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H ISTÓRIA E P ODER

No documento Dominios da Historia Ciro Flamarion Cardos (páginas 53-59)

Francisco Falcon

História e poder são como irmãos siameses — separá-los é di cil; olhar para um sem perceber a presença do outro é quase impossível. A história da humanidade deve neste caso ter presentes estas duas maneiras de ver a questão das relações entre a história e o poder: há um olhar que busca detectar e analisar as muitas formas que revelam a presença do poder na própria história; mas existe um outro olhar que indaga dos inúmeros mecanismos e ar manhas através dos quais o poder se manifesta na produção do conhecimento histórico. Na verdade, porém, a historiografia costuma ser muito clara quando se trata do primeiro olhar mas é quase sempre imprecisa ou cega quanto ao segundo.

O tema deste capítulo admite assim duas leituras opostas mas complementares: o poder visto como objeto da inves gação/produção histórica e o poder enquanto agente instrumentalizador da própria oficina da história, com o que o conhecimento histórico se converte em seu objeto. Preliminarmente, há que considerar tanto o conceito de história como o de poder. Dada a conhecida polissemia do termo história, convém esclarecer que iremos aqui empregá-lo com o sen do de história-disciplina, salvo indicação em contrário. Já o termo poder não é só mais problemá co do ponto de vista conceitual como carrega consigo, na historiografia, um outro complicador — a freqüência com que os historiadores se referem à política ou ao político como equivalentes (sinônimos) de poder. Temos aqui uma dificuldade adicional cuja análise transcende nossos limites atuais.

O desenvolvimento do presente capítulo compreende três tópicos principais: (1) Visão panorâmica do curso geral da historiografia ocidental — ascensão, apogeu e declínio da história política tradicional; (2) A nova história política ou os “novos caminhos” do poder e da polí ca na historiografia contemporânea; (3) Poder e polí ca na historiografia brasileira recente. No primeiro tópico observar-se-á a passagem bastante lenta do poder como algo inerente a certos indivíduos e ins tuições — a começar pelo Estado — ao conceito de poder como um po de relação social concebida eventualmente como de natureza plural — os poderes. Tratar-se-á aí da historiografia tradicional e de sua tendência mul ssecular de abordar apenas a polí ca como se fosse esta a única forma/lugar do poder. No segundo tópico, a par r da crise da história polí ca tradicional, tentaremos situar as caracterís cas do que se convencionou chamar de nova

história polí ca. No terceiro, procura-se empreender um balanço preliminar da presença do poder e da polí ca na historiografia brasileira recente. Um quarto tópico visando às complexas relações entre o poder e a produção do conhecimento histórico em diferentes épocas e sociedades deveria ser incluído aqui; no entanto, somos forçados a ficar somente com algumas alusões bastante pontuais uma vez que este tópico jus ficaria por si só um capítulo à parte.

Poder e política na historiografia ocidental — ou ascensão, apogeu e declínio da história política

Se de fato a história começou com Heródoto ou não pouco importa agora. Nasceu, sim, com os gregos uma certa concepção de história: uma narra va de certo po de ações heróicas ou humanas dignas de serem lembradas. A cidade-estado, os impérios, monarquias, ou, num plano mais abstrato, a República e/ou Estado, foram os centros ou núcleos que polarizaram as narra vas históricas, e, nestas, o papel dos polí cos e/ou homens de Estado, as teorias filosóficas, jurídicas e teológicas acerca das origens, ins tuições e fins da República. Surgiu e consolidou-se assim, ao longo de muitos séculos, “a história dos historiadores” ou, apenas, a história. Bem mais tarde, esta história foi identificada como um tipo de história: a história política tradicional.

Prisioneira da visão centralizada e ins tucionalizada do poder, a história polí ca tradicional foi definindo progressivamente temas, objetos, princípios e métodos. Ligada in mamente ao poder, essa história pretendeu ser também memória. Coube-lhe então, durante séculos, lembrar e ensinar pelos exemplos reais e ilustres de que era a única depositária. Esta história magistra vitae pôde então servir com equanimidade aos políticos, filósofos, juristas e pedagogos.

