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H ISTÓRIA A GRÁRIA

No documento Dominios da Historia Ciro Flamarion Cardos (páginas 130-146)

Maria Yedda Linhares

O encontro com a geografia humana

A história agrária, como é hoje conhecida, nasceu, nas primeiras décadas do século XX, de um encontro feliz com a geografia humana, tendo, de um lado, o historiador — preocupado em explicar as mudanças operadas pela ação do homem (os grupos sociais) através dos tempos — e, de outro, o geógrafo — dedicado ao estudo da relação do homem com o seu meio físico.

Ao primeiro, pela própria natureza do campo de observação que lhe é específico, cabe voltar-se sobre o passado em busca de informações e registros precisos, os mais abundantes possíveis, capazes de conduzir a uma explicação das sociedades humanas nas suas múl plas determinações e complexidades. Já ao segundo cabe observar e descrever o presente a fim de detectar a ação do homem na ordenação do espaço que o envolve (o habitat).

Mas, como se tem ressaltado tantas vezes, a história da gente comum que trabalha, come e dorme, gera filhos e saberes variados, e que na sua faina co diana transforma a natureza ao criar meios de subsistência e técnicas, custou a entrar nas preocupações do historiador como objeto de estudo, já que “são os momentos de agitação intensa e rania aqueles que perduram na memória humana”.1 No entanto,

durante a maior parte dessa história — desse longo tempo decorrido —, foi a agricultura a a vidade que congregou homens e mulheres, cons tuindo-se na principal fonte de vida e de trabalho. Até a Revolução Industrial dos tempos contemporâneos, o meio rural abrangia 75% da humanidade, daí re rando seus proventos, no esforço quase sempre pausado e lento de inovar nas formas de organização social e de vivência em comum.

Não há dúvida de que a preocupação com a agricultura e a organização social no campo esteja presente, no caso da França, para citar apenas o exemplo de um país, em trabalhos de historiadores e geógrafos ao longo da segunda metade do século XIX e daí por diante, como os clássicos L. Delisle, Théron de Montaugé, Fustel de Coulanges, Henri Sée, até a realização dos estudos decisivos de Lucien Febvre, Georges Lefebvre, Gaston Roupnel, J. Sion, entre vários outros, todos voltados para a abordagem regional.2

Simultaneamente, notáveis geógrafos franceses, como Vidal de la Blache, Albert Demangeon, Maximilien Sorre, André Gibert, viviam momentos de renovação profunda e inteligente, buscando penetrar na explicação da diversidade de seu país.3 E evidente e

natural o interesse despertado entre historiadores, como os acima mencionados e juntando-se a eles Marc Bloch, pelo diálogo pro cuo e enriquecedor. Desenvolvem-se, assim, de maneira sistemá ca, novas abordagens, no plano da história regional e local,

centradas no estudo das estruturas e das paisagens agrárias, bem como da organização do espaço rural.4

A expansão da historiografia francesa nas décadas de 1930 e 1940 deve-se, fundamentalmente, a esse grupo dinâmico e cada vez mais numeroso: Ernest Labrousse, Baehrel, Vilar, Duby, entre os franceses.5 Mas, como observa Pierre Vilar, se, por um lado,

a observação geográfica é indispensável ao trabalho do historiador das sociedades agrárias, por outro, deve ele ir além no sen do de perceber as descon nuidades e as mudanças bruscas que dizem respeito a conjuntos socioeconômicos maiores e mais complexos.6 A historiografia francesa assim concebida é um exemplo de como o

conhecimento do regional levou a reformular noções longamente assentadas sobre a história nacional. Múl plas contribuições em nível da história agrária regional tornaram possível a revisão do conceito de crise geral do século XVII. Da mesma forma, a própria concre zação de um modelo capaz de dar uma explicação ampla e inteligível para o conjunto da economia e da sociedade do An go Regime só foi possível na medida em que se agregaram ao trabalho de Labrousse, sobre preços e salários no século XVIII, pesquisas extensas e variadas, em regiões da França, sobre demografia, cul vos, climas, crises de subsistência, regimes agrários.7

