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PRODUTORES DE MATÉRIA-PRIMA TÊXTIL, TRANSFORMAÇÃO E RECICLAGEM

No documento A sustentabilidade no design de vestuário (páginas 123-127)

III – DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO EXPERIMENTAL

PRODUTORES DE MATÉRIA-PRIMA TÊXTIL, TRANSFORMAÇÃO E RECICLAGEM

Nome SASIA

Data 2008-2009

Via Telefone, fax e carta (em Anexos 1 do Capitulo III, p.43) Assunto Transformação de Desperdício

Observações Esta empresa, dedicada à reciclagem de matérias-primas, foi contactada por telefone a primeira vez em 2008 no sentido de obter informação sobre a reciclagem têxtil e uma possível cooperação para a elaboração de amostras. O diretor não respondeu a qualquer tipo de informação técnica sem o envio de um documento oficial emitido pela Faculdade de Arquitectura a confirmar que os objectivos eram puramente académicos. Porém, mesmo depois do envio do mesmo em simultâneo com a insistência telefónica para combinar uma visita às instalações industriais, a resposta foi nula.

Nome TEARFIL

225Consultado em 03/03/2011. Obtido de http://www.jornaldoalgarve.pt/2011/03/contentores-recolhem- roupas-e-brinquedos-por-toda-a-regiao ()

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Data Março de 2010

Via e-mail e posteriormente por telefone (Diretor Comercial) Assunto Produção de fio reciclado

Observações A empresa não produz qualquer tipo de fio reciclado nem tem qualquer perspectiva de o vir a produzir.

Nome LURDES SAMPAIO SA

Data Março de 2011

Via e-mail

Assunto Produção de fio reciclado

Observações A “LURDES SAMPAIO” é uma empresa de processamento de malhas. Produz um conjunto de peças com fio reciclado proveniente do desperdício de fio de algodão contudo este é produzido fora do país. Segundo o comercial responsável, esses restos de fio de algodão são transformados em rama e reutilizados em 50% para a produção de novo fio de algodão; os outros 50% provêm de algodão virgem para garantir as características de resistência, qualidade e conservação do produto final (neste caso, do fio de algodão).

Nome IINVESIL – Indústria de Cardação, Lda., em Vale Formoso

Data Março de 2011

Via Telefone (Proprietário da Empresa) Assunto Transformação de Desperdício

Observações A matéria-prima provém essencialmente dos desperdícios da confeção passando por um processo artesanal de triagem exercido por quatro pessoas. Os requisitos de separação da matéria-prima são: “Composição”, “Cor” e “Mescla ou Indefinido” (referentes aos tecidos com padrões e mistura de cores), sendo posteriormente esfarrapado e enviado para clientes diversificados, em especial para a fabricação de mantas de “não-tecidos” (e “colchões”).

O responsável da empresa referiu-nos que “o trabalho da triagem é moroso e ingrato porque o custo de mão-de-obra de cada pessoa é de 250 euros. O seu produto final é vendido à tonelada com um valor entre os 400 e 900 euros mas atualmente é prejudicado pela proliferação de fibras sintéticas, já que o mercado dos colchões tem preferência por fibras mais leves.

Nome LÍDIA FERNANDA SANTOS & FILHOS, LDA.

Data Março de 2010

Via Telefone (Proprietária da Empresa) Assunto Transformação de Desperdício

Observações Faz a seleção e a desagregação de matéria-prima mas para a indústria de colchões. Nome SORTEXTIL- Sociedade Recuperados Têxteis, Lda.

Data Março de 2011

Via Telefone

107 Observações Transforma o desperdício têxtil em panos de limpeza pelo processo da fabricação de

“não-tecidos”, produção do manto por cardação e respectiva consolidação por ligação mecânica, “Agulhetagem”.

Nome DESPERDIX- Desperdícios de Algodão da Senhora da Hora Lda.

Data Março de 2011

Via Telefone (Proprietário da Empresa) Assunto Transformação de Desperdício

Observações Fazem uma reutilização do desperdício de malha que é posteriormente recortado e transformado em panos de limpeza.

Nome ALGOFITEX – Recuperados Têxteis Lda.

Data Março de 2011

Via Telefone

Assunto Transformação de Desperdício

Observações Possuem uma produção idêntica à da Sortextil mas com desperdício (pré-consumo) de fiações e de tecelagem (proveniente de um fornecedor de Seia) para proceder ao recorte e transformação em farrapos.

Nome A ECO_HEMATEX- Recuperados Têxteis Lda.,

Data Março de 2011

Via Telefone

Assunto Transformação de Desperdício

Observações É operadora da gestão do resíduo, fazendo apenas a recolha de desperdício em empresas de confeção e sua distribuição para transformação.

