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Grupo de sujeitos I (10º Ano)

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Capítulo 3 – Descrição dos Dados

3.1.1. Propriedades do verbo matriz e selecção do modo em frases afirmativas

3.1.2.1. Grupo de sujeitos I (10º Ano)

Os valores percentuais correspondentes às produções dos sujeitos do grupo I (10º ano), relativas à escolha do modo na encaixada, encontram-se registados no quadro 10.

Produções dos Sujeitos (%) Grupo de Verbos Modo seleccionado na encaixada Indicativo Conjuntivo I Indicativo 100% 0% II Conjuntivo 2.5% 97.5% III Indicativo/ Conjuntivo 65% 32.5% IV Indicativo/ Conjuntivo 70% 20% V Indicativo/ Conjuntivo 73.4% 26.6% VI Indicativo/ Conjuntivo 60% 40%

Quadro 10 – Modo(s) seleccionado(s) no teste de produção pelo grupo de sujeitos I (10º ano).

Os dados recolhidos mostram que, no grupo de verbos I (verbos afirmar e saber), o indicativo é o único modo produzido, o que se encontra em conformidade com o alvo, apresentando um valor de 100% do total das ocorrências. Os dados que se seguem atestam estas produções:

(185) O Paulo nunca afirma que gosta da Inês.

(186) O patrão não sabe que os funcionários estão a planear uma greve.

De entre os tempos produzidos (cf. gráfico 13), destaca-se o presente (cf. (187)), com 40%, tendo-se registado neste tempo 6 ocorrências com o verbo afirmar e 2 com o verbo saber (cf. quadro 3, anexo 7). Seguem-se as formas perifrásticas (cf. (188)), com

um valor percentual de 30%, correspondente a 6 ocorrências, estando o auxiliar predominantemente no presente (3 ocorrências com o auxiliar ir no presente, 1 com o auxiliar ir no futuro e 1 com o auxiliar estar no presente) – cf. quadro 3, anexo 7. Com o mesmo valor percentual, 30%, o pretérito perfeito (cf. (189)) também foi produzido pelos sujeitos nos verbos do grupo I, apresentando maior número de ocorrências nas frases que envolvem o verbo saber – cf. quadro 3, anexo 7.

(187) O Paulo nunca afirma que os testes são fáceis.

(188) O Paulo nunca afirma que irá ter boas notas no final do período. (189) O patrão não sabe que o empregado faltou ao trabalho.

O gráfico 13 apresenta os tempos verbais seleccionados pelos sujeitos para a encaixada.

Grupo de Ve rbos I Presente 40,0% F. Perifrásticas (Pres/Fut) 30,0% Pretérito Perfeito 30,0%

Gráfico 13 – Modo e respectivos tempos verbais produzidos pelos sujeitos do grupo I (10º ano) no grupo de verbos I.

Relativamente ao grupo de verbos II (verbos lamentar, querer, esperar e prever), os sujeitos seleccionam maioritariamente o conjuntivo, em conformidade com o alvo, registando este modo 97.5% de respostas correctas (cf. gráfico 14), algumas das quais ilustradas pelos exemplos (190) a (193):

(190) A Ana, o Rui e a Mafalda não lamentam que o seu colega tenha obtido um mau resultado.

(191) Os jovens não querem que existam exames nacionais.

(192) A enfermeira Ana não espera que a afluência ao seu gabinete seja grande. (193) O Instituto de Meteorologia não prevê que haja mau tempo.

Nas frases com o modo conjuntivo, o tempo verbal mais produzido é o presente, com 72.5% (cf. gráfico 14). Porém, enquanto com os verbos querer, esperar e prever há um maior número de ocorrências no presente (10, 9 e 9, respectivamente), como se verifica em (191), (192) e (193), com o verbo lamentar regista-se um maior número de produções no pretérito perfeito composto (9 ocorrências; 22.5%), como se exemplifica em (190) – cf. quadro 3, anexo 7.

A única produção agramatical no indicativo é uma forma perifrástica, que ocorre com o verbo prever (cf. quadro 3, anexo 7) e corresponde a 2.5% do total de ocorrências (cf. (194)).