Da história pra cada por gregos e romanos àquela dos eclesiás cos e escribas leigos da Idade Média, há con nuidades e diferenças evidentes, a começar pela transformação da natureza do próprio discurso histórico. Sua essência no entanto — a retenção de certos eventos e a con nuidade narra va — manteve-se quase intacta. Tratava-se sempre de múl plas histórias, sobre assuntos eclesiás cos ou seculares. História singular, apenas em Santo Agos nho podemos encontrá-la: a História do Homem, da Criação ao Juízo Final. Em oposição a ela, a “cidade dos homens” oferece somente a possibilidade de histórias múl plas, con ngentes, desconexas e sujeitas à repe ção cíclica. Tais histórias, eminentemente humanas, são sobretudo histórias polí cas e intentam imitar os padrões herdados da An güidade ou o que como tal então se apresentava aos seus escritores leigos ou eclesiásticos.

A historiografia humanista e renascen sta não introduziu modificações sensíveis nessa tradicional orientação polí ca da história, mas iniciou duas tendências fundamentais: a da crí ca erudita das fontes e a eliminação de lendas, milagres, “fantasias”, em busca dos fatos verdadeiros ou, pelo menos, verossímeis. Na verdade, porém, do século XVI ao XVIII, ao lado desta tendência erudita dos chamados antiquários, ganhou novo alento a dos historiadores oficiais a serviço de príncipes e repúblicas urbanas, habitantes das primeiras academias de história. Paralelamente, sobretudo nos séculos XVI e XVII, as disputas teológico-polí cas resultantes da Reforma reforçaram a tendência presente nas histórias oficiais: produzir, por intermédio da história polí ca ou

religiosa, conforme o caso, os elementos históricos favoráveis à causa defendida pelo historiador. Caberia então à história proporcionar provas e argumentos às partes em litígio.

Ao contrário dos polemistas católicos e protestantes que, empenhados na comprovação de suas próprias teses, propiciaram uma investigação e crítica rigorosas das fontes textuais cristãs, a começar pela Bíblia, encontrando-se conseqüentemente com a corrente erudita ou antiquária, os historiadores a serviço dos poderosos do momento mostraram-se em geral pouco ou nada exigentes em matéria de crí ca de fontes; suas histórias de príncipes, dinas as e reinos são basicamente polí cas e pragmá cas. Neste período, correspondendo à chamada Idade Moderna, a História, como história polí ca, apresenta ainda três peculiaridades interessantes: (1) ela con nua a ter sua velha função de mestra da vida, mas os humanistas a u lizam também no ensino da retórica; (2) a sombra de Maquiavel faz pairar sobre ela uma desconfiança terrível: talvez, na verdade, a história não seja capaz de ensinar senão polí ca e nada tenha a ver com a moral e a é ca; (3) trata-se de “histórias” que se referem cada vez mais aos Estados territoriais ou dinás cos, as conhecidas monarquias nacionais dos Estados absolu stas dos tempos modernos, cons tuindo-se em precursoras das futuras histórias nacionais centradas na idéia de Estado-nação.

De meados do século XVIII ao terceiro quartel do XIX, dois grandes movimentos, a Ilustração e o Roman smo, modificaram a concepção de história acentuando ainda mais a importância do polí co. É no mínimo curioso observar que iluministas e român cos, tão diferentes entre si, não estavam, em princípio, comprome dos com a idéia de que a história tivesse que ser necessariamente história política.