Importa ressaltar que a historiografia européia, de maneira geral, no período compreendido entre as décadas de 1920 e 1960, caracterizou-se pelo desenvolvimento de uma concepção de história que foge da explicação nacional, polí ca e ins tucional para esmiuçar, através da u lização de fontes mais variadas, homogêneas e seriadas, as realidades locais e regionais, homens e mulheres, jovens e velhos, camponeses e artesãos, ricos e humildes anônimos. Tratava-se de chegar ao âmago dessa sociedade, de modo a discernir suas crises, sua demografia, suas maneiras específicas de viver, trabalhar, produzir e reproduzir-se. O grupo francês que assim pensou e criou grandes obras teve na revista Annales, fundada por Bloch e Febvre, seu principal porta-voz e meio de irradiação.

Não se tratou, porém, de uma evolução linear. Às tendências iniciais acrescentaram-se novas preocupações e novos métodos, com feições cada vez mais quan ta vistas e distantes da inspiração inicial advinda da geografia humana, já então privilegiando ora o demográfico, ora o econômico stricto sensu. No entanto, o grande impulso que tomou a historiografia na Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Itália, foi, sem dúvida, e em parte, devedora do sopro renovador dos Annales e das problemá cas suscitadas pelo estudo das sociedades agrárias, suas mudanças e persistências através dos séculos.8 Mesmo nos Estados Unidos, onde os caminhos trilhados foram diversos,

também se verificou uma tendência que data de Frederick Jackson Turner, bem anterior ao mencionado movimento renovador francês, no sen do de explicar o avanço da fronteira, corpo e alma da sociedade americana, ao lado do processo da apropriação da terra e a incorporação de imensos con ngentes humanos (a imigração em massa através do Atlân co), numa ó ca regional, embora ideologicamente comprome da com a idéia de construção de uma grande nação.9

Na linguagem corrente, a agricultura, segundo Michel Augé-Laribé, designa acima de tudo as técnicas, o trabalho agrícola recompensado pelas colheitas e os agricultores com suas maneiras próprias de viver, o que a dis ngue da vida urbana e industrial.10

Mas, como campo de estudo sistema zado, a história da agricultura é uma expressão que reúne três pos diversos de abordagem,11 para adotarmos a pologia de Jean

Meuvret, desenvolvida por Ciro Flamarion Cardoso, a saber:

1. A história da agricultura, stricto sensu, como parte da história das ciências e das técnicas, cuja ênfase recai sobre as forças produ vas (meio ambiente, super cie cultivada, tecnologia agrícola, população).

2. A história agrária, como uma modalidade de história social da agricultura, cujo objeto seria cons tuído pelas formas de apropriação e uso do solo, pelo estatuto jurídico e social dos trabalhadores rurais (produtores diretos); nessa ó ca, caberia ao estudo dos sistemas agrários, objeto central da análise, dar conta das relações de produção e das tipologias agrárias.

3. Uma terceira instância, privilegiada por Giro Flamarion Cardoso no bem conhecido artigo sobre a história da agricultura e seu amplo campo de estudo, consistiria em combinar as duas primeiras modalidades, tendo como referência a teoria econômica do sistema em questão (escravismo, feudalismo, economia do An go Regime, capitalismo, economia camponesa etc.); recairia sobre essa modalidade, a história econômica do mundo rural, fazer o estudo macro e microeconômico da produção e da comercialização do setor agrícola em pauta.

