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MEDIUNIDADE E COMPROMISSOS

No documento Curso de Mediunidade (páginas 137-147)

Mediunidade na Prática

2. MEDIUNIDADE E COMPROMISSOS

a) COMPROMISSO ESPIRITUAL

O primeiro e mais importante compromisso de um médium é o espiritual. Todo médium precisa saber‐se Espírito e, como tal, deve saber viver a sua vida física, sem, no entanto, se apegar ao mundo físico.

Embora tenha consciência do compromisso espiritual que tem, sabe que a vida física é parte dele e nunca a abandona, menospreza ou negligencia. Ao contrário, vive‐a plenamente, com lucidez e discernimento, na certeza de que, vivendo‐a dessa forma, estará também honrando seu compromisso espiritual de evoluir e, com a sua evolução, promover também a evolução de toda a Criação.

O médium sabe que é um ser espiritual vivendo uma experiência carnal e, desse modo, coloca‐se todos os dias em sintonia com o Criador, entendendo que somente n’Ele poderá, de fato, compreender toda a beleza da Criação.

b) COMPROMISSO MEDIÚNICO

O segundo compromisso mais importante de um médium é com sua própria mediunidade. Todo médium deve saber que a mediunidade não lhe pertence e nem lhe foi concedida para seu uso exclusivo.

Por isso mesmo, tem consciência de que mediunidade é trabalho em equipe para o bem coletivo, o qual deve estar acima e vir à frente de todo e qualquer bem individual ou pessoal. Sabe também que nunca estará sozinho, seja para enfrentar os obstáculos, seja para colher as bênçãos da tarefa que executa. E usufrui dessa condição com equilíbrio e responsabilidade.

Como uma das pontes que une dois mundos muito próximos, embora aparentemente tão distantes, honra aos dois, sendo homem, sem deixar de ser espírito, e vivendo como espírito, sem deixar de viver como homem. E, como médium, procura ser homem e Espírito dignos de respeito e confiança, por parte dos companheiros e parceiros que tem nos dois mundos.

c) COMPROMISSO COM A INSTITUIÇÃO E O GRUPO MEDIÚNICO

Tendo consciência de que a mediunidade é trabalho de equipe, tarefa de cooperação mútua, todo médium sabe também o quanto são importantes o grupo mediúnico e a organização em que atua. Assim, ama‐os incondicionalmente, respeita‐os, preserva‐os, sem esperar deles perfeição ou infalibilidade, por ter consciência de que são instituições humanas, como ele mesmo o é.

Trabalha sempre para o bem do grupo e o crescimento de todos, contribuindo da melhor forma para a manutenção, física e espiritual, da instituição que os abriga, respeitando os princípios que a norteiam, sem abrir mão de seu direito de pensar e, pensando, agir, assumindo as consequências dos próprios atos.

Assim, procura também respeitar as normas do grupo, sendo pontual, assíduo e interessado. Colabora em tudo que lhe é possível e tem consciência de que, embora não seja insubstituível, é importante na composição do grupo e na realização do trabalho, naquilo que melhor sabe fazer.

c) COMPROMISSO COM AMPARADORES

Todo médium sabe que trabalha em parceria, com encarnados e desencarnados e, por isso, nunca se esquece daqueles companheiros que justificam sua condição de intermediário entre dois mundos: os amparadores.

Sabe que, além dos companheiros encarnados, também os amparadores contam com ele para a realização da tarefa. Sabe que, sem uma das engrenagens, a máquina não funciona e procura atender à sua função com amor e interesse.

Trata os amparadores com respeito e educação, obtendo deles também o mesmo tratamento. Sabe que amparadores são pessoas desencardas e não os endeusa ou idolatra, embora valorize a sabedoria que demonstrem ter, pela conduta que adotam.

Não julga amparadores pelo nome ou pelo título que apresentam, mas pelo amor que inspiram na realização da tarefa que é de todos, sem ser de ninguém em particular.

e) COMPROMISSO COM NECESSITADOS ENCARNADOS E DESENCARNADOS

Todo médium sabe que seu trabalho não teria razão de ser se não pudesse ajudar, de alguma forma, a diminuir a ignorância e o sofrimento no mundo em que vive.

Consciente de sua responsabilidade para com o bem coletivo, trabalha para aliviar, orientar, esclarecer, ajudar, consolar e amparar o maior número possível de Espíritos, estejam eles encarnados ou desencarnados.

