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E IXO DE A NÁLISE DA A ÇÃO

No documento DOUTORADO EM EDUCAÇÃO (CURRÍCULO) (páginas 167-173)

5 6 Módulo Textual: Unidade Troca U

E IXO DE A NÁLISE DA A ÇÃO

TÉCNICO-

As atividades de ensino são marcadas, nas enunciações, pela escolha de uma certa realidade, não mais com o propósito de seguir tecnicamente os conteúdos propostos pela escola de origem, mas para a

ESTRATÉGICA criação de situações de ensino para a realidade escolhida. A significação

está presente no detalhamento das intenções do grupo e interesses do aluno. Para o grupo, a aula flui e a atividade de ensino é adequada quando os alunos interagem com o professor, compondo o texto do desenvolvimento. Como em:

e621 << (...).inclusive ela fez procedimento, mas depois acabamos por ler um texto. Fui perguntando e ela respondendo, tirando conclusões. Flui bem a aula com ela. P6>>.

Nas observações empíricas, fica implícito que selecionam alguma condição para observação e a partir dela organizam as atividades do dia para o atendimento escolar; o papel do meio é visto como fundamental para a composição da aula. Como em :

e627 << (...) pelo que está aqui na pasta, eu que dei umas 3 aulas prá ela. A P7 deu também (...). P6 >>

e outras organizações que se seguem em demais enunciações, para este aluno e outros também.

Nos relatos de exposição, significam o estranhamento em relação à diversidade dos modos como os alunos e as alunas administram a aula hospitalar. Na realidade, julgam que os alunos e os acompanhantes familiarizaram-se com a escola hospitalar. Fica implícito nessa diversidade, a responsabilidade assumida do aluno e do acompanhante na composição do ano escolar. Como em:

e718 << Não acredito ! É o mesmo ES, gente ... , a mãe falou que ele tá super bem. P10 >>

No relato onde buscam motivos, o papel do professor é visto como aquele que coleta elementos pertinentes à situação e assume o aluno, nas suas dificuldades, organização e outras necessidades. Se, ao relatarem a responsabilidade dos pais e alunos na composição da aula, não estava claro de que forma isto interfere na autonomia do professor, ao enunciarem seus motivos, deixam explícito que isto (a participação do pai e acompanhante) é conteúdo de ensino. Como em:

e585 << .... o WLA, aquele fujão. Peguei a pasta dele e fomos conversar.P3>>

Interpretamos que nessas ações técnico-estratégicas, as professoras e os professores esclarecem as intenções que pretendem alcançar, geralmente significadas por conquistas.

EIXO DE ANÁLISE DA AÇÃO

NORMATIVA

Ao questionarem a situação hospitalar, significam a seleção de uma condição para a elaboração de um julgamento sobre a situação, ou seja, optam por determinadas demandas do meio e organizam o dia de intervenção. Fica claro que existe a necessidade dessa opção. Como em:

e613 << (...) tentei achar ele, sumiu, desapareceu, fui atrás dele, sumiu... Você pediu (refere-se a P4) para achar e dar aula, mas não deu. P3 >>

O questionamento da situação saúde/escola vem carregado de elaboração da informação que trazem do meio. As ações na Escola Hospitalar não são significadas como algo independente, com vida própria, que se constrói no momento exclusivo da aula. Assim, a utilidade que dão a cada uma dessas elaborações depende dos consensos que se dão na reunião. Como em :

e574 << Fui entender com a mãe e ela desconversou. Aliás saiu. Disse que ia até a farmácia e sumiu (...). P3>>

O grupo traz para a reunião informações que ficam em suspenso durante as aulas e nas trocas enunciativas compõem o entendimento da situação saúde/escola.

Ao questionarem a situação de ensino, decidem modos mais adequados para selecionar a informação, como em:

e716 << Me chamou atenção a mãe falando (...). P10 >>,

e as situações de ensino são construídas com elaborações pessoais

que não anulam a expressão pessoal do aluno, como em:

<< e 720 (...) que ele tá super bem, que a professora elogiou ele, que ele tá melhor que a maioria das crianças da sala (...).Optei por trabalhar com imagens, colagens e assim alterar a condução das coisas . Parece que ficou melhor.P10 > >.

Entendemos que ao questionarem a situação que se apresenta, trazem um significado para esta, que é de processo: estar disponível para

receber uma demanda, ocupar-se dessa demanda relacionando com o conhecimento que se tem sobre o aluno e propor uma situação de ensino.

Interpretamos que nas ações normativas, como anteriormente, tanto o movimento de confronto à norma está presente, como de acomodação a ela. Diferentemente da primeira etapa, em que a normatividade acompanhava o processo de confrontação, aqui acontece com reflexão que objetiva a reconstrução, e busca a intensificação dos esforços para apreender cada aluno da escola hospitalar.

Entendemos que o grupo seleciona conteúdos situacionais para cada aluno, como em :

e549 << Pedir – risos - pediu, mas expliquei que não pode ser uma tarefa em cada caderno. P2 >>,

e que não se trata da eqüidade de atendimento de solicitações, ou ainda, de atender aos alunos em suas possibilidades, mas de diferenciá-los, quanto às necessidades. Assim, a norma é posta em função do aluno, não por mecanismo de con fronto, mas por mecanismos que buscam legitimar uma proposta de trabalho social.

