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O edifício das Moagens Harmonia

O primitivo edifício havia sido construído em 1891-1892 pelas Moagens Harmonia, empresa fundada no ano anterior, pela iniciativa de cinco negociantes da Cidade do Porto. Foi erguido numa parte dos antigos jardins da Quinta do Freixo, obra naso- niana do século XVIII. O crescimento do volume de negócios e o aparecimento de novas tecnologias conduziram à necessidade de ampliação do edifício, o que viria a acontecer em 1932. Nesse ano, Júlio José de Brito projectou o levantamento de dois pisos, de forma a instalar um sistema produtivo mais eficaz, conhecido como Sistema

de Moagem Austro-Húngaro, que se caracterizava, entre outras coisas, pela utilização

de moinhos de trituração do cereal através de dois cilindros horizontais, em ferro fundido, um liso e outro estriado, cujas passagens sucessivas descascavam e moíam o cereal até este se tornar farinha36. Para a plena eficácia de funcionamento, exigiam-se pisos sucessivos e salões amplos, de forma a articular os moinhos, peneiros, sasseures e outras máquinas. Assim, o edifício das Moagens Harmonia acentuou o seu carácter vertical, onde se destacavam as sequências de janelas e portas e a alta chaminé.

A Companhia de Seguros Garantia

Foi intensa a colaboração entre a Companhia de Seguros Garantia e o arquitecto e engenheiro civil Júlio José de Brito. Foram vários os edifícios que este último projectou para aquela instituição, não só no Porto, mas também nos arredores.

A Companhia de Seguros Garantia fora fundada em 1853, então com uma vocação marítima, proporcionada pelo intensificar das relações entre Portugal, as colónias africanas e o Brasil. A sua história ligar-se-á à da Companhia de Seguros Douro, fundada em 1835 e instalada em edifício adaptado no desaparecido Convento de São Domingos, no Largo de São Domingos (São Nicolau, Porto). Nos princípios do século XX, a Companhia vivia tempos difíceis, que exigiam medidas urgentes; no triénio de 1932-1934, Joaquim José de Carvalho entrou para a Direcção, dando novo rumo à Companhia, na criação de outros ramos de seguros e na diversificação das actividades económicas.

A ligação entre Brito e a Garantia parece ter começado em 1936, com a construção de um edifício de habitação plurifamiliar e comércio, sito no gaveto da Rua de Sá

Ildefonso, Porto). Este não foi o único edifício residencial da Companhia no Porto: já em 1928 havia sido construído o complexo da Rua do Amial, n.os 1023-1061, da

autoria do arquitecto Alberto Fernandes Gomes; e, em 1946, seria construído um conjunto de três casas, no gaveto da mesma Rua do Amial, n.os 1087-1089, com a

Rua Nova do Tronco, n.os 662-726 (Paranhos, Porto)38; e, finalmente, em 1964, faria erguer o prédio da Rua de Costa Cabral, n.os 709-71739. Contudo, este da autoria de Brito seria o mais grandioso, adaptando-se às novas estéticas e funcionalidades da Rua de Sá da Bandeira, na altura em reformulação, com a construção de prédios vários, como o Palácio do Comércio (1946), da autoria dos arquitectos Maria José Marques da Silva e Moreira da Silva40. Apresenta-se, ainda, despojado de elementos decorativos, liberto de excessos, onde dominam linhas simples e directas, que marcam a sua solidez construtiva. Anunciavam-se, assim, os modelos que fariam a Escola Modernista do

Porto e que Marques da Silva já havia prenunciado na Casa de Serralves (1931).

Ainda na década de 1930, Júlio José de Brito envolveu-se no processo de cons- trução do Coliseu do Porto, na Rua Passos Manuel, n.º 137 (Santo Ildefonso, Porto), mítica sala de espectáculos da Cidade do Porto, também propriedade da Companhia

de Seguros Garantia41. A obra parecia inquinada desde o princípio, apesar dos esforços de João José da Silva, a quem se juntaram alguns notáveis, como Raúl Marques, Adélio Vaz, Conde da Covilhã e Joaquim José de Carvalho. Os primeiros projectos foram riscados por José Luís Porto (18…-1963), logo abandonados. Seguiram-se os desenhos do neerlandês Yan Wills, que também ficaram sem efeito; e os esquissos de Júlio José de Brito, recusados pela Comissão de Estética da Câmara Municipal do Porto; finalmente, em 1939, Cassiano Branco assumiu a direcção dos trabalhos, ficando Brito a assessorar e tendo como colaboradores Charles Cicles42 e Mário de Abreu (1908-?)43. A obra demorou 22 meses a ser construída, custando 11 mil contos. Foi inaugurada a 19 de Dezembro de 1941, tornando-se numa das referências arquitectónicas da época, pelas suas linhas arrojadas e modernas para a época, onde o torreão anuncia o espectáculo e o foyer parece querer convidar à entrada.

