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Hebe Castro

O surgimento da história social

É di cil, se não quase impossível, começar um texto sobre história social escapando ao lugar-comum de tantos outros sobre o mesmo tema: a referência necessária ao movimento dos Annales e às múl plas significações da expressão e sua conseqüente ambigüidade.

A referência ao movimento dos Annales se faz necessária por ter-se tornado o marco, real ou simbólico, de cons tuição de uma nova história, em oposição às abordagens ditas rankianas, predominantes entre os historiadores profissionais até a primeira metade do século. Ainda hoje, a expressão “história social” é freqüentemente u lizada como forma de demarcar o espaço desta outra postura historiográfica frente à historiografia tradicional.

A revista e o movimento fundados por Bloch e Febvre, na França, em 1929, tornaram-se a manifestação mais efe va e duradoura contra uma historiografia factualista, centrada nas idéias e decisões de grandes homens, em batalhas e em estratégias diplomá cas. Contra ela, propunham uma história-problema, viabilizada pela abertura da disciplina às temá cas e métodos das demais ciências humanas, num constante processo de alargamento de objetos e aperfeiçoamento metodológico. A interdisciplinaridade serviria, desde então, como base para a formulação de novos problemas, métodos e abordagens da pesquisa histórica, que estaria inscrita na vaguidão oportuna da palavra “social”, enfa zada por Febvre, em Combates por la historia.

Neste sen do amplo, esta postura tornou-se generalizada e hegemônica entre os historiadores profissionais, em nível mundial, desde pelo menos a década de 1970. Mesmo que, hoje, a própria noção genérica de “homem” seja objeto de discussão, creio que poucos historiadores discordariam da afirmação de Duby de que o homem em sociedade cons tui o objeto final da pesquisa histórica. Atualmente, mesmo a história polí ca, até mais recentemente atrelada a uma abordagem tradicional, passa a fazer parte do campo de atuação desta história-problema, como dimensão específica da vida em sociedade. Neste sen do, é lícito ques onar se exis ria uma história que não a do social.1

Defrontamo-nos aí com a inevitável questão da ambigüidade da expressão. Com o quase desaparecimento das abordagens rankianas,2 esta concepção generalizante de

história social perde, em grande parte, sua operacionalidade. Mesmo assim, este emprego con nua a ser um dos mais freqüentes. Ainda recentemente, no Departamento de História da Universidade Federal Fluminense onde atuo, reformulou-se o currículo do curso de graduação, contemplando-se eixos temá cos diversos. Formado, o aluno não é, entretanto, apenas bacharel em história, mas bacharel em história com concentração em “história social”.

A fixação da expressão neste sen do amplo deve-se, em parte, a uma nuança de significação, também associada ao movimento dos Annales, que freqüentemente aparece informando sua u lização genérica. Antes de ser um campo definido por uma postura historiográfica, que resulta num alargamento do interesse histórico, construído em oposição às limitações da historiografia tradicional, a história social passa a ser encarada como perspec va de síntese, como reafirmação do princípio de que, em história, todos os níveis de abordagem estão inscritos no social e se interligam. Frente à crescente tendência à fragmentação das abordagens historiográficas, esta acepção da expressão é mantida por muitos historiadores como horizonte da disciplina.

Desde pelo menos a década de 1950, entretanto, a história social é reivindicada por diversos historiadores em sen do mais restrito, como abordagem capaz de recortar um campo específico de problemas a serem formulados à disciplina histórica. Mesmo antes disto, a expressão teve u lizações mais precisas, para além de todas se constituírem em oposição ao paradigma rankiano.

Conforme assinalou Eric Hobsbawm, em ar go já clássico sobre o tema, a expressão “história social” foi u lizada principalmente, até a primeira metade do século, ligada a três acepções diferentes.3 Acepções que, podemos acrescentar, em grande parte

ainda guardam atualidade.

