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HOLOPENSENE E EGRÉGORA

No documento Curso de Mediunidade (páginas 52-58)

a) DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

O prefixo

holo

vem do grego hólos, hóle, hólon, e significa

inteiro, completo, o

todo

. O termo

pensene

, como vimos, foi criado por Waldo Vieira para a Conscienciologia, para designar a aura ou o campo energético ao redor da consciência, formado por seus pensamentos, sentimentos e energias características. Pela junção dos dois vocábulos, temos o termo holopensene para designar a aura do todo, a aura do conjunto, ou seja, o campo energético resultante da interação e integração do campo energético de cada uma das várias consciências que fazem parte de um determinado grupo.

Assim, podemos falar no holopensene de uma turma de estudantes, de um time de futebol, de uma quadrilha de traficantes, de um hospital, de um edifício, de um prostíbulo, etc., designando o campo energético formado pelo conjunto de campos energéticos individuais que fazem parte de cada um desses grupos ou locais.

A palavra

egrégora

vem do grego egrégoroi, egregoren, e significa

velar, cuidar,

vigiar

. É usada pelos espiritualistas, em geral, como sinônimo de holopensene.

Embora sejam sinônimos, alguns autores preferem chamar de egrégora apenas os holopensenes iluminados, virtuosos, elevados, voltados para o bem, formados com objetivos nobres. Dentro desta definição, toda egrégora seria um holopensene, mas nem todo holopensene seria uma egrégora.

Seja como for, sinônimos ou não, holopensene e egrégora funcionam da mesma forma, acumulando energia de várias frequências mentais, direcionadas para o mesmo objetivo, formando um complexo energético único e exclusivo. Assim, quanto mais poderoso for um indivíduo do grupo, mais força estará emprestando ao holopensene ou egrégora de que faz parte, compartilhando e somando a sua energia à dos demais, e, ao mesmo tempo, reabastecendo‐se e sustentando‐se nela.

Aqui usaremos os dois termos com significados diferentes, como preferem alguns autores, inclusive Wagner Borges.

b) SINTONIA ESPIRITUAL COM ENCARNADOS

Toda interação entre duas ou mais consciências produz um holopensene que corresponde à média energética das emanações dessas consciências.

Toda vez que nos identificamos, simpatizamos ou relacionamos com alguém, criamos, com ele, um holopensene, um complexo energético que resulta da interação de nossas energias com as suas. Este campo é realimentado sempre que retomamos o contato ou nos reunimos novamente. E, quanto mais frequentemente fazemos isso, mais intenso é o nosso holopensene, mais poderoso é o campo energético que nos une e caracteriza essa relação.

Isso acontece de forma automática e espontânea, o tempo todo, todos os dias, em todas as nossas atividades. Assim, se ESTAMOS bem dispostos e felizes, por exemplo, a tendência natural é de que entremos em ressonância (ou sintonia) com pessoas que também estejam se sentindo bem dispostas e felizes naquele momento, intensificando este estado mutuamente. E se, mais do que ESTAR, nós SOMOS bem dispostos e felizes, manifestando este estado de espírito a maior parte do nosso tempo e realimentando‐o continuamente com pensamentos e sentimentos elevados, a tendência natural é que, mais que sintonia, nós criemos um holopensene com o mesmo teor ao nosso redor, composto pelas nossas energias e pelas energias de todas as pessoas que convivem conosco e apresentam o mesmo estado de espírito, mais ou menos permanente, de bem estar e disposição.

pessimistas e depressivos, a tendência é que encontremos sintonia com pessoas com o mesmo perfil, com as quais podemos criar um holopensene com as mesmas características, caso insistamos em manter a mesma atitude mental.

O importante a destacar é que o que propicia a formação do holopensene é a regularidade e a força com que nos apresentamos num determinado estado de espírito, pela sua manutenção e realimentação constante com as nossas energias, pensamentos e sentimentos, mas a sintonia pode se estabelecer de um momento para outro, bastando que nós nos coloquemos em ressonância com as frequências vibratórias que estão à nossa volta.

Daí, novamente, a importância do “orai e vigiai” de Jesus. Mantendo sentimentos e pensamentos elevados, 24h por dia, criamos um ambiente propício para a sintonia com pessoas com o mesmo tipo de energia, ao passo que, permitindo que ideias e emoções negativas ocupem a nossa mente, mesmo que apenas por alguns minutos, criamos um atmosfera propícia à sintonia com mentes do mesmo tipo, que reforçarão o estado em que nos sentimos.

Todos nós, em nossas atividades diárias, fazemos parte de vários grupos e, portanto, de vários holopensenes, tais como:

· Família · Trabalho · Escola

· Associações e instituições · Clubes e agremiações

· Igrejas, templos, centros, terreiros, etc. · Torcidas

· Bairros, cidades, estados, países, etc.

Em cada uma dessas situações, o que permite a formação do holopensene é  justamente a afinidade energética que temos com as outras pessoas, a sintonia que há entre os nossos pensamentos e sentimentos. Quanto maior a sintonia, mais forte será o holopensene e, portanto, mais forte será a ligação com elas e a intensidade e profundidade com que nos influenciamos mutuamente.

