinada situação educacional. É também implícito, quando regras para a intervenção da Saúde e da Educação levam-se mutuamente em consideração.

Existe uma assimetria entre a ressignificação da atendente de enfermagem para a sua própria concepção de números com sinais, o conceito de números inteiros veiculado pelo professor e a concepção de números inteiros em construção pelo aluno, alterada agora pela relação estabelecida e não necessariamente pelo conhecimento veiculado. Ou seja, o contrato pedagógico ocupa-se com a dinâmica das interações estabelecidas no meio escolar.

A este estudo de Doutorado importa mais o contrato didático, que é entendido como aquele estabelecido entre o aluno, o professor e o saber no momento da aula hospitalar e ocupa-se com o conhecimento que é veiculado na interação, e dessa forma tem uma interface com o pedagógico, daí a inclusão do tema acima. O contrato didático permite definir o espaço de interação no interior da relação – professor, aluno e saber – como também regula as relações com o saber.

Essa tripla relação – aluno, professor, saber - é assimétrica e é parte das preocupações do professor. Nos diferentes tempos das aulas, o professor e o aluno articulam essa assimetria. Aqui, a relação é tácita. O triângulo proposto por JONAERT

Fala espontânea da auxiliar de enfermagem durante a aula na QT. _ Sabe, quando eu estava na sua série, acreditava que era bobagem essa coisa de sinal nos números. Mas veja o que tenho de fazer hoje. O xixi que você faz é negativo e a água que você bebe é positivo, assim faço a conta; se der positivo, tem que hidratar, pois significa que fez pouco xixi. Vejo agora que é importante.

( 2002, p.166, 167) colabora com explicitação.

Figura 2.4.1 a,b,c – RELAÇÕES ASSIMÉTRICAS COMO SABER

Na FIGURA2.4.1-a, quando o professor propõe uma situação de ensino, ele tem maior

relação com esta. O aluno, por sua vez, questiona a situação e o próprio saber do professor. O questionamento aqui se refere à ativação que o aluno faz dos seus conhecimentos na busca de uma aproximação à situação proposta.

Quando o professor, na relação didática, busca as concepções que o aluno tem sobre a situação didática (FIGURA 2.4.1-b) ocorre um espaço de diálogo sobre o objeto em estudo. Com o passar do tempo, (FIGURA 2.4.1-c) o aluno constrói suas concepções sobre o saber em estudo.

O lado explícito do contrato didático ocorre quando professor e aluno definem a dinâmica da relação do ensino e da aprendizagem, estabelecendo as regras do estudar no hospital e clarificando a responsabilidade de cada um. Nesse aspecto, ele é normativo, mas de uma norma que é constantemente alterada em função da especificidade do atendimento, sem entretanto deixar de ser sistematizado.

Assim, no processo ocorrem sucessivas rupturas e mudanças de papéis nas

Saber Professor Aluno ? ? Saber Professor Aluno Saber Professor Aluno Tempo

situações de ensino, mas existe um momento em que o contrato torna-se obsoleto e é este o ponto a que queríamos chegar, na referência que anteriormente fizemos sobre a relação professor/aluno e a construção do conhecimento no espaço hospitalar. É na elaboração de um novo contrato didático sobre a mesma situação de ensino que essa relação abre possibilidade ao aluno – mesmo na interação apenas com o professor – da construção de conhecimento sobre um fato ainda não observado em aula hospitalar.

Na qualidade de participantes do diálogo abrangente compusemos um texto híbrido – falou-se de elementos da composição de um currículo de uma Escolar Hospitalar. Muito mais que uma fundamentação, tem o significado de produzir toda uma fermentação para o que se segue, a proposta da pesquisa.

Aspectos

Aspectos Epistemológicos Epistemológicos

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