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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

FREQUÊNCIA DI T POR CLASSE POR MÊS POR HORÁRIO PADRÃO (EM %)

DF CONFORTO DESCONFORTO PARA CALOR

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

MANHÃ (12 UTC, 09h LOCAL)

JAN 3,2 15,4 31,9 30,3 15,4 3,9 FEV 0,5 3,9 15,4 36,5 28,5 12,6 2,3 0,2 MAR 0,2 2,8 13,8 32,1 32,6 16,9 1,8 ABR 0,7 9,3 23,5 38,8 21,5 5,8 0,3 MAIO 1,3 7,4 30,0 42,0 17,8 1,5 JUN 0,3 1,7 6,2 23,3 41,3 24,5 2,7 JUL 0,2 0,8 3,4 9,5 30,3 39,4 14,4 2,1 AGO 0,5 0,6 4,0 22,8 36,9 26,7 7,9 0,5 SET 0,2 1,0 3,1 18,1 39,4 33,9 4,0 0,3 OUT 1,5 5,2 15,0 30,5 35,2 12,0 0,5 0,2 NOV 1,2 9,8 23,1 29,3 26,5 9,8 0,3 DEZ 1,8 12,0 25,4 29,9 23,6 7,3 0,2

TARDE (18 UTC, 15h LOCAL)

JAN 0,8 4,7 8,9 11,0 17,6 27,7 20,1 8,4 0,8 FEV 0,2 1,1 3,5 8,2 13,1 19,3 25,0 20,7 7,6 1,1 0,2 MAR 0,3 3,7 9,9 12,9 15,3 23,1 27,1 7,3 0,2 0,2 ABR 1,2 6,3 7,5 13,0 25,8 31,5 13,7 1,0 MAIO 0,5 2,6 3,9 9,7 30,6 40,1 12,1 0,2 0,3 JUN 0,2 0,2 1,2 15,9 46,7 29,9 5,7 0,3 JUL 0,2 2,1 19,0 43,7 27,6 7,4 AGO 0,3 0,2 8,1 28,3 41,8 18,3 2,7 0,2 0,2 SET 0,3 0,5 1,4 1,4 2,4 8,6 36,8 39,6 7,9 0,7 0,3 OUT 1,1 3,9 5,2 6,5 8,7 13,4 23,9 27,1 9,7 0,6 NOV 0,5 0,7 3,4 8,4 8,1 14,8 23,1 24,9 13,5 2,7 DEZ 0,3 4,0 6,9 12,6 17,8 21,0 24,7 11,5 1,0 0,2

NOITE (00 UTC, 21h LOCAL)

JAN 0,3 6,3 19,3 32,9 28,7 11,2 1,3 FEV 6,0 24,5 29,1 26,8 11,4 2,0 0,2 MAR 3,7 20,6 31,1 30,7 12,8 1,0 0,2 ABR 1,0 10,9 31,2 42,7 13,5 0,7 MAIO 0,2 3,7 12,8 39,3 34,6 8,9 0,6 JUN 1,7 5,8 16,5 30,1 34,4 10,9 0,7 JUL 0,2 0,6 3,9 12,4 21,3 30,2 24,4 6,6 0,3 0,2 AGO 0,6 5,6 13,5 26,8 33,1 15,6 4,4 0,3 SET 0,9 4,5 8,5 25,2 39,7 17,1 3,6 0,2 0,2 0,2 OUT 2,8 13,5 24,3 31,8 22,3 5,2 0,2 NOV 0,2 3,1 15,3 31,9 31,7 16,2 1,6 DEZ 0,2 5,0 21,6 29,5 29,7 12,5 1,6 LEGENDA: 0,1 |– 7% 7 |– 14% 14 |– 21% 21 |– 28% 28 |– 35% 35 |– 50%

A partir dessa nova distribuição mensal por horário-padrão, três períodos significativos foram caracterizados durante o ano: a) o semestre de dezembro a maio; b) o trimestre de junho a agosto; e c) o trimestre de setembro a novembro. As seguintes características foram identificadas para cada período-padrão citado:

