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Histórico do comércio exterior brasileiro

Durante a Idade Média, as especiarias vindas da Índia, tinham um preço muito elevado, devido ao longo caminho terrestre que percorriam do Ocidente para o Oriente. Com a invenção da bússola e da caravela, o caminho passou a ser feito pelo mar, principalmente pelos portugueses e espanhóis.

O Brasil foi descoberto em 21 de abril de 1500, justamente no início da doutrina mercantilista. Em 1500, o então rei de Portugal, D. Manoel, enviou Pedro Álvares Cabral, que descobriu o Brasil, porém o Brasil só foi colonizado efetivamente em 1531, sob o então reinado de D. João III.

Logo na primeira expedição realizada para o Brasil em 1501, o pau-brasil despertou o interesse comercial dos portugueses, principalmente por causa de sua tinta. O pau-brasil era explorado pela mão-de-obra indígena e armazenado em feitorias e permaneceu no domínio da pauta de exportação do Brasil até 1555.

Foi nessa época dos descobrimentos e invasões das colônias, que surgiu a escravidão da raça negra, devido à mão-de-obra escassa nas novas colônias.

Na época, o Estado precisava ter forte controle político e econômico e como as colônias sustentavam as metrópoles, isto é, os países europeus, o Brasil foi invadido pela

Inglaterra, Holanda e França. Os dois últimos países instalaram-se em Pernambuco, Maranhão e no Rio de Janeiro, deixando as suas influências na economia e na cultura brasileira.

Conforme Maia (2003, p. 85 “As metrópoles precisavam de exército e marinha poderosos para garantir o comércio e proteger as colônias. Foi também a época dos grandes piratas, muitas vezes prestigiados por governos europeus”.

Devido aos altos gastos militares, as metrópoles criaram o monopólio do comércio com as suas colônias. No Brasil, foi chamado de Pacto Colonial, que eram as obrigações entre a metrópole e a colônia.

Nesse pacto, a metrópole tinha o monopólio do comércio, navegação e extração de produtos naturais. Os monopólios eliminavam a concorrência, mas castigavam os consumidores, pois alguns preços ficavam abusivos. Nesse cenário, as colônias forneciam gêneros tropicais e matérias-primas e consumiam manufaturas metropolitanas.

Os portos brasileiros só foram abertos às nações aliadas, quando D. João VI e a sua corte vieram para o Brasil, em conseqüência da invasão de Napoleão em Portugal. Esse foi um dos acontecimentos, que contribuiram para dar início ao Comércio Internacional do Brasil. Outros acontecimentos que ajudaram nesse sentido, foram a assinatura do Tratado de Amizade e Aliança e do Tratado de Comércio e Navegação, assinados pelo príncipe regente D. João de Portugal e pelo ministro plenipotenciário da Inglaterra.

Segundo Campos (1999), o ciclo econômico industrial foi dado no primeiro e segundo reinados no Brasil, com as culturas da cana-de-açúcar, algodão e café. Para Furtado (1981, p. 22) “ciclo é o período em que ocorre o início da exportação intensiva de um produto até atingir um ponto a partir do qual ocorre o declínio, sem, contudo, o produto deixar, compulsoriamente, de participar da pauta de exportação”.

O declínio do ciclo é determinado por vários acontecimentos: quando à saturação do mercado, as fontes dos produtos esgotaram-se e a diminuição das importações.

Segundo Furtado (1981, p. 22),

o subciclo é um ciclo de menores proporções, restrito em sua amplitude pela quantidade de produto exportado ou pelo período ascendente de exportação. Muitas vezes, o subciclo é uma decorrência do ciclo de algum outro produto – como ocorreu com a pecuária no Nordeste, sucedendo o ciclo do açúcar – ou o subciclo aparece embutido em algum ciclo, como o da pecuária sulina, dentro do ciclo da mineração, ou finalmente, o subciclo ocorre por imposição de um produto conjuntural favorável, em uma determinada região, como aconteceu com o arroz e o algodão, no Maranhão, no século XVIII, o algodão, no Ceará, no século XIX e a borracha, no Amazonas, no final do século XIX e início do século XX.

A exportação da cana-de-açúcar evoluiu a partir de 1530, com o seu auge em 1646- 1654, e declínio nos anos seguintes. Existia latifúndios e mão-de-obra escrava, o comércio do produto era controlado pelos holandeses, e sua decadência deu-se a concorrência antilhana, contudo, manteve-se na pauta de exportação até o café superá-lo no século XIX.