A historiografia da Ilustração abrange na realidade dois pos de histórias e historiadores — a história interpretada pelos filósofos e as histórias produzidas por historiadores eruditos — os antiquários. Enquanto os filósofos cri caram a natureza meramente descri va, factual e essencialmente polí ca das histórias eruditas, propondo como alterna va uma história filosófica — uma história racional e explica va da totalidade do devir histórico — cujo núcleo seria dado por valores universais expressos através de conceitos como cultura, civilização, liberdade, os historiadores eruditos, analisados por Gusdorf,1 apesar de serem quase todos eles hoje ilustres desconhecidos,

aperfeiçoaram o instrumental da crí ca das fontes documentais, além de revelarem novos acervos à inves gação histórica. Sujeitos a uma espécie de dupla servidão — a de uma história essencialmente polí ca e a de seus objetos eminentemente locais ou regionais — tais historiadores foram decisivos em variados sen dos para o avanço historiográfico do Oitocentos.

A historiografia do roman smo remete-nos a um problema talvez mais complexo do que o anterior. Por roman smo entende-se um conjunto de movimentos contemporâneos, tanto da Revolução Francesa e das guerras napoleônicas, quanto das chamadas revoluções liberais e nacionais da primeira metade do século XIX. Assumindo feições diversas conforme o país que se tenha em vista, o roman smo, principalmente o alemão, cuja expressão maior é o idealismo germânico, ostenta conotações francamente opostas aos princípios e ideais da Ilustração. Contra as concepções iluministas consideradas abstratas e absurdas — racionalismo extremado, universalismo é co-

jurídico e histórico, naturalismo fisicalista — o romantismo propôs e defendeu perspec vas quase diametralmente opostas: o papel e a importância do sen mento, a intuição, o individualismo, o organicismo e a história.

Na historiografia propriamente dita, os princípios e valores do roman smo originaram, em alguns casos, ou reforçaram, em outros, certas concepções e tendências de importância crucial, algumas delas, para o rumo da história na Europa. Dentre elas é importante mencionar: (1) o Estado-nação como tema central tanto da inves gação quanto da narra va históricas; (2) a crí ca erudita das fontes como componente essencial do método histórico, garan a da cien ficidade do conhecimento — seu caráter verdadeiro; (3) a introdução do conceito de história como singular cole vo2 em conexão

com o novo conceito de revolução;3 (4) a perspec va historicista aplicada quer à história-

matéria quer à disciplina, ou seja, neste caso, “a inteligibilidade compreensiva e historista” analisada por Gusdorf.4

O roman smo associou as idéias de povo e nação como cons tu vas de uma mesma en dade cole va manifesta na língua, na história e na cultura comuns. En ficada como alma ou espírito nacional, a realidade intrínseca de cada povo-nação representa uma individualidade histórica irredu vel. A história será sempre, então, a história dessas realidades únicas que têm no Estado sua expressão polí ca. Caberá então ao Estado- nação o lugar de honra no campo da historiografia do Oitocentos.

Os pressupostos historicistas român cos ar cularam-se com exigências metódicas quase sempre rigoristas, em par cular na Alemanha. A erudição, a crí ca documental rigorosa, a incessante busca de novas fontes, o conhecimento filológico, cons tuem componentes fundamentais da escola histórica alemã. Este era na verdade o território comum a românticos e positivistas.

A promoção do Estado à condição de “objeto por excelência da produção histórica”5 significou a hegemonia da história polí ca. Daí porque, no século XIX, poder é

sempre poder do Estado — ins tuições, aparelhos, dirigentes; os “acontecimentos” são sempre eventos polí cos, pois são estes os temas nobres e dignos da atenção dos historiadores.

Mais ou menos a par r de 1870, com o eclipse do roman smo, afirmou-se rapidamente uma historiografia imbuída dos valores do cien smo. Habituamo-nos a denominá-la posi vista, porém, como ainda recentemente foi argüido por Bourdé,6

trata-se de uma designação equivocada uma vez que são raros os historiadores propriamente positivistas. A rigor, dever-se-ia chamá-la de historiografia metódica, já que era no método histórico que seus adeptos faziam repousar as garan as de cien ficidade julgadas por eles indispensáveis ao verdadeiro conhecimento histórico. Seja como for, o fato mais importante para nós é o de que essa historiografia levou a supremacia da história polí ca — narra va, factual, linear — ao seu apogeu nos meios acadêmicos em geral.