Com especial força nas décadas de 1930 e 1940, a designação história social aparecia vinculada a uma abordagem culturalista, com ênfase nos costumes e tradições nacionais, em geral ligada ao pensamento conservador e produzida rela vamente à margem das posições acadêmicas mais pres giosas específicas dos historiadores. Nestas, prevalecia o modelo rankiano de ênfase no campo da diplomacia e da polí ca, ou seja, no campo do público, por excelência. Em oposição, a história social, nesta perspec va, definiria como objeto o domínio do privado, “history with the politics left out”.4

No espectro polí co oposto, o avanço das idéias socialistas e o crescimento do movimento operário levou, um pouco em toda parte e mais especificamente na Inglaterra, a que se desenvolvesse uma história social do trabalho e do movimento socialista, freqüentemente iden ficada simplesmente como “história social”. Aqui é a oposição entre “individual” e “cole vo” que dis ngue a história social das abordagens anteriores. A ação política coletiva se constituiria em seu principal objeto.

Por úl mo, sob o signo mais forte dos Annales, desenvolvia-se, desde a década de 1930, uma “história econômica e social”. Apesar da maior ênfase na história econômica, nos primeiros anos da revista, a “psicologia cole va” e as hierarquias e diferenciações sociais também encontravam-se presentes. A oposição à historiografia rankiana e a definição do social se construía, assim, a par r de uma prá ca historiográfica que afirmava a prioridade dos fenômenos cole vos sobre os indivíduos e das tendências a longo prazo sobre os eventos na explicação histórica, ou seja, que propunha a história como ciência social.

Foi nas décadas de 1950 e 1960, entretanto, que uma história social, enquanto especialidade, tendeu a se cons tuir no interior desta nova postura historiográfica, que começava a se tornar hegemônica. Foram décadas marcadas, grosso modo, pelo apogeu dos estruturalismos (da antropologia estrutural a certas abordagens marxistas), pela euforia do uso da quan ficação nas ciências sociais, pelos primeiros avanços da

informá ca e pela explosão de tensões sociais que dificilmente a comunidade dos historiadores podia continuar a ignorar.

Na França, a repercussão das abordagens estruturais e a constante sofis cação metodológica determinavam uma crescente especialização da disciplina histórica e uma ênfase cada vez mais incisiva na longa duração. Na tradição francesa, sempre influente, as partes componentes da síntese pretendida pela história “econômica e social” tendiam a se apartar cada vez mais. A história econômica, a história demográfica e mesmo a história das mentalidades, que começava a se esboçar como especialidade, tendiam a desenvolver metodologias próprias, a se separar como diferentes níveis do real, com temporalidades específicas, porém todas inseridas na chamada “longa duração”. Neste nível, concluiria o inventor da famosa expressão: “Os homens antes sofriam a história do que a faziam.”5 É neste contexto que, sob a égide de Ernest Labrousse (até então o

historiador do econômico, por excelência), se reivindica a história social como uma especialidade, com problemá cas e metodologias próprias. Formulavam-se, como problema central, os modos de cons tuição dos atores históricos cole vos, “as classes, os grupos sociais, as categorias socioprofissionais”, e de suas relações que conformavam historicamente as estruturas sociais.6 As relações entre estrutura (com ênfase na análise

das posições e hierarquias sociais), conjuntura e comportamento social definiriam, assim, o campo específico a ser recortado.

Por outro lado, desde pelo menos a década de 1960, as tradições historiográficas anglo-saxônicas, ainda bastante apegadas, no mundo acadêmico, à historiografia tradicional, sofrem mais fortemente o impacto dos Annales, em seu sen do amplo, abrindo os muros da disciplina histórica para as demais ciências sociais, especialmente a sociologia e a antropologia social. Seja pela tradição inglesa em história social do trabalho, seja pela influência da sociologia funcionalista no mundo acadêmico norte- americano, a história social se cons tui no mundo anglo-saxão como campo específico da disciplina histórica, que se definia pelo po de problemá ca que formulava. Os grupos sociais e os processos determinantes e resultantes de suas relações também estão no cerne desses problemas, neste caso com uma ênfase ainda mais explícita no estudo dos comportamentos e da dinâmica social.7