(194) *O Instituto de Meteorologia não prevê que irá ocorrer alguma tempestade.

As produções dos sujeitos, no que diz respeito aos tempos verbais seleccionados, encontram-se registadas no gráfico 14.

Grupo de Ve rbos II F. Perifrásticas (Fut) 2,5% Presente 72,5% F. Perifrásticas (Pres) 2,5% Pret. Perfeito Composto 22,5%

Gráfico 14 – Modos e respectivos tempos verbais produzidos pelos sujeitos do grupo I (10º ano) no grupo de verbos II.

No que concerne aos verbos sentir, achar, prometer e dizer (grupo de verbos III), os sujeitos seleccionam ambos os modos, como permitido pela gramática-alvo, embora prefiram o indicativo (65%), exemplificado em (195) e (196):

(195) As minhas primas não acham que eu sou a mais divertida. (196) Nós nunca dizemos que estamos num bom momento financeiro.

Neste grupo de verbos e relativamente ao modo indicativo, predominam as formas perifrásticas (32.5%, percentagem correspondente a 13 ocorrências), a maioria das quais com o auxiliar no presente (5 ocorrências com o auxiliar ir no presente; 6 com o auxiliar estar no presente e 2 com o auxiliar ir no futuro) – cf. quadro 3, anexo 7 –, como se pode verificar nas frases (197) e (198):

(197) Eles não sentem que está a acontecer um sismo.

(198) Ele nunca promete que vai chegar a horas de poder almoçar com a família.

A registar 9 ocorrências (22.5%) surge, em segundo lugar, o presente (cf. (199)), tempo este que é produzido pelos sujeitos com todos os verbos que constituem este grupo, à excepção do verbo sentir – cf. quadro 3, anexo 7. A selecção do pretérito perfeito (cf.

Indicativo

(200)) e do futuro (cf. (201)) é pouco expressiva, correspondendo o primeiro apenas a 3 ocorrências (7.5%) e o segundo a 1 ocorrência (2.5%) – cf. quadro 3, anexo 7.

(199) Nós nunca dizemos que temos algumas dúvidas. (200) Eles não sentem que estiveram mal durante o jogo. (201) Ele nunca promete que voltará a estudar.

No que diz respeito às produções com o modo conjuntivo, podemos verificar, através do quadro 9, que estas representam 32.5% do total dos dados. À excepção do verbo dizer, este modo é seleccionado pelos sujeitos com todos os verbos, sendo de evidenciar o verbo achar por registar 8 ocorrências neste modo, um número superior relativamente aos restantes (cf. quadro 3, anexo 7). Como exemplo da selecção do conjuntivo, atente-se nas seguintes frases:

(202) Eles não sentem que os salários sejam justos.

(203) As minhas primas não acham que eu esteja mais gorda.

Pela leitura do gráfico 15, verifica-se que o tempo verbal mais produzido no modo conjuntivo é o presente (cf. (204)), com 11 ocorrências (27.5%), que envolvem apenas os verbos sentir e achar, sendo que o verbo achar regista 8 dessas ocorrências. Com 2 ocorrências com o verbo prometer (5%), surgem, em seguida, as formas perifrásticas (cf. 205)), ambas com o auxiliar ir no presente (cf. quadro 3, anexo 7).

(204) As minhas primas não acham que eu seja uma pessoa exigente. (205) Ele nunca promete que vá mudar a sua personalidade.

Na frase com o verbo dizer, frase 29 (“Nós nunca dizemos que …”), regista-se uma frase alterada em termos de estrutura (A.F.; cf. (206)), motivo pelo qual não pôde ser considerada para a apuração dos dados (2.5%) - cf. quadro 3, anexo 7.

(206) Nós nunca dizemos que não!

O gráfico 15 reúne a informação relativa à selecção dos tempos verbais em cada modo.

Grupo de Verbos III Presente 22,5% Futuro 2,5% F. Perifrásticas (Pres/Fut) 32,5% A. F. 2,5% Presente 27,5% F. Perifrásticas (Pres) 5,0% Pretérito Perfeito 7,5%

Gráfico 15 – Modos e respectivos tempos verbais produzidos pelos sujeitos do grupo I (10º ano) no grupo de verbos III.