Sem julgar, criticar, condenar ou fazer qualquer distinção, ajuda a todos indistintamente e tem consciência do quanto as pessoas contam com o seu trabalho. Por isso, está sempre presente às reuniões, com disposição e boa vontade, ciente de que,

mesmo que não possa ver, muitas criaturas esperam pelo seu trabalho para se recuperarem ou, simplesmente, tomarem outro rumo na vida.

No entanto, mesmo sabendo de tudo isso, tem consciência de que nada pode sozinho e sempre busca a ajuda dos amparadores e colegas encarnados para melhor desempenhar sua tarefa, pois sabe que, em conjunto, qualquer trabalho flui melhor.

f) COMPROMISSO CONSIGO MESMO

Ciente de todas estas implicações de sua tarefa, o médium jamais negligencia a si mesmo, pois sabe o quanto é importante para o grupo, para os amparadores, para a instituição, para os necessitados. E sabe também o quanto prejudica a todos quando não se valoriza na devida medida. Por isso, cuida‐se em todos os aspectos, para que a saúde física e mental, o bem estar, a tranquilidade, a alegria, a confiança, a lucidez e o discernimento estejam sempre presentes em sua vida, de modo equilibrado.

Por outro lado, não se vangloria, não se envaidece, nem se imagina autossuficiente, pois sabe que nada pode sozinho. Assim, mede a sua importância, pela importância do trabalho que realiza, na certeza de que o trabalho sempre será mais importante e sempre virá antes dele mesmo.

g) COMPROMISSO COM O ESTUDO E O AUTOAPERFEIÇOAMENTO

Ciente de quantas pessoas dependem do seu trabalho, do quanto está em jogo, de sua real responsabilidade na tarefa mediúnica, o médium jamais negligencia o estudo e o aperfeiçoamento de si mesmo.

Sabe que, quanto melhor preparado estiver, mais e melhor poderá contribuir com o grupo e os amparadores. Sabe também que quanto melhor for como ser espiritual, melhores serão a ajuda e a orientação que poderá prestar aos necessitados de toda ordem que o procuram, buscando uma luz. Assim, estudo e revisão constante de sua conduta como espírito estão sempre em pauta no seu dia a dia, como filosofia de vida.

Além disso, sabe que estudo e autoaperfeiçoamento são também compromissos de si para consigo mesmo, já que, para evoluir como Espírito, depende também desses aspectos.

h) PARCERIA ESPIRITUAL E PARCERIA MEDIÚNICA

Mediunidade é trabalho de equipe, mesmo que o médium trabalhe fisicamente só e isolado. Não há como ser médium sozinho, pois mediunidade pressupõe sempre a interação entre, pelo menos, duas consciências. O médium, para ser, de fato, médium, ou seja, intermediário, depende necessariamente do contato e da interação com outra(s) consciência(s).

E trabalho de equipe com equilíbrio e bom sendo pressupõe, necessariamente, parceria. Trabalho mediúnico é também, portanto, trabalho de parceria, trabalho de mão dupla, em que os dois lados contribuem e se responsabilizam pelas tarefas e pelos resultados.

O médium deve saber, portanto, que é considerado parceiro espiritual, em tempo integral, de todas as consciências, encarnadas e desencarnadas, que se servem de suas faculdades psíquicas.

Ao mesmo tempo, deve também saber que é considerado parceiro mediúnico, também em tempo integral, de todos os amigos, mentores, amparadores, guias, orientadores e instrutores espirituais que, através dele, trazem informações, ajuda e orientação aos encarnados.

E parceiro que é parceiro, de verdade, não trai, não abandona, não se omite nem omite, não mente, não julga e não cobra nada de nenhum de seus parceiros. Apenas permanece alerta e à disposição, sempre pronto a colaborar com a verdade que ilumina e o amor que alimenta e consola.

i) ESPÍRITO DE EQUIPE E EQUIPE DE ESPÍRITOS

Pode parecer que estamos andando em círculos, mas a questão do trabalho em equipe é de muita importância para que não nos ocupemos dela repetidas vezes.

Todo médium é, para usar uma expressão de Hermínio C. Miranda, em livro do mesmo nome, um condomínio espiritual, cuja administração está sob sua responsabilidade. Sua casa mental não é só dele. Dela também se servem muitas outras consciências que, de passagem ou de maneira mais permanente, ali se abrigam em busca de assistência e crescimento, trabalho e evolução.