A história social em sen do restrito surgiria, assim, como abordagem que buscava formular problemas históricos específicos quanto ao comportamento e às relações entre os diversos grupos sociais. Formulava, para tanto, primeiramente, problemas rela vos à explicitação dos critérios usados pelo historiador na delimitação desses grupos. As discussões sobre a operacionalidade dos conceitos de classe social (numa perspec va marxista) e de estamentos sociais (numa perspec va weberiana) na análise histórica da sociedade francesa do An go Regime, e na Revolução Francesa em par cular, tenderam a monopolizar as discussões teóricas em história social na França, na década de 1960.8 As

discussões entre funcionalistas e marxistas, no mundo anglo-saxão, consideradas adiante, veram papel semelhante. Os estudos tentando circunscrever e analisar historicamente os grupos sociais e as bases socioeconômicas (posição) e/ou culturais (identidade) sobre as quais construíam sua individuação social são típicos do período.9

Por outro lado, a história social recolocava como questão nos anos 60, no auge das abordagens estruturalistas, o papel da ação humana na história e, pour cause, o

problema das durações. Ao se formular como problema o comportamento humano, no estudo das migrações, da mobilidade social, das estratégias de preservação de fortunas ou status, das greves o ou do protesto popular, o tempo da experiência e do vivido (as conjunturas, na perspectiva francesa) se impunha aos pesquisadores. Esta postura levava o historiador a privilegiar durações mais curtas, em relação às abordagens econômicas, demográficas ou das mentalidades, sem que estas deixassem de compor-lhe um campo de referência. Adeline Daumard enfa zava, em 1965, o compromisso da história social, em sen do estrito, com o tempo biológico, de uma vida a três gerações, “pois cada indivíduo se beneficia com a experiência de seus pais e par cipa da de seus filhos”.10

Este po de abordagem cronológica prevalecia também na tradição behaviorista norte- americana ou na ênfase processualista das abordagens marxistas inglesas.

Do ponto de vista metodológico, a história social, nas décadas de 1960 e 1970, esteve fortemente marcada, como de resto toda a historiografia, por uma crescente sofis cação de métodos quan ta vos para a análise das fontes históricas. No Congresso de Ciências Históricas de Roma, em 1955, sob o comando de Ernest Labrousse, lançaram- se as bases para uma história social de base quan ta va, que fru ficaria na França nas décadas de 1960 e 1970. Com base em fontes eleitorais, fiscais, demográficas e principalmente cartorárias e judiciais (contratos de casamento, testamentos, inventários post-mortem e outras), proliferaram os estudos sobre estra ficação sócio-profissional, estratégias matrimoniais, alianças sociais, mobilidade geográfica e social.11

A demografia histórica, tomada como método pela história social, daria dimensão até então inusitada à história da família. O método de recons tuição de famílias, de Louis Henry, a par r dos registros paroquiais na França, e o de análise da composição das unidades domés cas (households), de Peter Lasle (grupo de Cambridge), na Inglaterra, mesmo que posteriormente ques onados em seus resultados, abririam questões fundamentais para a posterior evolução da disciplina. As mo vações culturais ou econômicas para o casamento tardio, o acesso a métodos an concepcionais nas sociedades pré-industriais, as discussões sobre a importância de se considerar o ciclo da vida familiar e as relações de parentesco no entendimento dos significados das unidades domés cas, as relações entre família e sexualidade e os diferentes enfoques teóricos e metodológicos que se desenvolveram a par r destas questões, são indubitavelmente tributários da análise crí ca daqueles resultados.12 A prosopografia (biografias cole vas)

e a genealogia deixaram de ser prá cas priva vas do estudo de elites, principalmente políticas.13

Mesmo os estudos de movimentos sociais ou das representações cole vas, mais fortemente dependentes de fontes qualita vas, sofreram o impacto da informá ca e da tendência serial. A freqüência de greves ou jacqueries foi medida em vários casos, bem como inúmeras variáveis a elas relacionadas.14 Apesar dos expressivos resultados, a

quan ficação corria o risco de transformar-se em panacéia. O reconhecimento de seus limites metodológicos e teóricos está na base da evolução da disciplina nas décadas de 1970 e 1980.

