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5.3 Etapa 1 – Preparar Ambiente de Criação de EVs

5.3.3 Fase 1.3 – Desenvolver Nova Cultura

O objetivo desta fase é construir uma nova cultura de trabalho entre os empresários das PMEs que formam o AmbianCE. A abordagem utilizada para a

construção dessa nova cultura de trabalho considera três aspectos, nomeadamente: a cultura da confiança, a cultura da competência e a cultura da TIC.

Quadro 5.2: Resumo da fase Alinhar Objetivos.

Estabelecer, pelo menos, um objetivo comum que oriente e motive ações futuras. Resultados

esperados

Facilitador e empresários. Participantes

Relatórios de desempenho de PMEs do setor de atuação das PMEs. Ferramentas

• Organizar cursos e palestras com especialistas que mostrem o potencial do setor. • Evidenciar oportunidades de crescimento e conquista de novos mercados e clientes. • Organizar visitas a potenciais clientes.

• Organizar missões para prospectar novos mercados. Ações

Identificar objetivos comuns entre os empresários do grupo de PMEs. Objetivo

Estabelecer, pelo menos, um objetivo comum que oriente e motive ações futuras. Resultados

esperados

Facilitador e empresários. Participantes

Relatórios de desempenho de PMEs do setor de atuação das PMEs. Ferramentas

• Organizar cursos e palestras com especialistas que mostrem o potencial do setor. • Evidenciar oportunidades de crescimento e conquista de novos mercados e clientes. • Organizar visitas a potenciais clientes.

• Organizar missões para prospectar novos mercados. Ações

Identificar objetivos comuns entre os empresários do grupo de PMEs. Objetivo

A Cultura da Confiança é uma das mais importantes a ser desenvolvida pelos empresários para se obter sucesso na criação de EVs. Como conseguir que empresários estabeleçam uma confiança mútua? Como desenvolver a confiança entre empresários que são competidores dentro do mesmo mercado? Com o intuito de responder a essas questões sugerem-se ações tais como organizar cursos e atividades sobre desenvolvimento organizacional. Uma técnica que pode ser utilizada é a chamada de Treinamento Experiencial ao Ar Livre (TEAL), na qual os empresários realizam atividades de desenvolvimento organizacional ao ar livre. Geralmente são atividades que ocorrem em um período de dois ou três dias, onde se sugere que toda a equipe de trabalho pernoite em um mesmo local, fazendo com que o grupo se afaste das atividades cotidianas.

Outra atividade importante e eficaz é a de programar visitas do grupo de empresários a cada uma das empresas participantes. Inicialmente o empresário a ser visitado pode parecer receoso de receber concorrentes ou prováveis concorrentes, mas com o decorrer da visita, este pode perceber que a troca de informação e conhecimento com os outros empresários pode ser valiosa e pode ocorrer nas mais diversas áreas.

Quando a troca de informação entre os empresários se intensifica, estes percebem que têm fornecedores comuns, ou se não os têm, que poderiam tê-los. Um trabalho em conjunto para o desenvolvimento de fornecedores é muito atraente e favorece para a construção da confiança entre empresários. Quando se unem forças e se juntam as necessidades das empresas, devido ao aumento do volumem de consumo e/ou serviço e da possível seleção de um único fornecedor, os

fornecedores apresentam propostas mais interessantes para um grupo organizado de empresas (em termos de custos, assistência técnica e qualificação). Como exemplo de fornecedores citam-se as empresas fornecedoras de matérias-primas, máquinas, ferramentas, dispositivos, acessórios, sistemas computacionais, transporte, contabilidade, bancos, entre outras.

Outra ação recomendada é a de organizar missões empresariais nas quais aproveita-se para visitar feiras nacionais e internacionais, visitar centros de pesquisa, estabelecer contatos com potenciais clientes e investigar futuros mercados. As viagens servem para que os empresários se conheçam melhor e que aprendam a confiar uns nos outros. Inicialmente pode existir a formação de subgrupos de empresários por afinidades em comum, posteriormente deve-se incentivar a que esses subgrupos envolvam cada vez mais empresários.

Entre as ferramentas que podem ser utilizadas para desenvolver a cultura da confiança sugerem-se as técnicas de dinâmica de grupo. Sugere-se ainda, a contratação dos serviços de empresas especialistas na área de desenvolvimento organizacional, para coordenar as atividades de dinâmica de grupo. Os

participantes são os próprios empresários, coordenados pelo facilitador. Como

resultado destas ações espera-se que os empresários iniciem uma troca de

informação desenvolvendo a cultura da confiança de uma forma voluntária e natural. A Cultura da Competência trata do desenvolvimento, do investimento e da consolidação das competências das PMEs. Acredita-se que qualquer empresa, por menor que esta seja, está no mercado porque desenvolveu alguma competência essencial. Se uma PME for fazer parte de uma EV, esta deve, necessariamente, possuir alguma competência que a diferencie das demais, ou seja, deve ter conhecimento e recursos para que em algum PN consiga obter desempenhos e resultados melhores do que as outras empresas. Pode acontecer que uma PME não tenha identificado todas as suas competências plenamente, ou tendo conhecimento de uma competência, não tenha dado a importância que deveria para investir nela.