Por este motivo, não cabe, no trabalho mediúnico, qualquer forma de personalismo ou individualismo. O médium deve entender que não é dono de si mesmo, mas somente daquilo que realiza, gerando benefícios ou malefícios.

Seus compromissos, portanto, são com os outros e, quando consigo mesmo, sempre visam o bem coletivo que se pode propiciar o bem maior de todos, inclusive o próprio.

Na condição de condomínio espiritual é dono do espaço e dos recursos, mas não

vive sozinho, e, para uma convivência pacífica e proveitosa para todos, deve administrar tudo visando sempre o bem comum, o bem de todos e de cada um, considerando direitos e deveres de todos, inclusive os seus.

3. DISCIPLINA

a) DISCIPLINA INTERIOR E DISCIPLINA EXTERIOR

Disciplina é ordem, imposta ou consentida, que convém ao funcionamento regular de um grupo ou organização. Sem disciplina, não há organização, não há coerência ou

coesão de procedimentos. Sem disciplina torna‐se difícil saber quais são os deveres e os direitos de cada membro do grupo.

E, embora muitos tentem enganar a si mesmos e aos outros, não há disciplina externa que prevaleça sem que haja disciplina interna. Para que as pessoas sejam capazes de expressar disciplina em sua vida exterior, é preciso que elas tenham assimilado internamente a disciplina, como parte de seu próprio perfil, como característica pessoal, como base de funcionamento íntimo.

Com a mediunidade não é diferente. O trabalho mediúnico necessita de disciplina, interior e exterior, para que haja perfeita harmonia e sincronia entre o plano espiritual e o plano dos encarnados.

Se cada um agir por si, sem uma programação prévia conhecida de todos, sem uma norma que possa orientar a conduta de todos, torna‐se difícil realizar um trabalho equilibrado, sereno, que obtenha resultados positivos ao final, pois não haverá coincidência de pensamentos, ideias, esforços, procedimentos, tarefas, etc.

Um trabalho mediúnico sem disciplina rende muito pouco, pois as energias se dispersam ou nem chegam a se concentrar, pela total ausência de coincidência de pensamentos, sentimentos e ações.

Além disso, um trabalho mediúnico onde impera a desordem e onde cada um faz o que quer, na hora que quer, costuma ser alvo fácil para assediadores pela total discordância de conduta entre os seus integrantes, a qual gera desarmonia energética, insegurança e desconforto psicológico, enfraquecendo, espiritualmente, os membros do grupo.

Assim, todo grupo mediúnico deve estabelecer, EM CONJUNTO, as normas de conduta que orientarão os trabalhos e os procedimentos do grupo como um todo e, uma vez acertadas e aceitas estas normas, todos devem se comprometer a segui‐las, objetivando a disciplina saneadora e preventiva do trabalho.

É verdade que há pessoas que não se afinizam muito bem com ambientes disciplinados e organizados, mas é bom que tenham consciência de que, para trabalharem como médiuns, será necessário mudarem estas disposições, ou será sempre difícil a integração e a adaptação a qualquer grupo sério.

a) DISCIPLINA VERSUS OBEDIÊNCIA

Por isso, é bom que sejamos capazes de distinguir muito bem entre disciplina e obediência, uma vez que elas podem, facilmente, ser confundidas entre si.

Enquanto obediência é apenas submissão passiva, sujeição cega à vontade de outra(s) pessoa(s), a disciplina é obediência com conhecimento de causa, obediência pensada e repensada, visando um objetivo comum.

Obedecer significa apenas decorar e seguir normas, enquanto ser disciplinado implica em conhecer as normas, ajudar a estabelecê‐las e ser capaz de questioná‐las para aperfeiçoá‐las.

Quem obedece não pensa para agir, apenas faz o que lhe mandam. O disciplinado, ao contrário, sabe o que faz, por que faz e concorda em fazê‐lo, porque sabe que isso

contribui para um bem maior, um resultado mais importante, que está além dele e das normas em si.

Aquele a quem a obediência é imposta sente‐se humilhado, frustrado e diminuído, enquanto aquele que é disciplinado, sabe que está sendo orientado como parte de algo maior.

O médium obediente não se sente parte do grupo em que atua e, muitas vezes não quer se sentir como tal, para não ter que assumir responsabilidades. Por isso, limita‐se a apenas agir como lhe dizem para agir, sem questionar, sem tentar entender, sem saber as razões para tais exigências.