 Período-padrão “A”: SEMESTRE DE DEZEMBRO A MAIO: em todos os horários, há predominância de classes intermediárias, as maiores classes de conforto e as menores classes de desconforto para calor. O horário vespertino, mesmo ainda muito desconfortável, possui valores menores que nos demais períodos. Destacam-se as classes 6 a 9, com maiores percentuais nos horários matutino e noturno, sendo ainda maiores nas classes 7 e 8, enquanto no horário vespertino são maiores as classes 9 a 11. Caracteriza-se por menores contrastes entre os horários diurnos e noturnos, apesar de ainda manter mais desconforto para calor à tarde (até a classe 11). Compreende a maior parte do verão e outono;

 Período-padrão “B”: TRIMESTRE DE JUNHO A AGOSTO: nos horários matutino e noturno, possui maiores percentuais nas primeiras classes, 1 a 4 (incluindo o desconforto para frio), aumentando nas classes intermediárias, 5 a 8, reduzindo fortemente a partir da classe 9 e não atinge as classes mais altas de desconforto para calor. No horário vespertino o processo é inverso, com pequenos percentuais a partir da classe 6, aumentando significativamente a partir da classe 9 e 10, e atingindo as classes mais altas de desconforto para calor. Esse período, em sua maior parte no inverno, caracteriza-se como o mais contrastante entre os horários diurnos e noturnos, sendo a noite a mais confortável de todo o ano;

 Período-padrão “C”: TRIMESTRE DE SETEMBRO A NOVEMBRO: possui maiores percentuais nas classes 7 a 10 pela manhã e 6 a 9 à noite, e os mais altos a partir da classe 10 no horário vespertino. Esse período, em que predomina a primavera, caracteriza-se por maiores percentuais de desconforto para calor, e os menores de conforto, nos três horários-padrão;

Com a identificação dos três períodos-padrão mais significativos durante o ano, foi possível estabelecer os meses mais representativos em cada um deles para realização do levantamento microclimático.

No período-padrão “A”, os meses de dezembro a março apresentam uma distribuição mais homogênea, tanto nas classes de conforto, como de desconforto, em praticamente todos os horários, enquanto os meses de abril e maio apresentam algumas variações, indicando transição para o período seguinte. Dentre esses quatro meses, nas classes mais centrais de conforto, classes 4 a 6, o mês de fevereiro apresenta o maior percentual no matutino e no noturno, perdendo apenas para o mês de janeiro à tarde. Nas demais classes de conforto, 7 e 8, o mês de março apresenta o maior percentual à tarde e à noite, e fevereiro pela manhã. Nas classes de desconforto, o mês de fevereiro apresenta os menores percentuais pela manhã, e janeiro à noite. No horário vespertino, o mês de março apresenta algum percentual na classe 15, maior de desconforto para calor, e dezembro e fevereiro na classe 14. Na classe 13, o mês de fevereiro apresenta o maior percentual, e mais expressivo, com 1,1%, e percentuais intermediários nas classes 9 a 12. Foi considerado o mês de fevereiro como mais representativo do período-padrão “A”, pois apresenta tanto extremos como frequências intermediárias, característica desse período. No entanto, pela aproximação dos dados, também são considerados os meses de janeiro e março como possíveis representantes. Esses meses (janeiro a março) compõem o verão no hemisfério sul e, mais especificamente, em fevereiro, o sol se encontra mais próximo do zênite (máxima altura solar) sobre Palmas.

Dentro do período-padrão “B”, os meses de junho e julho apresentam os maiores percentuais nas classes de conforto nos horários matutino e noturno, principalmente o mês de julho, o único com percentuais nas sete classes de conforto térmico (classes 2 a 8) e na classe de desconforto para frio, no horário noturno. À tarde, o trimestre apresenta percentuais muito baixos nas classes de conforto. Considerando o percentual nas maiores classes de desconforto (classes 12 a 15), especificamente no horário vespertino, verifica-se que o mês de junho possui o menor percentual de desconforto (6,0%), enquanto julho não apresenta percentuais a partir da classe 12. O mês de junho não possui nenhum percentual acima da classe 10 de desconforto, pela manhã e à noite. O mês de junho (seguido do mês de julho), portanto, foi considerado o mais representativo para o período-padrão “B”, sendo agosto caracterizado como um mês de transição ao período seguinte. Junho e julho também são os meses que determinam o final do outono e início do inverno no hemisfério sul, com a altitude solar no nível mais baixo sobre Palmas.