Nas décadas de 1960 e 1970, surgiu uma perspec va de análise mais ambiciosa, denominada por E. Le Roy Ladurie história da civilização rural, exibindo um largo espectro temá co: técnicas, população, sistemas de parentesco, sistemas agrários, economia, revoltas agrárias, religião, folclore etc. Trata-se de uma proposta extremamente ampla em que qualquer abordagem é válida, o que torna problemá co definir-lhe o campo teórico e metodológico próprio.12

Recentemente, coube ao economista e historiador da Gosta Rica, Mario Samper Kutschbach, preocupado com a problemá ca geral das modalidades de passagem ao capitalismo de base agrária, sobretudo no tocante à dinâmica de inserção das unidades domés cas de produção e consumo nos diferentes mercados em processo de cons tuição, ampliar o conceito de história agrária, como história econômica e social da agricultura, de modo a abranger fundamentalmente a questão agrária na América La na. Seu obje vo consiste em apreender a lógica da acumulação capitalista e as formas históricas variadas de seu desenvolvimento, através de caminhos bem diversos, no mundo latino-americano, daqueles trilhados pelos clássicos derivados do caso inglês.13

Ora, a agricultura como processo produ vo engloba os três fatores antes citados: a terra (meio ambiente natural), os homens (a população, o peso da demografia) e as técnicas (as forças produ vas, no sen do restrito). Esses três componentes apresentam- se de forma mais ou menos abundante ou se combinam em proporções que variam segundo a região e o período histórico analisado, em condições socialmente determinadas. Assim, se a tecnologia aplicada à terra está condicionada a um contexto socioeconômico dado, qualquer alteração dos fatores da produção agrícola produzirá

efeitos, de maior ou menor importância ou profundidade, dependendo das relações sociais que regem tais alterações. Da mesma forma, uma modificação em um dos fatores pode acarretar resultados imprevisíveis. Por exemplo, a médio prazo, a pressão demográfica leva a uma intensificação do uso da terra ou à incorporação de novas terras, ou seja, a um processo de ocupação extensiva do solo, com o avanço da fronteira agrícola ou, ainda, a uma combinação dos dois processos.

No caso específico do sertão do Nordeste brasileiro, onde a propriedade fundiária exibe alto índice de concentração, a solução historicamente cabível, face à pressão demográfica, consis u na emigração para as áreas de fronteira aberta (do Maranhão à Amazônia) ou para a periferia dos centros urbanos em processo de industrialização, na região Sudeste do país. Tais levas de migrantes internos cons tuíram-se na grande reserva de mão-de-obra, a baixo custo, para a a vidade industrial em fase de expansão, conforme os padrões de acumulação vigentes. Os dois fatores combinados, nas décadas de 1920 a 1950 — a fronteira aberta no Norte e a industrialização no Sul, em fase inicial —, permi ram, de um lado, a preservação do sistema polí co-social dominante na região Nordeste, sem alteração de base na organização fundiária e, de outro, o processo de industrialização sem revolução agrícola, embora com extensão da área cul vada produtora de alimentos.

Ainda sobre o Nordeste, é conhecido o peso do fator climá co na manutenção das estruturas sociais. O clima em si mesmo não tem efeitos determinantes sobre as sociedades. Ao contrário, o maior ou menor impacto do clima sobre comunidades locais, mesmo com densidades demográficas semelhantes, dotadas de áreas cul vadas, dependerá sempre do sistema social vigente, do estágio de desenvolvimento das forças produ vas (conhecimentos técnicos, nível cultural das populações) em suas determinações históricas específicas.14 Samper chama a atenção para o fato de que,

quanto às inovações técnicas, a adoção de uma nova ferramenta, embora já conhecida em outro momento, dependerá de vários fatores, inclusive da existência ou não de ocupações alterna vas para a força de trabalho e, sobretudo, “da avaliação que se faça das vantagens e riscos de sua adoção”.15

Em resumo, a agricultura combina o trabalho, a terra e a tecnologia segundo condições sociais específicas. A análise histórica deve, pois, contemplar os elementos que se associam a fim de que seja possível uma explicação inteligível do processo histórico na agricultura, colocando-se no tocante àqueles fatores questões prévias: o sistema socioeconômico em questão, as condições de acesso à terra, as normas jurídicas que regem a propriedade, o meio geográfico e as condições de uso da terra, o perfil demográfico, o universo profissional, as hierarquias sociais. Essa é a história agrária de que falamos: a história econômica e social do mundo rural.