37 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 610, Vol. 833, fl. 388 e segs. – Licença n.º 1746/ 1936, de 18 de

Dezembro. L.º 676, Vol. 979, fl. 304 – Lic.as 1265/ 1938 e 1266/ 1938, de 21 de Dezembro. «IAPXX – Inquérito à

Arquitectura do Século XX em Portugal», in http://iapxx.arquitectos.pt/. 2007 – ficha N100796.

38 Cf.: AHMP-CMP – Licenças de Obras, Lic.ª 261/ 1946. 39 Cf.: AHMP-CMP – Licenças de Obras, Lic.ª 203/ 1964.

40 Cf.: «A Contrução Civil – factor preponderante do desenvolvimento e urbanização da cidade. O seu valor e as suas

possibilidades», O Comércio do Porto. Porto (sexta-feira, 13 de Setembro de 1946), p. 5.

41 O Coliseu do Porto nasce na sequência do anterior Salão Jardim de Passos Manuel, fundado em 1908, que teve uma

actividade polivalente, como salão de chá, café-concerto, sala de cinema, etc. [cf.: «Iniciativas Portuenses – O Coliseu do Porto», O Tripeiro. Porto. Série V, Ano 1, n.º 02 (1945), p. 41. http://www.coliseudoporto.pt. 2007].

42 Charles Cicles riscara já diversos teatros de Paris (França), mas parece que aqui só foram executados os seus desenhos

de candeeiros e portas, para o que nunca se pagou ao técnico [cf.: http://www.coliseudoporto.pt/ColiseuHistoria2. htm. 2007].

43 Mário Augusto Ferreira de Abreu projectou interior e alterações na sala principal, escadarias e torre da fachada

Famalicão), construído sobre o antigo Hotel Vilanovense45, cujas obras começaram em 1942, sendo inaugurado a 19 de Junho de 1943, com um banquete nocturno46. É um edifício marcado pelas linhas verticais do alçado principal, que projectam até à cobertura, tendo a contrabalançar as fiadas horizontais de janelas e a própria extensão dos alçados laterais do edifício.

Finalmente, a ligação com a Companhia de Seguros parece acabar nos anos de 1950, com a construção do Edifício Garantia, no gaveto da Avenida dos Aliados, n.os 195-237,

com a Rua de Ramalho Ortigão, n.os 17-39 (Santo Ildefonso, Porto)47. Projectado em 1953, foi licenciado em 1955 e ficou concluído em 195948. Destinava-se a servir como edifício-sede da Companhia de Seguros, ocupando o centro cívico da Cidade, mesmo defronte dos novos Paços de Concelho49. É marcado pelo torreão que faz o gaveto, de planta circular, onde se destaca o aparelho granítico e que é acentuado por subtis linhas verticais, que entroncam nas pilastras de acesso ao espaço comercial do rés-do-chão. Os corpos que dali se destacam, para a Avenida dos Aliados e para a Rua de Ramalho Ortigão, apresentam-se com uma grande simplicidade, apenas animada pela fileira central de sacadas e pelas pilastras graníticas muito pouco salientes. Como noutros trabalhos deste período, destaca-se a imagem de solidez, mas também de elegância, uma elegância que se pretendia moderna.

A Garantia não foi a única obra realizada para uma companhia de seguros. Em 1954, projectou o edifício da Generali Seguros, na Rua de Ceuta, n.os 39-43 (Vitória, Porto),

cujas obras estariam concluídas dois anos depois50. Tal como nos prédios concebidos para a Avenida dos Aliados, também aqui se tratava de um novo arruamento, que se pretendia moderno e regular.

