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4. O ANO LETIVO NUM TGV

4.2 Entre reflexões capitulares

4.2.1 Combate às dificuldades encontradas

4.2.1.5 Gestão das atividades

Durante o EP, foi-nos apresentado por parte do professor cooperante, a progressão caraterística da nossa evolução enquanto professores. A gestão de atividades é correspondente ao segundo momento que teríamos que aperfeiçoar, não esquecendo que este não teria tanta expressividade se o primeiro (controlo e segurança), não estivesse consolidado.

A gestão das atividades não se direciona apenas para o momento em que a aula ocorre. Esta começa muito antes, visto que no planeamento da aula e na forma como idealizo as atividades de aprendizagem devem ir de encontro às caraterísticas da turma, como esta irá reagir e qual a estratégia mais apelativa para dinamizar a aula. O excerto seguinte demonstra algumas dificuldades encontradas:

“A dinâmica imaginada por mim no exercício, algo executado com muito entusiasmo e movimento por parte dos alunos, é totalmente falsa. A junção de um grupo extenso de alunos num exercício, com objetivo de passes, procurando movimentação, é completamente descartável, pois o movimento dos alunos é escasso. Será fundamental criar outra dinâmica, que promova talvez alguma competitividade, como a implementação do MED. Apesar da maioria dos alunos não estarem efetivamente “obrigados” na aula, pois mostram gosto pela prática, o aliciamento em cada exercício, deverá ser um aspeto a ter em conta, promovendo não só o esforço dos

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alunos, a “luta” por algo, mas também provocar emoções positivas, desenvolvendo o gosto pela prática.” (Reflexão nº8 – O término de uma etapa, 18 de Outubro de 2012)

O delineamento dos objetivos para cada atividade deverá ser o mais detalhado possível. Após a sua definição, encontrar uma dinâmica que promova o empenho e o gosto pela prática aos alunos, é fundamental para conseguir cumprir o planeado.

Acredito que é essencial organizar o tempo necessário para cumprir o objetivo da atividade e, inseri-lo no plano de aula. No entanto, talvez por outras vivências, penso que o professor deve deter a sensibilidade de entender quando a atividade não está a resultar, parando-a de imediato e procedendo a ajustes ou a uma nova atividade. Igualmente quando sente que esta deverá estender-se para além do tempo definido, pois os alunos estão a conseguir alcançar os objetivos e com um envolvimento eficiente na atividade, deverá proporcionar mais tempo de exercitação. Este é um princípio que defendo e, procurei impor nas minhas aulas, não descorando a importância de definir e gerir exatamente o tempo proposto para a atividade.

Todavia, a linearidade do planeado e idealizado é um feito bastante difícil de conseguir, se não mesmo inexequível, pois à minha frente estavam pessoas, que além de conhecerem as regras e rotinas impostas, têm as suas reações e indefinições. Enquanto professor, devo procurar a maior proximidade com o idealizado, sendo que esse desafio me causou algumas dificuldades.

“O tempo delineado e imaginado para cada momento da aula tem sido algo muito imprevisível e problemático, pois alguns comportamentos da turma levam-me ao alongamento do discurso, passando em muitos casos de momentos de instrução para momentos de repreensão, onde o verbo “educar” se salienta. Também, apesar da turma me responder afirmativamente que compreendeu o exercício, não o compreende na realidade, levando a uma nova paragem. Desta forma o tempo “voa”, os exercícios planeados não são exequíveis, nem cumprem o tempo

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necessário para a sua assimilação e melhoria de desempenho.” (Reflexão nº 16 – A dinamização do espaço, 20 de Novembro de 2012)

De facto, os momentos de instrução claros e simplificados são determinantes para uma transição eficaz entre as atividades e uma gestão adequada. Apesar de o tema referente à instrução ser abordado de uma forma mais profunda no próximo ponto, este foi uma preocupação incisiva para cumprir o planeado para a aula. Como estratégias, adotei uma comunicação mais assertiva, pois tinha vindo a perdê-la com o conhecimento e relação com os alunos, marcando uma posição clara e mostrando quem liderava. A colocação de questões objetivas aos alunos foi também uma estratégia utilizada, para garantir que os alunos tinham entendido a mensagem transmitida. Porém, sigo a máxima que os verdadeiros líderes não são aqueles que obrigam a obedecer, mas sim aqueles que fazem com que voluntariamente sejam obedecidos.

Se existia ineficácia, talvez não fossem os alunos os causadores, mas sim a minha forma de atuação, de organização e da vontade de querer ensinar, que encobriam decisões menos apropriadas. Conclui assim que:

“(…) exercícios com demasiadas regras, tornando-se complexos, poderão ser comutados por outros mais simples (não fugindo da sua dinâmica jogável), pois os objetivos serão também atingidos. Esta troca contribuirá não só para uma compreensão mais fluente dos alunos, como também para uma instrução mais rápida e apropriada.” (Reflexão nº17 – Simples VS Complexo, 22 de Novembro de 2012)

A simplificação das atividades possibilitou-me uma instrução mais objetiva e rápida. Igualmente, não necessitava de usar muito material na construção de uma nova atividade, precavendo tempos mortos e, facilitando toda a dinâmica da aula.

Outros aspetos que saliento também, são a definição do tempo das atividades e o encadeamento entre elas. É importante perceber que as atividades fechadas, por não conterem interferência contextual, onde a constante repetição é uma característica, deverão abarcar um tempo de

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exercitação mais curto, evitando tornarem-se maçadoras para os alunos e perderem a eficácia. Situações jogadas, que privilegiem as caraterísticas do jogo, a tomada de decisões, de forma aleatória, deverão ser exercitadas em maior tempo. No caso de a organização ser a distribuição por estações, a definição do tempo de exercitação entre cada uma delas, deverá ter em atenção a complexidade e dificuldade, evitando que o tempo seja escasso para umas e em excesso para outras. Deste modo, o número de estações propostas também é uma preocupação a ter. Esta acompanhou-me na abordagem á ginástica acrobática e ao minitrampolim, onde a divisão da turma por grupos de trabalho com um objetivo comum, pois tinham que construir esquemas de ginástica acrobática, facilitou a definição do tempo de exercitação, pois enquanto quatro grupos estavam a exercitar e a construir o seu esquema, um deles exercitava os diferentes saltos no minitrampolim, existindo rotação entre todos os grupos.