• Nenhum resultado encontrado

Planificação das actividades

5.1. ILHA 11– EDUCAÇÃO INTERCULTURAL

SESSÃO 26–REPRESENTAÇÕES PARENTAIS

Nesta sessão pretende-se reflectir sobre o papel e impacto da família nas nossas decisões pessoais, tendo em conta a transmissão de imagens relativamente a pessoas que pertencem a outros grupos sociais ou culturais. A dinâmica consistirá num role-play, e espera-se que primeiramente, o técnico explique ao grupo a diferença de representar e actuar, ou seja, quando representamos, continuamos a ser nós próprios, mantendo a nossa atitude, enquanto apresentamos um papel pré-determinado que apresenta directrizes que nos possam orientar nessa mesma representação. Através desta actividade irá abordar-se a questão do preconceito e discriminação, analisando a atitude que cada grupo revela perante a situação que lhe é dada.

Após a realização da actividade é necessário fazer uma reflexão sobre a mesma, para que, os intervenientes possam expressar o que sentiram com a realização da tarefa bem como, discutir os papéis que tiveram de representar, e confrontar as várias posições.

Não obstante, é importante referir que independentemente da situação ser a mesma para os três grupos, naturalmente será apresentada de forma distinta, uma vez que, as pessoas são diferentes e vivenciam as experiências igualmente de forma diferente.

 

113

Chegados a uma nova ilha, os quatro amigos reparam que esta evidenciava maior densidade de árvores em relação às outras, tornando-se assim, mais escura e impossibilitando que vissem para além da vegetação. Um som estranho e longínquo vinha de algures no meio da ilha. Inicialmente parecia o som de animais mas conforme iam entrando na mesma, percebiam que seria de humanos pelas vozes que se sentiam e pelo som que vinha semelhante ao de bater com as mãos num jambé.

A curiosidade tomava conta dos quatro amigos, e juntos, decidem ir perceber o que se passava. À medida que iam caminhando, os ramos das árvores batiam-lhe na cara, parecendo estar fixados uns nos outros, como se nunca tivesse passado por ali alguém.

O som aproximava-se e uma luz amarela resplandecente parecia surgir no meio da floresta. Baixaram-se e de longe viam o que se passava. Os olhos deles arregalaram-se e não queriam acreditar no que estavam a ver. Era uma tribo de índios, que estavam concentrados a dançar à volta de uma fogueira e batiam com a mão na boca, saindo o som “Uhuhuhuhuh”. Traziam penas de cor laranja postas no cabelo, tinham desenhos pintados no rosto e no peito e, usavam um traje feito de palha à volta da cintura. Havia mulheres, homens e crianças e, notava-se que deviam viver ali, uma vez que, se viam cabanas feitas de ramos secos de árvores.

- Podíamos ir até lá, e passar ali com eles a noite. Parecem tão divertidos.

- Estás doido, nem pensar, aposto que nos iam comer vivos, isto é gente muito perigosa, não vês?!

- Eles estão simplesmente a dançar, a fazer o ritual deles, lá por serem diferentes de nós, não quer dizer que sejam uma ameaça, e nos façam mal.

- Eu continuo a achar que é perigoso, têm um ar mesmo agressivo. Se queres ir vais sozinho e pronto!

- Calma pessoal, a decisão tem de ser tomada em grupo, porque cada um de nós terá uma opinião diferente sobre pessoas que aparentemente são diferentes de nós, não podemos é começar já a discriminar e a ser preconceituosos com esta raça, porque não os conhecemos e nem sabemos como eles são na verdade.

- Concordo contigo, e penso que é muito bom podermos conviver com pessoas de raças e culturas diferentes da nossa, podemos acima de tudo, aprender com elas coisas novas. Contudo, acho que temos de pensar bem se devemos e como nos devemos aproximar.

 

114

Objectivos: Analisar as perspectivas familiares relativamente a pessoas com origem cultural e social diferente.

Material: Cópia dos papéis a representar, papel e caneta para os observadores especiais.

Duração: 45 minutos.

Concretização: Explicar ao grupo que a dinâmica é uma representação que explora o papel da família na transmissão de imagens sobre pessoas que pertencem a outros grupos sociais e culturais. Pedir a 4 voluntários para representarem os papéis (de preferência 2 de cada sexo) e outros 4 para observadores especiais.

Pedir a cada um dos observadores especiais para observar o papel de cada “actor” e tomar nota de todos os argumentos que eles utilizam. Decida quem vai

observar quem.

Dar um guião a cada um dos “actores” e deixar conhecer o papel durante 3/ 4 minutos.

Preparar a cena: colocar 4 cadeiras num semi-círculo e explique a todos que isso é a sala de estar de uma casa e que eles vão ver uma discussão familiar.

Decidir o tempo estipulado para a representação. (aprox.15 min.)

Dimensão do grupo: Não há um número imposto.

Debate e Avaliação

 O que sentiram os actores durante a representação?

 Quais os argumentos que o actor utilizou para persuadir os outros dos seus pontos de vista? (pergunta para os observadores)

 Teria sido diferente se o namorado em vez de ser negro, fosse da mesma cor da rapariga?

 Teria sido diferente se em vez da rapariga ter levado o namorado fosse o rapaz a levar a namorada?

 

115

 Acham que este tipo de conflito ainda é normal actualmente ou é coisa de passado?

 Alguma vez se passou uma situação semelhante convosco ou com alguém que conheçam? Se sim, como se resolveu a situação?

 Como poderíamos resolver esta situação representada? (dar ideia para ajudar a filha, pai, mãe, irmão)

 O que diriam aos membros desta família?

 Porque é que acham que o pai tem esta postura tão irredutível em relação à raça negra?

 Acham que a influência familiar pode alterar as nossas decisões/opinões?

 

116

Papel do Pai

A situação: A sua filha tem um namorado