Relativamente ao verbo duvidar (grupo IV), que admite ambos os modos na encaixada, há uma maior produção do modo indicativo, com um total de 7 ocorrências (70%; cf. (207)), de entre as quais 5 envolvem o presente, como exemplificado em (208) (cf. gráfico 16) – cf. quadro 3, anexo 7.

(207) O Engenheiro nunca duvida que os seus projectos irão ser aceites. (208) O Engenheiro nunca duvida que os seus cálculos estão correctos.

A observação do gráfico 16 permite-nos também verificar que o modo conjuntivo representa 20% do total das produções, com 2 ocorrências no presente (cf. quadro 3, anexo 7), tempo este que figura no exemplo seguinte:

(209) O Engenheiro nunca duvida que os seus planos estejam errados.

Um dos sujeitos alterou a frase 23 (“O Engenheiro nunca duvida que …”), produzindo uma estrutura agramatical (cf. quadro 3, anexo 7):

(210) *O Engenheiro nunca duvida que de mim.

O gráfico 16 dá conta dos tempos verbais produzidos em cada modo pelos sujeitos.

Alterou frase Indicativo

Grupo de Verbos IV Presente 50,0% F. Perifrásticas (Fut) 10,0% Pretérito Perfeito 10,0% Presente 20,0% A. F. 10,0%

Gráfico 16 – Modos e respectivos tempos verbais produzidos pelos sujeitos do grupo I (10º ano) no grupo de verbos IV.

Relativamente ao grupo de verbos V (verbos acreditar, imaginar e suspeitar), que selecciona os dois modos na encaixada, verifica-se que, do total das produções, o indicativo representa de novo a preferência dos sujeitos: 73.4% contra 26.6% do conjuntivo. A selecção destes dois modos apresenta-se em (211) e (212), respectivamente:

(211) a. Tu nunca acreditas que eu canto com sentimento. b. Tu nunca acreditas que ele diga a verdade.

(212) a. O polícia não suspeita que o Sr. Mário foi roubado. b. O polícia não suspeita que ele tenha roubado o carro.

De acordo com a informação apresentada no gráfico 17, podemos verificar que, no que diz respeito às produções no indicativo, o tempo mais produzido pelos sujeitos é o presente (33.3%), que corresponde a 10 ocorrências, envolvendo todos os verbos (cf. quadro 3, anexo 7), maioritariamente os verbos acreditar e imaginar:

(213) Tu nunca acreditas que Deus existe.

(214) O Ricardo e o Artur não imaginam que eu sou de Beja.

Alterou frase Indicativo

Além do presente, os sujeitos seleccionaram ainda nas suas produções as formas perifrásticas e o pretérito perfeito (cf. gráfico 17), que registam um valor percentual idêntico, a saber, 20%. Relativamente às formas perifrásticas, registam-se 6 ocorrências, 5 das quais com o verbo auxiliar no presente (cf. (215)); quanto às produções no pretérito perfeito, a maioria envolve o verbo suspeitar (cf. (216)) – cf. quadro 3, anexo 7.

(215) O Ricardo e o Artur não imaginam que neste momento estão a ser alvo de um inquérito.

(216) O polícia não suspeita que a pequena Maddie foi vítima de um engano.

Os tempos verbais produzidos no conjuntivo são o presente e o pretérito perfeito composto, com um valor percentual idêntico de 13.3% (cf. gráfico 17), que corresponde a 4 ocorrências para cada verbo matriz. Com mais ocorrências no conjuntivo (1 ocorrência no presente e 4 ocorrências no pretérito perfeito composto), destaca-se o verbo suspeitar. Exemplificam estas produções as frases (217) e (218):

(217) Tu nunca acreditas que o mundo possa melhorar.

(218) O polícia não suspeita que um recluso tenha escapado da prisão.

Neste gráfico são identificados os tempos verbais seleccionados pelos sujeitos, relativamente a cada modo.

