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Objectivos Gerais

1)Promover a educação intercultural, através do reforço da participação em boas práticas, considerando as vulnerabilidades do contexto.

2)Desenvolver um contexto de interculturalidade e diversidade, reforçando as capacidades de comunicação e dinâmica grupal.

 

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3) Explorar as imagens que os grupos concebem de pessoas de origens sociais, étnicas, culturais e sociais diferentes da nossa.

4) Analisar mecanismos sociais, económicos, culturais ou educacionais em que assentam as situações de discriminação, exclusão ou marginalização.

5) Consciencializar os envolvidos para a importância da cultura, como forma de identitidade, sub-valorizando o processo de aculturação.

6) Estimular as pessoas a actuar no seu meio tendo por base valores de igualdade e de aceitação da diferença.

Objectivos Específicos

1) Analisar as perspectivas familiares relativamente a pessoas com origem cultural e social diferente.

2) Identificar os preconceitos e estereótipos dos participantes em relação às minorias, explorando as imagens e associações que criamos das mesmas.

3) Compreender a realidade da exclusão e da integração bem como a percepção dos imigrantes no nosso país.

4) Reflectir sobre as atitudes/comportamentos face às diferenças sociais e étnicas. 5) Reflectir sobre as condicionantes da diferença face à tomada de decisão e atitude.

 

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Metodologia

A implementação destas dinâmicas pretende-se que seja feita em grupo, uma vez que, é consideravelmente o melhor meio na troca de saberes, conhecimentos e experiências, sendo imprescindível que haja uma participação colectiva.

Todavia, a base que sustenta estas dinâmicas é indubitavelmente as experiências, emoções e conhecimentos de cada jovem/pré adolescente. Todo o processo parte desta realidade e visa a desconstrução de atitudes discriminatórias, a aceitação e valorização da diferença e a compreensão e consciencialização do que é comum.

Só através da relação interpessoal, ou seja, quando interagimos com os outros, é que temos contacto com novas formas de estar, de encarar algo que nos faça sair da nossa zona de “conforto” e experienciar, levando a que gradualmente sejamos capazes de compreender a diferença e, consequentemente encarar a mudança de atitudes, comportamentos e valores.

Cada uma das dinâmicas propostas abordam um tema inerente à educação intercultural, nomeadamente, o preconceito, estereótipo, discriminação, diversidade cultural, aculturação, etnocentrismo, e, apresentam objectivos específicos e instruções para a sua realização, de modo a facilitar o papel desempenhado pelo técnico e também facilitar a replicação das actividades.

Assim, é necessário estipular regras e directrizes com o intuito de se obter “resultados” positivos, ou seja, que consigamos alcançar acima de tudo, os momentos de partilha e reflexão entre todos.

Este projecto terá um desenvolvimento integrado nas actividades planificadas que realiza. Primeiramente é realizada a dinâmica dedicada aquele dia, o(s) técnico(s) explicam como se procede à mesma e dá inicio à tarefa, posteriormente dedicará um tempo para a discussão do que foi feito, compreendendo o que os envolvidos sentiram, manifestando a sua opinião, e após esta partilha pessoal desenvolve-se a reflexão sobre o tema abordado, fomentando a discussão no grupo.

No plano das actividades, de forma a auxiliar o técnico que as irá executar, há uma fundamentação sobre como deverá ser realizada a avaliação e em que moldes se deve assentar, destacando algumas questões-problema que poderão ser colocadas ao grupo com o intento de serem debatidas e reequacionadas.

 

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O momento de reflexão/discussão no grupo é determinante na percepção do impacto da dinâmica nos envolvidos, sendo a ocasião indicada para serem consideradas as acções que realizaram.

Estas dinâmicas no 6º ano são integradas no Programa de Promoção De Competências Pessoais e Sociais, apresentado na figura de um dispositivo educativo inovador, na medida em que, aborda temas essenciais e actuais na prevenção de comportamentos desajustados a nível escolar, social e pessoal, representado num jogo.

O jogo trata uma história sobre quatro jovens amigos que se encontram perdidos na floresta, e é aqui que a aventura começa e os amigos vão poder experienciar momentos nas diversas ilhas que o jogo contém, sendo o mesmo intitulado Arkhipélago. (explicado na pág.76)

Primeiramente o técnico lê a história em voz alta que pertence ao tema que vai ser abordado no dia.

Depois, a turma por equipas, lança o dado e aponta a pontuação que obteve, escolhendo um meio de deslocação da ilha.

Seguidamente, o técnico explica a actividade que se vai realizar e no que se baseia, ou seja, dá as instruções necessárias.

