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FORMAS‐PENSAMENTO

No documento Curso de Mediunidade (páginas 58-61)

a) DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

Formas‐pensamento são criações mentais modeladas em matéria fluídica. Podem ser criadas por encarnados e desencarnados, com características positivas ou negativas.

Como o próprio nome diz, são resultado da ação da mente sobre os fluidos mais sutis, criando formas correspondentes ao pensamento externado.

Os fluidos que nos rodeiam são altamente plásticos e sensíveis à ação das ondas mentais. Quando pensamos, as vibrações que emitimos atuam sobre esses fluidos, condensando ou dispersando energias, dando‐lhes formas que correspondem à natureza e à essência do que pensamos.

Vejamos o que dizem Annie Besant e Charles Leadbeater em seu livro FORMAS DE PENSAMENTO:

“Todo pensamento dá origem a uma série de vibrações que, no mesmo momento, atuam na matéria do corpo mental. Uma esplêndida gama de cores o acompanha, comparável às reverberações do sol nas borbulhas formadas por uma queda de água, porém com uma intensidade mil vezes maior. Sob este impulso, o corpo mental projeta, para o exterior, uma porção vibrante de si mesmo, que toma uma forma determinada pela própria natureza dessas vibrações. (...) Nesta operação mental se produz uma espécie de atração da matéria elemental do mundo mental, cuja natureza é particularmente sutil.

“Essa matéria se amolda, muito facilmente, à influência do pensamento humano. Todo impulso que brote do corpo mental ou do corpo astral cria, imediatamente, uma espécie de veículo temporário, que se reveste dessa matéria vitalizada. Assim, um pensamento ou impulso se converte, durante determinado tempo, numa entidade vivente (...).

“Desta maneira, temos uma forma de pensamento pura e simples, uma entidade vivente, de uma atividade intensa, criada pela ideia que lhe deu nascimento. Se esta forma é constituída pela matéria mais sutil, será tão poderosa quanto enérgica, e poderá, sob a direção de uma vontade tranquila e firme, desempenhar um papel de alta transcendência.”

Se o pensamento é passageiro, muitas vezes nem chega a criar nada, ou, se cria, esta forma não se mantém, pois não é realimentada. Se, no entanto, o pensamento é persistente, revivido continuamente por imagens mentais, a forma criada se estabelece, ficando cada vez mais forte.

Quanto mais forte ela fica, mais energia necessita para se manter. E quanto mais energia necessita, mais busca a sintonia com mentes e formas‐pensamento de mesmo teor para se fortalecer, intensificando o pensamento que a criou e até provocando pensamentos

similares em outras mentes.

É o que dizem Besant e Leadbeater ao afirmar que:

“As vibrações radiadas, como as vibrações de toda a natureza, debilitam‐se à medida que se afastam do centro que as produziu. (...) Estas vibrações, tanto como as demais, tendem a reproduzir‐se sempre que a ocasião seja favorável, e quando atuam em outro corpo mental, têm uma tendência imediata a sintonizá‐lo com o seu próprio diapasão vibratório. Isto significa que, no homem cujo corpo mental seja afetado por estas ondas, vibrações tendem a produzir em sua mente pensamentos do mesmo caráter que os já formados anteriormente pela mente do pensador emissor da onda primitiva.”

Se se trata de uma forma‐pensamento sadia, positiva, elevada, ela se alimentará dos pensamentos e sentimentos positivos do seu criador, ao mesmo tempo em que o abastecerá de bons fluidos agregados, por sintonia, de outras mentes e formas‐pensamento do mesmo teor.

Se, no entanto, se trata de uma forma‐pensamento negativa, densa, doentia, ela também se alimentará dos pensamentos do seu criador, mas levando‐o a intensificar, cada vez mais, a mesma ideia e projetando sobre ele todos os fluidos com que tenha sintonia, até que o emissor não consiga mais se desvencilhar de sua própria criação. Sua mente passa, então, a ser preenchida apenas por aquela ideia, num círculo vicioso.

E mais: de acordo com Besant e Leadbeater, “se o pensamento ou os sentimentos de um homem são projetados sobre uma pessoa determinada, a forma de pensamento irá diretamente a ela e lhe afetará os veículos astral e mental. Se o pensamento é egoísta, se o ser que o engendra não pensa senão em si mesmo (como sucede a maior parte das vezes), a forma vagará constantemente próxima ao seu criador, sempre pronta a atuar sobre ele próprio, tantas vezes quantas o encontre em estado passivo.”

É assim que muitas obsessões começam com formas‐pensamento criadas e mantidas pela própria pessoa, já que muitos obsessores se aproveitam dessas criações, manipulando‐as para assustar, atormentar e drenar as energias dos seus alvos.

É importante observar também que formas‐pensamento podem ser

incorporadas

por médiuns como se fossem Espíritos. A diferença é que, como não são consciências e não têm mente, ou seja, não são individualidades, não são capazes de se comunicar de forma lógica, conversando, mas podem ser acopladas aos médiuns, à sua aura e ao seu perispírito, para drenagem das energias e consequente desintegração da forma, desligando‐a de outras consciências encarnadas ou desencarnadas.