Grupo de Verbos V Presente 33,3% F. Perifrásticas (Pres/Fut) 20,0% Pretérito Perfeito 20,0% Pret. Perfeito Composto 13,3% Presente 13,3%

Gráfico 17 – Modos e respectivos tempos verbais produzidos pelos sujeitos do grupo I (10º ano) no grupo de verbos V.

Por último, com o verbo pensar (grupo VI), os dados dos sujeitos revelam uma preferência pelo indicativo, observando-se 6 ocorrências com este modo (60%) e 4 ocorrências com o conjuntivo (40%); vejam-se, a título exemplificativo, (219) e (220) – cf. quadro 3, anexo 7:

(219) Os teus pais não pensam que tu sabes a matéria? (220) Os teus pais não pensam que estejas aqui.

Relativamente aos tempos verbais que ocorrem no modo indicativo (cf. gráfico 18), regista-se a preferência pelo pretérito perfeito, com um valor percentual de 30% (3 ocorrências; cf. (221)), e pelas formas perifrásticas, com 20% (2 ocorrências, uma com o auxiliar no presente e outra com o mesmo no futuro, respectivamente; cf. (222)) – cf. quadro 3, anexo 7.

(221) Os teus pais não pensam que tu faltaste às aulas.

(222) Os teus pais não pensam que tu andas a vandalizar a rua à noite.

No conjuntivo, os tempos verbais seleccionados pelos sujeitos foram o presente, com 3 ocorrências (30%), e o pretérito perfeito composto, com apenas 1 ocorrência (10%),

Indicativo

como ilustram os dados presentes em (223) e (224), respectivamente – cf. quadro 3, anexo 7:

(223) Os teus pais não pensam que o futebol seja importante (224) Os teus pais não pensam que tenhas estudado o suficiente.

No gráfico 18 apresentam-se os valores percentuais relativos aos tempos utilizados pelos sujeitos em cada modo.

Grupo de Verbos VI Presente 10,0% F. Perifrásticas (Pres/Fut) 20,0% Pretérito Perfeito 30,0% Pret. Perfeito Composto 10,0% Presente 30,0%

Gráfico 18 – Modos e respectivos tempos verbais produzidos pelos sujeitos do grupo I (10º ano) no grupo de verbos VI.

Em síntese, os dados apresentados, relativos à interferência do operador de negação frásica na selecção do modo da encaixada, permitem-nos afirmar que:

(i) No grupo de verbos I, os sujeitos seleccionam, conforme o alvo, o modo indicativo em todas as produções, registando este modo 100% do total das ocorrências.

(ii) Quanto ao grupo II, cujos verbos seleccionam conjuntivo na oração complemento, verifica-se uma reduzida percentagem de produções incorrectas (no indicativo) face a

Indicativo

uma percentagem elevada de produções conformes com o alvo (conjuntivo), a saber, 2.5% e 97.5%, respectivamente.

(iii) Com os restantes grupos de verbos (III, IV, V e VI), que seleccionam ou o indicativo ou o conjuntivo na encaixada, verifica-se que em todos os grupos o indicativo é o modo mais produzido pelos sujeitos, embora também se registem frases com o conjuntivo.

(iv) As frases que envolvem o indicativo e que se verificam em todos os grupos de verbos revelam que o tempo verbal mais produzido pelos sujeitos é o presente. Em segundo lugar, assumem relevância as formas perifrásticas, com o verbo auxiliar predominantemente no presente. Por último, a ocupar um número elevado de ocorrências, surge o pretérito perfeito.

Com base nos dados obtidos para o conjuntivo (grupos de verbos II, III, IV, V e VI) podemos constatar que o presente é também o tempo mais seleccionado pelos sujeitos, seguido do pretérito perfeito composto e, por fim, com um valor percentual baixo, das formas perifrásticas, cujo auxiliar se encontra sempre no presente.

3.1.2.2. Grupo de sujeitos II (12º Ano)

Nesta secção são descritos os dados produzidos pelo segundo grupo de sujeitos (12º ano). Assim, o quadro 11 apresenta a percentagem obtida na selecção dos modos indicativo e conjuntivo na oração completiva por este grupo de sujeitos, na presença de um marcador de negação frásica na frase matriz.