Nome RECUTEX- Recuperados Têxteis Lda. / FIAVIT- Fiação da Vitória Lda. Data Março de 2011 (Departamento Comercial)

Via Telefone

Assunto Transformação de Desperdício e Produção de fio reciclado

Observações Pertence à empresa FIAVIT- Fiação da Vitória Lda., fazendo a reciclagem de desperdícios para o fabrico de fio singelo, fio composto e fio retorcido com as massas lineares de 5 a 34 Nm. O comercial responsável da FIAVIT explicou que a matéria-prima principal provém de trapo regenerado (recuperado), oriundo dos EUA e da Turquia para a RECUTEX separar e esfarrapar; a FIAVIT faz a fiação “à Cor” de fios para a indústria da produção de peúgas, atoalhados e felpos.

(1 Kg de fio reciclado custa cerca de 3 euros e é geralmente vendido em paletes de 500Kg).

Nome MIRAFIOS Lda

Data Março de 2011

Via Telefone (Departamento Financeiro e Departamento Comercial) Assunto Transformação de Desperdício e Produção de fio reciclado

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de 2 ou 3 cores diferentes, retorcidos entre si. A quantidade mínima que produz é 7 toneladas e o custo, tal como a FIAVIT vai até aos 3 euros por Kg.

(O preço do fio de algodão virgem por Kg proveniente da China ronda entre 2,15 e 4,60 euros. Fonte: http://portuguese.alibaba.com)

Nome JOMAFIL – José Madeira & Filhos Lda. Data Março de 2011

Via Telefone (com Proprietário da Empresa) Assunto Transformação de Desperdício

Observações É uma empresa que iniciou a sua atividade como negócio familiar. Recebe cerca de 500 toneladas de desperdício têxtil, da Associação “Humana” e de empresas de confeção (desperdício do corte) retalho de moda (Lanidor) ou vestuário corporativo (CTT) para ser separado e processado sobre os critérios de qualidade dos seus dois mercados; interno e externo. Para o mercado interno produzem mantos isolantes utilizados na indústria automóvel e para o mercado externo fornecem mantos de fibras recicladas para a produção de fio no “Têxtil Tradicional” (desde o fio até ao tecido), de que é cliente a STMRT. Ambos os sectores seguem o mesmo processo de “esfarrapagem” de vestuário após a separação do desperdício por “Cor” e “Matéria-prima” que pode gerar composições de mesclas (algodão/poliéster) ou resultar numa só composição (só lã ou só algodão).

Nome STMRT - Sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares SA) Data Março de 2011

Via Telefone (com o Proprietário da Empresa) Assunto Produção de fio reciclado

Observações Esta empresa possui a certificação OEKO-TEX STANDARD 100 na produção de fios cardados de mesclas em acrílico/ lã (recuperada).

Tabela 4: Lista de empresas transformadoras

(Fonte: Recolhidas na internet através do catálogo da feira Modtissimo de Fevereiro de 2010 e através de uma pesquisa por “empresas de reciclagem têxtil” ou “recuperados” em 2011, www.cylex.pt)

Ainda se contactou o CENIT (Centro de Inteligência Têxtil)226 no sentido de adquirirem mais informações sobre empresas transformadoras nacionais que reaproveitem o desperdício para a produção de fio reciclado mas existia desconhecimento de tal, a não ser de uma empresa espanhola que faz a junção de algodão e poliéster em fio reciclado.

226 O CENIT - Centro de Inteligência Têxtil é uma associação sem fins lucrativos, constituída em Abril de 2007 pelas associações sectoriais ANIVEC/APIV – Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção e ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. Esta organização estabelece-se como uma unidade de “inteligência estratégica e de mercado” ao serviço do sector têxtil e da moda nacional. Contribui para a orientação e dinamização de projetos privados e ações públicas desenvolvendo atividades de informação, formação e gestão e serviços de projetos.

109 3.2.1.2 Transformação do Desperdício

Apesar do exaustivo levantamento de informações sobre a Transformação de Desperdício apenas algumas empresas se mostraram cooperantes à recepção de visitas e à possível execução de amostras de fio reciclado.

As soluções expostas mais comuns para a transformação do desperdício têxtil das empresas que foram contactadas são os feltros, colchões, isolamentos, cobertores, trapos e fiação de fio para a produção de peúgas. A maior parte destes processos nem sempre requer a produção de fios, por se tratar de materiais “não-tecidos”, onde parte do desperdício é triturado e segue para a produção de “mantas” (de fibras) que posteriormente são consolidados por processo mecânico (agulhagem), químico (adesão), térmico (coesão) ou combinações destes.

Sendo o objectivo principal deste trabalho verificar se através da esfarrapagem do vestuário descartado poderá ser feito novamente fio e consequentemente tecido ou malha prosseguiu-se com a elaboração de amostras de fio reciclado e produção de tecido ou malha com a colaboração de algumas empresas.

Foram realizadas visitas à empresa MIRAFIOS, que produz algodão recuperado, e à empresa MOINHOS VELHOS que fabrica tecidos e malhas com essa matéria-prima para o mercado dos Têxteis Lar. E insistiu-se no contacto telefónico com a STMRT (Sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares), que produz lã recuperada para a produção de cobertores, no sentido de verificar a viabilidade de execução da matéria-prima desejada para o ciclo de vestuário (tabela 5).

No documento A sustentabilidade no design de vestuário (páginas 123-127)