A história agrária como história regional: o exemplo brasileiro

Os mo vos que levaram os historiadores a voltar suas atenções para a história regional, concebida como história econômica e social por excelência, prenderam-se a duas ordens de razões. A primeira refere-se ao propósito de testar generalizações mais amplas através da u lização de dados de base, não-agregados, que a visão ao

microscópio, na expressão de Pierre Goubert, possibilita.16 A segunda decorre do fato de

que a recons tuição de situações localizadas tem revelado a complexidade dos sistemas socioeconômicos, sendo, pois, fundamental à reformulação do conhecimento de uma “história geral”.

No Brasil, no entanto, essa tendência é muito recente, por mo vos os mais diversos: desde a tradição de longa data ligada à “visão plantacionista” na formação da sociedade brasileira até o seu extremo oposto representado pelas atuais tendências da micro-história, vulgarmente difundida como história das mentalidades. Daí a resistência encontrada em alguns meios acadêmicos com relação à história regional do Brasil, fundamentalmente vinculada à agropecuária e ao trabalho no meio rural. Acrescentem- se outros fatores: a dificuldade de acesso a fontes locais, de natureza municipal, raramente encontráveis em arquivos centralizados, a u lização de metodologias de pesquisa que requerem formação adequada do pesquisador (por exemplo, na coleta e elaboração de longas e variadas séries esta s cas, gráficas, o uso do computador etc.), além de ampla disponibilidade de tempo para os freqüentes deslocamentos, o que também exige recursos financeiros em disponibilidade.

Somente em final de 1976, colocou-se perante historiadores, economistas e cien stas sociais do país uma proposta que, uma vez seguida e desenvolvida, seria o ponto de par da para novos enfoques no campo da história da agricultura. Tratava-se de seminário, promovido por um grupo da Fundação Getúlio Vargas (RJ), com o apoio de setores do Ministério da Agricultura, in tulado Evolução Recente e Situação Atual da Agricultura Brasileira.17 Nessa ocasião, apresentou-se um programa de pesquisa que

nha por obje vo fazer um amplo inventário de fontes nos estados do Norte e do Nordeste do Brasil, na perspec va de levantar fontes localmente existentes, de modo a serem tratadas nos moldes da história serial, e passíveis pois de serem organizadas em séries homogêneas, extensas e significa vas. Almejava-se lançar as bases para a elaboração, em etapas sucessivas, de uma história da agricultura brasileira. Comprovou- se que tais fontes exis am e existem, abundantemente, mesmo para períodos mais recuados. São elas de natureza jurídica, as mais ricas e numerosas — inventários post- mortem, contas de tutela, testamentos, compra e venda de bens imóveis e semoventes, todos de origem cartorária (O cios de Notas); de natureza policial-judiciária — processos- crime; de natureza administra va — registros paroquiais de terra, censos diversos de população, listas de votantes; de natureza eclesiás ca — registros de ba smo, casamento, processos diversos; de natureza fiscal, os mais raros (dízimos, registros de óbitos como guias de sepultura, muito reveladores). As fontes produzidas e conservadas nos cartórios em cada município têm-se mostrado extremamente ricas, uma vez analisadas com precisão. A essa documentação acrescenta-se aquela de cunho oficial, fontes como relatórios, correspondências, legislação, esta s cas oficiais, já tradicionalmente u lizadas pelo historiador. Dependendo do período, há que considerar os depoimentos contemporâneos de viajantes, bem como correspondência par cular, contabilidades diversas etc.