Produções dos Sujeitos (%) Grupo de Verbos Modo seleccionado na encaixada Indicativo Conjuntivo I Indicativo 100% 0% II Conjuntivo 0% 100% III Indicativo/ Conjuntivo 75% 25% IV Indicativo/ Conjuntivo 70% 30% V Indicativo/ Conjuntivo 56.7% 43.3% VI Indicativo/ Conjuntivo 100% 0%

Quadro 11 – Modos(s) seleccionado(s) no teste de produção pelo grupo de sujeitos I (10º ano).

No que diz respeito aos verbos afirmar e saber (grupo de verbos I), os dados produzidos pelos sujeitos do grupo II revelam que o indicativo é o único modo seleccionado, apresentando o valor de 100%, como ilustram as frases (225) e (226):

(225) O Paulo nunca afirma que não falhará.

(226) O patrão não sabe que ele chega sempre atrasado ao trabalho.

Com base nos valores representados no gráfico 19, verifica-se que o tempo verbal mais seleccionado pelos sujeitos é o presente, apresentando um valor percentual de 70%, que

corresponde a 14 ocorrências distribuídas equitativamente pelos dois verbos – cf. quadro 4, anexo 7. As frases (227) e (228) exemplificam as ocorrências com este tempo verbal:

(227) O Paulo nunca afirma que o Benfica é a melhor equipa. (228) O patrão não sabe que o empregado engana os clientes.

Este tempo é seguido pelo pretérito perfeito, que apresenta 3 ocorrências (15%), todas com o verbo saber, e pelas formas perifrásticas, que registam 2 ocorrências com o verbo afirmar (10%), ambas com o auxiliar no presente (cf. quadro 4, anexo 7). Exemplificam estas produções as frases (229) e (230), respectivamente:

(229) O patrão não sabe que o João saiu mais cedo.

(230) O Paulo nunca afirma que vai tirar boa nota num teste.

De acordo com as produções dos sujeitos, o gráfico 19 apresenta os tempos verbais seleccionados. Grupo de Verbos I Presente 70,0% Futuro do Pretérito 5,0% F. Perifrásticas (Pres) 10,0% Pretérito Perfeito 15,0%

Gráfico 19 – Modo e respectivos tempos verbais produzidos pelos sujeitos do grupo II (12º ano) no grupo de verbos I.

Relativamente ao grupo de verbos II (verbos lamentar, querer, esperar e prever), não há produções no modo indicativo. Por conseguinte, todas os sujeitos seleccionam, nas

suas produções, o conjuntivo, que apresenta 100% do total dos dados apurados, como se verifica nos exemplos (231) e (232).

(231) Os jovens não querem que os pais controlem as suas vidas. (232) A enfermeira Ana não espera que o resultado seja positivo.

As informações apresentadas no gráfico 20 revelam que os tempos produzidos neste modo são o presente, com 31 ocorrências (77.5%; cf. (233) e (234)), e o pretérito perfeito composto, com 9 ocorrências (22.5%; cf. (235)) – cf. quadro 4, anexo 7.

(233) A enfermeira Ana não espera que o Dr. João diagnostique a doença do Sr. Silva.

(234) O Instituto de Meteorologia não prevê que chova para a próxima semana. (235) A Ana, o Rui e a Mafalda não lamentam que a escola tenha fechado.

O verbo lamentar destaca-se dos verbos querer, esperar e prever, na medida em que regista um maior número de ocorrências do pretérito perfeito composto na encaixada (9 ocorrências; cf. (235)), enquanto os outros verbos apresentam apenas o verbo encaixado no presente – cf. quadro 4, anexo 7.

Considere-se, assim, o gráfico 20, que regista os valores percentuais relativos a cada tempo verbal produzido pelos sujeitos.

Grupo de Verbos II Presente 77,5% Pret. Perfeito Composto 22,5%

Gráfico 20 – Modo e respectivos tempos verbais produzidos pelos sujeitos do grupo II (12º ano) no grupo de verbos II.