Sempre que entramos em locais onde já há um grupo estabelecido, entramos em contato também com o seu holopensene ou a sua egrégora. Se as nossas energias encontram ressonância, ou seja, entram em sintonia, nós nos sentimos bem e nos sentiremos atraídos a voltar sempre àquele local e à companhia daquelas pessoas.

Se, do contrário, nossas vibrações não encontram ressonância com o grupo ou o local, nós nos sentimos deslocados, incomodados, desconfortáveis e, com o tempo, iremos abandoná‐lo.

Para o médium isso é ainda mais importante, porque ele, na verdade, não é só médium de desencarnados, mas também médium de encarnados, na medida em que pode captar, assimilar e interagir com a energia, os pensamentos e os sentimentos dos encarnados que estão à sua volta, seja em casa, na rua, no trabalho, na escola ou em qualquer outro lugar que frequente.

c) SINTONIA ESPIRITUAL COM DESENCARNADOS

Mas nenhum espaço físico ou grupo de pessoas é formado apenas por encarnados. Sabemos que os desencarnados estão por toda parte, interagindo conosco 24h por dia, nas mais simples atividades do dia a dia.

Assim, ao tomarmos contato com o holopensene de um lugar ou grupo, fazemos contato também com a sua atmosfera espiritual, interagindo com as energias emanadas pelos desencarnados que têm alguma ligação com aquele local ou com aquelas pessoas.

Desse modo, além do holopensene dos encarnados, entramos também em contato com o holopensene dos desencarnados, o conjunto de energias que as consciências desencarnadas, ligadas àquele grupo ou local, emanam com pensamentos e sentimentos próprios.

E isso não acontece somente na sessão mediúnica, pois, como dissemos, os desencarnados estão por toda parte. Isso acontece, inclusive, em todas as situações descritas acima e com a mesma naturalidade. Por isso o médium deve estar sempre alerta, sempre atento às energias que emana e encontra no seu dia a dia, para poder detectar preventivamente aquelas que podem desequilibrá‐lo, protegendo‐se delas ou transformando‐as.

A sessão mediúnica é apenas a manifestação concreta dessas interações, que, na verdade, acontecem 24h por dia na nossa vida. Na sessão mediúnica o médium coloca‐se fisicamente à disposição dessas consciências, mas o contato espiritual com elas é contínuo e bem anterior, e precisa ser administrado de forma controlada para não causar desequilíbrios de nenhum tipo ao médium.

d) SINTONIA ESPIRITUAL NO GRUPO MEDIÚNICO

O grupo mediúnico é o local em que o médium pode, com segurança e tranquilidade, dar vazão às suas percepções, permitindo, então, que as entidades desencarnadas possam envolvê‐lo, interpenetrando a sua aura, no intuito de dar comunicações, seja para serem ajudados ou para virem ajudar.

Mas segurança e tranquilidade não surgem automaticamente, nem do dia para a noite. Elas são construídas, pouco a pouco, na medida em que o grupo se integra, se conhece e aprende a trabalhar em equipe, com confiança, respeito e colaboração mútuos.

Sem esse perfil, o grupo não tem força, não tem coesão e, por isso mesmo, os médiuns sentem‐se inseguros e receosos, interferindo negativamente nas comunicações ou mesmo evitando‐as, com medo do que lhes pode acontecer.

Por essa razão, a sintonia num grupo mediúnico precisa ser muito profunda e estável, de modo que os trabalhadores confiem uns nos outros e nos amparadores/mentores, e que os mentores/amparadores também confiem na equipe encarnada de que dispõem, contando com o seu esforço e a sua responsabilidade na busca do equilíbrio pessoal.

É importante destacar que a sintonia espiritual entre os participantes de um grupo mediúnico não acontece só na hora da reunião ou só no dia do trabalho. Ela é intensa e contínua, todos os dias, em todos os momentos. E é importante que o médium saiba disso, porque tudo o que faz, sente e pensa, repercute, direta ou indiretamente, nos seus colegas de grupo, refletindo nos trabalhos e no bem estar de todos. Todas as energias que o médium agrega à sua aura, ao seu duplo, vão com ele para o trabalho mediúnico e podem desestabilizar ou ajudar bastante o grupo.

O compromisso de um médium com o seu grupo de trabalho, portanto, não está restrito ao dia de reunião ou aos momentos em que está trabalhando. Ele se estende à sua vida diária, às suas atividades cotidianas, aos seus pensamentos e sentimentos de todas as horas, às suas atitudes, uma vez que se encontra energeticamente ligado a todos os outros e aos amparadores, o tempo todo.

e) OS GRUPOS MEDIÚNICOS E SUA EGRÉGORA

O grupo mediúnico que trabalha com responsabilidade e boa sintonia, com certeza tem a sua própria egrégora, ou seja, o conjunto de energias que o identifica e caracteriza o seu trabalho e o seu objetivo, e, ao mesmo tempo, mantém, sustenta, protege e fortalece os seus trabalhadores.