Com relação ao período-padrão “C”, os meses de setembro e outubro apresentam maiores percentuais nos horários diurnos nas classes de desconforto para calor, sendo maior na classe 9 pela manhã e na classe 12 à tarde. No horário noturno, os meses de setembro e outubro

apresentaram percentuais nas maiores classes de desconforto (setembro nas classes 11, 12 e 14, e outubro na classe 11). Nos três horários, o mês de outubro não apresentou percentuais nas quatro primeiras classes de conforto. Por esse motivo, o mês de outubro pôde ser considerado o mês mais representativo para o período-padrão “C”, seguido do mês de setembro, e novembro configura-se como um mês de transição para o período seguinte. Além disso, setembro e outubro marcam o final do inverno e início da primavera no hemisfério sul, com altitude solar crescente sobre Palmas.

3.2.1.5 Identificação dos sistemas atmosféricos

Para identificação dos sistemas atmosféricos são necessários dados dos elementos climáticos da estação selecionada (estação convencional INMET), e informações visuais que auxiliam na identificação dos sistemas atmosféricos, tais como cartas sinóticas e imagens de satélites meteorológicos, ambos com visualização completa do Brasil e América do Sul.

Da estação convencional do INMET foram utilizados para a identificação diária: dados diários de precipitação (acumulada em 24h), temperatura do ar máxima e temperatura do ar mínima diária, umidade relativa, direção e velocidade do vento, nebulosidade e insolação. Para a identificação horária das massas de ar, foram utilizados os mesmos dados, tanto diários, como horários. As cartas sinóticas utilizadas foram da Marinha do Brasil (2016) e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE, 2016b), disponíveis nos respectivos sites. As primeiras estão disponíveis desde 2006 com leitura às 00 e 12 UTC, e as do CPTEC/INPE desde 2009, às 00, 06, 12 e 18 UTC (Figura 24).

As imagens do satélite utilizadas foram as imagens infravermelho (IR) do Geostationary

Operational Environmental Satellite da National Oceanic and Atmospheric Administration

(GOES/NOAA), disponíveis no site do CPTEC/INPE (2016a), sempre nos últimos cinco anos. São disponibilizadas imagens a cada meia hora, ou animações baseadas em imagens de extensão “.gif”. No entanto, não há necessidade de detalhamento a cada meia hora para uma identificação das massas de ar atuantes diárias, apenas para a identificação horária. A animação facilita a visão do movimento das massas de ar, no entanto, é rápida demais para ser analisada com maior detalhe, por isto foram coletadas as imagens isoladamente. Para identificação diária, o intervalo escolhido foi a cada três horas, tanto para coincidir com o horário de levantamento de outros dados (dados climáticos e cartas sinóticas), como para proporcionar um detalhamento a mais na visualização da movimentação das massas de ar.

Figura 24 – Mosaico de cartas e imagens para o dia 15 ago. 2013 às 12h UTC, utilizadas para identificação dos sistemas atmosféricos. (a) Carta sinótica da Marinha, (b) Carta sinótica do CPTEC/INPE e (c) Imagem de satélite IR do Goes 13 fornecida pelo CPTEC/INPE

Fonte: Marinha do Brasil (2016); CPTEC/INPE (2016a; 2016b).

Essas imagens foram levantadas para os episódios, e para o ano-padrão 2013, no entanto, não há disponibilidade desses dados gratuitamente para o ano 1996. Para esse ano, foram utilizados arquivos digitais fornecidos pelo Dr. Victor Borsato, professor da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), que cedeu gentilmente arquivos de seu acervo pessoal, cartas sinóticas da Marinha do Brasil e imagens de satélite GOES, ambos às 12 UTC, o que, em conjunto com os dados meteorológicos, forneceu a visão mínima necessária para identificação