A historiografia metódica ins tuiu, a par r de seus pressupostos cien stas, um po de discurso histórico próprio e des nado a demonstrar, através de marcas específicas, as suas diferenças em face do discurso literário. Tratava-se de dis nguir a verdade histórica da ficção literária a par r da separação entre dois pos de fatos — os verdadeiros, que podem ser comprovados, e os falsos, de comprovação impossível. Logo,

a história — história polí ca, como vimos — é ciência e não arte, consis ndo a tarefa do historiador não em evocar ou reviver o passado, como desejavam os român cos, mas sim em narrar/descrever os acontecimentos desse passado tal como eles realmente se passaram. Este trecho de uma frase de Ranke tornou-se, a posteriori, a própria expressão do horizonte historiográfico chamado de posi vista, o que não deixa de ser bastante curioso se vermos em vista que sua significação para o mesmo Ranke e seus colegas era completamente diversa.

Tendências historiográficas român cas e posi vistas não esgotam todas as possibilidades interpreta vas do Oitocentos. As exceções foram não apenas honrosas mas des nadas a futuros dos mais brilhantes, não importando neste caso a idéia dos contemporâneos a respeito do caráter histórico ou não dos textos de Marx e Engels, Tocqueville, Burckhardt, Dilthey, entre outros. O mais importante em todos eles, do nosso ponto de vista, é o fato de que, apesar de estarem presentes, os acontecimentos polí cos não se auto-explicam; longe de excluírem, eles impõem a análise de outras dimensões da realidade histórica. De formas dis ntas, abordam a sociedade, a economia e a cultura, quase sempre em busca de determinações ou fatores não-polí cos importantes ou essenciais para a compreensão/explicação dos processos polí cos. A própria história polí ca vê-se então enriquecida pela inclusão de questões que, além de polí cas, são também, ou antes de mais nada, sociais e ideológicas: lutas e movimentos sociais, com destaque para as revoluções e a revolução. Assinalemos, por úl mo, o fato de que houve também historiadores posi vistas, como Taine e Buckle, os quais, ao transitarem para uma perspec va evolucionista, foram levados a considerar em suas obras temas bem mais variados e abrangentes do que aqueles habitualmente contemplados pela historiografia política dominante.

Ao longo das três primeiras décadas do século XX manteve-se quase inalterada a hegemonia da escola metódica ou posi vista. Foram, no entanto, décadas de crí cas e ataques par dos de inúmeras posições intelectuais, às quais Hughes7 chamou, em

conjunto, de revolta an posi vista. Se esta revolta como um todo não diz respeito ao nosso tema, convém no entanto mencionar-lhe dois elementos cons tu vos importantes para o nosso ponto de vista: os antecedentes dos Annales e o neo- historicismo.

No primeiro grupo, poder-se-iam incluir a influência da sociologia durkheimiana, vocalizada especialmente por François Simiand, o pres gio da geografia humana, através de Vidal de La Blache; os esforços pioneiros de Henri Berr em prol da síntese histórica — a Revista de Síntese Histórica, 1903, e o livro La synthèse en histoire, 1911; o pres gio da história econômica — na Alemanha, com Schmoller; na Grã-Bretanha, com Cunningham e Thorold Rogers; na França, com Henri Sée, H. Hauser e Paul Mantoux mas, sobretudo, o belga Henri Pirenne; o interesse despertado pela psicologia social de L. Levy-Bruhl, G. Le Bon, Charles Blondel etc.

O novo historicismo, ou historismo (para aqueles que reservam a Popper um certo monopólio do conceito de historicismo), ligado às obras e idéias de Dilthey, Rickert, Windelbland, Simmel e, em parte, Max Weber, teve em Meinecke e Troeltsch seus dois maiores historiadores germânicos. Na Itália, a par r do neo-hegelianismo de B. Croce, cons tuiu-se uma sólida e duradoura tradição “croceana” na perspec va historiográfica.