O subciclo da pecuária promoveu ocupação no interior do nordeste e sul do país, foi uma atividade complementar à cana-de-açúcar e à mineração. Atingiu o seu apogeu em meados do século XVII, porém, a pecuária não chegou a recolher recursos externos para o mercado interno e nem proporcionar, renda para um processo de acumulação de capital, contudo, desempenhou um grande papel na expansão das fronteiras econômicas do Brasil.

Antes do início da mineração, os principais produtos exportados pelo Brasil eram: açúcar, tabaco, couro, madeiras, óleo de baleia e espécies vegetais (cacau, canela e outras), pois com o início da mineração foi dado um novo entusiasmo as operações de trocas.

O ciclo da mineração iníciou no século XVIII. A mineração era muito atraente, pois oferecia ascensão econômica autônoma e imediata, além disso, exigia pouco investimento, pois a extração poderia ser através da lavra ou faiscação. O declínio foi a partir de 1760 com o esgotamento das jazidas de ouro.

Com o declínio da mineração, o setor agrícola destacou-se, pois na visão de Furtado (1981, p. 76),

[...] 55% dos produtos exportados por Portugal, eram originários do Brasil, o que demonstra a capacidade do setor agrícola na sustentação da economia na segunda metade do século XVIII”. Sendo que o algodão foi uns dos produtos que mais se

destacaram, devido a tecelagem mecânica que ocorria na Inglaterra, que se viu privada do abastecimento por sua colônia, devido a independência dos EUA, como conseqüência, o preço do produto subiu no mercado mundial. O declínio ocorreu em 1818, quando o algodão americano entrou com uma participação extraordinário no mercado mundial e, as exportações brasileiras sofreram um colapso.

Em 1822, a independência ocorreu em um período de prosperidade da economia mundial, a maioria dos produtos agrícola estava em alta e a taxa de câmbio estava elevada, porém, o Brasil não possuia condições para competir no mercado internacional.

Desde de 1727, o Brasil já produzia café e devido a vinda da corte para o Brasil, o consumo e a produção aumentaram, passando a destacar-se na pauta de exportação a partir de 1832.

Segundo Furtado (1981, p. 97),

o consumo internacional aumentou em grande escala e a produção brasileira atendeu à demanda. Assim sendo, mesmo quando o preço oscilava no mercado mundial, sua queda era compensada pelo aumento do volume de exportações, assegurando o nível da receita.

Desde 1880, na Amazônia, começou a fase intensiva da borracha, que chegou a superar a demanda internacional estimada em 1900. A exportação brasileira continuou aumentando até 1911. Nesse ano, os preços caíram drasticamente até 1920, continuando com preços menores a cada ano. A borracha permaneceu na pauta de exportação até os anos vinte do século passado, mas a Amazônia teve a sua economia violentamente atingida.

No período de 1895 a 1930, a política cambial foi influenciada por dois campos opostos. O governo tinha o interesse em manter uma elevada taxa cambial para distribuir o mínimo possível em moeda nacional para as exportações e, por outro lado, os exportadores, principalmente de café, pressionavam no sentido de desvalorizar a moeda nacional de uma maneira que pudesse compensar a queda do preço do café no mercado internacional.

Com o declínio da borracha, o café passou a dominar as exportações e a ser o produto mais importante na pauta das exportações brasileira.

Em 1929, houve a queda da Bolsa de Nova York, isso afetou o Brasil, pois os EUA eram o principal comprador do café brasileiro. O Brasil exportava na época, 71% do seu café produzido, cacau e banana. Como eram produtos desnecessários, foram excluídos das importações dos países em crise, devido a isso, o Brasil passou por uma das piores crises da sua história.

Segundo Campos (1999), as exportações brasileiras limitaram-se a exportar matéria- prima e produtos agrícolas e a importar manufaturas porque, a industria brasileira não possuía capacidade para atender ao consumo interno. Isso ocorreu desde a Proclamação da República em 1889, até meados do século passado.

Em 1931, o Governo passou a intervir no mercado do café, chegando a destruir o café de má qualidade, para que aumentasse a procura no mercado mundial. Isso ajudou a diminuir a queda da receita da exportação. Sobre o assunto afirma Furtado (1981), a quantidade de café pouco diminuiu com a Grande Depressão, o problema foi à queda do preço do café, que reduziu a receita de exportação, o que restringiu as relações de troca.