Sinte zemos o quadro, para tentar acompanhar o estado das discussões em história social, nos úl mos vinte anos, uma evolução cada vez mais complexa e di cil de circunscrever. O ponto de par da necessário é a crise dos estruturalismos — seja de matriz braudeliana, marxista ou funcionalista —, emergente nos anos 70 e umbilicalmente ligada a uma avassaladora consciência de que os comportamentos e realidades sociais defini vamente não se conformavam a ficar confinados a modelos preestabelecidos. Por outro lado, os métodos quan ta vos, se trouxeram as grandes massas para a história, ao trabalharem majoritariamente com dados agregados, tenderam a re rar-lhes a face humana. A pesquisa em história social a par r dos anos 70 se fez frente à urgência de responder a estas e outras questões que se avolumavam.

Um primeiro movimento, que já se delineava ainda nos anos 60, tendeu a reforçar a ênfase do campo na problemá ca da construção das iden dades sociais e das relações que engendravam (numa aproximação com a noção de comunidade, tomada da antropologia) sobre as abordagens que privilegiavam as posições sociais e estruturas hierárquicas (estra ficações socioprofissionais etc., numa perspec va sociológica).15 Esta

aproximação com a antropologia levaria a história social, em sen do estrito, a privilegiar progressivamente abordagens socioculturais sobre os enfoques econômico-sociais até então predominantes.

Seria enganoso, entretanto, imaginar que a história social se tenha desenvolvido nas úl mas décadas de modo harmônico e homogêneo. A ênfase na cultura, uma rela va redução da escala de análise e a predominância de perspec vas antropológicas em relação às tendências sociologizantes do período anterior são caracterís cas comuns que camuflam debates e uma imensa diversidade de objetos e abordagens.

Especialmente na França, a aproximação com a antropologia se fez, em grande parte, forjando uma verdadeira “antropologia histórica”, tributária da antropologia estrutural de Lévi-Strauss, que foi definida por André Burguière como uma “história dos costumes” (em oposição aos eventos).16 Em certo sen do, esta história da vida co diana,

entendida como hábito, na sua dimensão domés ca ou privada, retoma, sob outros referenciais teóricos, a an ga história social entendida como “history with the poli cs le out”, de Trevelian.17

Por outro lado, um outro po de aproximação com a antropologia se fez sob a rubrica “history from bellow” (história vista de baixo), cunhada por E.P. Thompson, em 1966.18 Neste caso, a aproximação se faz, de forma bem menos simbió ca, sob a égide da

tradição, dita empirista, tanto da historiografia quanto da antropologia anglo-saxônica. A tradição marxista britânica de história social do trabalho e a obra de Thompson, em especial, haviam colocado as noções de experiência e cultura no cerne das análises sobre a ação social. O desenvolvimento da problemá ca tendeu rapidamente a ultrapassar o interesse inicial no a vismo operário, para concentrar-se na compreensão da experiência das pessoas comuns, no passado, e de suas reações a esta própria experiência.19

