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H ISTÓRIA E MPRESARIAL

No documento Dominios da Historia Ciro Flamarion Cardos (páginas 171-188)

Eulália L. Lobo

A formação da história empresarial

Os historiadores da a vidade empresarial1 consideram a primeira década deste século

como o início do desenvolvimento da pesquisa neste campo. Jean Bap ste Say é geralmente aceito como um dos pioneiros, ao definir o empresário como um organizador e coordenador de fatores de produção que compra, combina e vende. Em 1912, Joseph Schumpeter atribuía ao empresário o papel de inovador, de produtor do progresso técnico, de motor das transformações. Ciro Flamarion Cardoso salienta que Schumpeter par u da crí ca do caráter está co da economia polí ca clássica. Em 1914, Henri Pirenne propunha a tese de que a cada período da história econômica corresponde um grupo diferente de capitalistas e, ao se transformarem as condições econômicas, parte dos capitalistas não se adapta, enquanto outra parte aceita as mudanças e trabalha no mesmo sentido delas. Pirenne relativiza, portanto, o poder de inovação dos empresários. A história dos negócios começou a ser desenvolvida nos Estados Unidos com a formação, em 1926, da Business History Society e o lançamento do Journal of Economic Business History, em 1928, em torno da figura de N.S.B. Gras. Este grupo caracterizava-se pelo estudo isolado de empresas, sem integrá-las num contexto socioeconômico. Representava o liberalismo contrário a um Estado forte.

Em 1944, Arthur Harrison Cole fundou um Centro de História Empresarial, em Harvard, que adotava o método de estudar as empresas inseridas na história social. Joseph Schumpeter uniu-se a este grupo, ao qual também pertenceram Fritz Redlich. R.W. e M.E. Hidy. Talcolt Parsons teve significa va influência na formação teórica deste centro, dando ênfase à capacidade gerencial e ao pres gio social de acordo com o reconhecimento pela sociedade da importância dos status ocupados pelos indivíduos.

Ciro Flamarion Cardoso iden fica um ponto comum e central nas idéias de Schumpeter, Gras e Cole: a noção de que a vida econômica é imprevisível, reagindo contra o determinismo social.

Na França e na Inglaterra, a história dos negócios começou a florescer somente na década de 1950, também colocando a história das empresas numa perspec va social; porém, o empresário é visto na dependência dos fatores estruturais e conjunturais. Na França, nota-se maior influência do marxismo, da visão macroeconômica, do que nos Estados Unidos. A École des Annales tratava a história empresarial dentro de uma visão de síntese global social.

Nas úl mas décadas, os trabalhos empíricos sobre empresas isoladas, preocupados com a sua administração interna, declinaram. Na Inglaterra e nos Estados

Unidos, desenvolveu-se a história comparada de empresas e, na França, a história empresarial numa perspectiva globalizante.

Segundo Ciro Flamarion Cardoso, seria preciso reformular o conceito de empresa e sua u lização em história. Tomado genericamente, tal conceito refere-se a uma unidade de produção, locus ins tucional de combinação de fatores de produção numa sociedade determinada. A unidade de produção deverá ser analisada estudando a estrutura social em que se insere e, afirma o mesmo autor, é necessário considerar as relações internas entre o sistema econômico de uma sociedade e sua estrutura social como único modo de evitar uma generalização da racionalidade capitalista. Quanto à América La na, salienta este historiador, há o problema de construir uma teoria do sistema econômico pré- capitalista para a época colonial. Creio que também existe o problema para a época pré- industrial, já no século XIX, que para vários autores estende-se até 1930 ou 1940. Muitas pesquisas sobre história empresarial no Brasil apóiam-se na teoria marxista, procurando, através das empresas, compreender as peculiaridades do modo de produção escravista, do modo de produção capitalista e da transição entre eles nas diversas regiões.

Seria longo e repe vo reproduzir neste capítulo o muito conhecido debate sobre a industrialização no Brasil. Merece, porém, para os fins desta contribuição, ser destacado que teve grande influência o pensamento da CEPAL, na década de 1950, que atribuía um papel fundamental ao Estado no processo de industrialização, em face da fragilidade da burguesia empresarial.