Nessa crise, houve mudança na política cambial e o Banco do Brasil passou a controlar diretamente o mercado de câmbio, tendo como objetivos: limitar as despesas de importação, evitar a fuga de capitais e impedir a especulação cambial.

Com a Segunda Guerra Mundial, o Brasil sentiu os efeitos perturbadores da guerra sobre a economia, os preços do café aumentaram novamente e a pauta da exportação diversificou razoavelmente, contando com participação maior dos minerais.

Houve um aumento de 42% nas relações de troca e os saldos da Balança Comercial, entre 1939 a 1944, ocasionaram maior expansão monetária para compra de cambiais de exportação, devido ao acúmulo de divisas. A liberdade cambial foi praticada durante os anos de 1939 a 1947.

Com o término da Segunda Guerra Mundial, o Brasil retomou o ciclo econômico industrial, com a instalação de várias indústrias, inclusive a automobilística. Argumenta Furtado (1981, p. 163) e diz, “a economia, como um todo, apresentou índice de crescimento superiores ao anterior à Guerra – o produto real cresceu à média anual de 6,4%, tendo o setor primário atingido a média de 3,9% e o secundário, 8,8%”. Na formulação de uma política macroeconômica, principalmente, o desenvolvimento brasileiro passou a exigir um esforço cada vez mais coordenado.

De 1946 a 1951, no Governo Dutra, o Brasil esteve alinhado com os EUA na guerra fria sendo que, economicamente adotaram-se políticas como a da abertura para as empresas multinacionais, a não-intervenção do Governo na economia e o congelamento dos salários.

De 1951 a 1954, no Governo Vargas, o Brasil retomou o desenvolvimento sob o patrocínio do Governo, através da implantação de uma infra-estrutura necessária ao crescimento do capital privado. Do capital estrangeiro ficaram as indústrias de bens de consumo. Nascia a Petrobrás – Petróleo Brasileiro, tendo a responsabilidade da pesquisa, exploração, produção, refino e transporte do óleo cru e de derivados do produção nacional.

De 1956 a 1961, no Governo J.K, foi elaborado o Plano de Metas (1958), que criou um modelo econômico que recebeu o nome de nacionalismo desenvolvimentista. O Plano de Metas era agrupado em cinco setores: energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação. O Governo investiu nos setores básicos lucrativos, como siderurgia, hidrelétrica e estradas de rodagem. A iniciativa privada, em particular, o capital estrangeiro, investiu na indústria de bens de consumo duráveis, isto é, eletrodomésticos, automóveis, tratores, produtos químicos, entre outos. O Plano de Metas teve resultados favoráveis, porém causou alguns desequilíbrios financeiros, que durou todo o período.

Em 1961, o Presidente Jânio Quadros, assumiu e renunciou no mesmo ano. E o Governo que assumiu, não conseguiu manter o ritmo de crescimento do governo anterior.

Segundo Furtado (1981, p. 174),

após um período de intenso crescimento econômico nos anos cinqüenta, a economia brasileira passou a apresentar evidentes sinais de desaceleração em grande parte pelo número de substituições de importações e também pela instabilidade política com efeitos depressivos multiplicadores na economia.

Sendo assim, o Governo estabeleceu uma política de estabilização econômica, por meio da reforma cambial, desvalorização da moeda, unificação da taxa de câmbio e a suspensão dos subsídios para a importação, contudo, favoreceu as exportações com financiamentos através da CACEX. O FMI ajudou na dívida externa, assim, o Governo conseguiu renegociar as parcelas que venciam a curto e médio prazo.

Em 1962, o Presidente João Goulart assumiu, porém, com o aumento da inflação, a decadência das exportações e da entrada de capitais estrangeiros no país, a crise econômica agravou-se junto com uma crise política.

Em 1964 começou outro Governo e a Ditadura Militar. O modelo econômico e político adotado pelos militares e tecnocratas após 1964 ficaram conhecidos como a “modernização conservadora”, que consistia no desenvolvimento urbano-industrial, na concentração da renda e na exclusão da classe operária.

