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Guarda-Roupa Multifuncional Proposto

No documento A sustentabilidade no design de vestuário (páginas 196-200)

V – PROPOSTA METODOLÓGICA

5.2.3 “ALL YOU NEED”

5.2.3.2 Guarda-Roupa Multifuncional Proposto

Para caracterizar o Guarda-Roupa proposto recorrer-se-á à aplicação dos resultados dos inquéritos, já que, segundo alguns especialistas (Baldini, 2006270, Pezzolo, 2007271) e consultores de imagem (Tim Gun, Rita Wilson272, Mary Lou Andre273) é de extrema importância a observação as peças de vestuário mais utilizadas.

Segundo os questionários efetuados, a maioria dos indivíduos inquiridos adotam um look “urbano” e “formal” para os dias da semana e um look “desportivo” e “casual” para o fim-de-semana. Associando esta reflexão à quantidade e ao género de peças de vestuário que os indivíduos mais descartam (t-shirts, roupa interior e calças) ou usam (casacos, t-shirts e camisas) parece importante o planeamento coerente da tipologia de vestuário.

O guarda-roupa multifuncional deverá possuir algumas peças de estilo desportivo para além das peças de estilo formal. Às peças anteriores já descritas por Pezzolo ou Gun (Anexos 2 de Capitulo V) juntar-se-ão outras que consideramos insubstituíveis, tais como o “blusão”, os “calções”, os “leggings”, a “capa”, o “pullover”, a “sweater/capuz” etc.

O indivíduo poderá variar e escolher diferentes formas de vestir, de acordo com o seu gosto pessoal, desgaste do material e ocasião. Mas para tal, cada peça deverá ter a possibilidade de ser alterada através da reorganização dos seus componentes ou pela combinação com outros elementos de outras peças.

Certos detalhes e partes exteriores poderão proporcionar silhuetas díspares que não coadunem com a estatura do consumidor/utilizador ou com a ocasião onde são utilizadas. Por isso deverão ser estudadas diferentes possibilidades de volume e construção nas peças externas do vestuário. Pois embora todos os elementos de design sejam essenciais na construção de uma coleção de vestuário, a silhueta, definida superficialmente pela “forma” e preenchida pelo “volume” é a primeira característica a ser observada pelo indivíduo (Seivewright, 2007, 122)274.

270 Baldini, M. (2006)- cit13 271 Pezzolo, D. B. (2007) – cit. 246.

272 Wilson, R. (Writer) (2010). Age-Proof Wardrobe Basics, The Oprah Winfrey Show 273

Andre, M. L. (2004). Ready to Wear: An Expert's Guide to Choosing and Using Your Wardrobe: Berkley Publishing Group.

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Assim sendo, o projeto será composto por peças de vestuário básicas, tendo em conta que elas são fundamentais para a transformação dos moldes de novas peças criadas. Ao todo elas serão:

1) “vestido preto”, 2) “twin-set”, 3) “blazer” ou casaco, 4) “trench”ou “parka”, 5) “blusão”, 6) “calças jeans”, 7) “calças direitas”, 8) “leggings”, 9) “calções”, 10) “saia”, 11) “vestido de dia”, 12) “sweater”, 13) “pullover”,

14) “camisola gola alta”, 15) “blusa/camisa”, 16) “t-shirt”

17) e um “top”.

5.2.3.2.1 Planeamento da Modelagem e Produção (do Processo)

O Planeamento do Guarda-Roupa Multifuncional centraliza o designer em todas as fases da produção, ao contrário do convencional sistema vertical da indústria. Tendo a preocupação primordial de racionalizar o vestuário (através da multiplicidade de conexões e desconexões de partes, por intermédio de fechos, botões ou zips), a metodologia aplicada será baseada em esboços e protótipos procedentes da experimentação da transformação dos moldes “base” em moldes multifuncionais e “costumizáveis” (fig.40).

Figura 39: Imagem das peças consideradas importantes para um “Guarda-roupa essencial”. (As T-shirts e as camisas deverão

existir com maior frequência, uma vez que são as peças de maior usabilidade e de maior descarte também)

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Figura 40: Moldes base para futura transformação.

Fontes: A saia base e a calça base provêm da professora Inês Simões, mas com a altura da anca alterada para 22 cm, de acordo com tabela francesa de medidas para pessoas adultas. O molde do torço, da calça sem pinças e da manga provêm de “Trouvat, P. Segredos do Corte e da Confecção (M. d. G. Pinhão, Trans.): Ediclube.”

A observação das tabelas de medidas normalizadas da figura feminina e das proporções do corpo humano levam-nos a identificar medidas similares entre as diversas partes.

Vitrúvio (~70-25 a.C) já afirmava que a harmonia do corpo era garantida pela inscrição do mesmo num círculo perfeito e num quadrado (fig.41) e atualmente muitos sistemas de medidas e proporções estudados apresentam outras similaridades.

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Geralmente, os figurinos e desenhos de Moda são representados com as figuras alongadas tolerando uma silhueta de 8 cabeças e ½. Porém, a realidade é ligeiramente diferente e segundo os estudos da ergonomia os sistemas de medidas variam entre as 7 e 8 cabeças de altura para um adulto (Fig.42)

42ª: Fonte: google imagens, 100 years of Fashion Illustration, Figure Drawing for Fashion Design, http://modaxblog.blogspot.pt/2011/05/o-desenho-na- moda.html, 14 de Maio de 2011

42b: Fonte:

http://desenhepinte.blogspot.pt/2008/09/figura- humana-propores.html

Figura 42: Representação do corpo humano feminino (em “cabeças”).

Para modelar vestuário não basta as medidas do comprimento mas também as medidas de contorno que abrangem a volumetria do corpo humano. Esses cálculos, também padronizados por normas ergonómicas, comportam a numeração que vai desde o 32 ao 50. Averiguando uma dessas tabelas (Fig.43) verifica-se a semelhança entre algumas dimensões, tais como a “largura” do busto e da anca (com uma diferença de 6cm na primeira tabela) ou o comprimento do braço e o comprimento interno da perna (com nenhuma ou pequena diferença, 3cm)

182 43a: Fonte:http://www.ableammo.com/catalog/Beretta_Clothing_Chart. php 43b: Fonte: http://www.primera- sports.com/sizing-guides/sizing.aspx Figura 43: Numeração europeia de vestuário.

Considerando interessante essa afinidade de medidas, pretende-se transpor esse conceito para a modelagem de vestuário do Guarda-Roupa transformável, visto não existir pesquisas científicas do género.

5.2.3.2.2 Planeamento do Design de (“Algumas”) Peças de Vestuário do Guarda-Roupa proposto

Com inspiração em alguns nomes de Designers internacionais (entre eles, Viktor and Rolf ou John Ribbe, em Anexos 03 do Capítulo V), e acrescentando a teoria das proporções, será, então, possível confirmar a rentabilização das formas das peças desde a construção de raiz com a incorporação da multifuncionalidade nos próprios moldes base.

O planeamento dos primeiros esboços basearam-se na transformação simples de uma saia para calção (por intermédio de “painéis”) e de uma saia para um “top” (através de presilhas e alças interiores que passam a funcionar com a saia virada ao contrário) (Fig.44 e Fig.45).

Na primeira transformação (Fig.44), quando a saia se transforma em calção, além da possibilidade de variar a funcionalidade, também possibilita a customização de partes por seleção de cores e/ou tecidos diferentes, provocando interesse ao futuro consumidor, não só pela capacidade de poder personalizar a peça como pela possibilidade de a construir (“DIY”).

No documento A sustentabilidade no design de vestuário (páginas 196-200)