O médium disciplinado, por sua vez, sabe que é parte do grupo e que tudo o faz interfere no andamento do trabalho. Assim, ao seguir as normas que ajudou a estabelecer, sabe que contribui com o melhor resultado daquilo com que ele mesmo está contribuindo e pelo que também é responsável.

c) DISCIPLINA VERSUS MAU HUMOR

Embora disciplina implique em responsabilidade e seriedade, de modo algum deve implicar em mal‐humor, até porque seriedade e mau humor não são sinônimos.

Qualquer pessoa pode ser disciplinada e séria, e continuar bem‐humorada, pois o bom humor em nada compromete a responsabilidade, o equilíbrio, a seriedade e o comprometimento com que se assume uma determinada tarefa.

Com a mediunidade não é diferente. Médium mal‐humorado, dificilmente, é médium sério e, consequentemente, disciplinado, responsável. Até porque, mau humor é  justamente uma das coisas que não devemos levar para as reuniões mediúnicas e de passes, para que as energias do ambiente e do trabalho não sejam contaminadas por energias mais densas e tóxicas de sentimentos negativos e emoções desequilibradas.

Que o médium que pretende demonstrar disciplina e seriedade não se apresente mal‐humorado, pois além de estar sendo incoerente, está também prejudicando os trabalhos, o grupo e os assistidos, além de atrapalhar os amparadores, que precisarão isolá‐ lo num casulo energético, para que o seu mau humor não venha a contaminar o ambiente.

O médium verdadeiramente disciplinado sabe a hora de brincar e a hora de compenetrar‐se, e nunca perde a alegria ou a boa piada. Sabe também rir de si mesmo e o tipo de brincadeira mais adequado a cada situação e pessoa.

Mau humor é aglutinador de energias densas e tóxicas que sobrecarregam o fígado e o coração de quem o carrega, diminuindo‐lhe a sensibilidade e inabilitando‐o para o trabalho com outras consciências, pela simples falta de capacidade para enxergar o lado bom que há em todas as coisas, uma vez que todas procedem de Deus e, são, por isso mesmo, perfeitas, mesmo que não possamos ver a sua perfeição.

d) DISCIPLINA ESPIRITUAL E DISCIPLINA MEDIÚNICA

espírito encarnado e como médium.

Disciplina espiritual é aquela que todos devemos buscar, no sentido de sempre orientarmos nossa vida, nossas atitudes, nossas ideias, por aquilo que pode nos trazer bens maiores, mais efetivos e mais importantes como Espíritos. É o comportamento consciente na busca de crescimento espiritual, é a obediência lúcida e pensada a certas normas e preceitos espirituais, buscando algo maior para nós mesmos e para aqueles com quem convivemos.

Já a disciplina mediúnica é a que está relacionada à tarefa do encarnado como médium, envolvendo todos os aspectos já vistos no item “Mediunidade e Compromissos” e tudo o que já falamos nos outros itens que tratam da disciplina. É, portanto, a obediência consciente, espontânea e voluntária aos preceitos e normas que o médium considera importantes e positivos para o bom desenvolvimento e prática de sua mediunidade.

e) PREPARO PRÉVIO PARA O TRABALHO MEDIÚNICO

Como parte de sua disciplina, o médium deve estar ciente de que sua preparação para o trabalho começa muito antes do momento em que o trabalho propriamente dito começa.

É comum os médiuns sentirem as primeiras alterações de humor, lucidez, disposição, etc., 24h ou mais antes do trabalho. Por esta razão, seu preparo deve também começar com a mesma antecedência, especialmente na noite anterior ao trabalho, preparando o sono de forma bastante cuidadosa para que possa aproveitar as horas de desprendimento do corpo físico para estudar os casos com que terá que lidar e também para que se fortaleça energeticamente, modulando as próprias vibrações para o trabalho que deverá ser realizado.

É importante destacar que os amparadores também iniciam o seu preparo e o preparo do próprio trabalho muito tempo antes de ele acontecer no físico, preparando, inclusive, o ambiente, o local onde os médiuns estarão reunidos, com energias e vibrações que não só propiciem o sucesso dos atendimentos, como também garantam segurança para os médiuns.

Nada mais justo, portanto, que os médiuns colaborem com essa preparação, fazendo eles mesmos as suas práticas energéticas, elevando seus pensamentos, sutilizando seus sentimentos e emoções, cuidando melhor da alimentação e do descanso, lendo algo relativo aos trabalhos e permanecendo atento às sugestões, inspirações e toques que, usualmente, os amparadores lhe enviam.

