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Tratados, Acordos e Convénios

I. Fortalecimento das Relações Bilaterais

1. Consideraram, em primeiro lugar, o quadro global em que as relações bilaterais se desenvolvem e se congratularam pela tradição de estreita amizade e ampla coo- peração que tem caracterizado historica- mente a relação entre o Brasil e o Chile desde o estabelecimento, em 1836, de re- lações diplomáticas entre os dois países. A propósito, expressaram sua convicção de que o aprofundamento dessa relação re- presenta efetiva contribuição para a paz e a solidariedade da região em seu conjunto. Manifestaram, igualmente, sua decidida convicção de manter as relações bilaterais nos mais altos níveis de excelência. 2. Constataram que, nos últimos anos, o Brasil e o Chile percorreram caminhos semelhantes nos processos de transição política rumo à democracia e à consolida- ção de suas instituições, processo que resultou, com êxito, no fortalecimento das instituições dos dois países, das liber- dades individuais, do respeito aos direi- tos humanos, bem como no crescimento económico e no desenvolvimento social com equidade.

3. Assinalaram a importância significati- va do intercâmbio comercial entre os dois

países. Reafirmaram a determinação de ambos Governos de explorar conjunta- mente fórmulas que permitam o aumento e a liberalização dos fluxos comerciais, procurando a máxima abertura dos res- pectivos mercados. Neste sentido, os Mi- nistros coincidiram na conveniência de intensificar os vínculos e a cooperação económica entre os dois países e de assi- nar um Protocolo para a constituição de um Conselho Bilateral de Economia e Comércio que sirva de referência para aprofundar as relações económicas e o comércio bilateral. Tal Conselho estará encarregado, entre outras matérias, de es- tudar as negociações de um Acordo de Complementação Económica.

4. Reiteraram o que fora expressado pe- los Presidentes do Chile e do Brasil, na Declaração Conjunta de Brasília de 1990, no sentido de impulsionar o estudo e a formulação de projetos para materializar a interconexão rodoferroviária entre os Oceanos Pacífico e Atlântico. Neste senti- do, acordaram trocar Notas Reversais des- tinadas a formalizar a constituição de uma Comissão Técnica Bilateral, que se encar- regará de estudar o assunto e formular propostas. Ambos países dão grande im- portância à viagem promocional que um trem especial realizará entre os portos de Antotfagasta e Santos, a partir de 14 de abril próximo.

5. Reconheceram a importância e a utili- dade dos contatos estabelecidos entre am- bas Chancelarias através do atual Meca- nismo de Consultas Permanentes que de- cidiram apoiar da maneira mais plena e decidida. As duas Chancelarias coincidi-

ram em identificar tal instrumento como o meio mais efetivo para avaliar periodica- mente os avanços da relação bilateral e para colaborar com a paz, a segurança e a integração hemisférica.

6. Anunciaram seu reconhecimento e apoio ao «Seminário Brasil-Chile na déca- da de noventa», organizado pelo Instituto de Estudos Internacionais da Universida- de do Chile e realizado em Santiago, em 1991, bem como à continuação deste evento, que terá lugar no Brasil, patrocina- do pela Fundação Simonsen da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo. Ob- servaram que este tipo de seminários e encontros contribui efetivamente para o melhor conhecimento recíproco e para a busca de ideias que possibilitem novas áreas para a relação bilateral.

7. Expressaram sua satisfação pelos êxitos alcançados entre o Brasil e o Chi- le em matéria de cooperação técnica, pesquisa científica e intercâmbio cultu- ral e académico, que se tem dinamizado com a execução dos respectivos acordos e cuja manifestação prática se expressa nos programas de ação acordados nesta oportunidade.

8. Salientaram o interesse da Academia Diplomática do Chile e do Instituto Rio Branco em estabelecer um mecanismo de cooperação mútua, que incluirá o inter- câmbio de visitas em nível de direção, de professores de ambas instituições acadé- micas para cursos específicos e de alunos que possam assistir a um período de estudo válido para o «curriculum» em ambas ins- tituições. Os Ministros expressaram seu decidido apoio a esta matéria.

9. Registraram, com satisfação, o notável incremento da cooperação entre universi- dades brasileiras e chilenas, o aumento do intercâmbio académico e o grande número de projetos conjuntos na área do ensino superior. Observam que tais iniciativas continuam frutificando e que outros acor- dos de cooperação universitária estão em vias de concretização.

10. Manifestaram seu grande interesse no desenvolvimento deste tipo de atividade, reconhecendo, ao mesmo tempo, a auto- nomia das instituições de ensino superior dos dois países para estabelecer seus pro- gramas de intercâmbio e cooperação. 11. Neste contexto, tomam conhecimento das negociações em andamento para con- cretizar quatro projetos de cooperação na área universitária, indicados a seguir:

a) Intercâmbio de experiências sobre reconhecimento de títulos académicos; b) Intercâmbio de experiências sobre organização da pesquisa científica; c) Criação da cátedra de estudos brasi- leiros; e

d) Edição de textos académicos de au- tores dos dois países.

12. Expressaram sua satisfação pelos tra- balhos da Comissão Mista Cultural Brasil- Chile, cuja primeira reunião se realizou em Santiago, em junho de 1990, e manifesta- ram o desejo de que a segunda reunião seja realizada em breve, para elaborar um pro- grama de trabalho de cooperação cultural bilateral, no qual se contemple, entre ou- tras atividades, a realização de um Encon- tro Universitário Brasil-Chile.

13. Manifestaram sua satisfação pelas di- versas iniciativas conjuntas acordadas na presente visita e pela assinatura dos se- guintes documentos:

a) Protocolo para a Constituição do Conselho Bilateral de Economia e Co- mércio;

b) Troca de Notas destinada a formali- zar a constituição de Comissão Técni- ca Bilateral para elaborar estudos téc- nicos para a interligação do Oceano Atlântico ao Pacífico.

c) Convénio de Cooperação Turística; d) Acordo sobre o Exercício de Ativi- dades Remuneradas por Dependentes do Pessoal Diplomático, Consular, Administrativo e Técnico;

Protocolos Complementares ao Acor- do Básico de Cooperação Científica, Téc- nica, e Tecnológica entre a República Fe- derativa do Brasil e a República do Chile, relativos a:

e) Programa de Ação 1993/94 em ma- téria de Cooperação Técnica.

f) Programa de Cooperação Bilateral na Área Espacial.

g) Bases de Cooperação entre o Insti- tuto de Pesquisa Económica Aplicada do Brasil (IPEA) e o Ministério de Planejamento e Cooperação do Chile (Mideplan).

14 Expressaram sua satisfação pela cons- tituição do Comité Empresarial Brasil- Chile por empresários de ambos os países, pertencentes à Confederação da Produção e do Comércio do Chile e ao Conselho

Empresarial Permanente do Ministério de Relações Exteriores do Brasil.