Como salienta Maria Bárbara Levy, Cardoso e Fale o, ao formularem a teoria da dependência, reforçaram o caráter pouco criador, reflexo e fraco da burguesia empresarial da América La na. A subordinação do empresário local ao Estado decorreria da necessidade de criar barreiras alfandegárias, de controle da mão-de-obra, de divisas para a importação de insumos, de crédito. Eli Diniz salienta também que os empresários no período Vargas lutavam para que o Estado inves sse na infra-estrutura, de pouca rentabilidade a curto prazo para os par culares. Os imigrantes romperiam com essa tradição local de raízes coloniais, segundo esta visão. A corrente de reação à teoria da dependência que pesquisou as inicia vas endógenas da América La na, face à dominação metropolitana e à hegemonia externa, foi favorável à história das empresas, dentro de uma visão de síntese global do social.

O desenvolvimento da história empresarial, na sua perspec va, teria sido prejudicado pela influência da nouvelle histoire, voltada para o estudo das mentalidades, prá cas co dianas, sexualidade e pela visão do Estado como agente preponderante da industrialização, à qual já me referi.

Almir Pita Freitas salienta que no Brasil a história empresarial só se amplia a par r da década de 1970 e iden fica as linhas seguintes: a de inserção no contexto socioeconômico; a de estudos de casos, procurando desvendar as estratégias dos empresários, ques onando e rela vizando visões já consagradas pela historiografia sobre origem da indústria, papel dos empresários, ações do Estado; e a do empresário através dos órgãos de classe.

Outro ponto a ser considerado é o da variada pologia das empresas públicas e privadas, patrimoniais ou por ações, agrícolas e urbanas, industriais, comerciais, financeiras, micro, média e macro etc.

Metodologia

As fontes empresariais no Brasil foram por longo tempo abandonadas. Somente as oficiais eram preservadas nos arquivos públicos. É muito comum as empresas destruírem os documentos mais an gos ou deixarem-nos sem qualquer critério de classificação, acumulados em depósitos. A regra geral é de criar dificuldades de acesso à documentação. Todos esses empecilhos e o próprio conceito de que a industrialização era tardia e a burguesia empresarial débil deses mulavam a pesquisa da história empresarial. Os arquivos das empresas podem proporcionar informações não só sobre estas unidades de produção, como também sobre a economia em geral. Na França, os acervos estão preservados na seção de história das empresas, no Arquivo Nacional de Paris e nos arquivos departamentais. Os pos de documentos classificados por Bertrand Gille2 são os seguintes: formação da empresa, conselhos, direção geral, patrimônio,

material de serviço, suprimentos, estoques, produção, serviço financeiro, contabilidade, correspondência, jurisprudência, pessoal, serviços de estudos e comerciais.

Nas empresas brasileiras industriais e comerciais, privadas, por ações, as principais séries de documentos são os livros manuscritos de atas das assembléias de acionistas, de atas das reuniões de diretoria, de atas do Conselho Fiscal, diários e livros de contabilidade, folhas de pagamento, fichas de operários e relatórios anuais das empresas. Também são importantes a correspondência com representantes das empresas, fornecedores, consumidores, governo, os contratos e recibos.

Os livros de atas informam sobre decisões rela vas a inves mento, lucra vidade, rendimento, polí ca e estratégia do aproveitamento da mão-de-obra. Os diários e livros de contabilidade fornecem dados sobre inversões, produção, lucros e inclusive sobre tecnologia usada. Os relatórios anuais dão uma visão de conjunto da a vidade da empresa, do setor a que ela pertence e das conjunturas a curto prazo, tanto polí cas como econômicas. As fichas dos operários e funcionários propiciam um panorama do perfil da mão-de-obra, dos salários, das fases de recessão (através das demissões) e de expansão (novas admissões). Encontram-se ainda estatutos, livros de registro de acionistas que permitem analisar a origem dos empresários, livros de procuração e de investimento.