As ocorrências registadas no grupo de verbos III (verbos sentir, achar, prometer e dizer) permitem-nos verificar que o indicativo é o modo preferido dos sujeitos, com 30 ocorrências (75%), por oposição a 10 ocorrências no conjuntivo (25%) – cf. quadro 4, anexo 7. As produções destes dois modos encontram-se exemplificadas em (236) e (237), respectivamente:

(236) Nós nunca dizemos que o dia de amanhã será surpreendente. (237) Ele nunca promete que esta seja a última vez.

O tempo predominante no modo indicativo é o presente, com 42.5% (cf. gráfico 21), que corresponde a 17 ocorrências (cf. quadro 4, anexo 7). Embora este tempo verbal seja produzido com todos os verbos que constituem o grupo III, salienta-se o verbo dizer, por registar 8 das 17 ocorrências (cf. quadro 4, anexo 7). A este propósito vejam-se os dados em (238) e (239):

(238) Eles não sentem que o Instituto os prepara correctamente.

(239) Nós nunca dizemos que a vida é uma desgraça, mas, no entanto, pensamo-lo.

Em segundo lugar, com 15%, surgem as formas perifrásticas (com o auxiliar predominantemente no presente), que registam um maior número de ocorrências com o

verbo sentir (cf. quadro 4, anexo 7). Com um valor um pouco inferior, 12.5%, o futuro regista 5 ocorrências, 4 das quais com o verbo prometer (cf. quadro 4, anexo 7). Em (240) e (241) encontram-se as produções dos sujeitos que exemplificam a selecção destes dois tempos verbais, respectivamente:

(240) Eles não sentem que está a chover. (241) Ele nunca promete que deixará de fumar.

O conjuntivo, por seu turno, ocorre predominantemente no presente (20%), tempo este que ocorre em 8 frases, que envolvem apenas os verbos achar e prometer, sendo que 6 dessas ocorrências envolvem o verbo achar (cf. (242)) – cf. quadro 4, anexo 7. Consequentemente, as produções com o verbo achar, ao invés do que acontece com os restantes verbos, registam uma maior produção no conjuntivo (60%), em detrimento do indicativo (40%).

(242) As minhas primas não acham que o Paulo seja simpático.

Os dados recolhidos revelam também a ocorrência de duas formas perifrásticas com o verbo sentir (5%), em que o verbo auxiliar estar se encontra no presente (cf. quadro 4, anexo 7), como abaixo se exemplifica:

(243) Eles não sentem que estejam a aprender nas aulas de piano.

O gráfico 21 reúne a informação relativa aos tempos verbais seleccionados pelos sujeitos em cada modo.

Grupo de Verbos III Presente 42,5% Futuro 12,5% F. Perifrásticas (Pres/P.I.) 15,0% Pretérito Perfeito 2,5% Presente 20,0% F. Perifrásticas (Pres) 5,0% Futuro do Pretérito 2,5%

Gráfico 21 – Modos e respectivos tempos verbais produzidos pelos sujeitos do grupo II (12º ano) no grupo de verbos III.

O indicativo é, de novo, predominante nas produções com o verbo duvidar (grupo de verbos IV), correspondendo ao valor percentual de 70%, por oposição ao conjuntivo, que ocorre em 30% das produções. Estas produções encontram-se exemplificadas nas frases seguintes:

(244) O Engenheiro nunca duvida que a sua obra é das melhores do país. (245) O Engenheiro nunca duvida que as paredes estejam bem feitas.

Como se verifica no gráfico 22, no modo indicativo, o presente é o tempo mais seleccionado (cf. (246)), correspondendo a metade das produções que envolvem este modo. O pretérito perfeito (cf. (247)) e o futuro (cf. (248)) apresentam valores idênticos (10%), mais baixos que os do presente.

(246) O Engenheiro nunca duvida que as suas obras são de boa qualidade. (247) O Engenheiro nunca duvida que tirou o curso que realmente queria. (248) O Engenheiro nunca duvida que o projecto ficará bem feito.

Indicativo

Quando ocorre o conjuntivo, o único tempo seleccionado pelos sujeitos é o presente, apresentando 3 ocorrências (cf. quadro 4, anexo 7), que correspondem a 30% do total dos dados obtidos (cf. (249)).