EIXO DE ANÁLISE DA AÇÃO

INTERPRETATIVA

Ao descreverem a situação de ensino, identificam as qualidades da produção dos alunos e, dessa forma, trazem para a reunião elementos que possibilitam o entendimento de quais são os seus critérios de referência para a aprendizagem do aluno. A significação está presente nos conteúdos da produção, nas circunstâncias que norteiam a construção da situação de ensino e nas questões que se apresentam no dia. Como em:

e522 << Os conteúdos estudados, ela acertou tudo. Ficava perdida, ia fazendo, sabia o que tinha que fazer, mas ao elaborar a frase se perdia, perguntava toda hora, o que é mesmo que eu estou fazendo mesmo (...)? P10 >>

Na descrição da situação hospitalar do aluno, especificam tempo, local, necessidades físicas e emocionais dos alunos e seus acompanhantes e a significação está marcada na percepção de que o grupo tem dessas necessidades de oferecer, durante o

acompanhamento escolar, condições diferentes para as diferentes demandas. Como em:

e584 << Quando a mãe voltou, disse para ela não sair mais do

lado, ela disse: - quando for assim, professora, passa um bilhete para ele e ele respondeu: - “ num vai não “, isso é coisa de professora velha, você é uma Professora atual . Veja de onde ele tirou o atual. P3 >>

Ao descreverem o que vivenciam, trazem respostas a uma pergunta implícita: que se passa aqui? Assim, enunciam: dificuldades dos alunos, momentos de resistência durante a aula, atmosfera da aula. Como em:

e507 << Ela fez tudo sozinha, mas teve um momento que me chamou atenção. Pedi para ela fazer duas frases com cada sujeito que estávamos estudando. Deixei o papel para ela colocar a proposta e disse: vou pegar água e já volto. Quando voltei ela falou: Ah! Professora, não fiz porque esqueci , não lembro. Disse- me que não lembra da comanda e não dos conteúdos es tudados. P10 >>

Reconhecem suas ações ao trazerem para a reunião que alunos: lembram do que estavam estudando, não importa o tempo em que isto tenha ocorrido, aprendem no pouco tempo de aula, necessitam – para a adesão à aula – serem consultados sobre o desenvolvimento do currículo, são muitos ao mesmo tempo (tímidos/atirados, tristes/alegres, dogmáticos/criativos, desanimados/ motivados), não consideram que o tempo para o tratamento é difícil de ser definido, esquecem de fazer tarefa de casa, “cabulam” aula hospitalar, perdem o material escolar, assumem posição quanto ao que é fácil ou difícil, reclamam da aula hospitalar. Como em:

e700 << O D é assim, ele fala muito pouco, né, não sei se com vocês... P6 >>

Entendemos que esses diferentes modos de significar o aluno é uma resposta às angustias iniciais quanto ao papel do professor na realidade hospitalar. Ou seja, o grupo responde às suas questões pondo em circulação saberes prático-éticos que são presentes no conhecimento/aceitação da comunidade local.

Interpretamos que os professores e as professoras ao enunciarem suas ações Interpretativas respondem a questões implícitas que se propuseram, estamos com isso querendo dizer que não estiveram a constatar a realidade, mas a interrogá-la.

EIXO DE ANÁLISE DA AÇÃO

COMUNICATIVA

As enunciações das ações comunicativas contextualizam as mobilizações para a aprendizagem dos alunos. Como em:

e513 << O que fiz: Coloquei uma comanda assim, veja, com o

nome das pessoas que iriam entrar na ação da frase. Fui perguntando o que iam fazer e escrevia a ação, depois, quando seria e onde seria a ação, escrevi na comanda também. P10>>

As significações vêm atravessadas de uma intencionalidade do que se pratica, apoiadas sobre conhecimentos de como funciona a realidade na qual o grupo intervém. Entendemos que se é intencional, ainda que não existam planos seguros sobre os quais fazer planejamentos futuros, a ação não é aleatória ou meramente intuitiva e sim reflexiva com vista à reconstrução.

Interpretamos que os professores e as professoras ao enunciarem suas ações Comunicativas reconstroem intersubjetivamente um problema do meio, as características do meio, mecanismos de investigação de pressupostos básicos para o ensino, enfim, seu próprio conhecimento.

No item – 5. 6. MÓDULO TEXTUAL: UNIDADE TROCA dissemos que o conhecimento

circula nas interações - na primeira parte do estudo, em (1) atitudes de resolução de problemas, (2) justificativas argumentativas –, e após a análise das enunciações nesta segunda parte, entendemos que a circulação também se dá na reestruturação da própria proposta de resolução de problemas e argumentos. Assim, compreendemos que as enunciações abandonam um caráter de posições absolutas, mantendo a relação com o problema a resolver. Dessa forma, interpretamos que o grupo traz para as enunciações situações mais elaboradas que as iniciais, o que denota aprendizagem em processo.

No documento DOUTORADO EM EDUCAÇÃO (CURRÍCULO) (páginas 167-173)