Nas empresas públicas temos os mesmos tipos de séries documentais. No entanto, como geralmente predominam no setor de serviços públicos nos quais têm monopólio, a margem de competitividade é mínima e a preocupação com o lucro menos acentuada.

O estudo dessas empresas exige uma visão ampla do Estado, da sociedade e, portanto, o recurso às fontes públicas, legislação, ordens do governo, aos arquivos de bancos estatais de crédito e a jornais. A história da Rio Light, por exemplo, envolve o desenvolvimento da cidade, a polí ca estatal de energia e o crescimento industrial, dos transportes etc.

Naturalmente, todo o po de empresa deve ser estudado numa perspec va ampla, porém, no caso das estatais é indispensável.

As empresas patrimoniais apresentam as mesmas séries documentais, porém, como salientou Ciro Flamarion Cardoso,3 os arquivos familiares adquirem, nesse caso,

especial importância.

Quando se trata do período pré-industrial, as empresas podem usar mão-de-obra escrava ou terem relações de trabalho pré-capitalistas. Os escravos são incluídos na contabilidade, nos itens relativos a capital.

Outra fonte muito valiosa é a de entrevista, salientando-se a coleção de cinco volumes de História empresarial vivida, que recolhe depoimentos de empresários brasileiros bem-sucedidos, organizados por Cleber Aquino,4 formulador e diretor de

História Empresarial Vivida, programa iniciado na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, em 1985, e criador da disciplina História dos Negócios Brasileiros.

As fontes fotográficas e de plantas das empresas também são de grande u lidade, permi ndo reconstruir a expansão da empresa, a tecnologia, o processo de trabalho usado e a administração interna.

De um modo geral as pequenas empresas têm menos documentação disponível do que as grandes, e as entrevistas publicadas de empresários restringem-se aos dirigentes das segundas.

As fontes das organizações de industriais e comerciantes como, por exemplo, relatórios e publicações do Centro Industrial do Brasil, do Centro de Fiação e Tecelagem de Algodão do Rio de Janeiro, do Centro de Indústrias do Estado de São Paulo, do Centro de Comércio e Indústria de São Paulo, das associações comerciais, são fundamentais para o estudo de grupos e do poder polí co dos empresários. Os arquivos das Bolsas de Valores também são indispensáveis para a análise da evolução das empresas. Os arquivos dos Bancos de Desenvolvimento nacionais e regionais conservam os processos de pedidos de recursos das empresas, que são obrigadas a apresentar um histórico e uma jus fica va. Estes dois úl mos pos de fontes permitem uma análise compara va e o estudo dos empresários como grupos.

A Junta de Comércio, Agricultura, Fábrica e Navegação (1808-1849) contém o registro das empresas, incluindo dados sobre localização, capital, produção, propriedades. Este acervo encontra-se no Arquivo Nacional. A par r de 1849, a documentação está na Junta Comercial. Os livros dos Cartórios de Notas são fontes subsidiárias para o estudo das empresas.

O Auxiliador da Indústria Nacional é uma publicação que trata das patentes, invenções e dá um panorama do período pré-industrial no Brasil. José Luís Werneck da Silva5 fez uma excelente análise da Sociedade Auxiliadora, cuja polí ca face à

industrialização é retratada naquela publicação.

Os relatórios das exposições provinciais, nacionais e internacionais e das feiras fornecem uma visão de conjunto da produção secundária e dão uma idéia de como se considerava essa produção face à do primeiro mundo na fase pré-industrial. Os censos e estatísticas oficiais são elementos indispensáveis para o período industrial.

Neste breve resumo pretende-se apenas indicar os principais pos de fontes disponíveis.

A história empresarial acompanhou a evolução da história em geral, empregando cada vez mais o método compara vo como forma de controle sobre as hipóteses e generalizações explica vas. Não tem sido usada no Brasil a hipótese contrafactual da

New Economic History na história empresarial.

