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Parte significativa dos editais e auxílios destinados para a pesquisa em rede podem ser analisados do ponto de vista do atendimento do princípio da “extensividade” abordado como um dos eixos condutores40 da PNCTIS, este por sua vez é o enfoque dado para a produção de conhecimento41, sobretudo àquele realizado nas Universidades, hospitais e Institutos de pesquisa, mesmo que este não seja aplicável de imediato,

A extensividade inclui toda pesquisa que visa ao avanço do conhecimento, seja aquele de aplicação imediata ou não. Inclui, portanto, além da produção de conhecimentos, as pesquisas voltadas para o desenvolvimento tecnológico e a inovação (BRASIL, 2006, p. 19).

Este tipo de pesquisa é importante por ser capaz de mobilizar o maior número de pesquisadores ativos no país, sobretudo nas pós-graduações. Existe uma

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Para esta questão pode-se mencionar também o projeto do MCTI “redes cooperativas entre as Universidades brasileiras em C&T” segundo o qual 28 Universidades brasileiras estão incluídas. Inclusive a Universidade Federal de Pernambuco.

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Ao contrário do que acontece com o programa RENORBIO39 que segue proposta de estimular a formação de parcerias para realização de projetos cooperativos organizados na forma de redes, que articulem diversas instituições e pesquisadores disponíveis na Região Nordeste com experiência e competência em Biotecnologia. E para este caso as redes são determinadas pelos próprios pesquisadores por meio dos editais e auxílios lançados pelas agências de fomento, e não por pactos ministeriais.

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Demais eixos condutores da PNCTIS são: inclusividade, seletividade, complementaridade, competitividade, mérito científico e tecnológico, e a relevância social e econômica.

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A PNCTIS considera todos os tipos de pesquisas os respectivos conhecimentos produzidos em resultado, da pesquisa básica até a operacional (BRASIL, 2008).

significativa relação entre a quantidade de bolsas e auxílios fomentados e o número de trabalhos cooperativos em rede e a publicação de artigos científicos.

A formação e capacitação de recursos humanos, por meio de cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, visam aprimorar a capacidade regulatória das instituições; implementar a avaliação de tecnologias em saúde; desenvolver a produção e o uso do conhecimento científico e tecnológico nos programas, ações e serviços de saúde; aperfeiçoar a gestão de CT&I/S e outras demandas decorrentes do encaminhamento desta política (2ª CNCTIS – documento base, 2004, p. 21).

Se analisarmos os dados fornecidos pelo Ministério da Educação em relação ao destino dos gastos com as pós-graduações, veremos que, no período compreendido entre os anos de 2000 a 2010, mais da metade dos valores investidos foram destinados para as pós-graduações.

Tabela nº 5: Dispêndios do Ministério da Educação em Ciência & Tecnologia (C&T), 2000-2010. Ano Total Total C&T Pós-Graduação 2000 2.087,2 1.523,40 2001 2.270,1 1.590,40 2002 2.613,3 1.861,40 2003 2.901,8 2.159,30 2004 3.347,1 2.542,90 2005 3.631,5 2.616,10 2006 4.401,6 3.319,50 2007 5.641,7 4.391,90 2008 6.576,7 5.033,10 2009 6.996,6 5.050,70 2010 8.508,8 6.069,80

Fonte: Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) (2013).

O aumento no investimento nas pós-graduações no tocante da própria melhoria na educação, qualidade do ensino e demais benefícios proporciona significativos retornos em C&T&I, sobretudo porque permite meios para que os pesquisadores realizem seus trabalhos. Isto sob o ponto de vista da extensividade da

PNCTIS pode ser analisado sob o fato de que, o conhecimento produzido nas pós- graduações mesmo que não aplicado imediatamente é fonte básica para subsidiar outras pesquisas futuras, interações e trocas de experiências.

Dentre as várias possibilidades que o conceito de rede científica possa alcançar, ainda é nas pós-graduações em que se tem o maior número de pesquisas em rede e onde ainda se agrega o maior número de pesquisadores ativos no país. É a partir dos grupos de pesquisa, dos líderes, dos coordenadores de projetos, das relações de orientação que se pode estabelecer o maior número de conexões possíveis entre Universidades, Instituições, hospitais, laboratórios, empresas.

Estes tipos de conexões e os conhecimentos resultantes delas são peças fundamentais na produção de conhecimento e na realização de inovações que, por sua vez, geram bens e serviços que possam ser utilizados pela sociedade. Diante da lógica assumida pela PNCTIS, além dos próprios ganhos da pesquisa em rede em termos de conhecimento, podemos considerar o estabelecimento de uma cultura de trabalho cooperativo em rede a longo prazo em outro ganho.

A indução à pesquisa em rede é feita em consonância com as necessidades estratégicas de pesquisa em saúde e leva em consideração a troca de competências locais e internacionais no processo de aprendizado e produção do conhecimento. O primeiro tipo de fomento é o destinado para o lançamento de editais de cooperação internacional, que visa estabelecer a pesquisa cooperativa em rede com instituições com parcerias já firmadas com os órgãos brasileiros. Eles procuram além das pesquisas de interesses comuns, a capacitação, formação em conjunto de pesquisadores, e a produção de conhecimento em Ciência & Tecnologia & Inovação.

Esta modalidade só é realizada com instituições que possuem acordos já firmados com o Brasil. A tabela nº 6 mostra a evolução no fomento entre os anos de 2000 a 2010 em face da quantidade de projetos aprovados nesse mesmo período para a modalidade e o valor gasto.

Tabela nº 6: Número de projetos de redes de cooperação internacional fomentados pelo CNPq 2000-2010

Número de chamadas aprovadas

Chamada Fomento à Pesquisa

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 CNPq/Alemanha 8 7 13 17 1 CNPq/Argentina 5 4 3 5 CNPq/Bélgica 2 5 3 2 16 CNPq/Canadá 2 1 CNPq/Cuba 7 4 1 4 14 5 CNPq/Itália 4 3 CNPq/França 20 16 10 12 12 5 CNPq/Colômbia 7 7 5 7 8 6 CNPq/México 3 4 3 10 CNPq/Costa Rica 1 1 1 CNPq/Chile 6 4 4 1 CNPq/Uruguai 4 5 4 2 6 CNPq/Portugal 11 11 8 1 CNPq/ Eslovênia 5 CNPq/EUA 8 9 8 7 13 10 CNPq/Espanha 9 7 CNPq/Suíça 8 CNPq/Venezuela 1 2 Total: 67 78 55 67 84 77

Valor pago (Milhões) 1.888 2.664 1.483 2.227 4.246 3.890

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do CNPq/AEI (2013).

A quantidade de projetos aprovados permaneceu em média muito próxima, ano após ano, com exceção do ano de 2007 que tem a menor quantidade dos anos em destaque. É importante destacar também, que antes esta linha de fomento não existia no país, até o ano de 2004 nenhum edital de financiamento para a construção de pesquisas em redes seja na modalidade de cooperação internacional ou para qualquer outro para o CNPq.

Na escala estadual, em Pernambuco a Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE), passou a partir de 2006 a fomentar projetos de pesquisa para redes de cooperação internacional. No período de 2006 a 2010 foram lançados 11 editais nesta modalidade com 9 projetos aprovados.