(249) O Engenheiro nunca duvida que as medidas estejam mal tiradas.

A informação sobre a produção dos tempos verbais encontra-se documentada no gráfico que abaixo se apresenta.

Grupo de Verbos IV Presente 50,0% Futuro 10,0% Pretérito Perfeito 10,0% Presente 30,0%

Gráfico 22 – Modos e respectivos tempos verbais produzidos pelos sujeitos do grupo II (12º ano) no grupo de verbos IV.

No que concerne ao grupo de verbos V (verbos acreditar, imaginar e suspeitar) e, de acordo com a informação disponibilizada no quadro 10, a produção dos modos indicativo e conjuntivo apresenta um valor aproximado: o indicativo representa 56.7% das ocorrências (cf. (250)), enquanto o conjuntivo corresponde a um valor percentual de 43.3% (cf. (251)).

(250) O Ricardo e o Artur não imaginam que o seu amigo João está doente. (251) Tu nunca acreditas que D. Sebastião regresse.

Indicativo

Todos os verbos deste grupo registam produções no conjuntivo, embora o verbo suspeitar apresente, relativamente aos restantes, um maior número de ocorrências, nomeadamente 7 – cf. quadro 4, anexo 7 –, como se ilustra em (252):

(252) O polícia não suspeita que o meu pai tenha morto o sem-abrigo.

Em ambos os modos, o tempo mais utilizado pelos sujeitos é o presente (cf. gráfico 23), com 33.3% (10 ocorrências) para o indicativo e 23.3% (7 ocorrências) para o conjuntivo – cf. quadro 4, anexo 7. Os dados presentes em (253) e (254) exemplificam estas produções:

(253) Tu nunca acreditas que tens mais capacidades do que aquilo que pensas. (254) O Ricardo e o Artur não imaginam que as suas notas sejam assim tão baixas.

Nas construções com o indicativo, as formas perifrásticas (com o auxiliar no presente), como se observa em (255), e o pretérito perfeito, presente em (256), apresentam, relativamente ao presente, um valor percentual inferior, a saber, 10%.

(255) O polícia não suspeita que o João o está a enganar.

(256) O Ricardo e o Artur não imaginam que eu lhes arrumei o quarto.

Quanto às estruturas que envolvem o conjuntivo, o pretérito perfeito composto, com 5 ocorrências na presença do verbo suspeitar (16.7%; cf. (257)), é o segundo tempo mais seleccionado pelos sujeitos – cf. quadro 4, anexo 7.

(257) O polícia não suspeita que eu tenha roubado a gargantilha.

Pode observar-se, no gráfico 23, os tempos verbais produzidos pelos sujeitos em cada modo.

Grupo de Verbos V Presente 33,3% F. Perifrásticas (Pres) 10,0% Pretérito Perfeito 10,0% Presente 23,3% Pret. Perfeito Composto 16,7% Pretérito Imperfeito 3,3% Futuro do Pretérito 3,3%

Gráfico 23 – Modos e respectivos tempos verbais produzidos pelos sujeitos do grupo II (12º ano) no grupo de verbos V.

Finalmente, as produções relativas ao verbo pensar (grupo VI) envolvem todas o indicativo, não se verificando ocorrências no conjuntivo.

(258) Os teus pais não pensam que tu ouves música apropriada.

O gráfico 24 permite-nos observar que, com 70% (7 ocorrências), se salienta o presente do indicativo como o tempo mais produzido pelos sujeitos (cf. (259)), tendo o futuro (cf. (260)) e as formas perifrásticas (auxiliar andar no presente; cf. (261)) um valor idêntico, 10% (1 ocorrência cada), consideravelmente inferior ao do presente – cf. quadro 4, anexo 7.

Registou-se, porém, a alteração de uma frase (frase 21; cf. (262)), cuja estrutura não foi respeitada (cf. quadro 4, anexo 7).

(259) Os teus pais não pensam que tu te comportas mal.

(260) Os teus pais não pensam que poderás fazer alguma coisa que eles não gostem. (261) Os teus pais não pensam que tu andas a faltar às aulas.

(262) *Os teus pais não pensam que naquilo que aconteceu.

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