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Portos competitivos no exterior

No documento ANÁLISE DA COMPETIVIDADE DO PORTO DE ITAJAÍ (páginas 115-121)

2.2 COMPETITIVIDADE PORTUÁRIA

2.3.3 Portos competitivos no exterior

Os portos abaixo foram escolhidos entre os 10 maiores portos do mundo no requisito movimentação de contêineres (em TEUs) no ano de 2001 (WWW.CARGOSHIP.COM.BR 2005).

a) Porto de Rotterdam – 7º lugar no ranking; b) Porto de Singapore – 2º lugar no ranking; c) Porto de Hong Kong – 1º lugar no ranking.

Porto de Rotterdam

Segundo a Revista Portos e Navios (2002, p. 47), há quatro décadas liderando, ininterruptamente, o ranking mundial – após superar a movimentação de carga do porto de Nova York, fundado pelos próprios holandeses em 1626, Rotterdam serve de modelo para dirigentes e empresários de vários países que vão alí participar de cursos de especialização ou conhecer as últimas criações do setor.

Rotterdam está em permanente evolução, não só lançando novos equipamentos, criando revolucionários sistemas operacionais, como aumentando seu cais e áreas de armazenagem. Neste início do terceiro milênio, são diversas as suas novidades, com destaque para duas que visam, basicamente, assegurar ao grande complexo holandês, por muitos e muitos anos e a liderança do universo portuário, aumentando mais ainda o seu já excepcional número de usuários, cerca de 33 mil.

Em 2001, o movimento geral de carga chegou a 315,5 milhões de toneladas, oito vezes mais do que Santos/SP/Brasil.

A estratégia do porto, relaciona-se com a abertura e estímulo aos negócios com a região Ásia/Pacífico, cujo mercado não só é o que mais cresce como também é o majoritário no comércio internacional. Seguindo essa ordem, o Porto de Rotterdam, o Rotterdam Municipal Port Management (RMPM) vem estreitando o relacionamento com a China, cujo comércio exterior é o que mais se expande desde 1980.

Mantendo-se adiante de seus concorrentes da União Européia, esse gigante comercial que é a pequena Holanda, prevendo o futuro, já é o principal centro de distribuição de produtos chineses no continente. Existe em Rotterdam, um imenso “shopping”, onde podem ser compradas e encomendadas mercadorias da potência asiática.

A outra meta prioritária do porto, esta de caráter permanente, é a de modernização dos serviços com incessante procura da melhoria da produtividade, redução dos custos e agilização das operações, isso vem sendo conseguido, comprovadamente, com a utilização de computadores e diminuição da mão-de-obra. A mão de obra é o único item que ainda pode ser cortado na tabela de custos.

Atualmente, o moderno panorama cotidiano do porto de Rotterdam mostra o cais sem trabalhadores, mas com um movimento de carretas, guindastes e pontes rolantes robotizadas, transportando contêineres. À distância, porém, numa cabine elevada, com ampla visão do cais, apenas um técnico controla os computadores, o qual orienta as operações.

No início de 2002, o Terminal Delta/ECT instalou a primeira Automatec Stacking Crane (ASC), de uma série de 12 da nova geração de pontes-rolantes computadorizadas, que em poucos minutos, pode empilhar até quatro contêineres. Atualmente, já são 103 as ASC em operações nos terminais da ECT.

Ampliando as atividades, na linha da tendência mundial dos armadores para participarem das operações do cais, a ECT, associada ao consórcio anglo-holandês de navegação P&O Nedlloyd, está construindo em Maasvlakte (extensão de Rotterdam) o moderno terminal Euromax. Com previsão de conclusão em 2004, o Euromax, dotado de melhores equipamentos automáticos, poderá movimentar 2,5 milhões de contêineres/ano (o dobro de Santos). Inclusive está sendo preparado para operar, rapidamente, nos dois costados dos futuros porta-contêineres para 12 e até 15 mil TEUs.

A evolução e mecanização dos serviços do porto de Rotterdam e com a necessária redução da mão-de-obra, vêm sendo compreendida e aceita, sem objeção, pelos trabalhadores locais, cujo procedimento inteligente, aprimoram seus conhecimentos, freqüentando cursos técnicos, preparando-se para as novas tarefas que surgem na área do cais. A maioria dos trabalhadores está se voltando para os serviços de montagem, distribuição e logística das

centenas de empresas localizadas no chamado retro-porto, as quais já oferecem 75 mil empregos. Até mesmo o Sindicato dos Portuários, vale ressaltar que é o único, participa do capital de algumas empresas, como da própria ECT (com 2%).