Seguia-se, assim, com vinte anos de atraso, o apelo lançado por Labrousse, em Roma, embora mudada a natureza do enfoque.18 Naquele momento (1955), dando

propunha um vasto programa de exploração sistemá ca de fontes para o estudo da burguesia atlân ca. No Brasil, a conjuntura de meados da década de 1970 favorecia as tenta vas de revisão de velhos esquemas interpreta vos da história do Brasil e a busca de novos elementos concretos de análise da realidade socioeconômica, jus ficando-se, pois, a observação de Pierre Vilar: “Na medida em que o passado humano é mal conhecido, mal interpretado, os homens e os grupos de homens têm uma visão incorreta de seu presente e de seu futuro.”19

Esse presente con nua a revelar um quadro social desolador em meio a um processo de acumulação capitalista que assume caracterís cas de brutalidade extrema: uma estrutura agrária altamente concentrada;20 um estado de miséria acentuada no

campo, em zonas sertanejas no Nordeste, do Maranhão e do Piauí, do rio São Francisco, do Vale do Jequi nhonha; a incapacidade do sistema polí co de apresentar um diagnós co correto acompanhado de propostas adequadas de mudança do quadro social; um sistema econômico e financeiro que aprofunda o fosso entre esses “dois brasis”. Tal quadro de miséria não se transformou com a penetração do capitalismo no campo, como se esperaria trinta anos passados. Economistas têm chamado a atenção para a visão incorreta desse presente, a qual se transcreve em polí cas agrícolas o mistas, como se a capacidade de crescimento extensivo — sem reforma agrária e revolução agrícola — por parte da agropecuária brasileira pudesse ser indefinida, bastando somente incorporar dois fatores de produção, terra e mão-de-obra. As recentes mudanças tecnológicas na agricultura não chegam a mudar substancialmente esse quadro.21 Tal realidade demonstra que uma história da agricultura no Brasil será

necessariamente uma história também da questão agrária.

Marc Bloch, em uma de suas obras fundamentais, dá um exemplo de como a observação do presente — as paisagens agrárias — leva ao passado na busca de grande parte da explicação desse presente e suas diferenciações entre países (França e Inglaterra) e entre regiões.22 Por outro lado, a preocupação quase que exclusiva do

pesquisador com o mercado externo e com o mercado nacional, predominante ao longo de meio século de historiografia brasileira, explica a reduzida atenção dedicada aos mecanismos de formação de mercados locais, como é ressaltado por Emilio Sereni, quanto à Itália. Ele enfa za a necessidade de evitar “uma confusão perigosa, não apenas entre dimensões geográficas do mercado, como também entre dimensões sicas das inversões, da produção, da renda, do consumo e do próprio mercado”.23 O historiador

João Luiz Fragoso revelou, recentemente, a outra face, até então desconhecida no caso brasileiro, da economia colonial, ao detalhar, exaus vamente, o processo de acumulações endógenas realizadas pelo setor mercan l na praça do Rio de Janeiro, em conexão com as a vidades agrárias, a par r das décadas finais do século XVIII até meados do século XIX. Inaugura-se, assim, um campo polêmico de inves gação, de caráter inovador.24

Pretende-se captar a heterogeneidade, as mul plicidades de enfoques e fontes a serem exploradas sistema camente, através de estudos monográficos realizados em nível regional. Revelar essa visão local e profunda, no quadro de uma região historicamente determinada, importa ir além da plantation para ultrapassar cronologicamente o marco ins tucional da Colônia e do Império e penetrar no século XIX

e na era republicana. Significa mapear a expansão da fronteira agrícola que acompanhou a destruição paula na das populações indígenas e a crescente imigração européia a par r do século XVII, conhecer os sistemas de uso e posse da terra e sua evolução no tempo, apreender as hierarquias sociais (estruturas ocupacionais, níveis de renda e fortuna), os movimentos demográficos, os cul vos, os solos, os climas, ou seja, as ações dos homens na transformação da paisagem, os processos de adaptação e de transformação do meio físico e as formas de organização social daí resultantes.

A pesquisa em história agrária no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro foi o estado da federação brasileira onde melhor se desenvolveram os estudos de história agrária, encarada como história econômica e social do mundo rural. Condições ins tucionais favoráveis e a presença de um pequeno número de historiadores orientados naquele sen do conjugaram-se, a par r do final da

No documento Dominios da Historia Ciro Flamarion Cardos (páginas 130-146)