Devemos nos lembrar sempre que estamos falando de um trabalho de PARCERIA, onde cada participante deve fazer a sua parte para garantir o sucesso e o bem‐estar de todos e, por isso, todos devemos estar dispostos a estudar e nos preparar para os trabalhos.

f) SINTONIA ANTES E DEPOIS DO TRABALHO MEDIÚNICO

nunca termina assim que acaba a reunião. As assistências continuam no astral e, muitas vezes, os médiuns são chamados para ajudar e continuar o trabalho lá depois da reunião.

Assim sendo, o médium deve procurar, o mais possível, além de fazer a sintonia prévia, manter a sintonia depois do trabalho até o dia seguinte à reunião. Durante a noite, aproveitando os momentos de liberdade do sono, muitos médiuns são convocados por seus amparadores para continuarem o trabalho iniciado no físico e, para isso, precisam estar ainda em sintonia com os amparadores.

Não se trata de se manter em transe por horas a fio, antes e depois do trabalho, mas de manter uma condição mental, emocional e espiritual elevada, que facilite o trabalho dos amparadores para nos ligarem aos trabalhos a serem realizados.

4. ÉTICA

a) PRECONCEITOS

Ciente do mecanismo de reencarnação, pelo qual todos vivemos diversas vidas físicas, nas mais diferentes situações, o médium sabe que não faz sentido ter qualquer tipo de preconceito, seja com quem for, seja em que situação for, seja em tempo for.

Por isso, trata com respeito todos os assistidos, encarnados e desencarnados, todos os colegas e amparadores, sem fazer qualquer tipo de distinção entre eles.

Sabe que ninguém é melhor ou pior que ninguém, sabe que ninguém é perfeito e infalível, ou completamente mau, e busca sempre o melhor em cada um.

Com isso, vê sempre, em tudo e em todos, a criação divina em ação, trabalhando para que este lado divino, de tudo e todos, seja exaltado e valorizado.

b) JULGAMENTOS

Da mesma forma, não julga ninguém, nem nenhum fato, pois não conhece os antecedentes, nem as variáveis que levaram àquela situação.

Procura sempre prestar o maior bem que puder, a todos, sem se preocupar em saber se quem o recebe é merecedor ou não, se quem pede a ajuda merece ou não estar naquela situação, se quem busca o auxílio saberá fazer bom uso do que recebe ou se manter equilibrado dali por diante, pois sabe que, uma vez prestada a ajuda, o caso já não lhe diz mais respeito e a responsabilidade pelo que acontecer dali para frente é daquele que recebeu o benefício.

O compromisso do médium, como já dissemos, é com o bem maior de todos, o bem coletivo, e para isso não pode se dar ao luxo de escolher quem merece ou não merece ser ajudado, até porque sua capacidade de análise é extremamente limitada e sabe que só Deus conhece todos os lances de cada vida, de cada história, podendo arbitrar sobre o que é melhor para cada um.

c) O MÉDIUM DÁ O EXEMPLO

Com tudo isso em mente e ciente de sua responsabilidade, o médium é sempre o primeiro a dar o exemplo, dentro e fora da reunião mediúnica. Trata todos com respeito e alegria, sem arrogância ou humildade forçada, e com igualdade, buscando receber o mesmo tratamento de todos. Além disso, cumpre as normas que aceitou, sem se queixar e sem alarde, de modo a ser um exemplo vivo naquilo que acha correto, sem precisar falar. Não procura privilégios, nem regalias, nem busca tratamento diferenciado. Coloca‐se no mesmo nível de todos os outros trabalhadores e assistidos, fazendo a sua parte, cumprindo a sua obrigação, sem chamar a atenção para si ou para os seus problemas e sucessos.

d) DISCRIÇÃO

O trabalho do médium é idêntico ao do médico ou ao do psicólogo no consultório, ou ao do padre no confessionário. Tudo o que ele ouve e fica sabendo, nos atendimentos que faz, nas assistências que presta ou de que participa, deverá ser considerado sigiloso, uma questão de ética espiritual ou de cosmoética.

Assim, evitará comentar os casos que vir, as assistências que fizer, os assistidos com quem encontrar, os Espíritos com quem acoplar, suas histórias, seus dramas, suas

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