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (actual Faculdade de Direito da Universidade do Porto)51, na Rua dos Bragas, n.os 177-289 (Cedofeita, Porto), foi 44 Este edifício foi remodelado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, segundo os projectos do arquitecto

Noé Dinis, vencedor do Prémio de Arquitectura Januário Godinho, em 1991 [cf.: «Nova Praça no Centro da Cidade. Apresentado Projecto Inovador para a Reabilitação do Antigo Hotel Garantia», Vila Nova de Famalicão. Boletim

Municipal. Vila Nova de Famalicão. Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. n.º 5 (Março 2004), p. 13].

45 O Hotel Vilanovense foi fundado em 1850, tendo pertencido a Domingos José Dias, a cujos herdeiros foi comprado

por escritura notarial de 30 de Abril de 1942.

46 Cf.: CARVALHO, Vasco César de – Aspectos de Vila Nova. Vila Nova de Famalicão: [s. l.], 1956. 47 Cf.: AGMP-CMP – Licenças de Obras, Lic.ª 98/ 1955, de 25 de Fevereiro.

48 Cf.: ORDEM DOS ARQUITECTOS – «IAPXX – Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal», in http://

iapxx.arquitectos.pt/. 2007 – ficha N100809.

49 O edifício dos Paços do Concelho havia sido riscado pelo arquitecto António Correia da Silva (1880-?), tendo

sido alterado e concluído pelo arquitecto Carlos João Chambers Ramos (1897-1969) [cf.: PINTO, José Lima de Sousa – Monografia dos Paços do Concelho da Cidade do Porto. Porto: Câmara Municipal do Porto, 1990].

50 Cf.: ORDEM DOS ARQUITECTOS – «IAPXX – Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal», in http://

iapxx.arquitectos.pt/. 2007 – ficha N100668.

51 Cf.: GRAÇA, Manuel de Sampayo Pimentel Azevedo – Porto. Património em Cedofeita. Porto: Câmara Municipal do

Porto, 2004. ORDEM DOS ARQUITECTOS – «IAPXX – Inquérito à Arquitectura Portuguesa do Século XX»,

Sá (1903-1980)52.

A Faculdade de Engenharia descendia directamente da Academia Politécnica do Porto (1837-1885), esta enraizada na ancestral Real Academia da Marinha e Comércio (1803-1837), de ambas herdando o edifício da Praça de Gomes Teixeira (Vitória, Porto). O crescimento da Universidade do Porto e a falta de espaços, fizeram com que a Reitoria mandasse construir um edifício próprio para o funcionamento dos cursos de Engenharia.

Os projectos do novo edifício são ainda muito conservadores, característicos dos edifícios educacionais que o Estado Novo concretizava no Porto da época. Torna-se, pois, difícil de dissociar esta obra com as dos Liceus de Alexandre Herculano (Avenida Camilo, Bonfim Porto – 1914-1931) e de Dom Manuel II/ Rodrigues de Freitas (Praça de Pedro Nunes, n.º 148, Cedofeita, Porto – 1918-1933), ambos da autoria do mestre Marques da Silva. Nos três é notória uma influência da Art Déco, não só pelas formas que assumem, mas também na articulação dos volumes. Contudo, persiste também um cariz classicizante, no recurso a pilares de boa secção, alinhados aos pares, e de um aparelho rusticado ao nível do rés-do-chão.

O Teatro Municipal Rivoli

O Teatro Municipal Rivoli, no gaveto da Rua de Dom João I com a Rua do Dr. Magalhães Lemos (Santo Ildefonso, Porto), é a primeira incursão de Brito no campo das salas de espectáculo. Não seria, contudo, a única. Já vimos o caso do Coliseu do

Porto, a que se juntou, em 1940, o Teatro Jordão, na Avenida Dom Afonso Henriques

(freguesia de São Sebastião, Guimarães)53.