No final de cada actividade há sempre um momento de avaliação e discussão no grupo sobre o que foi feito e sentido pelos participantes. Pretendem-se que os envolvidos destaquem os seus sentimentos, emoções, aprendizagens, conhecimento partilhado resultado da realização das mesmas.

Esta avaliação reflexiva possibilita fazer um balanço geral da dinâmica, perceber os pontos negativos e positivos, o que se deve melhorar e alterar bem como a satisfação, as dificuldades e as competências que surgiram na e com a sua realização.

No Grupo de Jovens, estas dinâmicas estão integradas no plano de actividades regulares do Projecto Poder (Es)Colher e são desenvolvidas da mesma forma que o grupo anterior, tendo apenas uma diferença inicial, o facto de não se ler o excerto da história associado à actividade do dia.

Esta história é característica do Arkhipélago e não do plano de actividades de Grupo de Jovens.

Relativamente aos técnicos que irão desenvolver as dinâmicas, espera-se que estes consigam criar verdadeiros momentos de partilha e reflexão no grupo, de forma a serem debatidos os temas em questão, perspectivando o espírito crítico nos envolvidos.

 

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Para além disso, espera-se que se desenvolva a consciencialização nos indivíduos, para que, possam vir a ser cidadãos activos e predominantemente congruentes nas suas atitudes.

De igual modo, pretende-se promover competências ao nível da criatividade, empreendedorismo e inovação, numa perspectiva de empowerment, tendo em vista o desenvolvimento de acções dirigidas à comunidade.

O momento de avaliação da tarefa realizada é igualmente no final da mesma, possibilitando a interacção entre as equipas e a troca de impressões. Ainda neste mesmo momento é postulado aos grupos que atribuam o nome daquela ilha, de acordo com as percepções que cada equipa construiu acerca da temática em análise, conclusões que retirou, etc.

 

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Avaliação

Em articulação e como parte crucial deste trabalho, a avaliação constitui uma vertente de extrema importância para a análise da interculturalidade. Dado que a avaliação deve ser entendida como um conjunto de procedimentos de recolha, análise, apreciação e utilização de informação adquirida através do processo de ensino- aprendizagem com o propósito de se melhorar, é sempre difícil desvinculá-la, em termos práticos, dos outros elementos da investigação.

Com efeito, durante a realização destas actividades, o individuo pode desenvolver atitudes críticas face ao processo de resolução de problema, competências de comunicação, de organização, de sistematização, de aplicação de conhecimentos a novas situações. A avaliação é o suporte para a tomada de decisões e parte integrante do processo de ensino-aprendizagem e, para haver equidade neste processo, tem de estar ajustada às metodologias utilizadas e conteúdos tratados e estes adequados com as características do grupo a trabalhar.

Isto pressupõe ter em conta cada pessoa do grupo como individuo, os seus contextos, a sua cultura, os seus interesses e principalmente, o direito à mudança. Contudo, para ter tudo isto em consideração exige-se que haja o recurso a princípios com base da diversidade e o apoio a métodos e técnicas de avaliação em grupo e individual.

As listas de observação, os inventários, as entrevistas, os questionários, são alguns instrumentos ajustados a esse processo de avaliação. Em conformidade com esta diversidade de técnicas a avaliação adquire ainda maior relevância em contextos etnicamente heterogéneos dada a necessidade de acompanhar e avaliar, com meios adequados e variados, a diversidade de interesses, de ritmos de aprendizagem e estilos de aprendizagem.

Quando fazemos algo no nosso quotidiano, deveremos ter em conta se aquilo contribui de alguma forma para o que somos, ou o que ambicionamos, ou seja, é fundamental que tenhamos uma posição critica sobre nós mesmos e sobre as nossas experiências.

Com o mesmo propósito, no final de cada actividade realizada haverá um momento disponível para a avaliação/ reflexão do que foi feito, para conversar com o grupo sobre aquilo que sentiram, do que mais gostaram de fazer, sobre o seu papel, a

 

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sua aprendizagem, e sempre que possível relacionando com as suas vidas, o contexto/cultura a que pertencem e a sociedade em que estamos inseridos.

Assim sendo, haverá questões de destaque, focadas nessa avaliação crítica que deverão ser devidamente enquadradas e abordadas no grupo, nomeadamente:

- O que aconteceu no momento da dinâmica;

- Como se sentiram/ focar no papel individual de cada um; - O que aprenderam sobre si mesmos e com a dinâmica; - Se a dinâmica alterou a sua forma de estar/pensar;

- O que correu melhor e pior (pontos fracos e fortes) e o que se podia modificar/melhorar na concepção/realização da dinâmica.

 

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