• Nenhum resultado encontrado

O projecto Poder (Es)Colher surgiu para dar resposta a necessidades emergentes da comunidade onde se encontra e mais ainda proporcionar um investimento a nível pessoal, social e profissional dos indivíduos a que ela pertencem.

Portanto, conta-se com a promoção de um ambiente socialmente harmonioso, minimizando tensões de ordem económica, cultural e contextual.

Neste sentido, e com base no princípio basilar do Programa Escolhas tal como dos seus projectos associados, o combate à exclusão social e a inclusão/progressão escolar assume-se como a mais poderosa ferramenta das crianças e jovens para inverter um percurso de vida muitas vezes marcado pela exclusão escolar e social.

Para tal propósito muito têm contribuído as actividades desenvolvidas no âmbito do projecto Poder (Es)Colher que pretendem contrariar posturas de negativismo, conformismo e apatia, condição essencial e necessária para a dinamização de uma dada realidade contextual, já que os sujeitos influenciam e são influenciados pelos sistemas em que se movem.

Assim sendo, há a aposta na capacitação dos jovens a vários níveis, nomeadamente do empreendedorismo, desenvolvimento sustentável e proactividade, regulada ainda pela valorização dos princípios da igualdade, interculturalidade, pluralismo de opiniões, respeito e responsabilidade social, promovendo a descoberta e o contacto com outras realidades sociais.

É como impulso a estas questões e resposta às problemáticas detectadas, que se desenvolve esta estratégia denominada Grupo de Jovens, um espaço destinado a jovens do Bairro de Povos. As actividades acontecem uma vez por semana, orientadas para desenvolvimento de dinâmicas com vista à mudança de atitudes, prevenção e combate aos comportamentos de risco e promoção de competências pessoais e sociais.

 

75

Em cada sessão há a presença de dois técnicos, que orientam e estruturam um tema a ser abordado no dia, com a realização de uma ou mais actividade(s).

Estas decorrem quando se inicia a sessão e são a base para a discussão o tema ou as questões que são lhe estão associadas.

Esta estrutura educativa o Grupo de Jovens, constitui-se como um contexto informal, onde os jovens se encontram voluntariamente, com o intuito de partilharem ideias, opiniões, discutirem problemas actuais e reais da sociedade, e do seu quotidiano, divertirem-se, aprofundarem conhecimentos nas áreas de interesse, ou seja, há um tempo disponibilizado para se trabalhar o que está devidamente planeado pelo(s) técnico(s) mas para além disso, existem sempre ocasiões de descontracção e troca de impressões.

Os jovens que frequentam de momento o Grupo de Jovens constam de 15 com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos.

De todos os dispositivos socioeducativos com os quais, tive o privilégio de trabalhar, o Grupo de Jovens foi o que tive um contacto maior, sendo um dos escolhidos por mim para a realização das actividades que estruturei, respectivas ao meu projecto específico de estágio, “Educação Intercultural- Eu e a Diferença”.

Pelo exposto mais adiante, é possível fazer uma análise mais pormenorizada do grupo, no sentido em que, travei com os envolvidos uma relação de maior proximidade e um trabalho de maior continuidade.

A intervenção com este grupo assumiu-se como um relevante contributo para o meu crescimento pessoal, tendo em conta tanto as emoções experienciadas, o estreitamento de relações com os sujeitos, a diversidade de opiniões, pelo facto de se tratar de um grupo bastante diversificado a nível cultura, étnico e social, como a exigência que este trabalho me colocou ao nível do desenvolvimento de competências de planificação, de acção e de avaliação na intervenção socioeducativa.

 

76

PROGRAMA DE PROMOÇÃO DE COMPETÊNCIAS PESSOAIS E SOCIAIS

Este Programa como o próprio nome indica, visa a promoção de competências pessoais e sociais nos sujeitos que abrange como destinatários. Trata-se de sessões em contextos escolares, que desenvolvem estas competências com o sentido de minimizar a influência de factores de risco e ao invés disso promover factores protectores, no sentido de prevenir o aparecimento de dificuldades marcantes nos percursos escolares e de vida das crianças e jovens desta comunidade.

Por esta razão, pretende-se desenvolver competências ao nível da comunicação, resolução de problemas, tolerância à frustração, resiliência, auto-estima, criatividade e gestão de emoções, assumindo-se estas tarefas nucleares no projecto Poder (Es)Colher.

O Programa foi realizado na Escola Básica de Povos, na Escola Básica 2,3 Vasco Moniz e na Escola Secundária Alves Redol, todas situadas em Vila Franca de Xira.

No que concerne à minha intervenção, esta incidiu apenas no 2º ciclo e foi desenvolvida na Escola Básica 2,3 Vasco Moniz, designadamente uma turma do 6º ano.

Decorreu ao longo de quartas-feiras de manhã, durante 45 minutos. O propósito foi o de desenvolver dinâmicas de grupo enquadradas no programa já existente, que se intitula “Arkhipélago”, criado pela APSDC (Associação para a Promoção da Saúde e Desenvolvimento Comunitário), entidade promotora e gestora do projecto Poder (Es)Colher.

O programa utiliza como estratégia principal o jogo.

O jogo seleccionado é constituído por quatro grandes temáticas: I- Eu e os Outros; II- Eu e os Afectos; III- Eu e a Saúde, IV- Eu e o Futuro. Cada uma delas é composta por “várias ilhas” sendo que em cada “ilha” estão integradas uma ou mais dinâmicas para serem exploradas e realizadas no grupo.

Os participantes do jogo, estão divididos e dispostos por equipas com o número idêntico de elementos, cada uma delas.

No âmbito do 6ºano que trabalhei directamente, a turma está dividida em 3 grupos, sendo que denominam-se, Amigos Unidos, Aventureiros e Alinhavos.

O jogo parte da seguinte situação: um grupo de quatro amigos, o Pedro, o João, a Joana e a Maria, que encontram-se acampados numa floresta. Numa noite de lua cheia decidem ir explorar a mesma, contudo, depois de algumas horas de caminho decidem voltar para trás. Percebem de imediato que estão perdidos e que a bússola que traziam consigo começou a girar loucamente, não lhes conseguindo indicar o caminho certo.

 

77

O Arkhipélago inicia-se com o técnico a enquadrar a história dos quatro amigos, lendo o excerto que inicia a mesma. Após a leitura, explica quais são as regras para a turma, aludindo para o facto de terem que se dividir em equipas tendo um nome específico, cada uma delas com o objectivo de fomentar a criação de uma identidade grupal.

Posto isto, o jogo inicia-se com o lançamento do dado, tal como a escolha de meios de deslocação nas ilhas, (a nado, barco ou avião). Estes meios de deslocação servem particularmente para perceber a autonomia do grupo bem como a sua competitividade e tomada de decisão e forma de gerir os conflitos.

Não menos importante, cada equipa escolherá em todas as sessões um porta-voz diferente, com o objectivo de permitir que todos os elementos possam ter essa posição no grupo.

O momento de avaliação da tarefa realizada é no final da mesma, possibilitando a interacção entre as equipas e a troca de impressões. Ainda neste mesmo momento é postulado às 3 equipas que atribuam o nome daquela ilha, de acordo com as percepções que cada equipa construiu acerca da temática em análise, conclusões que retirou, etc.  

 

78

 

Arkhipélago

Programa de desenvolvimento de