Essa egrégora não se forma da noite para o dia e não se mantém sem que seja constantemente alimentada pelos seus integrantes, encarnados e desencarnados. Desse modo, toda vez que o grupo se reúne, doa energias para a sua manutenção, além de trabalhar na sua limpeza e harmonização.

Todos os médiuns são responsáveis pela egrégora do grupo e todos têm o compromisso de procurar sempre o equilíbrio físico, emocional, espiritual e energético, dentro e fora do trabalho mediúnico, a fim de sempre poderem contribuir positivamente para a mesma.

Se a egrégora de um grupo é forte, coesa, equilibrada e harmônica, este grupo dificilmente será desestabilizado por energias ou entidades negativas, e quando há um elemento em desarmonia, novo ou não, a própria egrégora se encarrega de fazer a

seleção

energética natural

, provocando seu afastamento espontâneo, pelo mal estar e insatisfação que causa no elemento desarmônico. Se, ao contrário, a egrégora não existe e o grupo se caracteriza por uma atmosfera energética instável e desarmônica, o grupo todo fica sujeito ao assédio de entidades desequilibradas, podendo surgir desavenças, intrigas, disputas, desentendimentos, doenças, etc.

f) SINTONIA ESPIRITUAL NO DIA A DIA

Sintonia é lei universal, é algo a que estamos sujeitos o tempo todo, dormindo ou acordados, trabalhando ou descansando, dentro ou fora do grupo mediúnico. É algo que, naturalmente, buscamos, o tempo todo, é atração entre os semelhantes, e no universo tudo é regido por ela.

Na natureza, a sintonia se dá por instinto, é automática, e não tem qualquer interferência de emoções, sentimentos ou pensamentos. No ser humano, no entanto, ela é diferenciada, por ser determinada pelas vibrações que ele próprio cria ao seu redor, por meio dos seus próprios pensamentos e sentimentos.

Sempre que age, fala, pensa, deseja, tem ideias, toma decisões, tem impulsos, etc., o ser humano está, automaticamente, estabelecendo a sua própria frequência vibratória e, ao mesmo tempo, emitindo suas energias, nessa frequência, para fora de si. E depois de externada, a vibração já não é só sua, mas de todo o universo, para que encontre eco em vibrações semelhantes, pela lei da sintonia.

O ser humano pode, portanto, escolher o que pensar, sentir, dizer e desejar, mas uma vez escolhido, já não poderá escolher como vibrar ou as energias que irá emanar, pois isso já terá sido determinado pelos seus próprios pensamentos e sentimentos, e estará totalmente fora do seu controle.

O segredo está, então, em saber pensar e sentir, em ter o controle sobre os próprios pensamentos e sentimentos, produzindo, assim, a vibração que se quer externar e, consequentemente, aquela com que se quer sintonizar.

É por esta razão que mudança de sintonia não se faz de fora para dentro, pois é impossível mudar externamente um padrão vibratório, uma vez que a origem da vibração é interna. A mudança tem que ser íntima, dentro de nós, na origem dos nossos pensamentos e sentimentos. E isso não pode ser feito por terceiros, não importa quem sejam, pois pensamentos e sentimentos somos nós mesmos que escolhemos.

Se plantamos sementes de limoeiro, não podemos colher tomates. Se escolhemos pensamentos e sentimentos negativos, não podemos esperar ter uma vibração positiva. E se não temos vibração positiva, pela lei da sintonia, não podemos esperar sintonia com outras vibrações positivas.

Se a nossa sintonia não anda boa, se estamos nos sentindo cercados de energias densas, se o ambiente à nossa volta anda carregado, em vez de procurar, fora de nós, o que está causando todo esse desconforto, devemos buscar no próprio íntimo, bem lá no fundo, o que, em nós, está ATRAINDO essas coisas, o que, dentro de nós, está vibrando na mesma frequência dessas energias que insistem em nos

perseguir

.

Passes e práticas energéticas são muito bons, mas mudam apenas e temporariamente o nosso exterior. Se o que vem de dentro de nós não for mudado, não haverá prática energética suficientemente boa que consiga nos ajudar e manter o nosso padrão vibratório elevado.

E se sintonia é algo a que estamos sujeitos o tempo todo, é importante que aprendamos a buscar melhores pensamentos e sentimentos continuamente, evitando julgar, criticar, condenar, reclamar, agredir, ofender e ofender‐se, em qualquer situação, para evitarmos a sintonia com energias mais densas, geradas por pensamentos e sentimentos desequilibrados que estão por aí, em todos os lugares.

Se estamos harmonizados e serenos por dentro, isso se reflete, automaticamente, por fora e cria, ao nosso redor, um campo energético que nos isola das energias mais densas, mesmo quando estamos completamente cercados por elas.

A energia não é boa, nem ruim. Como tudo o que Deus criou, é neutra e só se polariza pela ação dos nossos pensamentos e sentimentos, refletindo apenas aquilo que somos por dentro.

No documento Curso de Mediunidade (páginas 52-58)