Quando se cria um grupo de PMEs interessadas em formar EVs, recomenda-se que uma das primeiras ações a ser realizada seja o diagnóstico de todas elas com o objetivo de identificar e evidenciar as competências essenciais de cada uma. Conhecendo as competências essências de todas as PMEs do grupo, pode-se identificar novas alternativas para produzir um determinado produto de forma mais eficiente e/ou oportunidades para produzir novos produtos. É possível, ainda,

detectar a ausência de competências essenciais no seio do grupo, o que permite constatar a necessidade de incluir outras PMEs que possuam as competências essenciais em falta.

Uma vez identificadas as competências essenciais das PMEs, sugere-se incentivá-las para que estas invistam nas competências que poderão trazer os maiores retornos. O investimento nas competências essenciais passa a ser uma estratégia competitiva das empresas. Investir nas competências essenciais significa capacitar pessoas, comprar recursos adequados e otimizar PNs.

Caso exista um grupo de PMEs formado por empresas concorrentes que atuam no mesmo setor e produzem os mesmos produtos, percebe-se que mesmo existindo PNs iguais ou similares, existem oportunidades para desenvolver competências essenciais complementares. Neste caso, as empresas deveriam ser incentivadas a investir em competências essenciais de PNs específicos, a fim de serem capazes de se complementar ao longo da execução de um PND em uma EV.

Para descobrir oportunidades de investimento em competências essenciais das PMEs, sugere-se organizar visitas aos centros tecnológicos, às universidades e às feiras técnicas do setor, no país e no exterior. O objetivo dessas visitas é propiciar o contato com o “estado da arte” do setor e identificar tendências e oportunidades futuras. Outra ação pode ser a organização de cursos técnicos e de gestão específicos para nivelar o conhecimento dos empresários e auxiliar a detectar novas oportunidades de investimento.

Como ferramenta para efetuar o diagnóstico das PMEs deve ser desenvolvido um questionário que evidencie a capacidade e a competência das pessoas, os recursos físicos disponíveis e os PNs fundamentais. Recomenda-se seguir o fluxo da informação para identificar as diferentes atividades nos diferentes PNs, desde o primeiro contato com o cliente até a entrega e o acompanhamento do produto. É necessário estabelecer medidas de desempenho para poder analisar a informação a ser coletada ao longo das diferentes atividades.

Para a análise do questionário preenchido e identificação das competências essenciais de cada PME, recomenda-se a utilização do método de Custeio Baseado em Atividades (do Inglês, Activity Based Cost - ABC), que integra as atividades operacionais que fazem parte de um PN com os custos por atividade, controlados por medidas de desempenho previamente estabelecidas.

Os participantes são os próprios empresários e o facilitador. Para o desenvolvimento e a realização do diagnóstico sugere-se a contratação de consultores especialistas. Como resultado destas ações são identificadas as competências essenciais de cada PME e do grupo como um todo. Os empresários devem compreender a importância de investir nessas competências essenciais para se tornar cada vez mais competitivos.

A Cultura da TIC trata da correta utilização de sistemas computacionais para a comunicação e o tratamento da informação e do conhecimento. Alguns empresários de PMEs têm barreiras (pessoais) para utilizar sistemas computacionais. Para esses empresários é necessário mostrar os benefícios e a necessidade de utilizar TIC para participar de EVs. Em uma EV são utilizadas diferentes TIC ao longo do seu ciclo de vida, em vários níveis.

Entre as ações necessárias para desenvolver uma nova cultura de TIC nos empresários, está a organização de cursos e de palestras sobre as TIC. Posteriormente devem ser estabelecidos os padrões para a comunicação entre empresas considerando vários níveis de aplicação. Em algumas situações, pode ser necessário definir desde padrões de hardware e de software até a necessidade de desenvolvimento de um sistema de comunicação próprio.

Nesta fase, sugere-se organizar atividades para forçar o uso e a utilização de TIC. Uma atividade que pode ser realizada junto com os empresários é a definição de diretrizes para o desenvolvimento de uma página Web para o AmbianCE com informações das PMEs que a compõem.

Como ferramentas para essas atividades podem ser utilizados o correio eletrônico, a conferência eletrônica e a Internet. Os participantes dessas atividades são os próprios empresários e o facilitador. Como resultado dessas ações espera- se que os empresários percam o medo quanto à utilização das TIC e comecem a valorizar a sua utilização.

Um resumo da fase Desenvolver Nova Cultura é apresentado no quadro 5.3.