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4 ATIVIDADE PROPOSTA

FONTE: ELABORADO PELA AUTORA.

Com o objetivo de explorar bastante a atividade, propõem-se eta- pas para o ensino e aprendizagem:

a) Professor e alunos sentados em roda poderão conversar sobre as várias funções que um copo pode desempenhar e, em seguida, experimentar as possibilidades de timbres que ele oferece;

b) Para iniciar o jogo, podem cantar a canção marcando o pulso dela com o copo (sem passar para o colega), até conseguirem uma unidade de pulsação e dominar a letra da música; c) Professor e alunos, ainda sentados em roda, podem experimen-

tar passar os copos (para o colega do lado direito) de acordo com o pulso da canção em um fluxo constante. Caso haja difi- culdades, devem recomeçar;

d) O ostinato rítmico corresponde a uma frase da canção folclórica, então o professor poderá ensinar aos poucos, acrescentando movimentos, gradativamente, repetindo sempre que considerar necessário e explorando juntamente com o grupo os sons característicos dos copos e mãos em cada movimento, além de visualizar o desenvolvimento motor de cada aluno;

e) Ao aprender o ritmo proposto pelo ostinato, o grupo poderá aliar a melodia com os movimentos das mãos e copos; f) A canção possui oito frases e duas estrofes, assim, quando o

grupo estiver executando toda a cantiga de roda com o ostinato rítmico, o professor poderá propor níveis de dificuldade, como: • Fazer a passagem do copo apenas no final da canção;

• Fazer a passagem do copo de 4 em 4 frases; • Fazer a passagem do copo de 2 em 2 frases;

• Fazer a passagem do copo em cada final de frase da canção; • Sugerir o uso de dinâmicas (intensidade - forte e fraco) sem

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Objetivando apresentar uma proposta didático-pedagógica que eviden- cia a prática musical através da ludicidade, criatividade e socialização entre os pares, foi interessante compreender sobre a presença da música na escola, mais precisamente sobre a efetivação da obrigatoriedade da música nas escolas de educação básica, o contexto escolar que rege o ensino médio integrado no Instituto Federal do Rio Grande do Norte e as relações inerentes entre professor e aluno com trabalhos/atividades que contemplam as canções de roda e o jogo musical.

No jogo de mãos e copos é possível explorar o canto, o ritmo, a coordenação motora, a concentração, fomentar a colaboração mútua, dentre outros aspectos, através de uma atividade que não necessita de materiais de difícil acesso, pelo contrário, utiliza-se apenas do corpo (voz, mãos) e dos copos.

Para a disseminação dessa proposta, esta atividade foi testada com um grupo de, aproximadamente, cinco de professores de música, assim como foi executada, em sala de aula, com alunos no ensino fun- damental I (com idades entre 08 e 10 anos, aproximadamente), da rede municipal de Natal/RN e com alunos no ensino médio integrado (com idades entre 14 e 17 anos, aproximadamente) no IFRN. Desse modo, confirma-se que é uma possibilidade prática que poderá ser recriada, adaptada e interpretada de outras maneiras, de acordo com as neces- sidades de cada docente, escola ou região, pois em concordância com Queiroz e Marinho (2009, p. 65),

Criar, vivenciar, apreciar e interpretar músicas são práticas que devem constituir a base das aulas de música. Certamente tais parâmetros precisam ser realizados e inter-relacionados a partir de objeti- vos claros, tendo o cuidado de que nenhuma ativi- dade seja aplicada aleatoriamente. Mas é preciso, também, ter consciência de que, no contexto das

escolas, a brincadeira e o prazer que podem envol- ver uma atividade dessa natureza são requisitos, muitas vezes, fundamentais para que o professor obtenha sucesso na sua proposta educativa.

Percebemos, assim, que vivenciar a música através de atividades lúdicas e criativas é essencial para a prática musical escolar, não res- tringindo a produção didática para o público infantil, pois as brinca- deiras, jogos, cantigas de roda, lenga lengas, entre outros recursos são materiais significativos para o desenvolvimento de habilidades musi- cais em consonância com as interações socioculturais.

Com esta atividade, espera-se contribuir para que professores e alunos vivenciem a música de maneira prazerosa, ampliando seus conhecimentos acerca da concentração, coordenação motora e precisão na execução da brincadeira/jogo. Além disso, espera-se que desenvol- vam habilidades de percepção e independência musical através do canto (melodia da canção), mãos e os copos (ostinato rítmico), dentre outros aspectos. Almeja-se, ainda, que essa experiência musical proporcione a integração social do grupo/turma, pois, a brincadeira/jogo musical não poderá ser efetivada satisfatoriamente se um membro do grupo não compartilhar da mesma experiência. Desse modo, entendemos que é preciso ter cumplicidade para o jogo musical existir efetivamente. Assim, é através da participação individual e coletiva dos envolvidos que teremos como resultado a assimilação de aspectos relacionados à música e às experiências pessoais, sociais e culturais dos mesmos.

REFERÊNCIAS

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EM DEFESA DE UMA EDUCAÇÃO PARA