Tal postura implicou profundas reavaliações metodológicas. Que fontes u lizar para dar voz às pessoas comuns? A prá ca e o debate metodológico em relação ao uso da técnica de história oral neste campo têm sido intensos nos úl mos vinte anos, mapeando seus avanços e limitações.20 Um intenso intercâmbio com a antropologia

permi u transformar mitos, rituais e imagens em fontes históricas.21 O uso antropológico

de fontes ligadas à repressão, como os processos da inquisição, inquéritos policiais e processos judiciais, tem-se mostrado extremamente fér l.22 O con nuo ques onamento

em relação a até que ponto as fontes oriundas da repressão nos podem revelar algo sobre a experiência daqueles que interrogam, para além da lógica dos inter-rogadores, tem produzido análises progressivamente menos ingênuas e mais cria vas.23 Novos

métodos de leitura e tratamento de fontes demográficas ou cartorárias, em níveis de agregação menores que os pra cados nas décadas anteriores, e sua combinação com fontes qualitativas também vêm produzindo expressivos resultados.24

No crescente intercâmbio de antropologia e história, nesta perspec va, a influência da antropologia interpreta va de Clifford Geertz merece menção especial pela freqüência com que tem inspirado diversas abordagens.25

Parece-me que alguns pontos básicos determinaram essas múl plas referências. Em primeiro lugar, a elaboração de uma noção de cultura percebida como inerente à natureza humana e que engloba e informa toda ação social. Da perspec va de Geertz, toda ação humana (e não apenas o hábito ou o costume) é culturalmente informada para que possa fazer sen do num determinado contexto social. É a cultura compar lhada que determina a possibilidade de sociabilidade nos agrupamentos humanos e dá inteligibilidade aos comportamentos sociais. Deste ponto de vista, não apenas as representações, mas também as ações sociais são “textos”, passíveis de serem culturalmente interpretados, o que determina um especial interesse do ponto de vista da análise social. Por outro lado, a técnica conhecida como “descrição densa” permi a o enfrentamento de um problema central da pesquisa histórica: o da capacidade do pesquisador de compreender o comportamento, opções e a tudes de pessoas culturalmente diferentes de si próprio e de “traduzir” esta diferença para os códigos culturais da comunidade acadêmica. O esforço interpreta vo de contextualizar culturalmente acontecimentos sociais, a princípio ininteligíveis ao pesquisador, mostrou- se uma chave extremamente fér l na luta contra o anacronismo, perigo sempre presente para o historiador.

Se há historiadores que assumem integralmente a abordagem interpreta va, proposta por Geertz,26 há os que lhe são críticos in totum e outros que se utilizam seja de

seu conceito semió co de cultura, seja das possibilidades da técnica da descrição densa de modo crí co. A limitação auto-imposta de apenas “interpretar as interpretações” e o grau de rela vismo que assume, como forma de evitar novas condições hierárquicas das sociedades ou das culturas, encontram-se sujeitos a crí cas dos que consideram que é possível evitar o rela vismo absoluto, proceder à comparação entre culturas e buscar a explicação na história das sociedades, sem assumir em relação a elas concepções hierárquicas.27 A u lização histórica da abordagem interpreta va estaria também

limitada, para alguns, quando enfa za a homogeneidade e a con nuidade da cultura socialmente compar lhada, sem considerar a mul plicidade de significados dos símbolos e sinais culturais, sua contextualização social e a dinâmica histórica daí resultante.28

Sob a rubrica mais geral do pós-estruturalismo e sob a influência original de Michel Foucault, tem-se reunido muito do esforço para recuperar uma abordagem dinâmica, antes que está ca, da cultura e da história.29 Tal postura significa um

rompimento radical tanto com a presunção da existência de estruturas sociais quanto com a ênfase no vivido e na experiência, que classicamente definiam o campo da história social. Resulta daí uma aproximação entre história e crí ca literária, bem como uma percepção do conflito e da dinâmica histórica, referida às relações de poder, produzidas em nível do simbólico. Deixa de exis r, assim, o próprio nexo de delimitação de uma problemá ca específica da história social: a cons tuição de atores sociais enquanto sujeitos históricos. Estes seriam compreendidos antes como produções (criações) de prá cas discursivas (ou simbólicas) concorrentes e não como produtos sociais efe vos da experiência histórica. Deste modo, uma história cultural da sociedade tenderia a

No documento Dominios da Historia Ciro Flamarion Cardos (páginas 42-53)