Na Inglaterra, com Collingwood, leitor de Croce, bem como nos Estados Unidos, esta vertente neo-hegeliana do historicismo teve também ampla repercussão sobretudo no âmbito da história das idéias.

Por mais importantes e inovadoras que possam ter sido estas tendências, não foram suficientes para provocar de imediato grandes alterações no panorama da historiografia, ou seja, não conseguiram abalar a posição dominante da história polí ca, nem a supremacia ins tucional da “historiografia metódica” ou posi vista. No máximo, talvez, pode-se propor a hipótese de que o historicismo tenha trazido à tona certas preocupações teóricas que, como desafios, atuaram em diversos níveis e campos do pensamento historiográfico. Para a história polí ca, por exemplo, talvez se possa supor que o historicismo acentuou o psicologismo como elemento explica vo das ações dos grandes homens, ao mesmo em tempo que privilegiou bastante o papel das idéias corno expressão/síntese de pensamentos, hábitos, mo vações e visões de mundo de grupos sociais, ou mesmo de certas épocas como um todo.

A par r de 1929/30 é possível dizer-se que começou de fato o declínio da história polí ca. Cada vez mais essa história será conhecida como tradicional. Todavia, não exageremos muito as coisas a par r da nossa própria visão retrospec va. Na verdade, de 1929/30 aos anos pós-45, a história polí ca, cada vez mais tradicional, precisa ser encarada em termos de duas trajetórias paralelas e bem dis ntas: a trajetória de seu processo e condenação pelos Annales e a outra, da sua sobrevivência e lenta recuperação. Vejamos inicialmente a primeira trajetória.

Em 1929, quando da publicação do primeiro número dos Annales d’Histoire Économique et Sociale, sob a direção de Marc Bloch e Lucien Febvre, exis am dois adversários principais a enfrentar — uma certa concepção acerca da natureza do conhecimento histórico e o primado da história polí ca no campo da historiografia. Quanto ao primeiro, os Annales propuseram a ampliação do domínio historiográfico, ou seja, a história como estudo do homem no tempo, ou a totalidade social em úl ma análise, com a conseqüente redefinição de conceitos fundamentais como documento, fato histórico e tempo. Com relação à história polí ca tradicional, as crí cas foram incisivas e defini vas: événementielle, recita vo interminável de eventos polí cos e batalhas, ou, como escreveu Febvre: “a História historizante exige pouco. Muito pouco. Demasiadamente pouco a meu ver, e na opinião de muitos outros além de mim”.8 Mais

recentemente, Julliard reconheceu que a história polí ca “tem má reputação entre os historiadores franceses, condenada que foi há quarenta anos após um processo cuja instrução foi feita mil vezes, e bem feita”.9 No entanto, o mesmo Julliard, embora se

declare de acordo com a condenação, afirma ter duas dúvidas — sobre a iden dade da acusada e sobre a interdição de permanência a que foi condenada.

Nos anos 30 e 40 porém, não havia dúvidas. É o mesmo Julliard quem assim sintetiza as acusações:

“A história polí ca é psicológica e ignora os condicionamentos; é eli sta, talvez biográfica, e ignora a sociedade global e as massas que a compõem; é qualita va e ignora as séries; seu obje vo é o par cular e, portanto, ignora a comparação; é narra va, e ignora a análise; é idealista, e ignora o material; é ideológica e não tem consciência de sê-lo; é parcial e não o sabe; prende-se ao consciente e ignora o inconsciente; visa aos pontos precisos e ignora o longo prazo; em uma palavra, uma vez que essa palavra tudo resume na

linguagem dos historiadores, é uma história factual.”10

Trata-se, no dizer do mesmo autor, de uma história que conserva até hoje (1974)

No documento Dominios da Historia Ciro Flamarion Cardos (páginas 53-59)