Estas são as manifestações que acontecem nos grupos de desobsessão em que não há diálogo, mas se nota um enfraquecimento gradativo do fenômeno, como se a

entidade

estivessem, literalmente, derretendo, desmanchando‐se, para logo deixar o corpo do médium.

Besant e Leadbeater dizem também que “se o pensamento não se dirige especificamente para alguém, se não se fixa no ser a quem é enviado, flutua simplesmente na atmosfera, radiando sem cessar vibrações análogas às que têm sido postas em movimento pelo seu criador. Se o pensamento não se põe em contato com outros corpos mentais, esta vibração diminui gradualmente em energia e termina com a dissolução da

forma de pensamento. Se, ao contrário, esta vibração consegue despertar, num corpo mental próximo, uma vibração simpática, as duas vibrações se atraem e a forma de pensamento é, geralmente, absorvida por este novo corpo mental.”

Muitas egrégoras também se criam ao redor de formas‐pensamento iniciais que vão sendo mantidas e fortalecidas por outras pessoas, até que se tornem tão grandes e tão fortes que passam a existir como entidade independente, com que podemos entrar em contato pela simples lembrança da ideia que ela inspira ou representa.

Assim, por meio das formas‐pensamento que criamos, podemos construir ou destruir, ajudar ou prejudicar, elevar ou rebaixar. Para o médium isso é sumamente importante, pelo que ele mesmo pode criar em termos de formas mentais à sua volta, bem como pelo cuidado que deve ter com as formas mentais de entidades desencarnadas com as quais entrará em contato.

Para finalizar, acrescentamos o que Besant ainda ressalta, dizendo que “cada homem se move num espaço, encerrado como que numa caixa fabricada por ele mesmo, rodeado de cardumes de formas de pensamento habituais. Nestas condições, ele só vê o mundo através deste tabique, e, naturalmente, matiza todas as coisas com a sua própria cor dominante, e toda a gama de vibrações que o afetam é mais ou menos modificada pela sua própria tinta pessoal. Assim é que o homem não vê nada com exatidão até haver aprendido a dominar, por completo, os sentimentos e os pensamentos”.

b) CLASSIFICAÇÃO

Usando ainda os critérios de Besant e Leadbeater, no livro já citado, poderíamos classificar as formas‐pensamento em três grandes grupos:

· A formas que reproduzem a imagem do seu criador – são réplicas da imagem que o criador tem de si mesmo, projetadas para lugares distantes.

· As formas que reproduzem a imagem de um objeto material – são réplicas de objetos, lugares e até pessoas em que o criador está pensando. Assim, uma escultura, por exemplo, antes de se tornar realidade no plano físico, é criada no plano fluídico, pela mente do escultor.

· As formas com traços próprios, expressando suas próprias qualidades na matéria que atraem – estas são formas que só se veem no plano astral, pois assumem as características das energias que a compõem. São visíveis apenas aos clarividentes e exigem bastante estudo para se interpretar, corretamente, a sua essência e natureza, dentro do simbolismo em que se apresentam.

Dentro de cada grupo, poderíamos, ainda, classificá‐las pela cor, pelo brilho, pelo movimento, pela direção, pelo tamanho, pela precisão de traços, pela nitidez, etc.

c) FORMAS‐PENSAMENTO E MEDIUNIDADE

Ao pensar criamos, imediatamente, uma forma correspondente ao nosso pensamento. Donde se pode concluir que, um desencarnado um pouco mais treinado pode saber o que estamos pensando e sentindo apenas observando as formas que estão à nossa volta ou brotam de nós.

E se isso é fato no dia a dia, imaginemos o que não acontece durante uma sessão mediúnica, quando estamos acompanhados de Espíritos que nos observam atentamente, seja para nos ajudar, seja para nos analisar, observar, acusar ou cobrar algo.

Esse mecanismo de criação mental é extremamente útil ao médium, pois, por meio dele, ele pode criar formas‐pensamento que atendam as necessidades ou exigências do trabalho em curso, harmonizando, acalmando ou elevando o padrão do ambiente e das consciências à sua volta.

Assim, se está se manifestando uma entidade cheia de ódio e desejo de vingança, por exemplo, os médiuns que estão em volta, e mesmo o médium que está dando a comunicação, caso seja consciente, podem criar formas‐pensamento de amor, de perdão, de serenidade, de paz, etc., procurando abrandar o estado agressivo da entidade, ao mesmo tempo em que o envolvem em amor e simpatia.

Do mesmo modo, em atendimentos públicos, podemos nos valer deste recurso para criar uma atmosfera de fé e esperança, levando, às pessoas que aguardam, algum conforto e serenidade.

Podemos ainda expressar, por meio de formas‐pensamento, alegria, gratidão, carinho, e todos os sentimentos de que o ser humano é capaz, mantendo elevado o padrão vibratório do ambiente, seja em que condição for, ou simplesmente externando o bem estar que trazemos por dentro.

O inverso também é verdadeiro. O clarividente poderá interpretar as intenções e as necessidades de uma entidade ou de um encarnado, vendo suas formas‐pensamento, ou mesmo apenas visualizando‐as em sua tela mental.

No documento Curso de Mediunidade (páginas 58-61)