Os trabalhos sobre capitalismo tardio e conseqüente burguesia débil usam a comparação com os países do Primeiro Mundo. Neste caso, comparam-se sociedades heterogêneas, o que incorre no risco apontado por Ciro Flamarion Cardoso6 de se

cometer anacronismos. Este autor colocou como premissas que, ao estudar determinado processo histórico no tempo e no espaço, serão necessários descobrir os elementos: (1) comuns a todos os casos; (2) picos para as diferentes subclasses de casos; (3) individuais, ou seja, que não podem se repetir.

A comparação tem sido feita em níveis regional, nacional e internacional. Em muitos trabalhos, há uma preocupação central de estabelecer o caráter individual do empresariado e da história das empresas de uma região ou nação.

Maria Bárbara Levy7 concluiu que

“... a melhor história empresarial é aquela que busca a totalidade francesa ou a generalização (pelo método compara vo) anglo-americana. As empresas são parte da sociedade e não se pode estudá-las sem levar em conta as ar culações recíprocas entre as relações sociais e as prá cas empresariais. A empresa é parte de um sistema de instituições interatuantes, no qual lhe cabe a produção de bens”.

Historiografia

Já tocamos na historiografia ao tratar de teoria e método.

Inicialmente a produção sobre história empresarial ou era uma decorrência de estudos gerais sobre dependência, industrialização, bolsa de valores, ou era monografia sem perspec va geral, voltada para a administração interna da unidade de produção ou para a exaltação do fundador da empresa.

A primeira tendência baseava-se no pressuposto de que a empresa fosse um tema menor.

Nos anos 50 a New Economic History colocava o empresário em segundo plano alegando, como lembra Maria Bárbara Levy,8 que as mudanças tecnológicas se faziam por

si mesmas e o mercado funcionaria com razoável eficiência como instrumento alocador de recursos. Essa visão influenciava negativamente a história empresarial.

As análises da Bolsa de Valores9 por Maria Bárbara Levy, João Paulo dos Reis

Velloso, Roberto Teixeira da Costa e Francisco Gros tratam da história empresarial de forma indireta, mostrando a concentração da direção devido, em parte, às ações preferenciais sem voto.

Mais recentemente, tem-se desenvolvido a história empresarial graças, entre outros fatores, a uma revisão da teoria da dependência, a um melhor acesso à documentação das empresas e a uma revalorização da microeconomia.

Período pré-industrial

Quanto ao período da pré-industrialização podem-se citar trabalhos de conjunto de vários setores da produção secundária10 como, por exemplo, a coletânea de ensaios

organizada por Frédéric Mauro, visando a dar um panorama geral dessa fase no Brasil, a tese de doutoramento de Geraldo de Beauclair Mendes de Oliveira sobre a região

fluminense, e o trabalho de Maria Bárbara Levy sobre a cidade do Rio de Janeiro.

A obra de Maria Bárbara Levy descreve a tradição arraigada da empresa familiar no Rio de Janeiro e as pressões para restringir e dificultar a aplicação das leis sobre sociedades anônimas. Combate a tese de que a indústria nesta cidade vesse uma relação linear e direta com os negócios cafeeiros e reavalia os fatores da perda da hegemonia industrial desta cidade. Em seguida, estuda os limites do poder de gestão em uma sociedade anônima — a Companhia América Fabril —, salientando o caráter familiar da direção, a especialização de funções na alta administração da empresa, as divisões que surgem com a incorporação de outras congêneres, os casamentos entre filhos de sócios e a cooperação de genros. Estuda o papel do encilhamento em relação à expansão das sociedades anônimas. Apresenta um levantamento das primeiras: Companhia Ponta de Areia de Mauá; Companhia Seropédica e Luz Stearica. Geraldo de Beauclair Mendes de Oliveira estuda estas empresas procurando definir as caracterís cas da pré-industrialização, tais como a de usar em alguns casos a mão-de-obra escrava. Salienta que empresas como a da Ponta de Areia já produzem bens de capital.

O setor mais explorado na historiografia foi o da história da empresa têxtil.11

A pesquisa precursora de Stanley Stein é uma bem documentada síntese da evolução do setor têx l, incluindo a análise de insumos, capital inves do, produção, tecnologia, conjunturas e do empresariado.