Porto de Singapore

Segundo a Master (2004), por vários anos o Porto de Singapore vem mantendo a posição de maior operador de cargas, em tonelagem do mundo. Sua estratégica localização, no cruzamento das principais rotas marítimas da região, sua moderna rede de telecomunicações, a estabilidade governamental do país e a qualificada e disciplinada força de trabalho à disposição dos armadores, aliados a uma invejável infra-estrutura, contribuem definitivamente para a posição na qual o porto encontra-se hoje.

Contribuindo com 5% do PIB do país, pode-se afirmar que o porto é o coração de Singapore e, por conseguinte, a base da economia da nação. Há mais de 400 linhas de transportes que ligam Singapore a outros 700 portos em 130 países do mundo.

A eficiência com que as operações portuárias são realizadas permitem ao porto manter o status de maior movimentador em tonelagem do mundo, uma coroa que Singapore carrega orgulhosamente desde 1986.

No ano de 2001, cerca de 146 mil navios aportaram no Porto de Singapore, transportando um total de 313,487 milhões de toneladas brutas. O número de contêineres operados no mesmo ano foi de 15,6 milhões de TEUs, totalizando 171,2 milhões de toneladas, garantindo a segunda colocação mundial neste segmento, perdendo apenas para o Porto de Hong Kong, sendo que, possui três modernos terminais ultra-automatizados, quase totalmente controlados por computadores, operando 24 horas por dia.

Em relação à movimentação de cargas a granel, em particular o petróleo e seus derivados, as operações são feitas diretamente nos terminais privativos das grandes empresas mundiais do setor (Shell, Esso, Caltex, British Petroleum e Exxon Mobil) e processadas de forma exclusiva pelos próprios funcionários. Juntas, estas companhias operam uma capacidade de refino superior a um milhão de barris/dia, conferindo ao porto a posição de primeiro no mundo em refino de petróleo.

Porto de Hong Kong

Segundo a Master (2004), o Porto de Hong Kong situa-se na mais povoada região do planeta (cerca de 6,9 milhões de habitantes), onde a economia cresce em ritmo acelerado. É uma das economias mais orientadas para o exterior e mais aberta do mundo. Hong Kong está constantemente construindo para o futuro, para assegurar que a infra-estrutura acompanhe o aumento dos negócios e as exigências da população.

O porto serve de elo entre dois tipos de transporte: o marítimo, que envolve as grandes embarcações do Pacífico; e o fluvial, que compreende as embarcações menores. Hong Kong é também o único porto de águas profundas, totalmente modernizado.

Situado entre Singapore e Shangai e, portanto estrategicamente localizado, o Porto de Hong Kong é o ponto principal de todo o comércio marítimo do sul da China. Processando cerca de 90% do comércio exterior de Hong Kong, cujo movimento no ano de 2001, foi de cerca de 175 milhões toneladas de carga. As suas operações com contêineres ultrapassaram a cifra dos 18 milhões de TEUs, garantindo o título de maior operador de contêineres do mundo. Somente no primeiro quadrimestre de 2002, a movimentação ultrapassou 4,1 milhões de TEUs e o total de cargas operadas passou de 42 milhões de toneladas.

Nem o Porto de Rotterdam - o maior porto do mundo – possui estrutura tão privatizada e tão eficiente quanto Hong Kong. Pode-se afirmar que neste porto, o Estado atua como deve, no limite de suas atribuições normais, cuidando apenas do tráfego de navios, policiamento, saúde e fiscalização.

Nos seus seis mil metros de cais, reservados às cargas gerais e conteinerizadas, as operações são controladas por empresas privadas, que possuim extensas instalações no próprio porto e que operam livremente, possuindo seus próprios empregados.

O porto tem ainda 7.750 metros de cais destinados às cargas convencionais e dois terminais públicos de passageiros, por onde passam mais de 17,7 milhões de pessoas/ano. Mais de 37,6 mil navios atendem o porto durante o ano e cerca de 600 barcos de cargas fluviais e de passageiros circulam diariamente no terminal.

Os Portos de Rotterdam, Hong Kong e Singapore demonstram que investem em competitividade para manter-se no mercado global.

Com o exemplo desses portos, uma metodologia reconhecida internacionalmente e seus procedimentos metodológicos, foi realizada a avaliação da competitividade do Porto de Itajaí.

Este capítulo trata da metodologia adotada para o desenvolvimento da pesquisa. O tópico 3.1 visa delimitar a caracterização do estudo. O tópico 3.2 o delineamento da pesquisa. O tópico 3.3 trata da técnica de coleta e tratamento dos dados, e finalmente, o tópico 3.4 demonstrará as limitações do método.

No documento ANÁLISE DA COMPETIVIDADE DO PORTO DE ITAJAÍ (páginas 115-121)