52 Manuel de Lima Fernandes de Sá nasceu na vila e freguesia de Avintes, em Vila Nova de Gaia, a 22 de Fevereiro

de 1903, sendo filho de António Fernandes de Sá, escultor, e de Lúcia Lima, professora primária e fundadora do Colégio Araújo Lima (Rua da Constituição, Porto). Licenciou-se em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (Carta de Capacidade de Engenheiro Civil, a 7 de Agosto de 1926, com 15 valores) e ingressou na École Superieure des Beaux Arts de Paris em 1928, diplomando-se em Arquitectura em 1934. Registou- se como Engenheiro Civil na Câmara Municipal do Porto, a 18 de Janeiro de 1934 [cf.: AGMP-CMP – Livros de

Registo de Inscrição de Técnicos (assinar projectos e dirigir obras), Ano de 1946 – Licença n.º 21]. Trabalhou na Secção

de Estudos da Direcção Regional do Norte dos Edifícios Nacionais, departamento da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Inscreveu-se como membro da Ordem dos Engenheiros, com a Carteira Profissional n.º 329, a 8 de Julho de 1946. A sua obra é marcada por uma influência francesa, destacando-se o Pavilhão de Arquitectura (1951-1952) e a Aula Magna (1957) da Escola Superior de Belas-Artes do Porto (Bonfim, Porto); o Edifício da Secção Regional do Norte da Ordem dos Engenheiros, em colaboração com o engenheiro Joaquim Augusto Ribeiro Sarmento, na Rua de Rodrigues Sampaio, n.os 123-133 (Santo Ildefonso, Porto – 1960) [cf.:

AGMP-CMP – Licenças de Obras – Licença n.º 639 / 1960, de 23 de Novembro]; a Unidade satélite do Hospital de Dom Manuel II (Vila Nova de Gaia); Edifício Hoechst, na Avenida de Sidónio Pais, n.os 375-379 (Ramalde,

Porto – 1961); o Edifício das Caves A Ferreirinha (Santa Marinha, Vila Nova de Gaia) [cf.: PEDREIRINHO, José Manuel – «SÁ, Manuel Lima Fernandes», Dicionário dos Arquitectos activos em Portugal desde o século I à actualidade. Porto: Edições Afrontamento, 1994, p. 211. SÁ, Manuel P. Fernandes de – «MANUEL FERNANDES DE SÁ. 1903-1980», in Arquitectura. Pintura. Escultura. Desenho. Património da Escola Superior de Belas Artes do Porto e da

Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Porto: Universidade do Porto, 1987, p. 106-109].

53 Cf.: ORDEM DOS ARQUITECTOS – «IAPXX – Inquérito à Arquitectura Portuguesa do Século XX», in http://

a Rua do Bonjardim e a Rua de Dom Pedro54 – no espaço onde hoje se erguem o Teatro Municipal Rivoli e o Edifício da Caixa Geral dos Depósitos. Era propriedade da firma Roque & Santos, inaugurando com uma revista, mas logo convertendo o cartaz para a nascente indústria cinematográfica, não obstante as críticas gerais55. As remodelações urbanísticas realizadas na década de 1920, na zona central da Cidade, vieram alterar todo o espaço da Baixa, criando-se a Avenida dos Aliados e a Praça de Dom João I.

Na transformação do Teatro Nacional em Teatro Rivoli, destacou-se Manuel Pires Fernandes, que divida a propriedade com o Banco Borges & Irmão (este em minoria). Suceder-lhe-ia a filha, Dona Maria da Assunção Fernandes (mulher do banqueiro de Francisco António Borges)56, que se destacou pela invulgar coragem e persistência [com que se empenhou] na transformação do Rivoli em casa de grandes espectáculos,

da opera e dos concertos às variedades e ao cinema57.

As obras deverão ter começado na passagem das décadas de 1920 para 1930. Foi inaugurado a 19 de Janeiro de 1932. Não tardaria, contudo, a ser novamente sujeito a obras: em 194058, Brito concebe um novo remate para da fachada de ângulo da Praça de Dom João I e Rua do Dr. Magalhães Lemos59. No primeiro projecto, a solução estava mal resolvida, através da criação de um pano de parede com a inscrição Teatro

Rivoli. Agora, rasgaram-se três janelas no local da inscrição e elevou-se o edifício,

colocando-se um baixo-relevo dedicado às Artes. Interiormente, a boca de cena e o átrio foram, também, decorados com baixos-relevos. Estes trabalhos escultóricos foram executados por Henrique Moreira (1890-1979), com que Brito também trabalhava no Coliseu do Porto60.

O Teatro Municipal Rivoli apresenta-se com uma imagem classicizante, sobretudo a partir das remodelações de 1940. Não obstante, aponta já para uma racionalização e estilização de linguagens formais, onde a solidez visual impera.

O Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos de Fafe

Nos fins dos anos de 1910 foi redefinido o novo eixo central do Porto, com a abertura da Avenida dos Aliados e o projecto – e futura construção – dos novos Paços de Concelho. Estabelecia-se, então, a nova sala de visitas da Cidade, verdadeiramente urbanizada durante as duas décadas seguintes, com a instalação das sedes de grandes 54 Desaparecida aquando da abertura da Avenida dos Aliados.

55 Cf.: BANDEIRA, José Gomes – Porto. 100 anos de cinema português. Porto: Câmara Municipal do Porto, 1996, p.

54-55.

56 Cf.: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa: Ed. Enciclopédia, L.da, [s. d.], Volume IV, p. 927-928. 57 Cf.: BANDEIRA, José Gomes – Porto. 100 anos, op. cit., p. 55.

58 O edifício foi novamente intervencionado, entre 1992 e 1997, com obras de reabilitação, segundo os projectos do

arquitecto Pedro Ramalho, que lhe mereceram o Premio João de Almada – 2000, atribuído pela Câmara Municipal do Porto pela Recuperação do Património Arquitectónico da Cidade do Porto.

59 Cf.: AGMP-CMP – Licenças de Obras – Licença n.º 729/ 1940, de 17 de Dezembro.

60 Em 1966, Henrique Moreira concebeu e executou o frontão sobre o palco e os baixos-relevos do átrio do Coliseu

do Porto [cf.: MARQUES, Maria Augusta – «Práticas de Conservação em Monumentos Escultóricos da Cidade do

33-41 – 1919-1922)61, Banco Nacional Ultramarino (Praça da Liberdade, n.os 130- 138 – 1920-1924)62, Clube dos Fenianos Portuenses (gaveto da Rua do Clube dos Fenianos, n.os 25-40, com a Rua do Dr. Ricardo Jorge – 1920)63, Pinto da Fonseca & Irmão (Praça da Liberdade, n.os 25-37 – 1920)64, Banco Lisboa & Açores (Avenida dos Aliados, n.os 35-41 – 1921-1922)65, Banco de Portugal (Praça da Liberdade, n.o 92 – 1922)66, Banco Peninsular (Praça da Liberdade, n.os 10-12 – 1922)67, Pinto & Sotto Mayor (Praça da Liberdade, n.os 28-29 – 1922)68, Caixa Geral de Depósitos (Avenida da Liberdade, n.os 108-128 – 1923-1928)69, Edifício Almeida Cunha, L.da (Avenida da Liberdade, n.os 151-179 – 1923)70, Edifício de Joaquim Emílio Pinto Leite/ Bank of London & South América Limited (gaveto da Avenida dos Aliados, n.os

2-20, com a Rua de Sampaio Bruno – 1924)71, Banco Borges & Irmão (Avenida dos Aliados, n.os 58-62 – 1926)72, Edifício António Arnaldo de Carvalho & A. Fernandes (gaveto da Praça de Liberdade, n.o 121, com a Rua de Sampaio Bruno – 1928)73, Edifício Montepio Geral (gaveto da Avenida da Liberdade, n.o 90, com a Rua de

Passos Manuel – 1929)74, Clínica Dr. Alberto Nogueira Gonçalves / Casa de Saúde da Avenida (n.o 184 – 1930)75, Edifício Lima Júnior & Companhia, L.da (Avenida 61 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 353, fl. 167 e segs. – Licença n.º 234/ 1919, de 12 de Junho

– técnico responsável: arquitecto João de Moura Coutinho de Almeida d’Eça (construção); e L.º 392, fl. 268 e segs – Licença n.º 1053/ 1922, de 27 de Julho (alteração de fachada).

62 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 362, fl. 247A e segs. – Licença n.º ?/ 1920 (ampliação de prédio);

e L.º 405, fl. 189 e segs. – Licença n.º 442/ 1924, de 24 de … – técnico responsável: arquitecto Ernesto Korrodi (aditamento).

63 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 365, fl. 117 e segs. – Licença n.º 723/ 1920, de 24 de Setembro

– técnico responsável: arquitecto Francisco d’Oliveira Ferreira.

64 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 358, fl. 101 e segs. – Licença n.º 83/ 1920, de 18 de Feve-

reiro.