A concentração de trabalhos sobre história empresarial de um setor de ponta, como o têx l, no período de meados do século XIX à década de 1930, decorre da importância que teve quanto ao valor de inves mento, da produção, do pioneirismo tecnológico, sobrepujando a a vidade artesanal e manufatureira. Predominam os estudos monográficos do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Elizabeth von der Weid e Ana Marta Rodrigues Bastos jus ficam o seu estudo da mais an ga indústria têx l do Rio de Janeiro, a Companhia América Fabril, por permi r a compreensão de uma série de questões importantes rela vas à industrialização do Brasil. Esta companhia teve uma fase rural em função do uso da energia hidráulica mas, como várias outras, deslocou-se para a zona urbana numa segunda fase, com a modernização do sistema energético.

A América Fabril adotou em 1878 padrões capitalistas avançados, grandes construções, máquinas modernas, concentração da mão-de-obra assalariada. A Sociedade Anônima era cons tuída por um grupo fechado unido por vínculos pessoais e as ampliações restringiam-se aos familiares e amigos. Os diretores da Companhia América Fabril, assim como muitos industriais do Rio de Janeiro, u lizaram o seu capital par cular, oriundo do comércio, para a formação da empresa. Warren Dean verifica essa mesma origem do capital em parte das empresas de São Paulo. No meu trabalho sobre o Rio de Janeiro também constatei que o capital da maioria das fábricas provinha do comércio, em meados do século XIX.

A retenção de lucros, limitando os dividendos, era outra prá ca corrente de capitalização na época.

O primeiro processo de expansão correspondeu para o setor têx l ao final do século, marcado pelo encilhamento, que abriu crédito público para a indústria e serviu de protecionismo, desvalorizando a moeda e dificultando a importação de produtos concorrenciais. O papel do encilhamento foi revisto recentemente, abandonando-se a

interpretação de que era meramente especulativo, como já indicara Stanley Stein.

A formação do Centro Industrial do Brasil e, em 1919, do Centro Industrial de Fiação e Tecelagem do Algodão revelam o poder polí co alcançado pelos industriais de tecidos, o setor líder da produção secundária.

A fase do início do século XX caracteriza-se pela desvinculação do capital comercial e industrial, pela ampliação dos quadros da diretoria, pela implantação de um sistema integrado de produção. Estas transformações assinaladas para a América Fabril são comuns ao setor em geral.

O setor têx l apresenta a peculiaridade de exercer um controle extenso sobre a mão-de-obra através da construção de vilas e, muitas vezes, de bairros ou até de cidades. Tal polí ca, que subme a a uma disciplina rígida a força de trabalho dentro e fora da fábrica, ainda era mais severa quando a empresa estava situada num local isolado, semi ou plenamente rural. As empresas de tecidos procuravam controlar os operários e suas famílias através da moradia, da educação, da leitura, do lazer e da formação polí ca. A disciplina intensiva de trabalho, as condições insalubres e as longas jornadas implicavam, em geral, grande incidência de acidentes. Sobre esse assunto, escreveu Leila Hallack Dacorso excelente monografia.

Em pesquisa que realizei juntamente com Myriam Stanley, verificamos que em Buenos Aires eram raras as vilas operárias, picas do Rio de Janeiro. A dissertação de mestrado de Gracilda Alves de Azevedo Silva descreve a onipresença da fábrica em todas as atividades de Bangu.

A resistência dos operários expressou-se na liderança do movimento desta classe exercida pelos trabalhadores têxteis até a década de 1930, quando foi superada pela dos metalúrgicos.

O sistema de controle extrafábrica não se limitava ao setor de têxteis. J. Sérgio Leite Lopes12 estudou esse po de dominação em uma usina açucareira e em uma fábrica

de tecidos de Pernambuco. O seu estudo analisa a produção a par r da ó ca dos

No documento Dominios da Historia Ciro Flamarion Cardos (páginas 171-188)