O Governo de Castelo Branco, de 1964 a 1967, suspendeu as garantias constitucionais, cassou mandato dos parlamentares, interditou os sindicatos, perseguiu operários, camponeses e estudantes. Para dar a subsistência ao déficit das contas-correntes do balanço de pagamentos, o Governo incentivou as exportações e buscou atrair capitais estrangeiros para investimentos diretos, através da reforma da Lei de Remessa de Lucros (Lei 4131/62).

Em razão dessa nova legislação, o país começou a atrair muito capital estrangeiro, devido à mão-de-obra barata e mercado consumidor, em conseqüência, a economia brasileira passou por um processo de desnacionalização. Nesse período, a execução da política monetária chegou a ficar comprometida devido ao volume das entradas. Cada dólar que

entrava, era emitido o mesmo valor da moeda nacional vigente, aumentando a maior oferta da moeda.

Em 1964, foi criado o BCB – Banco Central do Brasil com a função de órgão executor e fiscalizador da política financeira estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e em 1967, foi aprovada a nova Constituição pelo Congresso, que concedeu poderes excepcionais ao Presidente.

De 1967 a 1974, o Brasil teve um crescimento econômico surpreendente, adotando a estratégica de abertura a novos mercados, uma vez que o comércio de mercadorias brasileiras com o comércio internacional, estava reduzido e estável. A adoção do sistema de taxa flexível de câmbio, a partir de 1968, foi o principal incentivo as exportações.

Antes de 1968, o Brasil adotava um sistema de taxa fixa de câmbio, para tanto Lanzana (2002, p. 131) afirma que: “o sistema cambial adotado pelo Brasil, consistia em desvalorizações abruptas da taxa de câmbio, em grandes intervalos de tempo, fato esse que trazia conseqüências desfavoráveis sobre o desempenho das principais variáveis do setor externo da economia”. Os exportadores corriam grandes riscos, pois não tinham certeza de quando iria ocorrer e do valor da desvalorização, como conseqüência, não tinham incentivo para exportar.

Sendo assim, a partir de 1968, o Brasil passou a adotar a política de mini- desvalorização cambial (desvalorização em períodos curtos), a incentivar e ampliar as exportações, através de uma série de medidas fiscais e creditícias e conseqüentemente, ampliar a capacidade de importar.

O período de 1968 a 1973 foi considerado pelo Governo da época, como o do milagre brasileiro, em razão da alta taxa de desenvolvimento da economia. Em relação à balança comercial brasileira, nesse período, as exportações cresceram em média 27% e as importações cresceram no mesmo ritmo, mantendo o saldo praticamente zero.

O período de 1974 a 1980 foi marcado pela Crise do Petróleo, interrompendo o então milagre brasileiro. O aumento do preço do petróleo e seus derivados refletiram profundamente na economia mundial, principalmente no Brasil e nos países subdesenvolvidos. Segundo Furtado (1981), o Brasil dependia de 67% do petróleo importado, e tinha como agravante, além do consumo interno, os veículos rodoviários, que era o principal transporte nacional.

Prossegue Lanzana (2002, p. 133) que afirma:

Ao contrário dos países do mundo ocidental, que procuraram adotar políticas de ajustamento com o objetivo de reduzir a dependência do petróleo, os condutores da política econômica brasileira, optaram pela manutenção do crescimento da produção de bens e serviços [...].

Essa estratégica do Governo teve como resultado a duplicação das despesas de importação, abrindo um déficit na balança comercial no ano de 1974. Além disso, nesse período o Brasil conseguiu manter o seu crédito internacionalmente, principalmente porque o mercado financeiro internacional estava com excessiva liquidez e claro, com reduzidas taxas de juros.

Como conseqüência dessa excessiva liquidez, o acelerado ritmo de endividamento do Brasil, devido a opção brasileira de continuar com o seu rítmo de crescimento do produto, e também a segunda crise do petróleo em 1979, o saldo da dívida externa continuou crescendo.

O Governo tentou promover a maxidesvalorização da moeda da época, em dezembro de 1979. Segundo Lanzana (2002, p. 135) “Entretanto, a prefixação da desvalorização cambial para 1980 acabou eliminando todo o impacto da máxi, devido à inflação efetivamente observada naquele ano ter sido muito superior à estimada”.

Nesse mesmo ano, as exportações continuaram a crescer, mas não no rítmo de zerar a Balança Comercial, contudo, a dívida externa cresceu rapidamente também.