65 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 377, fl. 44 e segs. – Licença 907/ 1921, de 2 de Setembro – técnico

responsável: arquitecto João de Moura Coutinho de Almeida d’Eça (construção); L.º 396, fl. 267 e segs. – Licença 1465/ 1922, de 24 de Outubro (construção de mansarda).

66 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 394, fl. 383 e segs. – Licença n.º 1292/ 1922, de 21 de Setembro

– técnico responsável: arquitecto José Abecassis Júnior. Para a construção do edifício do Banco de Portugal houve um anteprojecto da autoria dos arquitectos Ventura Terra e Teixeira Lopes.

67 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 396, fl. 113 e segs. – Licença n.º 1431/ 1922, de 19 de Outubro

– técnico responsável: arquitecto Alberto Fernandes Gomes.

68 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 393, fl. 234 e segs. – Licença n.º 1160/ 1922, de 26 de

Agosto.

69 Técnico responsável: arquitecto Porfírio Pardal Monteiro.

70 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 410, fl. 279 e segs. – Licença n.º 957/ 1923, de 5 de Julho –

técnico responsável: Michelangelo Soá.

71 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 440, fl. 18 e segs. – Licença n.º 1603/ 1924, de 7 de Novembro

– técnico responsável: arquitecto José Marques da Silva; e L.º 504, fl. 101 e segs. – Licença n.º 814/ 1930 – técnico responsável: arquitecto José Marques da Silva.

72 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 461, fl. 570 e segs. – Licença n.º 190/ 1926, de 6 de Março –

técnico responsável: arquitecto Leandro de Moraes.

73 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 485, fl. 491 e segs. – Licença n.º 83/ 1928, de 7 de Agosto. 74 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 499, fl. 52-56 – Licença n.º 308/ 1929, de 9 de Outubro – técnico

responsável: arquitecto Leandro de Moraes.

75 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 513, fl. 540 e segs. – Licença 697/ 1930, de 31 de Dezembro –

146 – 1930)77, O Comércio do Porto (gaveto da Avenida dos Aliados, n.os 107-137, com a Rua de Elísio de Melo – 1930)78, A Lutuosa de Portugal (Avenida da Liberdade, n.o 168 – 1932)79, Sociedade Comercial Farmacêutica Limitada (Farmácia Vitalia) (Praça da Liberdade, n.o 34 – 1932)80, Palácio dos Correios (Avenida dos Aliados, n.os 265-320 – 1953)81.

É neste contexto que temos de ver a construção do já mencionado Edifício Garantia e do Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos de Fafe. Este último, sito no gaveto da Avenida dos Aliados, n.os 220-236, com a Rua de Rodrigues Sampaio, n.os 169-179

(Santo Ildefonso, Porto), serve actualmente de sede à Junta Metropolitana do Porto e os seus projectos foram submetidos a apreciação municipal a 24 de Agosto de 1943, sendo assinados pelo arquitecto e engenheiro civil Júlio José de Brito e pelo engenheiro civil Francisco Limpo Brito de Faria82. Obtiveram a licença de construção n.º 58/ 1944, de 4 de Fevereiro83. Dez anos depois, o alçado seria alvo de alguns arranjos, segundo a licença n.º 572/ 1954, de 9 de Setembro84. É um edifício apropriado a um gaveto de zona nobre da cidade, que se eleva num torreão de planta circular, cujo corpo inferior é acentuado por pilastras graníticas pouco profundas. À verticalidade deste eixo de ligação dos arruamentos, contrapõem-se os corpos laterais, marcados por discretas fileiras de vãos, que ajudam a enaltecer aquele remate.

76 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 435, fl. 342 e segs. – Licença de 29 de Maio de 1924 – técnico

responsável: arquitecto Leandro de Moraes.

77 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras, L.º 478, fl. 142 e segs. – Licença 612/ 1930, de 1 de Fevereiro –

técnico responsável: arquitecto José Marques da Silva.

78 Cf.: AHMP-CMP – Livros de Licenças de Obras – Licença 612/ 1930, de 1 de Fevereiro – técnicos responsáveis:

arquitectos Rogério dos Santos Azevedo e Baltasar Castro. Remodelado em 1989-1994, pelo arquitecto J. Teixeira