A crise de 1981 a 1983, para o Brasil foi uma de suas maiores crises e recessões financeiras de sua história, ocorrida no começo da década de oitenta. Os juros cobrados internacionalmente elevaram-se para 10% ao ano de inflação, isso ocorrreu, devido à situação

que EUA estava passando na época. Em paralelo, a dívida externa brasileira crescia aceleradamente e os juros e taxas cresciam na mesma proporção. O Brasil assim, precisou recorrer ao FMI.

O acordo entre o FMI e o Brasil, foi uma garantia aos bancos, para que a economia brasileira realizasse o seu processo de ajustamento e tivesse condições de cumprir com os compromissos assumidos. Com esse financiamento, o Brasil teria condições de pagar os juros da dívida externa.

Lanzana (2002) afirma que o processo de ajustamento foi um estímulo às exportações, com o governo promovendo uma maxidesvalorização da moeda, mantendo os efeitos indutivos da exportação e reduzindo os salário, porém, essas medidas não foram eficazes no processo de ajustamento, foi necessário também conter as importações, através das restrições tarifárias.

Para o setor externo, foi muito favorável o processo de ajustamento, as contas externas estavam equilibradas, contudo, para o mercado interno, o país passava por uma queda na produção de bens e serviços e conseqüentemente uma ociosidade na produção.

Em 1984, devido à expansão da economia dos EUA, houve reflexos na economia brasileira, criando condições para recuperação do crescimento brasileiro. O país cresceu por meio da demanda externa, que pulverizou sobre a economia brasileira, criando novos empregos e melhores condições de salário.

A produção continuava ociosa em 1985, sendo assim, existiam condições suficientes para a expansão do produto, sem o comprometimento das transações correntes.

Em 1986 houve os Planos Cruzado e Cruzado II, as principais medidas implantadas por ambos foram o aumento salarial, o consumo e os investimentos estimulados e a redução das taxas de câmbio mas, o câmbio foi congelado, reduzindo a competição das exportações brasileiras. Os resultados dessas medidas para Lanzana (2002, p. 140) foram:

[...] (a) do lado das importações, a pressão da demanda interna, aliada ao “sonho” do governo de manter a inflação igual a zero, gerou uma forte pressão sobre as compras externas, principalmente na área de bens de consumo não duráveis; tais pressões só não foram maiores devido à generosidade dos preços do petróleo no período; (b) por outro lado, forte expansão da demanda interna, aliada à política cambial, fez com que as exportações sofressem quedas sensíveis a partir do último trimestre do ano de 1986.

Sendo assim, nos anos de 1986 e 1987, ocorreu a escassez cambial gerada por questões de política doméstica, ao contrário do que ocorreu em 1981 a 1983, que foi motivado por fatores de ordem externa. Em 1987, o preço do petróleo e as taxas de juros internacionais estavam baixos, dando condições favoráveis ao Brasil, em relação às condições externas.

Em junho de 1987, foi implantado o Plano Bresser. O país tinha decretado moratória, as reservas internacionais estavam caindo e o Brasil precisava continuar pagando os juros dos seus financiamentos para os órgãos oficiais (FMI, Banco Mundial, entre outros) sendo que, conforme Lanzana (2002) foi promovida mais uma mididesvalorização da moeda, com a intenção de aumentar a rentabilidade da exportação e reduzir a demanda e o congelamento dos salários e preços.

Em relação à taxa cambial, foi feita uma nova minidesvalorização e o câmbio passou a ser desvalorizado diariamente, a política monetária foi realizada de forma a manter taxas reais de juros positivas.

Em 1988, a política econômica implantada manteve as estratégicas do Plano Bresser, sendo favoráveis os resultados no ponto de vista externo.

Com o Plano Verão implantado em 1989, devido às dificuldades enfrentadas pelo Governo no final de 1988, houve o congelamento dos preços, salários e câmbio e o país teve que suspender os pagamentos dos juros da dívida externa em 1989, pois, não tinha mais reservas. Esse plano fracassou e como conseqüência, modificou a evolução do setor externo do país, onde as exportações ficaram desestimuladas e as importações ficaram aquecidas.

Já com a implantação do Plano Collor, em março de 1990, a política cambial foi totalmente modificada devido a adoção do câmbio flutuante, onde as taxas de câmbio, eram